Sempre foi ela - Duskwood

By falsaescritora20

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A mesma história de Sempre foi você - Duskwood, porém sob o ponto de vista do detetive mais gato de Duskwood... More

Como seria ser tão amado assim
Droga, estou com ciúmes?
E se?
Girassol
Chamada de video
Trabalho policial
Bem vindo a Nova York
84th Departamento de Policia de Nova York, Brooklyn
Sei exatamente onde a gente vai dar
Sou um egoísta
Quarterback
Bem-vinda ao lar, querida
Pode pegar o sal?
Eu sou muito babaca
Isso é culpa minha
Nunca mereci estar com ela
Você não faz o meu tipo
Não vou te esperar para sempre
Ela foi sequestrada
Alan x Jake (round 168)
Ela é minha
Briga, Promoção etc
Me apaixonei por ela de novo
Te vejo no altar
Final feliz
Isso é pro resto da minha vida
Agradecimento e extras

Trabalho, Jogo, Casamento

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By falsaescritora20

Acordo mais tarde naquele mesmo dia, Maria permanece dormindo. Ela está dormindo tranquilamente, dou um beijo em seus lábios e tiro o braço debaixo de sua cabeça e isso a faz acordar.

— Que horas são? — ela pergunta em uma careta.

— Eu não sei. — respondo baixinho. — Será que eu posso tomar um banho aqui?

— Claro, tem toalhas no armário. — saio da cama e ela se vira para o lado.

— Você quer vir comigo? — pergunto e ela sorri e acena que sim.

O apartamento de Maria é enorme e o banheiro do seu quarto não seria diferente, tem uma banheira, então resolvi a encher, após uns minutos volto para o quarto e pego Maria no colo a levando para lá, a banheira é grande e cabe nós dois confortavelmente.

Está bem romântico aqui, conversamos e nos beijamos, e claro depois de um tempo nós acabamos transando novamente, ela ficou por cima, cavalgando e agora que acabou está dizendo que sua perna está doendo.

Após sairmos do banho, comemos algo e agora ela está deitada no sofá, ela me disse que guardava os remédios em uma porta no closet, alcancei para ela com um copo de água e ela tomou, os remédios a dão sono, e já está quase anoitecendo novamente.

— Eu tenho que ir e vou deixar você descansar. — Estou pegando meu paletó e gravata que estão no chão.

— Tudo bem — ela responde e sorri.

— Você está bem? — pergunto.

— Estou sim e você?

— Bem demais. — me aproximo dela no sofá e me abaixo, coloco uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e faço carinho em seu queixo, dou um beijo de despedida. — Até mais, querida. — consigo dizer, e saio pela porta.

Na verdade não faço a menor ideia do que acabou de acontecer, tanto ontem, tanto hoje. Será que agora eu devesse a chamar para sair para um encontro ou nós já estamos juntos de novo? Que confusão.

Fechos os olhos e estou descendo de elevador até meu carro, vou digirindo para casa pensando nos momentos que tivemos juntos ontem no casamento e hoje em sua casa.

Quando chego em casa, envio uma mensagem para Maria avisando que cheguei e ela responde com uma carinha feliz. Resolvo mandar mensagem para Ethan que responde imediatamente.

Ethan: Fala aí, irmão! Como foi o casamento?

Eu: Melhor do que eu esperava.

Ethan: O que rolou? Deu pra passar um tempo com a Mabi?

Eu: Sim, nós ficamos juntos lá quase que o tempo todo, dançamos juntos, ela pegou o buquê, de novo. Eu a levei pra casa. Foi quase como antigamente.

Ethan: Espera um pouco. Você só chegou agora????

Eu: Sim.

Ethan: Ah seu garanhão! Hahaha!

Eu: Cala a boca.

Ethan: Então, rolou alguma coisa entre vocês dois? Cara, eu tô muito feliz! Me conte TUDO.

Eu: Eu a levei pra casa ontem depois da festa, acho que ela queria algo mais, mas estava bêbada.

Ethan: Ela disse que queria?

Eu: Eu a ajudei a tirar o vestido e por um pijama, ela disse que não tinha problema vê-la nua porque eu já tinha visto antes, mas decidi não fazer nada.

Ethan: Quanto auto domínio, cara. Então, rolou alguma coisa ou não?

Eu: Hoje de amanhã quando estava indo embora, nos agarramos no elevador, mas fomos interrompidos.

