BRINCANDO DE ESCREVER.

By beingthales

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(COLETÂNEA) 言葉 ──── Idéias mirabolantes para por em prática; pelo simples desejo de haver uma dinâmica, um de... More

INFORMAÇÕES LEGAIS
Idéia 2: Orion's Party
Idéia 3: Nascido Para Viver
Idéia 4: Lê Chateau
Idéia 5: A Princesa Guerreira e o Pássaro Protetor
Idéia 6: Cinco Passos de Como Conquistar o Miguel

Idéia 1: Ferrugem

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By beingthales

↻シ🧁 ── QUEM deu a idéia para essa história foi: orangesolace. Suas palavras escolhidas foram: girrasol, sol e lua. <3

(Uma inspiração barata do Will X Nico, mas com uma pitadinha de oc original / Niccolas e Wallace)

Niccolas chuta que nessas férias de julho o cabelo de Wallace enferrujou. E claramente o culpado foi o sol. Ele que o deixou bronzeado, ele que o deixou com pintinhas por todo o corpo, foi ele que deixou Wallace ferrugem.

É meio problema enxergar com aquelas cores coloridas refletindo nos fios. Mas dá pra ver um cobre escondido. Niccolas está bêbado, distraído com um garoto conhecido só de longe. Eles já se falaram: nas aulas extras, nas aulas de língua estrangeira e principalmente nas aulas de filosofia ─ onde ali, eles discutem toda a história com um gosto alucinante de rivalidade. Porém não passa de uma rivalidade saudável que só dura até bater o sinal para a próxima aula. Ele acha meio errado está bebendo já que ele não tem muita força pra bebida.

Só que ele não sabe diferenciar o álcool do fascínio pelo sol.

Cristo, ele parece um estúpido comparando um moleque qualquer com o astro rei. É banal e ridículo.
Niccolas sente vontade de morrer toda vez que uma tontura bate e o faz fechar os olhos e abrir para encontrá-lo de novo sobre seu alcance. Ele não quer ir lá e tipo começar o assunto com: Ei, sabe aquele guri que defende a mitologia? Então sou eu, e  eu quero muito te beijar. Só para sentir os girrasois daquela camisa contra o seu moletom e seus dedos contrair querendo puxar mais dois botões para mostrar o peitoral com pelos ralos.

(Wallace sempre teve esse avanço nos pelos, e ele não poderia não notar quando ele se inclina e a blusa deixa um espaço para olhar).

Não tem pra onde fugir. Se embebedar para esquecer esse crush não correspondido parece um drama melancólico que ele quer fazer parte.

Uma gole. Dois goles. A bebida roda em sua mão. Pronto, agora ele está distraído com a possibilidade de um golfinho poder caber dentro de seu copo e saltar para fora, ou com uma semente de girrasol que pode crescer a base de álcool. Não pode, mas pelo que parece o girassol está muito próximo... Vindo em sua direção?

─ Orlas!? Você por aqui? ─ Lembra daquela mania que ele tem sobre se inclinar e deixar um espaço? Wallace faz isso, inconsciente, mas faz. Agora mais claro do que nunca que seus pelos são pretos e loiros.

Seu rosto logo se franziu (atrasado) por aquele apelido maldito vindo de Rebeca ter caído na boca de todos. Suas sobrancelhas finas e seu rosto se contorce numa careta que deixou o Souza sorridente pela coincidência de encontra-lo ali.

─ É. Que mundo pequeno, não é? ─ Resmunga, virando seu corpo pra a bancada invés de ficar de lado olhando diretamente para o peitoral dele, que ficava a altura da sua cabeça.

─ Não é! ─ Falou sentando-se na cadeira ao seu lado. ─ Você não tem cara de gostar de festas... ─ Faz seu palpite baseado em todas as vezes que alguém o convidava e ficava parecendo uma barata tonta tentando fugir ao máximo de qualquer interação humana.

