Falling | vhope

By tearshobi

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Hoseok prepara uma doce e irresistível serenata de amor... No entanto, acaba causando a maior confusão ao se... More

welcome to FALLING!
prologue: the birth of cypher
better now.
bultaoreune
i love u babe
serenata 1/2
daily
blue, memories, and a step towards new experiences.
yoongi
the beginning of a friendship (or not)
it's ok
f in love
dancing in the rain
consequences, jungkook
underwear fight and loving gazes
kiss kiss
night of discoveries
mia regazza
AVISO - IMPORTANTE
fantasy
operação nammin
interruptions
hate you, heedo/love you, teteco
the end of jimin's secret

teteco: the origin of the nickname

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By tearshobi

Jimin ficou à beira do Rio Han, contemplando o azul profundo do céu noturno. Enquanto as águas calmas refletiam a luz da lua, ele avistou Jungkook correndo em sua direção. Ele parecia exausto, e assim que o alcançou, descansou o corpo com as mãos nos joelhos, aparentemente aliviado em vê-lo.

O vento suave balançava as folhas das árvores próximas. A troca de olhares entre eles falava mais do que palavras, revelando uma conexão profunda. O azul do céu noturno destacava as silhuetas de ambos, criando um quadro sereno à beira do Rio Han.

— Você achou mesmo que eu ia fazer isso? — perguntou o ruivinho, deixando a surpresa preencher o seu rosto enquanto o vento bagunçava o seu cabelo. — Eu nunca...

— Nunca mais faça isso! — esbravejou Jungkook, o rosto meio choroso. — Não tem graça ficar falando esse tipo de coisa.

— Desculpa.

Não. Eu vim correndo... Achei que você estava bêbado.

Jungkook notou os olhos avermelhados de Jimin e seu rosto inchado. Embora a ausência de bebidas ao redor impedisse qualquer confirmação, era plausível que Jimin tivesse se entregado excessivamente ao álcool num bar qualquer e, aos tropeços, comparecido ao rio com aquele péssimo objetivo em mente.

— Não. — esclareceu Jimin, fazendo toda a teoria de Jungkook cair por terra. — Foi um momento de desespero, desculpa.

— Você não pretende...

— Não. Claro que não...

Com alívio, Jungkook finalmente permitiu-se respirar. Nem percebeu que estava prendendo a respiração. Ao observá-lo mais uma vez, conseguiu se ver na expressão triste dele, tão sofrida quanto um pássaro que perdeu as asas. Naquela época, o término trouxe a constatação de que realmente havia perdido Taehyung para sempre. Então, de certa forma, Jungkook conseguia entender o que ele estava passando.

— Já estivemos aqui antes — contou, se aproximando para admirar o rio ao lado dele. — foi quando você me contou sobre o diário e disse que ia contar a Taehyung também. Eu pedi pra que esperasse mais um pouco, então acho que realmente é minha culpa. Desculpa por isso.

Jimin negou, rapidamente limpando às lágrimas que desceram.

— O que me mata é o fato de eu não ter contado antes. Eu não entendo por que eu não fiz isso... Eu fui um péssimo amigo. Se eu ao menos pudesse me lembrar o que eu estava sentindo naquela época...

— Você não se lembra?

— Não. Foi na época que minha mãe morreu. Só lembro de ter mentido que o diário era do Taehyung. Lembro de você me pedindo para que eu te ajudasse a se aproximar dele, e de ter feito você prometer que nunca iria mencionar sobre o diário se eu te ajudasse. — Jimin sorriu triste. — Isso é tão adolescente. Quando paro pra pensar, vejo que éramos apenas crianças. Como você nunca desconfiou?

— Pra mim, você me odiava. Eu nunca ia cogitar isso. Achei que você estava tentando proteger o segredo do seu melhor amigo...