Ethan: No elevador? Seu safadinho!

Eu: Depois voltamos para o apartamento dela e nós transamos, duas vezes.

Ethan: Eu tava esperando um beijo, mas isso?! Cara, você se superou! Parabéns!

Eu: Agora eu não sei o que fazer.

Ethan: Como assim?

Eu: Será que a gente voltou? Acabou o tempo que tínhamos dado?

Ethan: Cara, não se precipite. Vá com calma.

Eu: O que quer dizer?

Ethan: Quero dizer que vocês não deram um tempo, vocês terminaram, e outra, não voltaram, mas podem estar próximos disso, a chame para sair primeiro.

Eu: Até que enfim você está dizendo coisas úteis, será que está finalmente amadurecendo?

Ethan: Nunca mais diga isso!

Eu: Haha e tem mais uma coisa...

Ethan: Conta logo!

Eu: Entrei no closet dela e vi o anel de noivado lá guardado. Isso significa alguma coisa?

Ethan: Claro que significa, ela podia ter vendido, penhorado, derretido e transformado em outra coisa, mas ela guardou. Então, a chame para sair e depois me conte o que rolou e lembre que sou seu padrinho! Te vejo amanhã no trabalho.

Eu: Até amanhã.

Reflito um pouco sobre o que Ethan disse, ele está certo, vou chamar Maria para sair, primeiro encontro de novo, mas preciso pensar bem em um lugar e o que dizer para não estragar tudo dessa vez.

Tantas vezes pensei que tinha a perdido. Perdido pelas mentiras, pelo término, pela depressão, a perdido para o Jake, perdido para a morte.

Ela foi tão forte e conseguiu superar tudo isso, e eu não vou correr nenhum risco de perdê-la de novo. Vou fazer tudo certo desta vez.

**********

Já está tarde, chegamos ao escritório de novo após efetuar uma grande prisão e estamos cansados. Estou em minha mesa terminando um relatório.

— Mandou mensagem pra Maria depois do casamento? — Liam pergunta.

— Ainda não tive tempo. — respondo passando as mãos nos olhos.

— Você vai chamá-la para um encontro? — Ethan pergunta sai da sua mesa ainda sentado na cadeira e se aproxima da minha.

— Por que não chama ela pro jogo depois de amanhã? — Aiden senta na minha mesa.

— Isso não é nada romântico. — Liam fala para Aiden.

— Não, pode ser uma boa ideia, ela foi ano passado, não foi?

— Foi sim — respondo.

— Então, leva ela para lá, vai fazer com que se lembre dos momentos bons com você. — Ethan responde.

— Até que ele pensa! — Aiden provoca. — Está amadurecendo agora que está namorando, Ethan?

— Ethan? Namorando? — olho para ele com uma sobrancelha arqueada.

— Ele está saindo com a informante. — Aiden responde.

— Eu vou fingir que não ouvi isso. — respondo erguendo as mãos.

— Cala a boca, Aiden, e isso não é verdade — ele diz me olhando — Ele é nosso chefe — ele sussurra para os outros.

— Ethan, para o seu bem eu não ouvi nada — me levanto da cadeira — Termine isso.

— Não tem nada pra terminar, foi só um lance. — ele dá de ombros e lanço um olhar severo para ele — Desculpa, sargento. — ele responde e olha pro chão.

— Então, o que você vai fazer? — Liam me pergunta.

— Acho que vou chamar ela pro jogo, afinal.

— Legal! O nosso sargento está amando de novo. — Liam debocha de mim.

— Boa noite pra vocês, eu já vou indo. — respondo sorrindo e saio.

Antes de dar a partida no carro pego meu celular para mandar uma mensagem para Maria.

Eu: Oi, querida, desculpa te mandar mensagem só agora, foi um dia agitado por aqui. Você está bem?

Maria: Oi, Alan, eu estou bem e como você está?

Eu: Bem, como foi seu dia?

Maria: Eu fui trabalhar no escritório hoje pela primeira vez depois de tudo e tive uma crise de ansiedade na hora de ir embora.

Para todos os lugares que olhava sentia Rio me olhando. Mas agora, eu já estou melhor.

Eu: Eu lamento que tenha passado por isso... Você é forte, sei que com o tempo vai melhorar.

Maria: Eu espero que sim.

Eu: Você se lembra aquele jogo de futebol americano que fomos ano passado? A polícia x bombeiros?

