O Garoto Que Foi Esquecido •...

By artmalfoy

779K 69.8K 457K

Um desejo feito por Harry Potter faz com que todos esqueçam da existência de Draco Malfoy, e apenas Harry pod... More

Após a Guerra
A Floresta
Armário de Vassouras
O Dormitório
Mãe Natureza
Poções e Cavalheirismo
Sonhos, Sexo e Medo
Entre o Céu e a Terra
Magia Antiga e Ganância
Sobre Filosofia e Desespero
Toque e Insegurança
Poder e Consequência
Quando o Verde se perde no Azul.
Um passo para frente e dois para trás
O início do Fim
Beijos, Feitiços e Quadribol
Cansado de Fugir
Danças, Paixão e Outras Coisas
Apenas essa Noite.
AVISO
Primeira e Última Vez.
O FIM?
Medo da Morte
Esquecer É Uma Forma De Se Lembrar
A Teoria Multiversal do Amor
MINHA NOVA FANFIC

Epílogo.

4.3K 571 998
By artmalfoy


— Ela não te disse mesmo para onde está nos levando? — Draco perguntou, secando o suor que se acumulava em sua testa.

— Sei tanto quanto você. — Harry respondeu, continuando a espantar os mosquitos e abrir caminho entre as plantas.

— Se nos perdermos no meio desse matagal, — Draco deu um gritinho quando um pernilongo tentou morder sua canela. — Não terei outra escolha senão cometer canibalismo com seu corpinho lindo. Sobrevivência do mais forte, sabe como é.

— Você é uma máquina de falar merda. E, convenhamos, caso nos perdêssemos, eu seria o sobrevivente final. Tipo o Peeta em Jogos Vorazes.

— Eu nunca entendi esse livro! — Malfoy bufou, irritado e com sede. — Por que seria divertido assistir adolescentes lutarem até a morte em uma arena?

— Essa é, literalmente, a crítica que o livro faz. — Potter revirou os olhos. — Acho que estamos chegando.

— Graças a Merlin. Eu estava prestes a dar meia volta e estrangular a Granger.

Era o verão após o fim do ano letivo. Eles haviam finalmente se formado, após oito longos e inacreditáveis anos. Ainda não haviam aceitado completamente o fato de que nunca mais estudariam em Hogwarts. Nunca mais pegariam o expresso na plataforma Nove Três-Quartos ou comprariam materiais no beco diagonal. Eram adultos; pessoas plenamente formadas e preparadas para o mundo corporativo, para a faculdade e o trabalho.

Bom, na teoria. Porque Draco e Harry ainda se sentiam duas crianças imaturas.

Hermione, naquela manhã quente de começo de verão nA Toca, interceptou Draco e Harry dizendo que havia uma surpresa para os dois. Os namorados estavam ajudando Molly Weasley a preparar torradas de natal em formato de toucas do Papai Noel. Potter mal podia acreditar que já era aquela época do ano novamente. Antes tão triste, e agora tão cheia de vida e das pessoas que ele amava.

Os últimos meses foram nada mais nada menos que intensos. A volta súbita de Draco e o início conturbado mas feliz do namoro fez com que a rachadura que já existia em seu relacionamento com Lucius se tornasse uma completa separação. Ao contrário de Narcisa, que acolheu Potter como se fosse um filho, o Senhor Malfoy não aceitava o relacionamento de jeito nenhum, dizendo que o loiro só seria bem vindo na mansão da família caso terminasse com Harry.

O resultado daquele ultimato frustrou as expectativas de Lucius, pois no mesmo dia Draco fez suas malas e partiu para A Toca, onde estava morando temporariamente junto a família Weasley. Rony e Draco discutiam o tempo todo, concordando em discordar, e só não colocavam a casa abaixo porque Gina estava sempre lá para intervir.

Ela e Luna Lovegood haviam se tornado grandes amigas de Draco, o que surpreendeu a todos. Eles saíam para comer, faziam pulseiras e cozinhavam juntos, e o loiro dava aulas de Oclumência às garotas sempre que as mesmas insistiam.

Quando Harry apelidou o trio de Mean Girls bruxas, levou uma mordida no pescoço de seu namorado e um tapa na testa da ruiva Weasley.

Estava tudo tão maravilhosamente perfeito que o Grifinório sempre temia o dia seguinte. Dormia nos braços de Draco, e mesmo assim acordava procurando por ele; com medo de que tivesse desaparecido de novo.

