Um dia um pouco mais frio se iniciava, Yunjin já estava pronta para ir para sua faculdade, ela cursava jornalismo e era fotógrafa do jornal da faculdade, sempre fazendo fotos em eventos e que precisassem de uma câmera profissional.
Como uma pessoa que era organizada com horários e que detestava chegar tarde em suas aulas, ela já estava cedo procurando seus livros no armário, iria para o laboratório de informática ter aulas com o professor Jeon.
Passou o olhar pelo corredor e viu algumas pessoas lhe encarando, dando risadas e ela já sabia que provavelmente estavam direcionando-as para ela. Nunca entendia o motivo, mas parecia que eles tinham uma certa descrença por pessoas menos populares e principalmente quem não fazia parte das turminhas dos populares, jogadores de basquete, as garotas que ficavam com eles e quem babava ovo dos dois tipos.
É, realmente era lastimável agir assim em plena faculdade, Yunjin achava tudo muito infantil.
－ Esquisotona. － um rapaz alto e de grande porte lhe insultou passando com os outros amigos, assim que ele deu um empurrão com o ombro nela, todos riram por a Huh cambalear um pouco para o lado.
"Que Deus perdoe essas almas..." － Yunjin pensou e alisou seu ombro que fora batido por um brutamonte do time de futebol, trancou seu armário, não antes de fazer um rápido sinal da cruz para uma pequena imagem de Jesus que tinha ali grudada.
Quando tirou os olhos de seu armário percebeu que os amigos daquele brutamonte conhecido por si como Song Mingi, passaram por outros grupos de alunos, dessa vez pegando um outro garoto menor que eles e o fazendo derrubar os livros, ele não fez nada apenas os pegou do chão. O grupo de jogadores seguiam para o refeitório, para Yunjin parecia que Mingi estava esperando alguém nos portões da faculdade.
E quando a Huh viu quem andava até o mesmo, seu sangue ferveu de raiva.
Era Chaewon ao lado dele, ela estava de costas e claramente não iria perceber que a Huh lhe encarava ao fundo... Yunjin cerrou os punhos com a cena que via.
A Kim era abraçada pelas cintura pelo rapaz, ele sorria de uma maneira nojenta, segurava um cigarro em uma mão e deixou um selar no pescoço de Chaewon, aquilo deu ânsia de vômito em Yunjin.
O Song segurou o queixo da Kim lhe dando um belo beijo, como fora rápido a ação dele, a Kim não reagiu muito bem mas o afastou rapidamente lhe dando alguns empurrões no ombro e o pior para Yunjin era que eles pareciam rir... E em seguida Chaewon pegou o cigarro da mão dele fumando o mesmo.
Yunjin suspirou negando com a cabeça, claramente alguém como aquela garota não iria desejar mudar da noite pro dia de uma forma tão fácil. Era tudo uma farsa dela.
A Huh só queria saber o porquê de Chaewon tanto lhe procurar, tanto perseguir na igreja. Por que ela não tinha escolhido outra pessoa para perturbar a mente...?
"Mentirosa..." － Yunjin estava decepcionada, realmente tinha acreditado nas palavras da Kim e que ela queria mudar, queria ser uma nova pessoa.
Arrumou os óculos em sua face e seguiu o seu caminho para o laboratório de informática, com os ombros encolhidos e um certo desconforto ao passar por aquele corredor rodeado de pessoas se beijando. Yunjin escolheu passar o resto da manhã apenas na informática e tentaria evitar encontrar Chaewon na faculdade como sempre fazia, principalmente agora depois de ter visto algo que tinha lhe deixado tão desconfortável e decepcionada.
Ao sair, Yunjin não tinha notado que Chaewon tinha lhe pegado virando-se e andando corredor a dentro, a Kim ficou um pouco nervosa, talvez a loira tivesse visto aquela cena que ela claramente não devia ter deixado acontecer, tinha sido burra em ter deixado Mingi lhe beijar de surpresa. Mesmo tentando procurá-la para conversar, parecia que a Huh lhe evitava a todo custo, não conseguia nem ao menos encontrá-la em alguma aula em comum.
Foi aí que Chaewon percebeu que teria muito o que dizer ainda para Yunjin no próximo encontro que tivessem na igreja.
[...]
