𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐬 | 𝙱...

By aPandora02

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Conseguir um emprego como faxineira no maior centro executivo de direção da S.H.I.E.L.D. foi a luz no fim do... More

❗Importante❗
~ Personagens ~
1 - Alpine
2 - Socializar
3 - Traidor Entre Nós
4 - Invasão
5 - Socorro
6 - Confia Em Mim?
7 - Rodovia (Parte 1)
8 - Rodovia (Parte 2)
9 - Companheiro Caído
10 - Lado Errado
11 - Eu Sou Daiana...
(Parte 2) 1 - O Pacto
2 - Passado E Futuro
3 - Suspeitos
4 - O que aconteceu?
5 - Sujeito Mascarado
6 - Sacrifícios
7 - Dallas
8 - Visita Ao Pesadelo
9 - Ruínas De Um Homem
10 - Viva Por Mim
(Parte 3) 1 - O Que Acontece Depois
2 - Seguir Ou Não Seguir?
3 - Em Frente
4 - O Que Você Omite?
5 - O Passado Sempre Volta
6 - Bons Amigos
7 - Um Novo Capitão América
8 - Digno
9 - Um Símbolo Ou Um Objeto?
10 - Um Quase
11 - Super-Soldados
12 - Convite
13 - Jantar
14 - Ameaça
15 - Ordens
16 - Zemo
17 - Madripoor
18 - Princess Bar
19 - Respira, Expira
20 - Brownie
21 - Certo ou Errado?
22 - Abra Os Olhos
23 - Dog Tag
24 - Crianças
25 - Pessoas Confusas
26 - Ponto Fraco
27 - Não
28 - Sem Fôlego
30 - Silêncio
31 - Dor
32 - Liberdade
33 - Planos

29 - Medo

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By aPandora02

"Eu nunca vou dizer nunca, eu vou lutar

Eu vou lutar para sempre, para fazer o certo

Sempre que você me derrubar, eu não vou ficar no chão

Vou levantar, vou levantar"

(Never Say Never – Justin Bieber feat. Jaden)

Aquela sensação...

De novo não... a vozinha sussurrante em sua mente implorava.

— Tira as crianças daí — foi o que conseguiu dizer numa voz quase inaudível devido ao nó na garganta, causada por um misto de raiva e desespero.

— Daiana, eu não posso simplesmente... — tentou argumentar do outro lado da linha telefônica.

— Mas que porra, Melinda — gritou enfurecida sentindo as mãos trêmulas quando jogou os cabelos para trás num movimento brusco. — Não interessa a porra dos problemas que você vai ter fazendo isso. Eu estou te mandando pegar as crianças e dar um fora daí agora, caralho!

Bucky e Sam, perplexos, não faziam nada além de estarem parados ao redor da mulher que num segundo havia se transformado completamente. Há menos de dois minutos vagavam pelas ruas em busca de algum sinal de Zemo quando o celular de Daiana tocou. Atendeu alegre quando viu o nome da amiga brilhando na tela, na esperança de poder falar com alguma das crianças, mas ao contrário disso ouviu no primeiro segundo a voz apressada e repleta de pânico de Melinda.

Imediatamente inundada por um sinal de alerta, levou alguns instantes para acalmá-la o suficiente para que pudesse falar com clareza e lhe explicar o que a estava assustando, para então Daiana ser aquela a precisar ser acalmada. Jamais esperaria atender uma ligação de Melinda para que esta, com voz chorosa, lhe pedisse socorro pelos seus filhos.

Foi explicado que Karli de alguma forma conseguira não apenas o número de celular de Melinda, como sabia também seu endereço, nome, sobrenome, o nome das crianças e que Alpine estava com a mulher, cujo marido estava distante o suficiente para que estivessem vulneráveis. Melinda está completamente vulnerável sem ninguém que poderia protegê-la bem o suficiente no mesmo país.