Seus traumas sempre o acompanhariam, perceberam os garotos. As cicatrizes emocionais e físicas da guerra, do abuso e das incontáveis vidas perdidas para que eles estivessem respirando naquele momento. E em nome de tais sacrifícios, os garotos continuavam.

Era impossível apagar o passado, mas era possível suportá-lo.

— O que ela disse mesmo? — Draco ajudou Harry a pular sobre um tronco de árvore caído no meio da floresta.

— Hermione apenas me entregou essas mochilas, deu as coordenadas para aparatarmos e disse para seguirmos ao Norte. — Potter segurou a mão do Malfoy ao se impulsionar para frente, quase tropeçando durante o percurso. Ele não era muito bom em atividades ao ar livre, como a trilha que faziam naquele instante.

— Ao norte até quando? — Malfoy impediu que o namorado caísse segurando-o pela cintura, dando um tapinha na bunda de Potter após equilibrá-lo. O baixinho respondeu com um olhar assassino que gelou a espinha do sonserino.
— Até morrermos por desidratação?

— Ela disse que saberíamos quando...— Harry afastou dois galhos fartos de folhas que cobriam toda a visão do caminho de pedras a frente, tentando abrir espaço para que continuassem. E o que ele viu do outro lado fez com que seu queixo caísse e os olhos brilhassem. — ....chegássemos.

— O que foi? — Draco perguntou, notando a mudança no tom de Harry. Mas não foi necessária a resposta, pois ele também viu.

A frente de ambos havia uma clareira espetacular. O caminho de pedras levava até a entrada do campo florido, circundado por centenas de milhares de lâmpadas amarelas penduradas cuidadosamente que pareciam as estrelas do céu. No centro do gramado coberto de flores, todas amarelas, vermelhas e roxas, havia uma grande cabana já montada, e ao lado dela um projetor estava posicionado no chão, apontado para uma tela branca há alguns metros à frente.

E tudo aquilo, aquele paraíso na terra preparado apenas para eles, estava no topo da montanha. Ao redor, tudo era o mar. Um mar azul como os olhos de Draco, tão azul que a linha do horizonte se confundia com a linha da água. As nuvens rosas e alaranjadas sinalizando o fim do dia já se acumulavam ao redor, grilos e vagalumes cantavam em algum lugar, e os garotos suspiraram.

— Não acredito. — Harry caminhou, olhando para tudo como se não fosse real. Era perfeito, e ao mesmo tempo continha uma familiaridade intrínseca. — Acho que já sonhei com este lugar.

Draco retirou a mochila pesada das costas de Harry, que gemeu pela dor muscular. Mas eles não estavam se importando com a dor, ou o suor, ou os pés destruídos pela caminhada. Fariam tudo de novo, tudo para que pudessem ver aquele lugar uma única vez.

— Acho que vamos acampar. — Draco sussurrou, espiando o conteúdo nas mochilas e depois a barraca. — Temos roupas, toalhas e sabonetes aqui. Granger e Weasley preparam tudo.

Harry se virou para o namorado, sorrindo como um idiota bobo e apaixonado.

— Então vamos. Eu não quero perder um mísero segundo.

[...]

A barraca era muito maior por dentro que era por fora. Tinha cozinha, um quarto, uma sala de estar e banheiro. Os garotos se revezaram desfazendo as malas e tomando merecidos banhos gelados. Quando finalmente conseguiram organizar tudo, estavam cheirando a shampoo e sabonete, vestindo simples camisetas largas e bermudas. O cabelo molhado de Draco o deixava tão lindo que Harry teve de desviar o olhar.

Eles pegaram uma toalha enorme e almofadas e correram para fora, a estendendo no chão ao lado do projetor, amassando as pobres flores.

Hermione havia separado uma seleção inacreditável de filmes para que decidissem. Ação, suspense, romance, terror e até fantasia. O Malfoy deixou que Potter escolhesse, deitado na toalha observando as flores e o céu.

Harry escolheu um filme e o colocou no projetor, que emitiu seu poderoso feixe de luz contra o telão. Os garotos deitaram lado a lado, jogando pipoca na boca um do outro enquanto assistiam.