Era mais um domingo comum, a igreja estava consideravelmente cheia, todos os fiéis aguardavam pelo Padre Kim que era diferente dos outros, fazia suas pregações prendendo a atenção dos irmãos em Cristo, o que fazia de suas reuniões dominicais agradáveis e interessantes, chamando mais e mais fiéis para a sua congregação.
－ Já pensou em viajar para a Europa? － seu colega Soobin perguntava ao arrumar a mesa enorme do altar.
Yunjin ficou pensativa mas assentiu, ela sempre teve o sonho de viajar quando ficasse adulta, isso não tinha mudado, era uma das grandes metas de sua vida.
－ Espanha é o país que mais penso em ir, só quando tiver um emprego melhor vou conseguir e sei que se Deus quiser eu consigo. － a Huh dizia sorrindo simples para o rapaz. － E você?
－ Eu quero ir para o Vaticano, porque estou pensando em virar padre. － o Choi dizia sorrindo esperançoso e se ajoelhou no batente, Yunjin fez o mesmo e ambos fizeram o sinal da cruz.
－ Espero que consiga, Soobin. － murmurou de olhos fechados e juntando suas mãos para começar sua oração antes da missa.
－ Obrigado, Yunjin-ssi, também espero que consiga um dia viajar para Espanha.
Os jovens logo começaram suas conversas com Deus, ou agradecendo por mais um dia de saúde, como sempre faziam antes de alguma missa e sempre pedindo perdão por seus pecados.
Yunjin principalmente, ela ainda continuava pedindo perdão por aqueles sonhos que a culpa tanto pesava em suas costas. Ela queria se livrar de todos aqueles pensamentos que envolviam a única pessoa que tanto lhe atormentava. Assim que levantou-se fez o sinal da cruz e se virou para onde estavam todos os fiéis, a primeira pessoa que ela notou era aquela que ela queria evitar. Kim Chaewon que fez o sinal da cruz e abanou o leque em seu rosto.
Yunjin sentiu seu coração acelerar com o olhar da Kim, mas ao mesmo tempo uma certa raiva. Parecia de fato irônico a presença dela ali.
－ Então foi ela a garota que dancei... － Soobin dizia baixinho, ele estava sorrindo feito bobo, aquilo fez Yunjin revirar os olhos. － Sabe como ela se chama?
－ Kim Chaewon. － Yunjin respondeu com desgosto e o Choi assentiu ainda sorrindo, ver aquela cara de idiota do colega, fez a Huh já tratar de falar o que pensava e cortar pela raiz quaisquer sentimento que ele tinha por Chaewon. － Choi, ela pode ser sobrinha do Padre Kim... Mas é conhecida por ser bem problemática e se pensa em ter qualquer coisa com ela... É bem capaz de sair arrependido, principalmente sendo um bom garoto que serve a Deus como você, ela não é pra casar.
Soobin ficou sem ter o que dizer com aquela chuva de revelações, não tinha notado que estava tão na cara que tinha achado Chaewon interessante, Yunjin continuava séria, agora ambos encaravam a Kim distante. Um estava curioso e a outra carrega raiva no olhar.
－ Eu não imaginava... Ela é a sobrinha do Padre Kim, pensei que não fosse assim... Problemática. Pensei que fossem só boatos.
－ Pois não são só boatos, se quer qualquer coisa com ela, desista. Ela não é da nossa gente.
－ Uma pecadora? － Soobin perguntou ainda encarando aquela garota de uma beleza tão radiante, ela estava de cabeça baixa parecia rezar algo em silêncio. Yunjin concordou para ele, o rapaz suspirou. － Tudo bem, tenho foco de virar padre agora, não preciso saber disso e se você sabe de tudo isso com tanta certeza... Você já pensou em ajudá-la?
Yunjin ficou um pouco sem jeito com pergunta, claro que tinha pensado em ajudá-la, mas talvez tivesse feito da forma errada... E encarando a Kim juntamente de seu colega, ela assentiu para ele.
－ Ela disse que queria mudar, eu até fiz uma proposta de ajudá-la... － ela suspirou e negou com a cabeça. － Mas vi algo hoje na faculdade e acho que me enganei.
Soobin analisou melhor a expressão caída e entristecida da amiga, ficou um pouco confuso mas não deixou de alisar o ombro da mesma passando conforto de uma forma amigável.