Se algum super-soldado como os Apátridas resolvesse fazer qualquer coisa contra qualquer pessoa, a policia tradicional definitivamente não poderia pará-los tão facilmente quanto fariam com um criminoso comum.

— Me escuta! — Nervosa, Melinda mandou do outro lado da linha.

— Eu não quero ouvir mais nada, Melinda — novamente agarrou os próprios cabelos com a mão livre, puxando-os. — Eu mandei enfiar as crianças no carro e sair daí. Sai!

Quando a amiga lhe dissera que Karli Morgenthau a ligara ameaçando sua família caso não passasse uma mensagem a Daiana, esta última não a deixou completar o que tinha para falar. Estava nervosa demais para pensar racionalmente.

Enquanto a amiga falava, sua mente só gritava uma coisa:

Eles estão em perigo.

Junto da lembrança de cada risada infantil.

Eles estão em perigo.

Cada arranhão da própria Alpine.

Eles estão em perigo.

O choro de criança.

Fechou os olhos com força lutando contra a vontade de chorar por se sentir tão inútil. Vendo seu estado e não entendendo bem o que estava acontecendo, mas sabendo que envolvia Melinda, melhor amiga de Daiana, Bucky a tomou num abraço pressionando-a contra seu peito enquanto as mãos esfregavam suas costas num gesto de conforto que era tudo o que infelizmente podia fazer por ela agora. Detestou o quanto tremia em seus braços.

Aquilo era um sinal de que fosse o que fosse o que estivesse acontecendo, deixara Daiana apavorada. E fosse o que fosse, o fez ferver de raiva.

— Me escuta! — Ficando mais exaltada que a outra por não estar lhe dando ouvidos, cega pelo medo, Melinda precisou gritar mais alto e Daiana se calou. — Ela disse algo sobre você ter mentido para ela e quebrado sua confiança. Então quer se encontrar com você... — hesitou por um instante quando se viu sendo a única a falar e que Daiana havia atendido àquele seu pedido e apenas a escutava — a sós...

Daiana trancou a respiração e engoliu em seco. A amiga prosseguiu diante do silencio:

— Dai — a chamou muito mais calma comparado há segundos atrás, mas o nervosismo ainda era perceptível em sua voz. — Por favor, toma cuidado — suplicou. — Eu não posso perder você. Nem eu, nem as crianças e nem a Alpine.

Conteve com muito esforço uma lágrima que ameaçou escorrer por sua bochecha.

Mesmo que não tivessem laços de sangue, Daiana ouvira uma vez que a família é também aquela que construímos ao longo do caminho. São os amigos que conhecemos e mantemos. Nos preocupamos com eles, como uma família de verdade. Melinda, quem aleatoriamente conhecera no trabalho, foi a primeira a lhe receber.

A ajudou a se adaptar e não hesitou em abrir as portas de sua casa e coração para Daiana. A confiara os próprios filhos. Sob seu teto a abrigou e nunca a forçou a fazer nada que não quisesse. Mesmo com poucas informações, sempre a ajudava quando pedia. A apresentara a sua mãe, de saúde bastante frágil, e se responsabilizou por também visitar e cuidar do sr. Guerini em sua ausência, além de abrigar Alpine também.

Melinda era sua família. E a família dela também era sua.

Não iria permitir que nada e nem ninguém tirasse tudo o que amava outra vez. Não se permitiria ver as pessoas que amava sendo arrancadas de seus braços de novo.

Antes poderia ser que sim, mas gora não mais importava que Karli Morgenthau fosse apenas uma garota, iria pagar, como qualquer pessoa, pelas consequências de seus atos. Ameaçara sua família.

Então para Karli, Daiana seria a sua consequência.

— Aonde ela quer se encontrar comigo? — Numa voz perigosamente calma e olhos fechados para manter controle sobre si mesma, a perguntou.

O endereço foi passado e a ligação encerrada. Afastou-se dos braços de Bucky e em passos apressados o contornou seguindo caminho enquanto os dedos apressados e trêmulos digitavam no Google o endereço para que soubesse exatamente onde era. Afinal, seu guia turístico e procurado pelo governo de praticamente todos os países estava desaparecido.