Na metade do filme, Draco se virou para o namorado e disse, completamente revoltado:

— Sério, a Bella não tem amor a própria vida. Sabe quando eu entraria em uma casa cheia de vampiros? Jamais! E o jeito que o Edward olha para ela é simplesmente macabro. Minha filha, este homem quer te devorar!

Ele apontava para a cena, os olhos arregalando-se conforme expressava sua forte opinião. Harry só sabia rir.

— É que ela está tão apaixonada por ele que se tornou inconsequente, e até meio idiota. — Explicou o Grifinório. — O perigo que ele representa só a atrai mais, acho.

Draco jogou a cabeça contra as almofadas.

— Só posso chegar à conclusão lógica que o tesão é capaz de levar uma pessoa a loucura. — Um travesseiro voou violentamente contra o rosto do loiro. — Aí!

— Tenha modos! — Harry ralhou, fingindo estar ofendido. — Não se usa esse tipo de palavra!

— Qual palavra? — Draco segurou o pulso de Harry que estava prestes a bater nele de novo, e sibilou lentamente: — Tesão?

As bochechas do Grifinório ficaram quentes como brasa.

Nenhum dos dois soube exatamente como aconteceu. Em um segundo, estavam assistindo ao filme. No outro, Draco estava em cima de Harry, afundando-o nas almofadas, o beijando vorazmente.

As línguas dos dois se entrelaçaram numa explosão de poesia, e o estômago do Potter se apertou com o desejo primitivo que o queimava por dentro. Ele trouxe Draco para mais perto, deixando que o peso do corpo do loiro o esmagasse contra a toalha e as almofadas.

Draco mordiscava sedutoramente o lábio inferior de Harry, levando suas mãos para a cintura do mais baixo, para a bunda e as coxas fartas. O moreno gemeu contra os lábios do Malfoy, que sorriu ao separar o beijo. Ele tirou os óculos do rosto de Harry, jogando-os para algum lugar em meio às flores, e separou as pernas do Grifinório com seu joelho.

Harry respirava pesadamente em lufadas de ar quente contra o rosto pálido de Malfoy. Abriu levemente as pernas, e Draco se posicionou no meio delas com agilidade, aplicando uma pressão bem ali, os levando a uma loucura faminta que ameaçava ruir desabar toda aquela montanha.

O sonserino passou a distribuir beijos por toda a coluna do pescoço do namorado, mordendo e chupando e marcando como uma pintura rupestre. Harry era dele. Dele para deixá-lo em pedaços se assim quisesse. Para marcá-lo a ponto de que qualquer um também saberia a quem o Grifinório pertencia. E enquanto o beijava, ele se esfregava preguiçosamente contra o corpo frágil e macio de Harry, movendo o quadril e fazendo com que o namorado mordesse tanto os próprios lábios para conter os gemidos que os mesmos se abriram e sangraram.

Harry levou suas mãos para as costas de Draco, puxando a camisa desesperadamente. Malfoy deixou que o namorado o despisse e o admirasse. Harry levou as mãos ao peito do loiro, sentindo o coração que batia forte. Depois, traçou com a ponta dos dedos o contorno dos ombros e braços; marcados por veias. Seu toque era tão leve que fazia toda a pele do Sonserino se arrepiar, e sua distração fez com que Harry, esperto como era, invertesse as posições num piscar de olhos.

Agora era o moreno quem estava por cima, sentado no colo do Malfoy. O Pomo de Adão do mais alto tremeu quando ele engoliu em seco, e ele se apoiou sobre os antebraços. Sua intimidade estava rígida sob a bermuda; e Harry sabia disso. Sabia tanto que se sentou lentamente, sem pressa, arrastando-se pela extensão. O som do tecido roçando e a pressão no estômago de ambos quase os enlouqueceu, e Draco gemeu do fundo de sua garganta. Um som tão primitivo que fez Harry se encolher, ao passo em que potencializava ainda mais seu desejo.

— Quero você. — O moreno disse enquanto rebolava, ainda traçando desenhos imaginários na barriga do Malfoy, se inclinando e o beijando sensualmente nos lábios. — Agora.

— Apressadinho. — A risada maliciosa de Draco quase foi o suficiente para levar Harry ao clímax, e ele teve de se segurar para não se desfazer ali mesmo.

O loiro se inclinou para frente, levando uma de suas mãos a bunda de Harry e a outra ao rosto. Ele beijou as bochechas do namorado, depois a testa e a ponta do nariz.