－ Talvez seja um desafio muito maior ajudá-la sair desse estilo de vida.
－ Ela não me ajuda, Soobin. Eu sinto que ela me provoca, brinca com a minha fé. － Yunjin encarou quem era o principal motivo de sua insônia e agora ficou nervosa quando percebeu que a garota lhe encarava também.
Chaewon deu uma risadinha abanando o leque em seu pescoço.
－ Estamos passando por situações parecidas, já chamei meu vizinho para comparecer nas missas e ele disse que achava melhor eu ir até a casa dele para falar da palavra de Deus, mas só depois descobri que ele odiava igreja... － o Choi falava tudo e parecia nervoso, Yunjin o encarou e ficou curiosa ao desabafo do colega, ele suspirou exausto. － Eu acho que também estava enganado sobre ele, mas nosso dever é ajudá-los e levá-los ao caminho do céu, ok Yunjin? Podemos fazer isso.
Soobin sorriu para a amiga e a Huh ficou pensativa, poderia ser que ele tivesse razão. Podia ser tudo teste mesmo de Deus para ver se ela conseguia se forte e ajudar uma alma perdida.
Sabia que Chaewon precisava estar na igreja, um ambiente que para a Huh era acolhedor naqueles momentos difíceis. Como bem conhecia da história da Kim, tinha certeza que ela iria se sentir acolhida ali no local, acolhida por Deus.
－ Oremos... Em nome do pai, filho e Espírito Santo.... － o padre começou mais uma missa e todos presentes se levantaram. － Amém...
Yunjin olhou de relance para Chaewon e a encarando melhor via que realmente uma garota tão linda como ela podia sim se livrar de toda aquela vida pecadora, ela era jovem, tinha tempo ainda para mudar e seguir o caminho da luz, o que para a Huh era o certo.
"Tudo bem, Chaewon, você vai encontrar o caminho do céu."
[...]
Após uma hora de encontro, conversas do padre com os fiéis e músicas, estava chegando ao fim mais uma missa em uma das principais igrejas da cidade, materias já eram guardados aos fundos e como sempre Yunjin ficava mais do que o normal.
Yunjin se despediu de Soobin depois de conversarem um pouco mais e com um aperto de mão os dois se separam, a Huh ajudou algumas senhoras na saída e ajudou o Padre Kim, esse que sempre lhe agradecia no fim de toda missa, ele realmente gostava da jovem Huh, achava admirável sua dedicação a comunidade e a igreja.
A Huh continuou ali na pequena sala, o local que ela achava muito reconfortante para ficar no fim de cada missa, podia ficar em paz apenas encarando aquele pequeno quadro no meio da sala, o quadro com a imagem de Jesus.
E como tinha se tornado natural de domingos de missa, a porta fora aberta e fechada. Era Chaewon quem entrava.
A Huh continuava séria encarando o quadro, não virando-se para a outra, por aquela ação um pouco mais anormal, Chaewon sentiu um nervosismo e uma certa ansiedade percorrer seu corpo.
"Será que ela está com raiva por hoje mais cedo...?" － a Kim pensava um pouco receosa, se aproximou da loira e se virou para o quadro também.
－ Acha que ele faz testes com a gente?
A Huh perguntou baixo quebrando o silêncio, aquela voz um pouco rouca ao seu lado fez Chaewon se arrepiar. Antes que a Kim pensasse em responder, Yunjin continuou a falar.
－ Como se estivesse testando nossa fé, com sonhos e certos pensamentos... Impuros... － a Huh continuava divagando encarando atenta o quadro, Chaewon sem entender apenas ficou escutando a outra. － Eu não sei se você me acha esquisita, mas sinto que estou passando por isso, certos pensamentos desse tipo me atormentam... － ela não queria deixar transparecer o que estava passando, mas ao mesmo tempo queria conversar com alguém sobre.
Yunjin não pensava direito, porque tinha escolhido falar sobre aquele seu problema logo com quem era o motivo de acarretar tudo aquilo que estava passando, as noites de insônia estavam sendo causadas pela garota ao seu lado.
Chaewon se sentiu confusa com aquele questionamento da Huh, começou a ter uma certa ideia do que poderia ser e claro que já pensava no que responder, com seu tom sereno e calmo.