Niccolas realmente quer dizer que parece um típico garoto antissocial de filmes. Cabelo preto mullet, a pele branca cor de morto e roupas pretas pra dá o tchan. Todavia ele não passa de um rapaz vestido para dormir com aquele moletom desbotado e as meias diferentes em cada pé muito bem escondidas pelo tênis. A noite está fria demais, então uma gola alta se descata no seu pescoço negro e alvo. Wallace parece está pronto para dançar Hula e ele pronto para dormir nas beiras de estrada.

─ E não gosto! Vim com uma amiga... ─ Comenta batucando os dedos só para parecer legal e o distrair.

─ Oh! E onde ela está? ─ Ele procura em volta com o movimento de cabelo que deixa tudo mais adorável e curioso. Por motivos assim que sentia valer a pena ser um tanto "misterioso", as pessoas queriam descobrir sobre si. E Wallace não era diferente...

─ Sei lá. Me avise se acha-lá, tudo bem? Estou doido para socar a cara dela... ─ Resmunga tomando um gole generoso na sua bebida.

Wallace é hiperativo. Niccolas sabe porque o observa demais, e nesse momento, ele consegue perceber o quanto ele está se esforçando para se manter parado. Claro, que sua perna mexendo debaixo da mesa e os sorrisos tortos que ele dá ao barman (aquele que mostra os caninos debaixo) são picos de energia.

Niccolas não pode deixar de achar isso adorável. Deixando a bebida de lado, ele pigarreia, tentando- tentando ser alguém decente.

─ E você?

─ Oi?

─ Veio com quem?

Existe aquele ditado que diz: não pergunte algo que você tem medo da resposta. Mas Niccolas é sádico, e ele não está pensando em ditados idiotas quando está bêbado.

─ Oh! ─ Seus olhos brilham. ─ Vim com alguns amigos da faculdade, você já deve ter visto né? Stefanny, Júlio-

Ele conhece. Sabe aquelas pessoas que você conhece de olho? Tipo, você nunca conversou, mas sabe quem é porque alguém já falou dessa pessoa, então você meio que tem uma ideia de quem seja. E todas as quatro pessoas, tirando Wallace, ele conhece assim.

Niccolas não tem uma opinião concreta sobre eles. Tudo que ele sabe é que eles são extrovertidos e adoram festas. E por esses motivos, ele está confortável em não conhecê-los de verdade. Ele não é bom em rejeitar pessoas.

─ É, conheço.

─ Quer dançar? Tô louco pra me mexer. ─ Eu percebi, Niccolas solta mentalmente.

─ Foi mal... Também não sou fã de dançar. ─ Entrega um sorriso desconcertado. ─ Sou o cara das bebidas. ─ Balança o uísque do seu copinho.

─ Ah sim.

─ Mas não fique aqui por mim, aproveite. Vá dançar. ─ Abana a mão, praticamente enxotando o golden retriever.

─ Você tem certeza? Eu posso te fazer companhia até sua amiga chegar.

─ Tenho tenho! Duvido que ela ainda esteja aqui...─ Tosse uma risada, brincando com a bebida de um jeito triste.

Wallace piscou olhando esse serzinho entupido de álcool e triste, e com cuidado tirou a bebida dele, oferecendo um sorrisinho para o Orlas bobinho.

─ Quer dar uma volta lá fora então?

─ Uh. Pode ser. ─ Responde em um muxoxo.

Quando chegaram do lado de fora foi um choque térmico. Niccolas esquentou as mãos a base do sopro enquanto Wallace não podia fazer muita coisa. Orlas realmente quer tirar seu casaco e emprestá-lo, para fazer um clichê, mas ele não confia na sua própria coordenação motora para fazer isso agora. A lua deve está decepcionada com esse seu jeitão lerdo e burro que não sabe encarrar o garoto que gosta.

─ Me desculpa. Sério.

Wallace desfoca seu olhar da rua para olhá-lo confuso.

─ Hm? Pelo oquê?

─ Por ser esquisitão. ─ Ele ri muito, fugando algumas lágrimas pra dentro.

Ele se acha patético.