Maria: Sim, me lembro. Você vai jogar de novo?

Eu: Não, eu não vou jogar, mas o jogo vai ser depois de amanhã e queria saber se quer ir comigo?

Maria: Por que você não vai jogar?

Eu: Eu não me inscrevi, não treinei, então vou só assistir dessa vez.

Maria: Tudo bem, que horas vai ser?

Eu: Vai começar as sete, posso passar para te pegar?

Maria: Sim, combinado.

Eu: Combinado. Se precisar de algo, tiver crises, pode me ligar a qualquer momento, qualquer hora e eu vou até você.

Maria: Obrigada :)

Todos os anos tem esse jogo da polícia x bombeiros, é uma atividade para juntar os departamentos e relaxar um pouco já que a maioria de nós vive sob constante tensão.

No ano passado, fui um dos jogadores junto com os rapazes, eu fui quarterback e acabamos ganhando o jogo.

Porém esse ano eu não vou jogar, ainda assim seria legal estar lá com ela, acho que o Ethan está certo, ela vai lembrar do que vivemos lá, e espero que isso conte ao meu favor.

Estou na portaria da Maria, esperando ela descer, saio do carro e fico esperando encostado na porta do passageiro e quando a vejo sorrio imediatamente.

Ela está usando a mesma roupa do ano passado, boné de cabelo ondulado solto, a camiseta do time da polícia e número 20 na frente e atrás com meu nome, calça jeans apertada preta, um tênis baixo no pé e a bota ortopédica na outra.

Já eu, estou usando uma camiseta preta dos Jets, uma jaqueta preta por cima, e um boné do Jets também, calça jeans azul escura e tênis adidas clássico branco.

— Oi, Alan! Nossa, você está bonito com essa roupa, mas achei que a gente fosse um time. — ela aponta para a camiseta dela — Entendeu? — ela vem até mim sorrindo.

— Oi, você está muito bonita também, foi mal, não sei onde minha camiseta está. — dou de ombros com uma careta.

— Obrigada, pena que não vai jogar esse ano. — ela lamenta. — Quem sabe no ano que vem?

— Talvez. — respondo e abro a porta do carro para ela.

*********
MARIA

Ao chegamos no estádio onde o jogo vai acontecer, Alan abre a porta e me ajuda a descer do carro, nós vemos nossos amigos na arquibancada e vamos até lá.

— Oi, Maria, que bom que você chegou! — me cumprimenta Addie, esposa de Liam.

— Oi, você está tão bonita! — elogio, porque é verdade, ela está parecendo a Rachel, de Friends, duas tranças louras naturais e um boné virado para trás e seus olhos azuis brilhantes.

— Posso dizer o mesmo de você. — ela responde com seu lindo sorriso e passa a mão no meu braço.

Estamos vendo o aquecimento de ambos os times, enquanto o estádio enche, eu amo esportes, ainda assim não consigo entender direito as regras do futebol americano, mas o time que eu torço ganhando é o que importa.

— Vou pegar algo para comer para nós, pode ser? — Alan fala próximo ao meu ouvido.

— Pode sim. — respondo com um sorriso.

— Hambúrguer e fritas?

— Você me conhece tão bem. — também queria pipoca, mas ele já tinha ido, então não pedi.

Addie e eu, estamos batendo papo furado, na verdade, ela não para de meu pedir um spoiler de um livro que a editora onde eu trabalho vai lançar, mas não quero dizer nada a ela porque o segundo livro é muito ruim, eu nem queria publicar, mas meus superiores visam o dinheiro e não tem nada que eu possa fazer, ela acaba desistindo e Liam a chama e ela vai para perto dele. Eu não fico muito tempo sozinha já que Ethan se aproxima.

— E aí, Mabi, é muito bom você estar nos nossos roles de novo. Senti saudade disso.

— Eu também, Ethan. Como você está?

— Você sabe como eu sou — ele dá de ombros — Não existe tempo ruim pra mim.

— Verdade. — dou risada.

— Eu queria falar com você.

— Ethan, eu já disse, eu não tenho nenhuma amiga pra te apresentar, você já pegou todas as solteiras que eu conheço.

— Não — ele levanta a cabeça rindo — Nada disso, mas é bom saber. Você sabe que Alan e eu, somos como irmãos, não sabe? — então, ele apoia os antebraços na grade da arquibancada segurando as mãos e se inclinando um pouco para frente.