－ Eu não sei, Yunjin-ah... Mas acho que muitos dos nossos pensamentos podem vir de desejos internos mesmo, nem sempre o Senhor está envolvido, nem tudo é teste do divino.
Yunjin engoliu em seco com aquela resposta, e sentiu o olhar de Chaewon queimar em seu rosto, sabia que ela lhe encarava intensamente, virando-se deu de cara com a menor encarando-a com aqueles olhos, malditos belos olhos sedutores.
－ Não acha que também podemos ser tentados pelo Satanás a pecar? Para falhar com Deus?
As jovens se encaravam de forma intensa, mantiam um olhar profundo, os corações batiam de forma sincronizada e respiração lenta. O clima naquela sala estava todo sincronizado na verdade, elas estavam em sintonia.
－ Acha que está sendo tentada pelo Satanás, Yunjin-ah? － Chaewon perguntou calma, a voz lhe saía dos lábios e era tão harmoniosa, tão sedutora...
Yunjin se perdia pouco a pouco naquele olhar misterioso, aqueles olhos castanhos e adoráveis, sua pele também era linda, o rosto inteiro angelical, aquela beleza parecia ter vindo diretamente das nuvens do céu em uma tarde de devaneio.
Chaewon se aproximou mais esperando que a outra continuasse a falar, talvez a Kim quisesse ouvir algo muito específico ali.
A Huh desceu seu olhar para aquele decote ousado que a Kim usava, dessa vez o casaco enorme que ia até os joelhos da garota estava aberto em cima de seus peitos, por debaixo podia notar um vestido preto de renda bem apertado indo até suas belas coxas bem desenhadas, em seu pescoço uma gargantilha preta que se destacava bastante.
Yunjin com a boca entreaberta apenas assentiu para a pergunta de Chaewon, mas seu olhar estava no corpo dela. A Kim riu baixinho.
－ De novo... Meus olhos estão aqui em cima, Yunjin-ah. － ergueu o queixo da Huh para lhe encarar e a maior suspirou pesado, parecia que tinha uma certa dificuldade para respirar, estava tudo muito quente.
"Não, meu Deus, não faça isso comigo, eu estou na igreja." － Yunjin pensava nervosa e mordendo o próprio lábio.
Chaewon se aproximou mais colando os corpos, deixando eminente a diferença de altura de ambas, a Huh tentou não descer novamente seu olhar para os seios fartos daquela garota que estavam quase colados nos seus próprios. Era uma tentação que iria tentar não cair.
Mesmo sendo uma missão impossível.
－ P-Por favor, Deus... Não faça isso... － Yunjin choramingou baixinho fechando fortemente os olhos, a Kim ficou ainda mais instigada a continuar com suas ações, vendo o efeito que causava na coroinha foi impossível não querer vê-la lhe encarando com aquele olhar choroso que gritava em desejo.
Yunjin claramente lhe desejava e desejava muito, mas de certa forma parecia tentar resistir e isso ficava mais excitante ainda aos olhos de Chaewon.
－ Deus não está fazendo nada, Yunjin-ah... Apenas sou eu aqui na sua frente. － Chaewon abriu lentamente os botões de seu casaco, ele caiu, deixando mais a mostra seu corpo, principalmente os seios e seus braços.
Yunjin abriu os olhos e podia jurar que estava pingando de suor de tão nervosa, seu peito subia e descia de forma ofegante, aquela garota estava lhe perturbando tal como um tornado... Um furacão em sua mente.
Se sentia impotente ao seu coração batendo no ritmo das ações da Kim.
Chaewon era majestosa, magnífica, quase maligna em sua perfeição, como um anjo caído, o mais lindo de todos, socumbido aos desejos da própria carne, e lá estava Yunjin, prontinha para fazer o mesmo.
－ Está tudo bem me desejar, amor, eu quero que você me deseje. － Chaewon sussurrava passando os braços pelos ombros largos da Huh e quase xingou quando viu que ela ainda estava com aquelas roupas enormes, queria muito ver o corpo esbelto da loira em sua frente.
－ N-Não faz isso, por favor... E-Eu vou falhar com e-ele-... － a Huh ainda murmurava com a voz embargada.
－ Shhh... － a Kim interrompeu tampando seu lábio com o dedo indicador, passando ele lentamente pelos lábios cheinhos da garota, sentia uma enorme vontade de beijá-los ali. － Você não está fazendo nada de errado, ele não vai te castigar.