Jungkook ficou um tempo reflexivo. Enquanto o vento gélido causado pelo rio dançava entre seus fios negros, um casal passava por trás deles, abraçados, vestindo trajes combinando, sussurrando palavras apaixonadas. Um vendedor ambulante de algodão doce e pipocas movia seu carrinho, enquanto um jovem vestido de terno seguia apressadamente, absorto em uma conversa no celular pendurado na orelha.

A vida acontecendo.

— Por que nunca me contou que sua mãe te fazia escrever diários?

Jimin demorou a responder.

— Eu nunca dei muita importância quando era mais novo. Só vi o quanto era importante escrever sobre minhas memórias quando a perdi e esqueci completamente do dia que ela me deixou.

— Entendi.

Diante do silêncio entre ambos e do ruído da atividade circundante, Jimin respirou fundo e começou a dizer:

— Eu não inventei a Heedo pra despejar o que eu sentia por você. — confessou. — Eu só queria mostrar que você não estava sozinho. Fiquei com medo de que desistisse do seu sonho quando seus pais se mudaram, te deixando aqui em Seoul. Fomos amigos há bastante tempo pra eu saber que isso iria te afetar. Então eu criei a sua primeira fã...

— Com o intuito de não me fazer desistir — concluiu Jungkook, em voz alta. Um sorriso simples, pequeno, e no entanto, verdadeiro, cresceu em seu rosto. — Obrigado.

Jimin estranhou a reação.

— Sério?

— Sim. Se não fosse pela Heedo... — ele pausou, e sem muita demora se corrigiu, acrescentando: — se não fosse por você, eu não estaria fazendo o que amo hoje.

Não muito distante, Namjoon notou o sorriso contido de Jimin dirigido a Jungkook. Ele permaneceu imóvel por um tempo, observando a interação dos dois, incapaz de mover os pés do chão. Yoongi, tomando a iniciativa, segurou-lhe pelo braço, o resgatando do que parecia ser uma experiência sofrida e torturante.

No dia seguinte, Namjoon se viu absorto no mundo de "Orgulho e Preconceito."

Era o sexto filme do dia. Qualquer coisa era bem-vinda para ocupar a sua mente.

A história o prendia, e ele se viu torcendo pela personagem, desejando que ela encontrasse a felicidade ao lado de Mr. Darcy.

De repente, um som o tirou de sua imersão. Taehyung, com o semblante cansado, entrou no apartamento e se deixou cair no sofá com um suspiro.

— Que dia. Nunca pensei que iria trabalhar tanto como modelo.

Namjoon sorriu.

— Eu ficaria com ciúmes de você estar trabalhando com outro fotógrafo se não estivesse feliz pela sua conquista. Como foi? A Yves foi boazinha?

— Ela é um amor quando está sóbria. Mas prefiro mil vezes você. Onde está o Hoseok? — perguntou, finalmente tirando o boné e a mochila das costas. Estava exausto. — Achei que ele estaria em casa.

— Ele foi resolver as questões do novo Cypher que vamos abrir em Itaewon. Seu namorado é um homem muito ocupado.

— Meu namorado... Você fica falando essas coisas só pra deixar ele nervoso! — resmungou Taehyung, com um tom de advertência e um olhar repreensivo, no entanto, um sorriso estava claramente estampado em seu rosto. — Será que devo mandar uma mensagem pra ele avisando que cheguei?

— Faça isso e ele estará aqui num minuto.

— Ele não é um fofo? Às vezes eu tenho que me policiar no que digo, porque se eu disser que quero ir ao Himalaia ver o monte Everest ele vai estar fazendo as nossas malas pra me levar no dia seguinte.

— Pois é. Ontem eu vi ele escrevendo "Teteco" com um coração do lado no caderno de composições. É um bobão apaixonado mesmo.

Taehyung dedicou seu tempo livre às redes sociais e a um banho de quase meia hora até a chegada do horário para se dirigir ao Cypher. Namjoon, o escalado para cantar naquele dia, gentilmente ofereceu-lhe uma carona até o estabelecimento. Durante o trajeto pela estrada movimentada, o rapper quis saber como andavam as coisas entre Taehyung e Jimin, apesar de já estar ciente da resposta.