— Ainda não. — Ele abriu a boca de Harry com o polegar e introduziu o dedo na boca do garoto, que prontamente o recebeu. Harry lambeu e chupou, fazendo com que Draco suspirasse de prazer e dor simultaneamente. — Você é lindo. Tão lindo que, só de olhar para você, sinto que poderia morrer.

Harry levou a mão que estava na barriga do namorado cada vez mais para baixo, se infiltrando por baixo da bermuda e agarrando o membro rígido. O loiro rosnou em resposta, mordendo o pescoço e a orelha de Potter.

— Diga. — O mais baixo sussurrou, movendo a mão ao mesmo tempo em que ainda movimentava o quadril. Estava perto de enlouquecer Draco, tão perto...

— Eu amo você. — Malfoy foi capaz de sussurrar, a voz saindo estrangulada. Levou suas duas mãos a cintura fininha dO Eleito, ajudando-o a dançar aquela música que só existia na cabeça deles.

Harry sorriu, sem ar, suado e vermelho. Ele era maravilhoso, uma obra de arte.
— Então prove.

Os olhos azuis do Malfoy escureceram diante da frase, e ele tirou a camiseta do garoto com tanto brutalidade que rasgou o tecido. Murmurou um pedido de desculpas contra a orelha macia de Harry enquanto fazia a mesma coisa com as próprias bermudas e as dele. As lâmpadas amarelas refletiam nas peles suadas, e Draco levantou-se, completamente nu, e trouxe Potter em seu colo para dentro da cabana.

Os dois se beijaram e morderam durante todo o percurso até a cama, e logo Malfoy estava sobre Harry de novo, reivindicando-o. Ele se encaixou entre as pernas dO Eleito e, num empurrão, se enterrou completamente.

Harry abraçou o pescoço de Draco com força, enterrando as unhas nas costas do loiro até que o machucasse. Ele gemeu, dor e prazer se misturando numa linha intangível, e por alguns segundos só ficaram parados, respirando. Lágrimas desceram pelas bochechas de Potter, e Malfoy as secou com os lábios.

— Você é delicioso. — Disse, quase inaudível. Harry o beijou de língua em resposta, sons molhados e saliva escrevendo as partituras da música mais linda do mundo. Potter envolveu a cintura de Draco com as pernas, e o empurrou ainda mais para dentro. Malfoy apertou os lençóis ao lado da cabeça do namorado.
— Calma.

Harry riu, sabendo que estava sendo apressado. Mas ele o queria tanto, tão profundamente, que qualquer espera parecia tortura.

Draco começou a se mover, intercalando entre estocadas lentas e rápidas, curtas e longas, fundas e rasas. Algumas eram tão poderosas que a cabeceira da cama batia contra a parede da cabana, fazendo a estrutura de todo o recinto tremer. O corpo de Harry balançava, e ele gemia contra o ouvido do Malfoy, dizia para ele que fosse mais rápido, ou mais devagar, que fizesse daquele jeito de novo, e que estava perfeito.

Draco levou sua mão entre os corpos dos dois e acariciou a intimidade de Harry, que maltratava ainda mais seus pobres lábios na tentativa de segurar, segurar só mais um pouquinho...

Os dois atingiram o clímax juntos, num rugido que espantou todos os pássaros num raio de três quilômetros. Draco permaneceu dentro de Harry, apenas respirando contra o pescoço do garoto, que mantinha as pernas entrelaçadas em sua cintura e fazia cafuné nos cabelos loiros. O corpo de Potter ainda dava espasmos pelo orgasmo, e durante vários minutos eles permaneceram assim, aproveitando a companhia um do outro; aproveitando a paixão que compartilhavam.

Harry se perguntava se seria sempre assim. Se toda vez pareceria como a primeira. Se eles se olhariam daquele jeito todas as outras vezes.

Draco pegou o namorado no colo novamente, não deixando que encostasse os pés no chão até que estivessem os dois embaixo do chuveiro. Tomaram um longo banho, dividindo o sabonete e shampoo para dormir. Os animais noturnos uivavam lá fora, pois já era tarde da noite.

Harry vestiu apenas uma cueca e uma camiseta larga de Malfoy, que estava de pijamas xadrez e uma regata branca. Limpos, felizes e em silêncio, deitaram-se e adormeceram. Nenhum dos dois teve pesadelos. Não naquela noite.

[...]