Ouvia seu nome sendo chamado por duas vozes em suas costas, mas temia que qualquer segundo perdido poderia resultar em alguma consequência a Melinda e as crianças.

— Daiana! — Seu caminho foi barrado por Bucky que a segurou pelos ombros, forçando-a a desviar a atenção do celular e erguer a cabeça para ele.

Doeu em Barnes ver os olhos vermelhos refletindo dor e raiva, mesmo que não fossem direcionados a ele.

— O que aconteceu?

Sam, que os alcançou, os observava tão preocupado quanto intercalando o olhar entre os dois e aguardando por uma resposta. Não lembrava-se de já tê-la visto naquele estado, mas apenas afirmava o quanto a situação era bastante séria desde o desaparecimento de Zemo.

— Sabem sobre a Melinda — lhe contou numa voz embargada apesar de todo o esforço para manter a cabeça erguida e as lágrimas para si mesma. — Ameaçaram ela, as crianças e a Alpine. Tudo porque quer falar comigo — então hesitou por um instante, focando-se em Bucky, já imaginando qual seria a sua reação. — Disse para eu ir sozinha.

— Eu vou com você — como esperado, posicionou-se com rapidez e firmeza, sem deixar brechas para que fosse rebatido de qualquer forma.

Não importava para ele se Daiana se oporia a isso, era inaceitável que ela realmente fosse sozinha. Chegava a ser estupidamente engraçado que alguém, de verdade, cogitasse a possibilidade de ele permitir aquilo. Iria junto, obviamente. Nem que fosse escondido.

Daiana não estava pensando em perder tempo discutindo por algo inútil, apesar de não acalmá-la nem um pouco pensar que se Karli a visse acompanhada, daria qualquer ordem para que fizessem qualquer coisa contra Melinda e as crianças, mas no desespero contra o tempo, se atreveu a arriscar. Precisava ser rápida e o mais calma possível agora, apesar de a raiva corroê-la por dentro, percorrendo todo o seu corpo sob a pele e entre as veias.

...

As escadas de pedra eram bastante antigas e estreitas, o local que um dia foi um luxuoso hotel ou algo assim estava simplesmente largado a própria sorte. Estava no local ordenado, acompanhada de Sam e Bucky que não se importaram de ao menos se esconderem para fingirem terem atendido a uma de suas exigências, mas assim que alcançaram a sacada do segundo andar do edifício completamente vazio, os olhos escuros de Daiana encontraram os irritantemente serenos de Karli, que tinha a audácia de agir de forma inocente, como se não tivesse ameaçado a vida de crianças inocentes.

— É melhor começar a falar, porque quanto menos tempo eu passar olhando para você mais chances terá de viver — foi Daiana a primeira a se pronunciar entredentes.

Karli sabia que ameaçar crianças a deixaria furiosa e particularmente era a reação que esperava. Sabia que funcionaria. Mas estava curiosa sobre uma pequena coisa: ao receber a notícia do que fizera, Daiana, que se mostrava alguém tão a favor da paz, ao se ver nesta situação reagiria de forma agressiva ou tentaria o pacifico diálogo como tentara da última vez para enganá-la até que o Capitão América e os reforços chegassem para prendê-la?

Até o momento, Karli podia dizer que a outra se controlava muito para não avançar em sua direção com aquele famoso cabo de vassoura que segurava com tamanha força a ponto de as mãos tornarem-se brancas, numa postura completamente diferente da qual mostrara para ela da última vez. Daiana despertava sua curiosidade, mas também a havia magoado.

— Eu nunca machucaria eles — numa calmaria invejável, desencostou-se do pilar ao qual apoiava as costas e avançou lentos passos em sua direção. — Só queria te entender melhor.

Uma risada nasalada e amarga escapou de Daiana, completamente descrente com o quanto Karli poderia ser descarada.