— Bom... — Taehyung pensou antes de responder. — Amanhã eu vou estar tirando minhas coisas do apartamento dele. Consegui achar um lugar bacana aqui por perto.

— Andei sabendo que o Jimin está arrasado. Será que não seria bom vocês conversarem mais uma vez?

— Não temos mais nada pra conversar. Sei que você está preocupado com ele, Namjoon, mas essa não é a nossa primeira briga. Claro, os outros motivos não foram nada comparados com esse. Ainda assim, eu quero perdoá-lo, mas não vou me forçar a isso.

— Tudo bem. Espero que vocês se resolvam logo.

— Sim. — concordou, sem muita emoção. Ainda que estivesse chateado com o melhor amigo, Taehyung não conseguia não se preocupar com ele. Então, após um tempo, como quem não queria nada, perguntou: — Como ele está?

Namjoon deu de ombros. Carly Simon tocava no rádio.

— Deve estar bem.

— Deve? Como assim? Vocês não se falaram hoje?

Ele me mandou algumas mensagens, mas não tive tempo pra responder.

— Sei. — Taehyung arqueou uma sobrancelha. — ficou ocupado demais assistindo filmes.

— Quase isso.

Taehyung resolveu não insistir mais já que Namjoon parecia não querer falar sobre o assunto. Ao desafivelar o cinto e fechar a porta do carro, Taehyung deparou-se com Hoseok na entrada do Cypher, ostentando um sorriso singelo e os braços estendidos, aguardando calorosamente por um abraço. Um sorriso igualmente aflorou em seu rosto, o fazendo correr e abraçá-lo com fervor, como se ambos houvessem estado separados por anos e ansiado mutuamente por esse reencontro.

— Tudo bem? — perguntou Hoseok.

— Tudo ótimo. E você? Almoçou direitinho? Hoje você ficou praticamente o dia todo fora.

Antes que Hoseok tivesse a chance de responder, Namjoon desarrumou seus cabelos, passando os dedos entre os fios como se acariciasse um cachorrinho. Com um sorriso torto, ele propôs antes de entrar no bar:

— Se você quiser ir pra casa descansar, pode ir. Eu cuido do Cypher hoje.

Hoseok resmungou, tentando em vão ajeitar os fios que foram bagunçados.

— Vem cá. — Taehyung riu e arrumou o cabelo dele, logo dando um beijo carinhoso em sua testa. — Se quiser ir descansar, não tem problema. Você não precisa vir todos os dias só por minha causa.

— Eu estou bem. Não vou desperdiçar o privilégio que eu tenho de ficar do seu lado enquanto você trabalha. Quer ir tomar um café antes de começar o turno?

— Eu não sei se posso...

— Claro que pode. — Hoseok arqueou uma sobrancelha, entrelaçando seus dedos aos de Taehyung. — Eu sou o chefe aqui.

Taehyung deixou-se ser levado pelo seu chefe com um sorrisinho no rosto. Eles saíram e caminharam em direção à cafeteria na esquina. O ar frio do finalzinho da tarde era revigorante, e Taehyung se sentia estranhamente animado. A companhia de Hoseok era sempre agradável, mas havia algo diferente naquela noite.

Enquanto eles tomavam café, Taehyung não conseguia se concentrar na conversa. Seus pensamentos se voltavam para Hoseok, para a forma como ele o havia olhado, para a maneira como sua mão se encaixava perfeitamente na sua. Estava se sentindo um adolescente apaixonado.

— O que você está pensando? — Hoseok perguntou, interrompendo seus pensamentos.

Taehyung corou.

— Nada — ele disse, reprimindo um sorriso.

Hoseok riu.