— Eu sei, Ethan.

— Quando você o deixou, ele ficou muito mal, e eu estive aqui ao lado dele tentando o manter firme e forte. — aceno que sim com a cabeça totalmente envergonhada — Se estiver dando moral pra ele de novo porque se sente solitária é melhor dar o fora agora. Mas se estiver dando outra chance a ele eu apoio totalmente, sabe que gosto de você, Mabi. — um nó se forma na minha garganta e meus olhos estão ardendo — Sério, Maria, dá próxima vez que magoá-lo não vou permitir que ele te perdoe de novo. Mesmo que achasse que foi só ele que errou. — finamente consigo olhar para Ethan de novo.

— Não vai ter próxima vez. — disso eu tenho certeza e quero garantir isso, queria mostrar o quanto me arrependo de ter deixado Alan, mas este não é o momento e nem o lugar.

— Ótima resposta. — ele sorri, voltando ser o Ethan brincalhão e me puxa para um abraço apertado, eu amo esse menino.

Alan volta com a nossas comidas e bebidas, e vamos devorando tudo no primeiro quarto, a polícia está ganhando por enquanto, mas o jogo está apertado.

No começo do segundo tempo, ou seja, terceiro quarto, peço para Alan comprar a tal pipoca que ele gentilmente vai e compra sem reclamar e sorrindo, troco alguns olhares com ele em momentos do jogo onde acontece algo que eu não faço a menor ideia do que significa e ele me explica pacientemente.

Me pergunto se ele sente vergonha de mim pelo escândalo que eu faço xingando todo mundo, inclusive a arbitragem, mas quando olho para ele, ele está rindo.

Os policiais jogaram mal depois do intervalo, acabamos perdendo o jogo o que me deixa com muita raiva, mas deixo isso de lado e porque começamos a zombar do time e eu senti muita falta de estar com este grupo de pessoas incríveis.

— Pena que o time perdeu. — Alan comenta.

— Isso foi por que o melhor jogador ficou no banco. — respondo.

— Ano que vem eu jogo de novo.

— Você se lembra do ano passado? Foi tão legal, eu me senti em um filme!

— Em um filme? Por quê? — ele franze o cenho me olhando.

— Porque eu me senti como se fosse a garota nerd excluída que namora o quarterback do time que é o cara mais popular, é meio bobo e adolescente, eu sei. E foi quando você me pediu para morar com você. — sorrio com a lembrança.

— Não é bobo, ano passado foi demais, pareceu mesmo um filme. Vem, vou te levar para a casa. — ele coloca o braço sob meu ombro me puxando para perto e sinto seu perfume amadeirado.

No carro, a caminho da minha casa, penso em tudo o que o Alan já fez por mim, penso no que Dan me disse sobre ele quando eu estava no hospital, sobre o que o Ethan disse.

Eu fui muito injusta com Alan, me arrependo muito disso, sinto um gosto amargo na boca, porque depois de tudo o que eu fiz, ele ainda está aqui do meu lado. Todas as pessoas que já amei foram embora, me deixaram, mas ele ainda está aqui.

Sei que ele mentiu pra mim, quebrou minha confiança, mas e quanto a mim? O que eu fiz foi muito pior, eu terminei com ele e fiquei com outra pessoa. Meu Deus, sinto vontade de gritar, de me estapear, de chorar, de perguntar o que ele ainda está fazendo comigo, porque ele ainda insiste em mim?

— Quando você vai tirar essa bota? — ele me pergunta do nada me tirando da minha crise existencial.

— Já está de saco cheio de me dar carona? — pergunto sem humor.

— Não, nunca. É só curiosidade.

— Semana que vem eu tiro. — tento sorrir para ele, mas me sinto morrendo por dentro.

— Maria, eu queria falar com você sobre o outro dia, sobre nós dois.

— O que você quer falar? — é agora, ele vai me dar um fora, e eu não posso dizer que não mereço isso.

— Hum, na verdade pensei que ia dar uma resposta engraçadinha e mudar de assunto. — ele responde com aquele sorriso de lado, e tudo o que eu queria era fazer este homem sério rir pelo resta da minha vida.

— Alan, ficar no casamento com você foi perfeito, e nas horas seguintes também. Agradeço por ter cuidado de mim, de novo. — digo com sinceridade.