— E eu estou vendo... — prosseguiu inclinando-se um pouco para o lado afim de conseguir enxergar melhor quem estava atrás da mais velha — que não veio sozinha.

Já era esperado que aquele detalhe seria notado e apontado por Karli, apesar de não saberem o quão grave a atitude ousada do trio poderia acarretar. Logo atrás os dois homens tinham os olhos atentos sobre elas, com uma distância considerável entre as duplas, estando James concentrando-se em seus sentidos auditivos para escutar a conversa com clareza, para que estivesse preparado para atacar no caso de as coisas começarem a ir por um caminho perigoso. Devido à distância mantida entre eles, Sam se encontrava as cegas, sem conseguir ouvir nada do que elas conversavam, lhe restando apenas a alternativa de prestar atenção aos sinais.

Tempos atrás, Daiana enxergava Karli como uma criança. Boa parte sua havia destruído esse pensamento agora, mas ainda havia aquela vozinha irritantemente racional que dizia que Melinda e as crianças estavam bem de toda forma, então não precisava ser tão extrema. Que aquela fora uma ousada atitude de uma jovem recém saída da adolescência, que em tão pouca idade precisava lidar com situações e assuntos dos quais não deveria, mas precisava. Que fez o que fez, mesmo que a ferisse, para chamar a atenção de Daiana por algum motivo.

Mas suas mãos tremiam e o sangue ainda corria quente pelas veias.

Era um conflito interno do qual sua mente começava a se tornar exaustante. Sentia raiva. Sentia medo. Odiava sentir demais.

— Você tem que parar — quase sem mover os lábios, lhe disse num tom de ameaça sutil, ainda sendo notável como estava exaltada, porque agora que a tinha em sua frente, via uma adolescente que ameaçava outras crianças. E isso triste.

Era triste que Karli tenha precisado crescer tão rápido.

— Não quero machucar você — foi o que lhe respondeu para uma breve surpresa, com uma pitada de sarcasmo, de Daiana.

Vontades e desejos, como Karli se referia, não poderiam, para Daiana, serem confiáveis com meras palavras, mas sim atitudes. E a atitude de Karli foi ameaçar inocentes.

Isso contradizia suas palavras, não? Ou estava apenas blefando?

Daiana queria fortemente acreditar que estava apenas blefando.

— Gostei da conversa que tivemos antes de me enganarem — os olhos escuros da ruiva se desviaram enquanto falava, para a figura de traje vermelho atrás da mulher. Sam mexeu-se meio incomodado com a súbita atenção antes de Karli voltar-se para Daiana. — Fiquei decepcionada quando descobri que o Capitão América é seu marido porque ele tem sido uma pedra no meu sapato, mas você é diferente. Eu vejo isso. Não se esconde atrás de um escudo...

Karli parecia genuinamente sincera com suas palavras que afetavam Daiana de uma forma que não gostaria. A deixava triste que pensasse que fora gentil para enganá-la, pois não estava nos planos que John interferisse como fizera.

Era um péssimo momento e situação para ter um coração bom. Tudo o que queria era a porcaria da paz, mas as pessoas, principalmente as relacionadas ao governo, pareciam sempre dispostos a lhe tirar isso. Entendia Karli. Céus, entendia. Mas ainda se remoía por dentro com a desesperadora sensação de ser incapaz de salvar as pessoas que amava.

Se viesse a enfrentar Karli, independente de estar furiosa, agora que a tinha cara a cara pensava diferente porque a névoa que cobria seus olhos antes se dissipara para que pudesse enxergar um pouco a realidade e se pôr no lugar da outra. Mas se a situação se agravasse ou tornasse a se repetir, se Karli viesse a se colocar no caminho de Daiana outra vez daquela forma ameaçando, ou pior, machucando as pessoas que amava, a faria sofrer. Não pretendia matá-la. Jamais. Mas a faria sofrer as consequências e não seria boazinha.