— Você é um péssimo mentiroso. O que foi? Está pensando em deixar os seus pelos pubianos crescerem pra fazer moicanos no banheiro com todo tipo de cabelo?

— Eca, Hoseok!

— Eu ficaria muito surpreso se fosse isso — um sorriso brincalhão se desenhou em seu rosto.

— Bobo, não é isso. Eu só estou feliz... feliz por ter conhecido você.

Hoseok ficou surpreso com a declaração. Se inclinou e tocou o rosto de Taehyung.

— Você foi a melhor coisa que me aconteceu. — expressou ele. De repente, um sorriso travesso iluminou seu rosto, como se uma lembrança tivesse ressurgido. — Tem algo que eu nunca te contei.

— O quê? — Taehyung ficou repentinamente curioso e animado.

Uma garçonete se aproximou com passos rápidos e eficientes. Cada detalhe do seu uniforme revelava um cuidado meticuloso, desde o brilho dos sapatos até a impecabilidade da blusa branca. O cabelo, preso em um coque firme no topo da cabeça, não permitia que nenhum fio escapasse.

— Oi, boa tarde — ela disse com um sorriso profissional. — O que vão pedir?

— Estamos sem cardápio — avisou Hoseok. Ela logo pediu desculpas e rapidamente voltou com dois menus, os colocando na mesa. — Obrigado. Hm... O que você vai querer, Teteco?

— Acho que vou querer um mousse de chocolate por enquanto. — respondeu ele, passando os olhos pelas opções. — e também um suco de uva, por favor.

— Eu vou querer cheesecake de framboesa com um capuccino. Obrigado.

Ela se curvou levemente após anotar os pedidos, e foi embora.

Taehyung voltou seus olhos ansiosos para o rapper.

— Então... como você estava dizendo...

— Lembra quando a gente se viu pela primeira vez? No Cypher.

— Quando me apelidaram de Teteco? — ele ergueu uma sobrancelha.

Hoseok riu.

— Sim, quando te apelidaram com o nome do galo do Jinyoung. Mas tem um motivo especial pra terem te apelidado assim. Motivo esse que me fez cogitar uma certa possibilidade toda vez que eu te chamava de Teteco.

— Motivo mais especial do que ter um galo com o mesmo apelido?

— Quase tão especial que isso. — brincou ele. — Pronto pra ficar surpreso?

— Mais do que pronto!

Hoseok sorriu. Revivendo as lembranças, começou a dizer:

— Você foi o único que levantou e bateu palmas pra mim naquela noite. Lembra disso?

— Lembro. Eu fiquei morrendo de vergonha, Jimin quase arrancou meu braço me fazendo sentar de volta na cadeira.

— Eu vi que você ficou envergonhado, mas eu fiquei encantado e agradecido. Fiquei falando com o Jaebum sobre o quanto você era bonito.

— Sério isso? — Taehyung tinha um sorriso surpreso no rosto, junto a um olhar descrente e arregalado. — Você me achou bonito?

— Desde sempre. Taehyung, você parece uma obra de arte de tão lindo que é. Tenho certeza que não fui o único que percebeu isso quando você entrou naquele bar.

Taehyung sorriu tímido, e Hoseok, admirando aquele belo sorriso que aquecia o seu coração e instintivamente o fazia sorrir também, continuou:

— Só que naquela época eu estava muito mal por todo aquele lance do Yoongi, e sem saber de muita coisa concluí que você era mais um dos ficantes de Jimin, então fiquei na minha. Mesmo assim... acho que não anula o fato de que eu te achei encantador desde o momento em que botei meus olhos em você. Mas claro, eu acabei concluindo que você tinha um parafuso a menos quando te vi correndo pra fora do Cypher gritando que o frango estava pegando fogo.

— Nossa, nem me fale dessa vergonha! — Taehyung riu, sentindo-se mais feliz pelas palavras do que envergonhado. — Acho que já estava predestinado que teríamos que passar vergonha um na frente do outro para acontecer alguma coisa entre nós, né?