─ Que? Você é ótimo, Orlas. ─ Dá um soquinho amigável no ombro dele. ─ Só está um pouco bêbado, eu sei que sóbrio você é um espertalhão sobre a grécia antiga.

Niccolas chacoalha como um tolo, arregaçando uma risada espontânea e tratando de parar ser um idiota emotivo, pegando a ponta do seu casaco e puxando por cima da sua blusa gola alta.

─ Aqui, pega. ─ Estende com toda a benevolência de um rapaz apaixonado.

─ Não precisava sério, tô acostumado-

─ Só veste...

E Wallace veste. Tem uma beleza etérea-lunar em volta desses dois rapazes em frente a uma balada de fraternidade.

─ Quer ver a fonte das fadas? ─ Wallace quebra o silêncio, um sorriso maroto cai com seus cachinhos de anjo.

A forma que os braços de Wallace estão envolta do seu próprio corpo, se abraçando no seu casaco de lã...O deixa tonto de amor.

─ Eu vou pra qualquer lugar que você for... ─ A frase desbocada tira uma risada do menino sol.

Wallace Souza não é bobo. Ele pega a mão de Abbes e o arrasta para o jardim do casarão. Nota-se que ele já tem experiência em andar por ali. É um modelo moderno de mansão, cores monocromáticas e portas de vidro que estão coloridas pelas luzes estroboscópicas todavia os ramos de samambaias e plantinhas espaçosas se arrastam pelas paredes e formam um jardim bastante intenso, um pouco mágico pela referida fontes das fadas que destoa beleza com seu mármore esculpido, de aspecto angelical e frio.

Dois bancos acorrentados pelas videiras são o local de refúgio desses dois patetas.

─ Ah! Eu amo esse lugar. ─ Ele se joga no banco com displicência, arrastando Niccolas junto. Os dois sentados num baque. ─ Sempre venho aqui quando a bateria social acaba.

─ Pff! Sua bateria parece ter reserva. ─ Niccolas puxa seus joelhos para debaixo do queixo, encolhido enquanto olha para as fadas que tocam harpas e as águas escorrem pelo seus rostinhos pelas coroas de flores que carregam nas suas cabeças. ─ A minha já tá viciada.

Souza gargalha com a maneira que Niccolas fica pela bebida. Mais solto, um pouco melancólico mas aberto para conversar. Sem parecer um poço de nervos que foge na primeira chance que aparece.

─ Você está indo bem.

Bem...? Passei a noite toda olhando pro seu cabelo. ─ Confessa seu segredinho sem nem perceber, com uma fúria indignada.

─ É-É mesmo? ─ Sua voz vacila quando os olhos escuros e determinados (ele só pega esse olhar numa discussão acalorada de deuses do olimpo). Abbes o encara.

─ Oque aconteceu aliás? Seu cabelo não era tão escuro assim... Tão ferrugem... ─ Os dedos de Niccolas escorregam por toda a testa até está nos cachos da nuca, brincando com fascínio.

Sua mente completando com Estragando minha maldita mente de raciocinar.

─ Não sei... Talvez sol demais? ─ Seus cílios batem devagar com a aproximação repentina do Abbes.

Aos olhos de Wallace, Niccolas é só mais um garotinho com um crush nele que só precisa de um empurrãozinho para flertar diretamente. O diferencial dele, é que ele é assim.... Ingênuo e de olho nele. Uma espinha que aparecer e Niccolas é o primeiro a saber só olhando. E pode ser uma esquisitice, mas Wallace realmente gosta dele. Daquele seu rosto fino e cabelos crespinhos e sua língua afiada. Ele não tem a menor idéia do porque hoje parecia a noite correta para deixar aflorar esses sentimentos.

E Wallace adora quando ele o chama de Souza com esse sotaque de alguma língua morta ou de-sei-la-oque.

─ Foi um pergunta retórica, Souza. Eu sei que foi o sol... ─ Ele dá um puxão sem querer nesses fiapos enferrrujados para ajeitar-se e ter mais acesso a toda a cabeça loira e cara sardenta.