— Eu gostaria de ter te conhecido em outros tempos. Lamento que tenha sido assim — prosseguiu mantendo a calmaria em suas palavras e gestos. — É uma boa pessoa, Daiana. Mas você já viveu muito tempo, então acredito que deveria saber que esse mundo pisa e cospe em cima de pessoas com o coração como o seu.

Karli deu mais um pequeno passo à frente, mantendo uma distância consideravelmente segura entre ambas, apesar de nem por um segundo acreditar realmente que Daiana poderia causar-lhe um hematoma sequer.

— Sei que não vai parar e sinto muito por ter tido que ser tão extrema a ponto de ameaçar a sua amiga, mas era a única forma de te trazer aqui.

— Por que? — A questionou após breves instantes refletindo sobre qual rumo aquela conversa poderia tomar e para o que ela deveria estar preparada.

— Sei que não vai parar de tentar me impedir apesar de entender o meu lado, como disse, e eu vi a sinceridade em seu rosto — e realmente entendia, apesar de não concordar com algumas de suas atitudes, principalmente as que considerava covardes. — Não quero machucar você... Então vou te dar duas alternativas: Junte-se a mim ou faça um favor ao mundo e me deixe ir.

Aquilo não pareciam alternativas. A última alternativa, soou mais como uma ameaça.

O que faria se não a deixasse? Porque Daiana não poderia simplesmente virar as costas e ignorar suas atitudes. Não poderia ignorar os noticiários quando ligasse a televisão, e visse que mais inocentes perderam suas vidas e mais famílias estariam de luto por estarem no lugar errado na hora errada.

Havia cansaço e frustração em suas palavras. Estava cansada de ser perseguida. Estava cansada de lutar pelos próprios direitos e ser julgada por isso. Tudo o que fez e por quem fez, não se arrependia, mas gostaria infinitamente que as coisas fossem mais simples e menos prejudiciais para todos. Entretanto, há tempos o trio em sua frente vinha sendo um obstáculo.

O Capitão América principalmente, mesmo que este não esteja presente, ainda era ligado diretamente a pessoa com quem se comunicava agora.

Dos três, poderia ter ameaçado e chamado Samuel para aquela conversa, mas focou-se em Daiana por ser a figura mais próxima do Capitão como sua esposa. Apesar de saber por meio de terceiros que o relacionamento não estava às mil maravilhas, e parte da culpa era a dor de cabeça que Karli estava dando a eles, também não parecia que Daiana concordava totalmente com o próprio marido.

As palavras e atitudes dele eram contraditórias as dela. Então talvez Karli tivesse uma chance de tirá-lo da jogada usando a mulher em sua frente.

Antes que Daiana pudesse dar-lhe uma resposta, ouviu-se a voz de Sam em tom de aviso a qualquer um que o ouvisse:

— É o Walker.

Daiana foi pega de surpresa, a dispersando totalmente da conversa que acontecia com a líder dos Apátridas. Não sabia ao certo o que estava acontecendo, mas definitivamente John precisava estar longe daquele assunto, ao qual ele se envolvera mais do que Daiana achava adequado devido a sua situação atual. Honestamente tinha medo do que podia acontecer quando o homem estava por perto.

Não teve tempo de reagir quando Bucky e Karli, tendo esta última vestido sua máscara, saltaram ao mesmo tempo do segundo andar para o térreo, mas a garota fora de encontro a ele intencionalmente, arremessando-o contra um pilar de pedra antes que o homem pudesse reagir. Sam também saltou daquela altura, a qual Daiana se recusava a fazer o mesmo pelo bem de suas pernas, afinal, tê-la quebradas nada mais faria além de atrasá-los infinitas vezes. De cima o viu travar uma curta batalha com a ruiva antes de dar-lhes as costas e se apressar até as escadas pelas quais haviam subido antes.

O que diabos John está aprontando agora? Era a pergunta que rondava sua mente.