— Pois é, e se foi isso mesmo, não economizaram na humilhação. Minha serenata foi até pior que seu luto pelo frango.

— Idiota — murmurou entre risos, rasgando em pedacinhos um guardanapo. — mas isso ainda não explica o apelido.

— Calma. Já chego lá. No dia seguinte, Namjoon continuou me aconselhando a tentar ficar com outras pessoas e eu prometi a todos do bar que se você aparecesse de novo eu tentaria algo contigo. Só falei isso porque você estava famoso no Cypher e no fundo, você foi a única pessoa que realmente me chamou a atenção e porque claro, eu não tentaria algo com uma pessoa que supostamente estava de rolo com um amigo meu. Quando as risadas voltaram ao lembrar de você gritando feito um louco que o frango estava pegando fogo um amigo nosso comentou que tinha um galo chamado Teteco e todos resolveram te apelidar assim quando fossem se referir ao "cara que iria resgatar o coração de Hoseok."

— Você tá me zoando, né?

— Não estou. Juro, pergunta pro Namjoon. Só que, como eu te disse... Eu não tinha intenção nenhuma de tentar alguma coisa. Eu estava muito mal naquela época. Você não apareceu no dia seguinte e eu simplesmente esqueci. Vivia praticamente bêbado e só fui reconhecer que você era o Teteco quando você estava na minha sala tentando me matar por ter destruído seu futuro casamento. Fiquei tão surpreso quando percebi que a vítima da serenata era aquele Teteco que tanto me perturbaram falando sobre, mas guardei essa informação pra mim. Tentei a todo momento focar no que eu achava sentir pelo Yoongi quando ao mesmo tempo tentava reprimir minha vontade de ficar mais próximo de você. Mesmo assim, eu fiz uma aposta. Enquanto você apostou se baseando no apelido que te deram de que eu teria que me vestir de frango e cantar no palco do Cypher, eu me baseei no apelido que significava "o cara que iria resgatar o coração de Hoseok" e pedi por uma serenata. Quando expressei meus sentimentos a você, mencionei que meu amor começou no instante em que te vi. Talvez você não tenha compreendido na hora, mas espero que agora perceba que no fundo eu sempre estive esperando você resgatar o meu coração.

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A penumbra envolvia o quase vazio bar, as últimas notas de uma melodia suave de Kurt Cobain ecoavam no ambiente. Entre risadas discretas, alguns amigos e os donos do bar optaram por estender o horário um pouco mais, brindando a mais uma cerveja gelada enquanto as cartas de baralho criavam uma rivalidade descontraída.

Ninguém, em toda a extensão do globo, nutria esperanças quanto a uma possível ressurgência amorosa para Hoseok. Após a decepção derivada da falta de reciprocidade com Yves, e mesmo diante da aparente indiferença dela, a concepção de um novo amor para Hoseok parecia tão difícil quanto escapar da Ilha Nublar.

A despeito disso, seus amigos e até mesmo clientes, fatigados dos habituais desabafos de sexta-feira, aconselhavam, ao menos, que ele considerasse possibilidades com outra pessoa.

Sem querer se estender no assunto que era; diga pelo menos um nome que lhe despertou algum tipo de interesse — sem mencionar Yves —, Hoseok lhes descreveu uma pessoa, comovendo distintas reações na mesma hora.

— Aquele maluco? Hoseok, você endoidou?

— Ele tá mentindo, Joonie! — acusou Jinyoung que, aproveitando a oportunidade, acabou jogando uma carta alta, logo se agarrando a garrafa de cerveja pela metade. — Ele nem chegou a pensar em alguém direito. Isso é tramoia pra continuar sofrendo pelo velho Yoongi. Pensa que eu não sei.

Hoseok se defendeu dizendo:

— Eu gosto do Yoongi, ué. O que vocês querem que eu faça?