O Souza engole um suspiro e deixa aquela mão gelada sacudir todos os cachos-caracóis, fazer análise das suas pintas, escurecer suas bochechas com os dedos pesados tentando ver o limpa da sujeira colada, as mãos sapecas engachando seu maxilar marcado, até o queixo teve uma atenção, em especial dos lábios mornos e embebecidos de álcool.

─ Ei...Ei...Orlas... ─ Wallace chama para que a tentação não fique embaçada demais e só consiga sair de lá quando Orlas o tiver o explorado como um mapa.

Com dedos. Bocas. E a coisa toda.

─ Hm...? ─ O murmúrio rouco e concentrado em acariciar as orelhas.

Como foi que eles chegaram nesse ponto? Wallace se pergunta zonzo pela sua capacidade de ter só ter se doado um pouco ao seu admirador e ele está quase o tirando um pedaço da sua pele suada.

─ Vamos andar, sim? ─ Uma forma de clarear as ideias.

O resmungo desgostoso de Abbes o fez ri com os ombros, quase como uma criança que foi arrancada do seu brinquedo favorito.

─ Sem reclamar, o Orlas sóbrio me mataria se nós beijamos aqui. ─ Ele puxa e o faz ficar de pé.

O plano era ficar andando pelo jardim, rodeando a fonte e extraindo o máximo possível do garoto.

─ Não fale como se ele fosse alguém que tivesse desejos diferentes dos meus.

─ Pare de bancar a criança... Tem irmãos, Orlas?

A pergunta pegou o Abbes de supresa.

─ Nãão. ─ Alongou, tentando lembrar se tinha algum nas suas memórias loiras e coloridas. O gosto da pele dele na parte superficial dos seus lábios.

─ Gosta de mais alguma coisa além de mitologia e beber? ─ Brinca tirando um olhar sério de Orlas.

─ Gosto. Mas você meio que me tirou de cima dele.

Wallace queria não ter corado.

─ Além disso...

Niccolas fez uma cara de quem estava pensando e Wallace não podia o achar mais fofinho.

─ Estudar no geral? Estou tentando ser algum gênio... ─ Orlas tira umas bolotinhas que engachou na sua blusa, unhas grandes nos dedos longos.

─ Nerd. ─ Ironiza carregado no r.

─ Não enche...E você? Qual o plano do ano? Dançar todas as coreografias possíveis?

─ Algo perto disso. ─ Sorri. Suas mãos indo para o bolso frontal do casaco emprestado. ─ Estou tentando ser médico.

─ Mas...

─ Faço duas faculdades.

─ Cristo... Você é maluco.

─ É eu sei.

─ Acho que você ganhou nessa de ser um gênio.

─ Obrigado, Orlas.

Eles deram uma volta completa na mansão e pararam de novo em frente a fonte. Eles não tem muito oque dizer.

─ É diferente.

─ Oque?

Você. ─ Niccolas vira para Wallace. ─ Mais educativo do que jovem quebrador de corações.

─ Era essa a visão que você tinha? ─ Os caninos amostra. Como um grande cachorrinho.

─ Não tanto... Quase como um tornado que não sabe que faz corações voarem.

Souza percebeu que Orlas também é meio diferente. Bom com palavras, sabe? Alucinante no ponto certo.

─ Não parece ruim.

─ É péssimo.

─ Saber que sou diferente, melhora esse seu pensamento?

─ Nem um pouquinho... Só me dá esperança.

E Wallace não consegue impedir a tentação dessa vez. Se deixando ser alvo da atenção da lua.

Niccolas o beija com todo o sabor de abertura e despedida.

O tornado no estômago de Souza desorganizando os órgãos.

O estalinho da separação o arrepia até os caracóis virarem pregos de ferrugem.

Abbes parece acordar de um sonho, tornando-se realidade, ele vira o mesmo Orlas bobo que foge na primeira oportunidade.

─ Santo Zeus!

Ele corre e a cabeça de Wallace segue até ele sumir como um girassol segue o sol.

O fato de estar bem aquecido o faz sorrir tolamente.

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