Draco acordou pela manhã com o cheiro das flores invadindo suas narinas. Ele estava sozinho na cama, e a calma que o invadiu era paralisante. Durante toda a vida, procurou por aquele tipo de paz. Relaxamento completo; sem o temor e a solidão.

Bocejou, escovou os dentes preguiçosamente e caminhou descalço até a cozinha, onde uma xícara de café fumegante já esperava por ele. Ele a agarrou entre os longos dedos e saiu da cabana, sendo recebido por uma vista de tirar o fôlego.

O céu estava manchado por tons de vermelho, rosa e lilás, e o mar permanecia calmo. As ondas quebravam na costa, lá embaixo, num som ritmado. Malfoy pensou que poderia acordar todos os dias com aquele som; ser recebido pela natureza e por todas as criaturas vivas maravilhosas que existiam naquele mundo. Sim, havia beleza naquele mundo. Apesar de todo o sofrimento.

Harry estava de pé na beirada da montanha, observando a mesma vista, e Draco se aproximou lentamente para não assustá-lo. O garoto tinha os óculos embaçados pelo vapor do café que espiralava nas mãos, e quando viu o namorado, sorriu. Um sorriso tímido.

Draco não disse nada, apenas depositando um beijo na testa do garoto e bebericando o café doce e quente.
As nuvens se moviam lentamente no céu.

— Fico pensando em quantas outras versões de mim não tiveram a mesma sorte. — Harry admitiu, sem olhar para Malfoy. Continuava observando o horizonte. — E me sinto tão agradecido...há tanta gratidão em mim que não sei onde colocá-la.

Draco dedilhou a porcelana de sua xícara, pensando.

— É uma vida maravilhosa, essa que temos. — Disse.
— Não acha?

— Fantástica. — Respondeu prontamente Harry. — Mas às vezes me pergunto se a mereço.

— É claro que a merece. Nós dois merecemos. — Draco encostou levemente seu ombro no de Harry, que suspirou, aliviado pelo toque físico. Os dois assistiram um trio de pássaros voando em piruetas ao redor da colina. — Lutamos muito para estar aqui. Esse é o nosso final feliz.

A frase fez com que uma lágrima silenciosa corresse pela bochecha de Potter e caísse na grama. Uma flor nasceria daquela gota, porque de toda morte surgia uma vida.

Harry Potter disse baixinho, talvez querendo que o vento engolisse as palavras e as levasse para longe:

— Queria que todos os Outros de Nós tivessem seu próprio final feliz. Desejo tão ardentemente que perco o sono. — O Grifinório secou o rosto com as costas da mão. — Mas não sei se meus desejos ainda tem poder. Não o poder que tinham antes...bom, você sabe.

Draco deu mais um gole em seu café, deixando o amargor descer por sua garganta e anestesiá-la. Ele finalmente se virou para encarar Harry, seus olhos azuis se chocando com o verde quando o moreno virou o rosto.

— Já que desejos aparentemente tem tamanho poder, então façamos assim, Cicatriz. — Ele mordeu o interior da bochecha. — Eu não quero nunca mais me separar de você a partir de hoje até o dia em que eu morrer. E eu o amo tanto que quero morrer primeiro para não ter de sentir a dor de te perder. Quero que fiquemos velhinhos juntos, e que você me ame e me deseje mesmo quando eu tiver rugas e ficar mais rabugento que já sou hoje, porque eu te desejarei. Com os cabelos brancos e tudo. Se eu pudesse desejar apenas uma coisa no mundo, do lugar mais puro da minha alma, eu desejo que isso, que nós, seja para sempre.

Harry não conteve o rubor que tomou sua face, e suas mãos que seguravam a xícara tremeram diante da declaração. Os raios de sol laranjas bateram sobre eles, realçando a cor de suas peles e cabelos. Harry gaguejou, mas conseguiu falar:

— Cuidado com as coisas que você deseja. Desse jeito, vai acabar ficando preso a mim pelo resto dos seus dias.

Draco mostrou a língua, brincalhão.

— Uau, estou apavorado.

Harry deu um passo mais para perto de Draco, entrelaçando suas mãos. Havia muito amor em seu olhar, mas ele não sorria.

— É sério. Vai ter de lidar com a minha chatice, piadas ruins e miopia crônica. Com o fato de que ocupo 90% da cama e minhas roupas sempre estão amassadas e jogadas por todo lado. Que eu sem querer vou usar sua escova de dentes de vez em quando.

