POV CHARLOTTE
Jason começa chutando a coxa esquerda de Roccio, ele não move nenhum músculo, como se nem tivesse sentido o golpe, prendo a respiração quando Roccio enfim desfere seu primeiro golpe, acertando Jason na mandíbula, ele cambaleia por um segundo, mas logo recupera a postura.
Vai, Jason.
Pisco e uns cinco golpes são dados em meio segundo, tudo fica um borrão confuso e mal consigo entender quem tem a vantagem, as pessoas gritam e comemoram para algum dos dois, mas não sei qual.
Em um segundo, Jason está no chão e Roccio está por cima, desferindo socos de maneira descontrolada, Jason consegue levantar, mas é mais que óbvio que está completamente desorientado, Roccio termina com mais um soco em sua mandíbula, Jason tenta revidar, mas o apito soa, revelando o final da luta.
Jason perdeu.
...
POV ELIJAH
Nunca gostei dessa boate, sempre é a mais lotada da cidade e todos aqui me conhecem, geralmente meus conhecidos, os que me conhecem pelas lutas, e os que me conhecem por causa do meu pai.
É uma porra.
Mas, agora, tenho um motivo para vir aqui, e esse motivo usa uma trança linda no longo cabelo, além do uniforme de garçonete que a deixa incrível para caralho.
Três garçonetes estiveram rodeando minha mesa na última hora, querem que o filho do chefe seja bem servido, de todas as formas, mas a única que eu quero ver está do outro lado do salão e parece me ignorar completamente.
Ótimo, vou ter que ir até ela.
Levanto do sofá e vou até ela com um copo de uísque na mão, a garota atende uma mesa com um sorriso simpático, cerro os olhos para ela, ela nunca me deu esse sorriso.
O casal feliz da mesa que ela atende finalmente percebe que estou me aproximando, eles me reconhecem no mesmo segundo.
– Roccio! – A mulher grita com animação, evito revirar os olhos, em vez disso, formo um sorriso malicioso e olho em direção de Lotte, ela me encara com irritação.
– Boa noite. – Digo com simpatia para o casal, logo volto minha atenção para a garota. – Se importam de me emprestá-la por um segundo?
– Sem problemas, cara. – O homem diz, meu sorriso aumenta para Lotte, ela me ignora completamente.
– Se não se importa, senhor, estou ocupada. – Ela responde como se nem me reconhecesse, essa mulher vai me deixar louco.
– Me importo sim, lindeza. Quero falar com você. – Completo com humor para descontrair, ela apenas fecha mais a cara.
– É a sua namorada? – O homem pergunta com curiosidade, Lotte ergue as sobrancelhas, em surpresa.
– Sim. – Respondo plenamente, pego-a pelo pulso e a puxo para longe da mesa, sem mais e nem menos, ela cambaleia entre um passo e outro, mas mesmo assim, deixa ser puxada.
– O que você está fazendo, porra? – Ela grita comigo, paro quando estamos perto o suficiente do bar para pedir uma bebida. – Vou perder meu emprego por sua culpa.
– Eu sou o chefe. Não se preocupe, Lotte. – Viro o pescoço para analisá-la de perto, como se não tivesse feito isso a noite toda. Ela está linda.
– Não me chame assim. – Retruca, ainda sem me olhar. – Só Jason me chama assim.
Reviro os olhos e suspiro.
– Jason? Seu namorado? – Pergunto com desinteresse, como se nem me importasse.
– Ele é meu melhor amigo. – Responde, ainda irritada. Se ainda nem fiz nada, imagina quando eu estiver mesmo tentando irritá-la. – Se me der licença, vou voltar para o meu trabalho.
– Moça? – Um cara de barba a chama, e obviamente, sem nem pensar duas vezes vai até a mesa, me deixando sozinho e irritado.
Sigo-a com cautela, observando ela trabalhar com graça, encosto as costas no balcão do bar e espero ela voltar para mim, se ela fosse minha, não teria que trabalhar um dia na vida.
Cerro os olhos com atenção quando vejo ela dar um passo para trás, para a maioria das pessoas, o gesto passa despercebido, mas para mim, mostra que ela está desconfortável, com medo.
O homem barbado se levanta da mesa com um sorriso falso, ele entrelaça a mão na dela e com a outra, desce para a bunda dela, ela fica completamente parada, sem reação alguma, já estou avançando sem nem pensar no que estou fazendo.
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