— Pra variar. — ele ri de novo e eu derreto por dentro — Então, eu não sei como dizer isso... — Ai meu Deus, meu coração dispara, ele vai me dizer que está saindo com outra pessoa, porque foi exatamente com esta mesma frase que comecei dizendo que estava com o Jake.

— O que você quer me dizer? — me ajeito no banco para olhar melhor para ele.

— Eu queria te chamar para sair, como um encontro de verdade. — ele pergunta indiretamente, e alívio é o que percorre nas minhas veias agora.

— Só me falar o local e a hora. — sorrio verdadeiramente.

— Sabe que eu buscaria você.

— Eu posso dirigir com a bota. — brinco.

— E eu posso multar você por isso.

— Você faria isso?

— Não. — responde ele rindo.

Ele continua dirigindo, e eu quase tive um ataque de pânico por achar que ele ia me dizer que estava saindo com outra garota, eu não aguento mais nem mais um segundo sequer estarmos nessa situação, não quero sair com ele, eu quero ele por inteiro, quero ele seja meu, porque eu sou completamente dele.

Quando percebo, estamos na frente do meu prédio, ele estaciona o carro, sei que ele iria descer do carro e me ajudar a descer, mas de qualquer coisa digo:

— Na verdade, eu acho que temos que conversar.

— Sobre o quê? — ele responde com um tom de voz calmo, tira o sinto e coloca o cotovelo na janela.

— Sobre nós.

— O que exatamente sobre nós?

— Em primeiro lugar, quando nós terminamos, eu disse e fiz coisas que me arrependo, sei que magoei você com essa atitude, e por isso te peço desculpas.

— Isso foi por causa do que o Ethan disse...

— Você ouviu a nossa conversa? — pergunto chocada com sua bisbilhotagem.

— Ouvi, mas foi sem querer, eu juro. — ele ergue as mãos mostrando inocência o que me faz rir.

— É estranho dizer isso, mas ele estava certo, magoei você, me desculpe.

— Não precisa se desculpar...

— Eu preciso sim — digo já quase chorando — Você também estava certo sobre mim, assim que terminamos eu praticamente corri para os braços do Jake, eu fui pela emoção e não pela razão. Eu me sinto horrível. Me desculpe, Alan. — minha voz embargada.

— Você sabe que não foi exatamente assim. — ele tenta me consolar.

— Eu fiz um resumo. — porque a verdade foi exatamente essa, ele não me contou sobre o Jake porque tinha medo que eu ficasse com ele e foi o que aconteceu — Sei que cometeu um erro mentindo pra mim, e eu não abri espaço para erros no nosso relacionamento, e eu errei ao fazer isso. Acho que esfriar a cabeça e uma boa conversa teria resolvido tudo e evitaria muita coisa, muita coisa mesmo. — aponto pra minha perna que é uma sequela das consequências das minhas escolhas — Alan, me perdoe. — não consigo mais segurar e choro.

Ele vai em minha direção e me consola, limpa minhas lágrimas e me puxa para um abraço, ele coloca minha cabeça em seu ombro me permitindo chorar, enquanto faz carinho nas minhas costas.

— Eu sei que está me chamando pra sair para recomeçar, e eu quero muito sair com você, mas eu acho que podemos voltar de onde a gente parou. Alan, você é o homem mais gentil do mundo, é atencioso e cuida de mim, e você não é só assim comigo, você cuida de todos ao seu redor, você é tão inteligente, você sai todos os dias para trabalhar e coloca sua vida em risco para proteger a cidade e tenho certeza de que Nova York está mais segura desde quando veio para cá, um dia você vai se tornar capitão e eu quero estar lá pra ver isso, eu te admiro tanto, Alan, você me torna uma pessoa melhor, estou completamente apaixonada por você.

— O que você quer dizer? — Alan me pergunta com sua linda expressão confusa.

Eu não consigo mais conter o que sinto dentro de mim, eu preciso tê-lo, senão vou explodir, eu preciso saber se ele ainda sente o mesmo que eu, então, seguro sua mão e faço carinho em seu dedo anelar, queria ter uma aliança agora.

— Alan Bloomgate, você me daria a honra de se casar comigo? — peço, quero muito ser esposa deste homem, mais do que qualquer coisa no mundo.

— Se vamos voltar de onde paramos, eu deveria perguntar isso pra você. — ele diz e meu riso sai abafado.