Soube mais tarde, seguindo a localização que Sam a enviara, que o que John havia descoberto era o novo abrigo temporário dos Apátridas e decidira sozinho, junto de Lemar e sem reforço algum, ir até lá pessoalmente. Só conseguia pensar que sua atitude irresponsável se justificava a sua vontade de querer provar algo, ao mesmo tempo que uma sensação inquietante crescia no estômago e peito da mulher que se apressava pelas ruas em uma bicicleta que, não se orgulhava de dizer, estava jogada na calçada e ela de certa forma pegara emprestado. Pretendia devolver ao mesmo local se permanecesse inteira.

Seria mais fácil pegar uma moto, mas alugar uma levaria tempo e não achou nenhuma oportunidade de pegar uma emprestada no caminho.

Não sabia onde Karli, Sam ou Bucky estavam, mas sabia que estavam indo para o mesmo destino, mesmo que tenham pegado caminhos diferentes, cada um com sua própria velocidade. Os dois super-soldados correndo, Sam voando e Daiana com a sua bicicleta emprestada.

Daiana chegou no edifício, de estrutura igualmente elegante, isolado e abandonado como quase todos os outros onde os Apátridas estiveram, ofegante e transpirando pelo esforço que fizera para pedalar o mais rápido que podia. Por sorte não perdera seu cabo de vassoura pelo caminho, mas concentrou-se na estranha calmaria no lado de fora. Na entrada principal, quando atravessou as portas duplas e altas, deu de cara com uma longa escadaria de pedra que fazia a volta por toda a parede amarela num estilo espiral, mas quadrada.

Era frustrante não saber se a calmaria era um bom ou mau sinal, então decidiu subir as escadas e conferir por si mesma. Quando acabara de alcançar o segundo andar, ainda com os pés nos degraus, uma porta é bruscamente aberta e um sujeito é arremessado, batendo as costas na parede no alto da escadaria a sua frente antes de cair no chão, forçando-a a cessar os passos nos degraus em que estava.

Os cabelos eram longos e encaracolados, mas a máscara que cobria seu rosto não lhe deixava dúvidas de quem era. Para ter tamanha força de arremessar um Apátrida daquela forma, era comum que seu primeiro e imediato pensamento se voltasse para Bucky.

Então com o coração acelerado num suspiro de alívio, subiu os olhos para a porta que fora escancarada mais acima e por onde o Apátrida fora arremessado, contente por não estar mais sozinha alí e ter com quem enfrentar o que viesse. Bucky havia chegado primeiro e agora estariam juntos para resolverem o que fosse.

No entanto, quem surgiu a sua vista era igualmente alto, mas vestia um traje azul, um capacete de mesma cor, um escudo nas mãos e um olhar possesso do qual Daiana nunca vira antes. John não pareceu tê-la notado, descendo os degraus um a um com os olhos presos no homem ainda no chão que resmungava de dor.

Parecia uma pessoa completamente diferente e a fez arregalar os olhos ao juntar as pequenas pecinhas, intercalando o olhar entre os dois.

Vendo-o em sua frente, não pôde impedir um súbito golpe de medo que a fez recuar um passo, ainda com os olhos arregalados para a cena que se seguiu. Com um grosso cabo de ferro arrancado de algum lugar, o homem se pôs em pé num segundo e com toda a sua força atacou seu adversário.

Daiana estava preparada para os ossos quebrados que John adquiriria alí por sua estupidez, mas ficou boquiaberta, recuando mais um passo, quando diante de seus olhos o golpe foi parado no ar por John com apenas uma mão, como se não estivesse fazendo esforço algum.

Mesmo com a máscara, pôde ver nos olhos do Apátrida o mesmo terror que sabia estar estampado no seu próprio.

... como...

... como aquilo era possível...?

Apenas....

Confusa, não pôde fazer nada além de assistir ainda mais embasbacada a luta acirrada e corporal que os dois homens travavam na escada bem em sua frente, a qual, surpreendentemente, John estava ganhando. Ele, John Walker, estava claramente ganhando praticamente sem nenhum esforço de um homem que ela sabia possuir o soro de super-soldado nas veias.