Yunjin sentiu seu coração no peito apertar, ao mesmo tempo que queria jogar aquela garota para longe estava com vontade de puxá-la ainda mais para perto, aquele corpo próximo ao seu mesmo que com as roupas atrapalhando ainda causava sensações inexplicáveis em seu interior.
A Huh estava mesmo doente.
－ E-Ele não vai me castigar, eu que vou me castigar. － murmurou sentindo selares deliciosos em seu pescoço.
Aqueles toques estavam animando certas coisas que Yunjin queria que ficassem muito bem adormecidas.
－ Por favor Yunjin... Não me nega, eu sei que você me quer mais do que eu te quero...
Chaewon pegou a mão de Yunjin e a aproximou de sua bunda, fazendo com que a Huh apertasse com força as bandas, a Kim soltou um longo gemido sofrido, não imaginava aquela pegada deliciosa da jovem coroinha.
－ Me faça sua, Yunjin-ah...
－ P-Por favor, Chaewon... － Yunjin diz de forma arrastada.
O ar é mais pesado quando Chaewon está por perto, é doloroso e difícil respirar com ela tão próxima de si. Yunjin estava a ponto de enlouquecer mesmo.
－ Me diga que não sente nada por mim. － seus lábios tocam os de Yunjin de forma superficial, de forma sedutora, quase beijando... － Diga que não é isso que quer, diga. － ela sussurrava com sua voz angelical e Yunjin é frágil a seus encantos. － Me diga que eu não aterrorizo sua mente como você aterroriza a minha.
Yunjin abria a boca mas não saia nada, seus lábios apenas tremiam sob os de Chaewon.
－ Me diga que não sente nada por mim que eu paro, mas só se disser com todas as palavras e em alto e bom tom, mas enquanto não consegue fazer isso... － Chaewon alisava a nuca de Yunjin com suas unhas de forma arrastada, causando arrepios pelo corpo inteiro da loira. Em um ato perigoso, a Kim aproximou-se de seu ouvido direito. － Eu quero que preste muita atenção no que vou dizer...
A Huh tinha seu olhar fraquejado, mal conseguia se manter de olhos abertos de tanta excitação que sentia, ela estava tensa e ficou mais ainda logo depois das palavras que foram ditas por Chaewon em seu ouvido, de maneira sussurrada e seguida de arranhões em sua nuca:
－ Eu quero que você me foda. Me faça sua, faça amor comigo, transe comigo no sentido mais cru, sujo e divino da palavra... Quero senti-la em mim, em meu ser, que irei confundi-la com a presença do Espírito Santo.
Um outro selar lento e delicioso por Chaewon era deixado no lado direito do pescoço de Yunjin, a mesma apenas escutava tudo de olhos fechados e mordendo o lábio, apreciando o sussurrar, o sussurrar de palavras tão impuras.
－ Quero que descubra sensações inéditas comigo, quero que me permita rastejar em você tal qual uma serpente por debaixo de suas roupas...
A Kim pegou as mãos de Yunjin e calmamente as colocou em sua cintura, queria que ela lhe segurasse com firmeza, sentiu que funcionou quando escutava grunhidos da coroinha e ela lhe apertava, ela estava corada e ainda de olhos fechados. Por fim uma mordida lenta no lóbulo direito da Huh, Chaewon riu e o ventinho bateu contra o pescoço da loira, a mesma reagiu se arrepiando por inteira.
－ Quero mostrá-la o verdadeiro Paraíso na Terra, ou melhor... No meu corpo. Como seria ser sua? Toda sua, Yunjin...
Todas as aquelas palavras fizeram um estrago enorme na cabeça da pobre coroinha, nunca tinha ouvido algo que lhe afetasse tanto em toda a sua vida como aquilo que Chaewon tinha lhe dito.
E Yunjin sentiu seu coração acelerar a cada palavra que escutava da boca daquela pecadora, como podia ser tão fraca desse jeito?
Yunjin se sentia muito fraca.
A Kim ofegava de forma sofrida e Yunjin sofria, pois estava lutando contra seus próprios desejos ela sabia que estava tentando se forte, seus hormônios eram seu principal inimigo e não aquela pobre alma perdida em sua frente. Mas tudo era muito mais difícil, principalmente depois de ouvir aquelas palavras.