— Que você pelo menos tente não gostar! — sugeriu Namjoon, revidando com um trunfo, surpreendendo os jogadores na mesa. — Que pelo menos tente alguma coisa com outra pessoa.

— Olha quem fala — sibilou Hoseok, fitando-o com um olhar de descrença diante da audácia de sua fala. — Não se enxerga não? Você não fica com ninguém desde que a Haeun morreu. Não tem o direito de me julgar.

— É muito diferente, não vem querer comparar, não.

— Não, dessa vez eu tenho que concordar com o meu parceiro de cachaça aqui — balbuciou o velho Jinyoung, envolvendo os braços nos ombros dos dois rappers. — Namjoon, você também precisa encontrar alguém.

— Eu não preciso de ninguém — retrucou ele.

— Claro que precisa, você está sozinho há anos. Está na hora de começar a viver sua vida.

— Eu estou vivendo minha vida. Eu tenho o Cypher, tenho meus amigos, tenho minha música.

— Mas não tem amor. E eu sei que você quer isso tanto quanto o nosso querido Hoseok aqui que, vamos e viemos, pelo menos tenta. Até cogitar ficar com o doidão que coloca fogo em frango ele cogitou — dito isso, Namjoon, Jinyoung e mais outros clientes restantes caíram na gargalhada lembrando da cena mais uma vez. Hoseok se desvencilhou dos braços de Jinyoung, enfezado.

— Vocês não viram o quanto ele é bonito? — resmungou, roubando a garrafa do amigo e bebendo mais um gole de cerveja. — Vocês perguntaram com quem eu ficaria e pronto, aí está a resposta e a verdade, vocês gostem ou não.

No entanto, a verdade era que embora considerasse o amigo de Jimin atraente, nunca se aventuraria a tentar algo, especialmente pelo fato de que supostamente ele estava em um encontro com o ruivinho. Contudo, quando questionado pelos seus amigos, Hoseok o mencionou ciente de que eles o pressionariam para que se envolvesse ou pelo menos tentasse algo com qualquer nome dito. Se dissesse o nome de Yves, ou não acreditariam ou insistiriam para que ele a pedisse logo em namoro, coisa que nenhum dos dois queria.

Então, optar por mencionar alguém com quem não cogitaria iniciar algo simplificaria a situação.

— Você tem tara por gente doida, né? — disse mais um da roda.

Jinyoung riu e pela primeira vez saiu em defesa do rapper:

— Deixa ele. Toda essa conversa de frango me fez lembrar que amanhã eu volto pra minha querida fazenda. Teteco deve estar morrendo de saudades de mim.

— Teteco? — Jaebum fez careta, finalmente entrando no assunto após encerrar a ligação com a namorada. — Não me diga que é nome de algum filho seu.

— Já chega na conversa querendo me julgar, cabeça de jaca?

— Quem coloca o nome de um filho de Teteco, Jinyoung? — Namjoon riu.

O céu assumia tons de azul pastel enquanto o sol emergia lentamente. Alguns trabalhadores já iniciavam suas jornadas, funcionários de cafeterias adentravam pelos fundos, e os pontos de ônibus começavam a se encher com a movimentação matutina. Dentro de alguns minutos o bar fecharia.

— Poxa, mas é um nome lindo! E não é bem o que vocês estão pensando. Esse meu filho, Teteco, é o meu amado galo.

— Ih, toma cuidado então — comentou Jaebum, após um riso soprado. — Se o Hoseok ficar mesmo com o cara que bota fogo em frango o seu Teteco já era.

Todos riram. Até Hoseok, mesmo levemente irritado e bêbado, achou engraçado.

— Idiotas! — ele exclamou. — Se o cara que bota fogo em frango aparecer amanhã, vou fazer de tudo pra ele tacar fogo nesse seu Teteco.

Jinyoung fez um beicinho irritado.

— Só faltava isso! O cara que resgatar seu coração ser um assassino de galos! Bem a sua cara fazer essa trairagem comigo.