— Só responde. — eu preciso sabeeeeer.

— Sim, Maria, eu quero me casar com você.

— Obrigada — respiro aliviada, começo a chorar de novo, mas desta vez de felicidade — Eu te amo, Alan, eu te amo muito, muito mesmo.

— Eu te amo, Maria. — responde ele que me puxa para um beijo e me abraça forte, e eu sei que tomei a melhor decisão da minha vida.

Depois de chorarmos, rirmos e de nos recuperar das emoções dos últimos minutos, sinto que devemos conversar sobre algumas coisas, não gosto de falar sobre o passado, mas nunca conversamos sobre isso e precisamos deixar tudo as claras.

— Acho que temos que conversar sobre honestidade, nesta relação. — começo.

— Sim. — concorda ele.

— Pra começar, vamos falar sobre você — ele sorri porque era óbvio que iria falar sobre isso — Alan, sei que agora sabe disso, mas eu preciso falar, você não precisava ter mentido para mim sobre a sua transferência, eu ia adorar saber que você veio para cá por minha causa e se foi por isso que veio, por que demorou tanto?

— Me desculpe, eu não sabia o que você ia achar de mim, eu não queria forçar nada, não queria que se sentisse obrigada a ficar comigo só porque vim pra cá por sua causa, mas eu deveria saber que você não é assim. — ele responde e pega minha mão. — Naquele dia, você voltou e me perguntou sobre isso, como você chegou nesta conclusão?

— Era meio óbvio, sendo bem sincera. — dou risada dele e ele ri também.

— Eu devia ter vindo antes. — diz ele.

— Sobre o Jake, não tem como sabermos como seria se você tivesse me contato sobre ele, existem muitas possibilidades, infelizmente, a pior delas se fez real.

— Aquele não foi o pior dos cenários. — ele diz olhando para nossas mãos entrelaçadas e franzindo o cenho.

— Não? E qual seria?

— Seria você ter morrido naquele sequestro.

— Alan...

— Maria, você não tem noção do quanto foi difícil não saber se estava viva ou não, tudo era um borrão, eu estava lá naquele galpão procurando por você e conseguia ouvir meu coração batendo devagar nos meus ouvidos, então, eu achei você, e tudo voltou, eu não sei explicar, era tudo nítido de novo, meu ritmo cardíaco ficou rápido e tudo o que eu queria era tirar você dali, quase dei um soco no paramédico que imobilizou sua perna por fazer você gritar de dor daquele jeito, mas sabia que era para o seu bem. Maria, eu juro que se você tivesse morrido naquele dia, eu teria morrido também.

— Me desculpe. — digo baixinho.

— Sabe que não precisa pedir desculpa, você não fez nada, não foi culpa sua.

— Quando você me achou lá, eu achava que ia morrer, eu queria dizer que te amava, me despedir, mas você não deixou, você disse que não ia me deixar morrer, e não deixou. Sabia que estaria segura com você.

— Eu sei o que você ia dizer, por isso não deixei, queria que me dissesse aquilo em outro momento e você disse agora.

— Mas eu segurei sua mão com toda minha força, pensando se você ainda lembrava, estava dizendo que eu te amava, Alan.

— Eu sabia, eu sempre soube.

— Agora vamos falar sobre mim, eu traí você.

— O quê?

— Esse tempo que passamos separados, eu fiquei com o Jake, e eu sinto como se tivesse traído você, Alan, me arrependo tanto, infelizmente vou carregar este sentimento pelo resto da minha vida, eu não podia ter feito aquilo com você...

— Maria, calma. — ele pede. — Não foi assim, você sabe, nós terminamos, você estava livre para ficar com quem quisesse, nós poderíamos estar com outras pessoas agora e nunca mais nos vermos, mas este amor, o que temos, é real, sabemos o que sentimos um pelo o outro e é por isso que estamos sentados aqui conversando e resolvendo as coisas, nós erramos, sim, nos arrependemos, e vamos fazer um voto de que não iremos mais comete-los. Certo?

— Certo. Obrigada.

— De nada. Próximo tópico.

— Você por um acaso, assim, quando estávamos solteiros, e tals, você ficou com alguém? — pergunto fazendo uma careta.

— Eu sabia que você queria me perguntar isso. — responde ele tapando o sorriso com a mão.

— Queria te perguntar todos os dias, mas não queria parecer tóxica. — dou risada.