Chaewon queria ser sua, será que ela poderia ter Chaewon?
－ Chaewonie... － gemeu baixo e rouca.
Chaewon podia jurar que aquele gemido era música para seus ouvidos, tinha amado ouvir a outra gemer seu nome de forma tão arrastada e excitante, certamente queria ouví-los mais.
Assim que se encararam os olhos de ambas estavam caídos e carregados de puro desejo, a Huh percebeu que queria aquela garota, aquilo estava mais real que nunca e não era um sonho, sentia que não era um sonho, pois tudo estava muito mais intenso do que um simples sonho.
Era tudo de verdade.
Piorou tudo quando viu Chaewon fechar os olhos e se aproximar mais ainda, ficando nas pontinhas dos pés. A Kim iria beijar a Huh, todo o esforço da loira iria cair por terra naquele beijo, ela iria deixar a tentação lhe vencer.
O Senhor te guardará de todo mal;
ele guardará a tua alma.
Senhor guardará tua entrada e tua saída, desde agora e para sempre.
[Salmo 121:7-8]
Mas o outro baque muito forte veio, dessa vez com o sino tocando e ele pareciar tocar mais alto que o normal.
Aquilo fez Yunjin acordar de seu transe de olhos arregalados e afastar bruscamente a garota de si, tentando afastar toda a sua excitação que sentia, passou as mãos no rosto dando leves tapas, ela queria acordar e parar com aquilo, queria se negar e se repreender.
Chaewon ficou incrédula, sentia que Yunjin estava quase cedendo e de repente ela parou, óbvio que iria questioná-la.
－ Mas o que...?
－ Q-Quero que saia, Chaewon... P-Por favor, eu preciso de um tempo sozinha e... － Yunjin falava tudo embolado, estava muito corada e com os pensamentos em uma confusão só. Ficando o mais longe possível da menor. － T-Tenho que falar com o Padre Kim, ele vai fechar a igreja.
－ Yunjin, você está se negando, está negando quem é. － a Kim resolveu dizer calma e quando ia se aproximar novamente viu o olhar irado da maior, ela estremeceu de medo mas continuou se aproximando para falar. － Pare de negar quem é de uma vez... E eu sei que você me deseja... Não é isso que você quer?
－ O que eu quero não convém. － foi curta e grossa, ainda não encarava a Kim nos olhos, ela queria ser forte.
－ Não!? － a Kim franziu seu cenho incrédula, mas deu uma risada irônica. － Não é isso que me pareceu quase agora, você não pode viver à função dos outros, Yunjin!
－ Dos outros!? － a Huh ergueu a voz, tão estressada quanto perturbada. － Eu vivo em função do Senhor!
－ E o Senhor quer que seja feliz. － a Kim rebateu aumentando o tom de voz também, quase se sentiu culpada por usar aquilo contra ela. － Não é isso que ele quer para todos os seus filhos?
－ Mas não que vivemos em pecado!
－ Já nascemos pecadores... － deu mais um passo. － E morreremos pecadores também... － suas mãos descansaram sobre o abdômen dela. A respiração da Huh se prendeu, Chaewon se aproximou, roçando a ponta do nariz no da maior, a loira quase fechou os olhos novamente, iria se entregar. － Um pecado a mais, um pecado a menos, que diferença faz? Divida esse pecado comigo, não carregue a cruz sozinha. － sussurrou.
Chaewon continuou subindo as mãos e apertando os ombros alheios, Yunjin mordeu fortemente seu próprio lábio inferior, a ponto de quase sentir o gosto ácido de ferrugem.
－ Eu te amo...
Ao ouvir aquilo, a droga daquelas três palavras, Yunjin se propôs apenas a negar com a cabeça e ria, agora mesmo que tinha tudo se tornado uma grande ironia. Vendo aquele sorriso de Chaewon, ela ficou novamente com mais raiva ainda.
Só que Chaewon realmente sorria de forma verdadeira, ela confessava seus sentimentos, mas para a Huh... Era tudo uma farsa.
－ Não, não... Você ama a luxúria, você amar tirar os outros do sério. － Yunjin disse ríspida apontando para a garota e a Kim deixou seu sorriso morrer no mesmo instante. － Acha que eu não sei qual é a sua, Chaewon?