— Mas o cara que coloca fogo em frangos não me parece tão mal — ponderou Namjoon. — Provavelmente só estava bêbado.

— Sim, mas antes de tentar algo com ele, vê se ele tem alguma coisa com o seu amigo Jimin, senão você vai estar sendo um puta de um talarico.— disse outro da roda, corpulento e com uma barba que poderia ser facilmente confundida com a do Chewbacca.

— Espera. — pediu Jaebum, tentando entender o rumo daquela conversa. — Então quer dizer que o cara que coloca fogo em frangos e que vai resgatar o coração de Hoseok e que não é mal, só estava bêbado, é namoradinho de algum amigo seu? Rapaz, você é o bicho mesmo, ein. Fique longe da minha mulher. — declarou ele.

Hoseok fez um muxoxo.

— Cala a boca, daqui a pouco você termina com ela como terminou com a outra. E eu só vou tentar algo com o cara que coloca fogo em frangos e que vai resgatar meu coração se ele aparecer amanhã. O combinado é esse. — e se Deus quiser ele não vai aparecer e eu não vou precisar vê-lo nunca mais, pensou o rapper.

— Que nome complicado vocês deram pro garoto, ein? — resmungou Jinyoung. Alguns dos clientes se despediram e estavam caminhando para ir embora. — Ei, não esquece de me mandar no kakao o tanto que eu tô te devendo, senão eu esqueço! — gritou para um, que apenas acenou e seguiu seu caminho. Voltando a atenção para aqueles que ficaram, Jinyoung sugeriu: — Por que a gente não encurta esse apelido dele?

— Tipo o quê?

— Eu voto em frango torradinho!

A sugestão de Namjoon conseguiu ser ainda pior que a de Jaebum:

— Que tal Galinha Pintadinha?

— Vocês são terríveis.

— Hoseok tem razão. — concordou Jinyoung, cínico, com a mão no queixo e o olhar distante como se estivesse pensativo. — Está muito descarado. Tem que ser algo pequeno e bonito. Eu voto em Teteco; aquele que irá resgatar o coração de Hoseok.

O apelido tornou-se conhecido entre outros clientes, desencadeando risos em um círculo do qual Hoseok gradativamente se afastava, optando por consumir sua bebida de maneira solitária. Enquanto as risadas ecoavam e a expectativa crescia para a chegada do pretendente que supostamente conquistaria o coração do rapper, expressões desapontadas emergiram quando, de fato, Teteco não compareceu no dia seguinte. Hoseok sentiu alívio com a sua ausência.

Pediu para que esquecessem essa história e que, se o tal Teteco por ventura aparecesse de novo, que não o importunassem com apelidos idiotas. Namjoon observou que o seu amigo demonstrava uma crescente distância, testemunhando-o consumir mais álcool e padecer por um amor não correspondido. Yoongi permanecia ausente, enquanto a atividade no Cypher declinava.

Hoseok não conseguia tirá-lo da cabeça. Tudo ia de mal a pior.

Desesperançoso quanto ao futuro, Namjoon estava alheio ao fato de que, em algumas semanas, uma serenata iria ressoar, atraindo uma enxurrada de clientes para o bar. Desconhecia o fato de que o amor estava prestes a bater em sua porta, e que o Teteco, realmente seria o responsável por resgatar o coração de seu melhor amigo.

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― Você é o cara do frango pegando fogo! ― disse ele, completamente aleatório. ― Não acredito que finalmente lembrei, é você mesmo!

― Do que você está falando? ― Taehyung voltou a sua expressão enfezada.

― Você foi no Cypher, bebeu pra caralho e depois saiu gritando que o frango estava pegando fogo. Sim, sim, é você mesmo! Foi hilário!

― Ah... Foi no dia que o Jungkook te deu um bolo, Tae ― Jimin tentou explicar, tocando o joelho esquerdo do amigo; ao mesmo tempo tentando acalmar a fúria que via nos olhos dele. ― Mas não foi nada demais, foi mesmo uma cena um pouco engraçada...