— Bom, eu não sou de ferro...

— O quê? — grito e dou um tapinha no peito dele e ele ri ainda mais.

— Houveram algumas tentativas de algumas mulheres e homens também, só pra você saber, mas não, eu não fiquei com ninguém.

— Que homem disputado. — agarro o colarinho da sua camiseta.

— Pra você ver, mas querida eu só tenho olhos pra você. — ele me lança um olhar matador agora e eu engasgo.

— Que bom, porque você é meu. Você sabe, né? Que é meu?

— E você é minha.

— Sou sim, gato. — pisco pra ele.

— E eu sou seu, meu amor. — disse ele, eu sei que tenho um certo trauma por conta do sequestro que me chamem de amor, mas ele me chamando assim com essa voz rouca me deixa louca.

— Estamos noivos. Mas, vamos namorar um pouco, sairmos juntos, e toda aquela coisa romântica, até decidirmos quem vai morar com quem ou se vamos comprar um nova casa juntos de novo, pelo menos por enquanto. Pode ser?

— Pode ser, desde que eu possa dormir na sua casa hoje.

— É claro que você vai dormir aqui hoje.

— Você me faz muito feliz. — diz ele sussurrando próximo aos meus lábios sorrindo.

— Você me faz muito feliz. — repito tocando nossas testas.

— Você quer um novo anel de noivado? — me pergunta ele se afastando.

— Não, eu gosto do que me deu.

— Você poderia me devolver?

— Quando a gente se separou você não pediu pra devolver e agora que voltamos você quer de volta?

— Só para poder colocar na sua mão de novo. — Alan responde, então, nós subimos até o meu apartamento.

Alan se senta no sofá, e eu vou até meu closet, onde guardei o anel que me encarou por todo esse tempo, é claro que eu coloquei ele diversas vezes e me olhei no espelho e fiz caras e bocas igual uma idiota, fingindo que ainda estava noiva dele, que bom que agora não vou mais precisar fingir.

Entrego o anel para ele e me sento ao seu lado no sofá, mas ele desce e fica de joelhos segurando o anel.

— Não precisa fazer isso de novo.

— Mas eu quero fazer isso. Posso?

— Pode.

— Você é extraordinária. Se pensa que me admira saiba que eu te admiro ainda mais, já disse isso, mas vou repetir que é a pessoa mais forte que eu conheço, você perdeu seus avós muito nova, teve que lidar com seus pais viciados que morreram de maneira trágica e com várias outras merdas, ficou sozinha, se dedicou e estudou, se formou como melhor da turma, é PhD, se tornou uma grande e renomada editora chefe. Você foi sequestrada, esfaqueada, superou uma forte depressão, resolveu um caso de sequestro, honestamente, você me deixa intimidado. Você é uma força da natureza, nada te para. Desde que te conheci em Duskwood, meu coração nunca mais bateu da mesma forma, mas na época eu não sabia o que era. E com o tempo, eu percebi que estava me apaixonando por você. Não conseguia mais ficar longe de você, então eu vim para cá. Estou completo com você. Quando ficamos separados tudo ficou cinza e agora você fez tudo ficar colorido de novo. Eu sei que esse discurso está meio brega, mas é a verdade de como me sinto. Espero um dia chamá-la de esposa. Maria, quer se casar comigo?

— Sim! — respondo chorando, ele coloca a aliança em meu dedo e ele beija minha mão e depois limpa minhas lágrimas. Eu estou tão feliz. 

— Eu quero que me prometa uma coisa. — ele diz se sentando ao meu lado de novo.

— O quê?

— Quero que me prometa que vai ser você mesma, que não vai tentar me compensar pelo período que ficou com o Jake.

— Alan...

— Só me prometa, ok?

— Eu prometo. Eu não consigo acreditar que alguém como você exista e queira se casar comigo.

— Eu te amo.

— Também te amo, eu queria tanto te dizer isso no dia do casamento da Jessy, quando cuidou de mim. Se a polícia tivesse ganhado o jogo esta noite ia estar perfeita.

— Está perfeita pra mim. — responde ele, mas ele não ideia de que ele é quem é perfeito — Você é perfeita. — diz ele.

— Eu senti tanta saudade — digo baixinho encostando a testa em seu rosto e fechando os olhos.

— Também senti saudade, querida. — ele me dá um beijo na cabeça.

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