－ Cala a boca...
－ Você gosta de ser bajulada por vários e depois pisar em cima deles como se fossem seus brinquedinhos descartáveis, pensa que não vi você beijando Song Mingi hoje mais cedo? Logo aquele cara... Vai dizer que também falou pra ele que o amava? － a Huh disparava de uma vez, a menor estava chocada e recuada, mas a loira continuava a falar. － Acha que não sei que você quer fazer o mesmo comigo, Kim? Tudo isso é um teste do Senhor, porque ele sabe que você quer me levar ao caminho do pecado e depois pisar em mim, mas não quero falhar com ele... E se você acha que eu sou um brinquedo descartável... Pois saiba que eu sou uma humana com sentimentos!
－ Isso é mentira! － a Kim gritou e já sentia lágrimas de raiva se formarem em seus olhos, não podia acreditar que a Huh estava dizendo aquilo tudo sobre sua pessoa, como se fosse uma completa narcisista que não pensava nos outros, sendo que era o oposto, ela estava realmente amando a Huh. － Eu não faria isso com você, nunca faria porque... E-Eu te amo, Huh Yunjin, sua idiota!
Chaewon segurava os braços de Yunjin por aquelas roupas enormes que ela usava, a Huh negava repetidas vezes com a cabeça, não poderia estar acreditando no que estava ouvindo naquela sala.
Como Chaewon poderia estar lhe amando? Aquilo tudo era demais para sua mente.
－ Entenda de uma vez que eu me apaixonei por você-... － Chaewon segurou no rosto de Yunjin e antes que pudesse beijá-la com toda sua vontade, fora distanciada com um empurrão a afastando bruscamente.
－ Cala a boca! － Yunjin esbravejou surpresa e de olhos arregalados, assim, assustando a garota. A Huh tinha um tom rude e nada tranquilo enquanto se aproximava mais, a menor se encolheu com aquele grito e aquela aproximação nada boa. Mas Yunjin queria ser forte. － Você já testou toda a minha paciência, você é o próprio Satanás na minha vida me atormentando, Chaewon! E-Eu... Eu não sou uma qualquer... Como aqueles rapazes que você fica toda noite, não é isso que você gosta? Pois volta pra eles! － disse tudo e podia jurar que no mesmo momento ela sentiu um arrependimento bater.
Principalmente depois de ver uma lágrima solitária cair do rosto de Chaewon, a garota estava chorando ali na sua frente e completamente fragilizada, aquelas palavras tinham lhe acertado em cheio como uma facada em seu coração.
－ Tudo bem, eu vou fazer isso. － por fim, Chaewon concordou abraçando os próprios braços, seus lábios estavam tremendo e limpou algumas lágrimas, arrumou seu casaco se vestindo melhor e se aproximou de Yunjin. － Aqui está uma oportunidade de escolher o que você realmente quer, porque eu sei que você me quer mas mesmo assim você nega, você se nega, Yunjin... Se você quer essa vida carregada de mentiras e sentimentos de culpa negando quem é de verdade, eu espero que você continue aqui sofrendo lutando contra si mesma... Boa sorte.
E por fim, Chaewon bateu fortemente com seu ombro em Yunjin e passou por ela, seguindo para fora da sala fechando com força aquela porta e deixou para trás a Huh com o coração partido, mas com o seu próprio também em pedaços. Seguir o caminho para casa depois de ter sido negada daquela forma ia ser uma missão quase impossível para a Kim, pois seguiu o caminho chorando e se sentindo péssima com o maldito arrependimento de ter confessado seus sentimentos para alguém como a Huh.
Assim que Chaewon deixou a sala, Yunjin encostou suas próprias costas na porta e desceu lentamente até sentar-se naquele chão duro, ela estava exausta. Encarando o quadro de Jesus, ela se permitiu a chorar e dando tapas em suas pernas, se castigando por conta própria, pedia perdão para ele por ter dito palavras tão duras a alguém que não merecia ouvi-las, na verdade queria mesmo falar tudo para a própria Chaewon, ela não merecia ter ouvido tudo aquilo.
Yunjin tentava se manter forte, ela tinha que ser forte naquele momento, pois ela tinha que agir como se estivesse tudo bem... Ela precisava seguir em frente, não era assim que alguém fiel à Deus tinha que agir?