"Vai ter de conviver com o fardo da minha fama e do meu nome, e dos holofotes sobre nós o tempo todo. Nunca teremos paz, sempre seremos observados. Você realmente quer isso?"

Os cabelos de ambos se bagunçaram com a brisa salgada do mar que bateu sobre a costa. A rajada de vento fez as flores do chão levitarem e voarem para todas as direções, se prendendo às mechas loiras e castanhas dos fios em suas cabeças. Eles eram infinitos.

Draco respondeu firmemente:

— Eu quero. As roupas amassadas, as escovas de dente trocadas e todo o resto. Eu quero tudo. Ou você se esqueceu que estou apaixonado por você, cabeça dura?

Harry levou a mão de Draco aos lábios e plantou um beijo singelo. Os olhos azuis do Malfoy brilharam com a cena. Com o amor, o amor incondicional, aquele tipo de amor que só se sentia uma vez, eles brilharam. E brilhariam por longos e felizes anos naquele mesmo lugar, pela mesma razão.

— Não. Eu não esqueci. — Harry disse, sorrindo. — Eu me lembro muito bem.


—————————Fim———————————

Notas da autora:

Essa fanfic tem 3 anos, 08 meses e 14 dias, e eu a amei por todo esse tempo, e amarei muito depois disso.

Tanta coisa aconteceu na minha vida - e na vida dos meus leitores - durante esse período. Tanta tristeza, felicidade, vitórias, derrotas. A vida passa e nós nem notamos. Só percebemos que acabou quando estamos de cara com o fim. Mas, nossa, como o caminho é incrível, não é? Entre o começo e o fim, acontecem tantas coisas espetaculares. É entre o começo e o fim, bem no meio, que encontramos as coisas mais belas e extraordinárias.

Eu queria pedir desculpas pela demora para finalizar essa história, mas eu precisei de tempo. Para organizar minha vida, minha mente e dar o final que eu queria.

O Garoto que Foi Esquecido sempre foi planejada para ter um final feliz. Eu só não sabia como fazer, não tinha as ferramentas necessárias para dar um final digno a ela. O final que ela merecia, completo e íntegro.

Mas agora eu tenho. E estou aqui, entregando esses capítulos finais como um presente. A mim mesma e a vocês.

E quero agradecer ao amor, a união e a comunidade que criamos aqui. O Wattpad foi o que me tirou - literalmente - da sacada em diversos momentos de escuridão na minha vida. Quando tudo não fazia sentido, as histórias aqui dentro ainda faziam.

Obrigada por todas as mensagens de carinho, a paciência e a fé que depositaram em mim e a este trabalho.

Eu ainda quero terminar minhas outras fanfics e escrever mais (De Drarry, Jegulus, Wolfstar, etc), porque tem tanto amor em mim, existem tantas palavras que transbordam da minha alma que eu preciso que tenham um lugar para onde ir. Onde eu possa organizá-las do meu jeito. Então fiquem de olho :) Temos muita história ainda para contar juntos.

Eu amo vocês e amo essa história, com todos os erros de pontuação, crase, sentido e furos narrativos. Ela é imperfeita como eu sou; e não existe coisa mais linda que isso? Que os trabalhos de nossas vidas reflitam quem somos, como um espelho?

Espero vê-los em futuros trabalhos meus aqui na plataforma.

Obrigada, Obrigada, Obrigada.

Eu me despeço com a mais profunda gratidão.

Continue Reading

You'll Also Like

1M 50.8K 72
"Anjos como você não podem ir para o inferno comigo." Toda confusão começa quando Alice Ferreira, filha do primeiro casamento de Abel Ferreira, vem m...
703K 61.6K 75
Eu odeio você Eu amo você Eu estava tão confuso » » » Shortfic ✓ Se não curte o casal é só não ler ;) Enfia o plágio no número 29 da tabela periódi...
140K 17.9K 42
Tudo começou com apenas 7 passos para tentar ganhar o afeto de Potter, mas a vida e os relacionamentos raramente são tão fáceis quanto uma lista de v...
2.2K 271 5
𝚂𝚄𝙼𝙼𝙰𝚁𝚈: Ronald Weasley não entende Blaise Zabini. Blaise Zabini tem uma coisa por Ronald Weasley. Draco Malfoy e Harry Potter estão apaixonad...