Será que...

Ainda perplexa, sabia que a única coisa que poderia fazer John capaz de algo como entortar com as próprias mãos um cabo como aquele e arremessar um soldado criado a partir de um soro potente para o outro lado da escada como acabara de fazer sem nenhum esforço aparente, era que ele possuísse o mesmo nas veias.

Mas como aquilo era possível? Zemo a assegurou de que tinha destruído todas as capsulas.

Quando, completamente apavorado, o Apátrida saiu correndo na primeira oportunidade em suas costas, John pareceu finalmente nota-la, mas o que Daiana viu nos olhos do marido era... nada

— John...? — O chamou encolhida no canto da escada, temendo que qualquer mínimo gesto seu direcionasse sua raiva para ela.

Pensou que nunca mais se sentiria daquela forma. Na verdade, sentia a cada dia que poderia enfrentar e encarar John Walker sem qualquer medo depois de finalmente ter colocado parte da sua frustração para fora, mas jamais imaginaria uma situação em que o próprio possuísse o soro de super-soldado e ela estivesse completamente sozinha. Onde estavam James e Sam? Quis olhar em volta e chamar por eles na esperança de ser ouvida, mas nem isso conseguia fazer, sua mente ainda tentando assimilar tudo o que acabara de presenciar.

Sabia que o homem em sua frente guardava rancor por ela. Aproveitaria da oportunidade para descontar sua frustração? Daiana tinha consciência de que jamais poderia se igualar a força de um super-soldado e que não demoraria muito para que caísse aos prantos derramando o próprio sangue no chão.

Mas fosse John Walker, Karli ou qualquer outro super-soldado, até mesmo Bucky quem a enfrentasse, ela não cairia sem lutar. Algo que orgulhosamente podia dizer ter aprendido com Steve.

Apertou o cabo em sua mão quando o viu se aproximar.

Iria reagir. Será que conseguiria ser rápida o suficiente para acertar sua nuca? Se ele a impedisse poderia tentar outro golpe com as pernas. Movimentos rápidos e fortes. Sem lhe dar tempo de pensar qual seria seu próximo ataque. Ela era mais fraca, reconhecia, mas poderia ter alguma chance sendo mais rápida. O que não acreditava verdadeiramente, mas precisava ter alguma esperança.

— Levaram o Lemar — com uma voz surpreendentemente rouca e ríspida, ele a informou passando por ela e seguindo pela porta ao seu lado, o mesmo caminho pelo qual o Apátrida havia fugido.

Levaram o Lemar...

A voz ainda ecoava em sua frente à medida que os passos pesados do Walker se distanciavam.

Lemar.

Seu bom amigo. Marido de sua melhor amiga. O pai maravilhoso de duas crianças pequenas.

O coração bateu tão forte tamanho era o seu pavor de que algo o tenha acontecido, que respirar tornava-se difícil. Isso explicava a atitude brutal de John e o seu olhar possesso, pois conhecia muito bem o quão importante era para ele a amizade dos dois. Era o mesmo que ela sentia por Melinda.

Sem pensar muito, o corpo moveu-se por conta própria atrás de John, aumentando os passos à medida que sua mente trazia à tona a voz de Melinda lhe pedindo para cuidar de Lemar.

Lemar... por que o levariam?

O que farão com ele?

Primeiro a ameaça, agora isso?

Oiee :) Não postei na semana passada por causa das festas de fim de ano. Eu estava muito ocupada.

Feliz 2024 ✨🎊🥰

Daiana sempre tendo um conflito interno.

Vocês acham que ela conseguiria fazer algo contra a Karli? Ou que a Karli poderia fazer algo contra a Mel e as crianças?

Nossa mulher pode cair, mas cai lutando. Steve e seus ensinamentos.

•  Lemar sumido... John com o soro... e a Dai longe do Bucky...

• ✨ Me desculpem qualquer erro

♥ Espero que estejam gostando ♥

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