― Um pouco? Foi engraçado pra caralho. Os clientes toda vez vão lá perguntando sobre o frango. É até engraçado porque nós temos um cliente que cuida de um galo chamado Teteco. Depois que ele disse isso todo mundo começou a te chamar assim...

― Espera, o quê?! ― Taehyung se exaltou, o interrompendo; e percebendo isso, Hoseok se encolheu um pouco.

― É um apelido carinhoso que eles te deram... Você não gostou?

Namjoon apareceu de volta, as mãos lavadas e a boca limpa quando notou a tensão que se formou novamente em sua pequena sala. Ele levou o olhar a Jimin, como se perguntasse o motivo mas o ruivinho apenas deu de ombros.

Não podia sair por alguns minutos, que o caos logo retomava sua presença.

― Ok, o que diabos aconteceu aqui? — ele perguntou.

Taehyung apenas resmungou que não aguentaria ficar mais nenhum segundo naquela casa e arrastou Jimin para fora junto com ele. Hoseok ainda estava estático.

— Você o reconheceu? — perguntou ao amigo. — Ele é o...

— Sim. — Namjoon sorriu divertido, se jogando no sofá. — Parece que é o destino, não acha?

Hoseok não quis demonstrar, mas toda essa coincidência teve impacto sobre ele. Não obstante, manteve uma rigorosa autodisciplina, pois, por mais sedutor que fosse, recusava-se a se apaixonar novamente por alguém comprometido com outra pessoa.

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― Saxofone? ― Taehyung pôs as mãos na cintura e fez uma careta que se desmanchou para então virar um semblante assustado, surpreso. ― Você não está pensando...

― Sim, eu estou pensando. Se eu ganhar, você vai ter que fazer uma serenata pra mim. Com violão, saxofone e tudo o que eu tenho direito. E aí, vai amarelar? Te-te-co.

Por mais que Taehyung sempre se irritasse com a origem do apelido, para o rapper, o significado era completamente diferente.

No fundo, por mais que tentasse não enxergar o início de pelo menos um interesse, Hoseok continuava entoando aquele apelido como se o seu real significado tivesse algum tipo de poder. Como se atraísse algo que queria, mas jamais assumiria para si mesmo. Como se tivesse esperanças de que tudo fizesse parte de um propósito, ou fosse parte do seu destino.

Mesmo assim, continuava insistindo que só estava ajudando Taehyung — ou Teteco — pelo o que fez a ele. Pela serenata. E não pelo o que possivelmente vinha crescendo dentro do peito dele.

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— Você faz meu coração bater feito um louco e deixa minha mente em branco toda vez que olha pra mim. A todo momento eu me questionei se devia te contar e acho que não vou ter outra oportunidade como essa. Já que você vai esquecer tudo amanhã saiba pelo menos hoje o quanto eu gosto de você. Que eu me apaixonei por você. Me apaixonei desde o primeiro dia em que te vi e todos os dias venho me apaixonando cada vez mais.

Não tinha como esconder a verdade. Hoseok tentou com todas as formas reprimir o que poderia ser a sua próxima trama de coração partido, mas não conseguiu. Hoseok sentia e sabia que era ele.

A única pessoa que levantou-se para lhe aplaudir. Aquele que ouviu a sua serenata e resgatou o seu coração de todas os seus receios e inseguranças.

Aquele que definitivamente, tinha o apelido com o significado mais lindo do mundo.

agora uma experiência gostosinha: saber e lembrar que todas as vezes que hoseok chamava o taehyuhg de teteco era pensando no significado "o cara que vai resgatar o coração do hoseok" 💛

gente vou tentar fazer capítulos mais curtos pra eu não me perder na mão. é nessa que eu demoro uma eternidade pra att...😬

bjoo e até a próxima 🫧💛

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