Sempre foi ela - Duskwood

By falsaescritora20

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A mesma história de Sempre foi você - Duskwood, porém sob o ponto de vista do detetive mais gato de Duskwood... More

Como seria ser tão amado assim
Droga, estou com ciúmes?
E se?
Chamada de video
Trabalho policial
Bem vindo a Nova York
84th Departamento de Policia de Nova York, Brooklyn
Sei exatamente onde a gente vai dar
Sou um egoísta
Quarterback
Bem-vinda ao lar, querida
Pode pegar o sal?
Eu sou muito babaca
Isso é culpa minha
Nunca mereci estar com ela
Você não faz o meu tipo
Não vou te esperar para sempre
Ela foi sequestrada
Alan x Jake (round 168)
Ela é minha
Briga, Promoção etc
Me apaixonei por ela de novo
Trabalho, Jogo, Casamento
Te vejo no altar
Final feliz
Isso é pro resto da minha vida
Agradecimento e extras

Girassol

242 19 15
By falsaescritora20

Estou tomando café preto sem açúcar e bem forte, decido deixar a caneca do balcão e abrir o envelope que veio de Grove Springs a alguns dias e tem me encarado desde então.

Leio meio por cima e é uma ótima notícia, darei meu último cheque de pensão para minha ex esposa, já que ela entrou com o pedido de casamento com seu novo marido. Que sejam felizes.

Isso me deixa com muito bom humor, ainda me sentia preso a ela por conta disso, mas já que ela irá se casar de novo me sinto verdadeiramente livre. Tiro uma foto da carta e mando para o grupo que respondem na mesma hora.

Miles: Finalmente ela arrumou outro pra encher o saco. Liberdade!!!

Ben: Vamos para Las Vegas torrar todo esse dinheiro extra!!!!!

Alan: Isso não, mas talvez possamos passar no Aurora mais tarde, por minha conta!

Ben: 🍻

Miles: Eu topo!

Depois de anos divorciado, é um alívio não ter mais que pagar pensão, o elo finalmente foi quebrado e não tenho que ter mais nenhum contato com ela, agora posso seguir em frente, quando dou por mim estou dirigindo para o hotel da senhora Walter, estacionando na frente e saio do carro, mas antes de entrar, paro. Não sei se ela está aqui ou se já foi, resolvo enviar uma mensagem para Maria.

Alan: Maria?

Maria: Oi, Alan, tudo bem?

Alan: Você já foi embora?

Maria: Ainda não. Estou fazendo checkout do hotel neste momento.

Alan: Você vai ir de carro ou de avião?

Maria: Avião.

Alan: Posso te levar ao aeroporto?

Vejo três bolinhas se mexendo na tela e então elas param, meu coração dispara, ela vai dizer não? Ela acha que estou dando encima dela? Isso é flerte? Não, né? Só estou oferecendo carona e uma chance de ver ela de novo, tudo platônico, com certeza.

Maria: Pode passar no hotel para me pegar?

Alan: Estou aqui na frente, te esperando.

Ótimo, ela ainda não foi, e me sinto aliviado quando ela sai do hotel sorrindo quando me vê, ela me analisa discretamente, de cima a baixo, o que me faz sorrir, ora ora, talvez as coisas não sejam tão platônicas quanto eu pensava. Ela vem até mim, e abro a porta do passageiro para ela.

— Oi. — ela diz.

— Oi. — respondo com um pequeno sorriso. — Podemos ir?

— Sim, detetive. — responde ela em tom de brincadeira, estendo a mão e alcanço a alça de sua mochila que ela deixa que eu carregue e coloque no banco de trás, foi um ato tão simples, mas pareceu algo rotineiro, como se sempre fizéssemos isso.

Começo a dirigir rumo ao aeroporto, ela parece melhor, seus olhos não estão vermelhos e nem inchados, acho que não chorou recentemente.

— Então, agora você está sóbria? — pergunto brincando.

— Sim, 100% sóbria. Aquela foi a primeira e última vez que bebi na vida. Obrigada pelos remédios.

— Não foi nada.

— E obrigada por cuidar de mim, de se preocupar, por não me deixar sozinha, por tudo na verdade. — ela diz reconhecendo o pouco que pude fazer para tentar fazer com que se sinta melhor, vejo de relance ela respirar fundo e passar as mãos nas coxas, eu a deixo nervosa? Não sei o que pensar a respeito o que me deixa sem graça.

— Eu só fiz o meu trabalho. — olho para baixo e depois para a frente de volta a estrada.

— Cuidar de mim bêbada fazia parte do seu trabalho? — pergunta ela, curiosa cerrando os olhos.

— Servir e proteger. — sou policial e este é o nosso lema — Mas, cuidar de você na delegacia, e te "resgatar" do banheiro do Aurora, te levar para o hotel e ver se passa a noite bem, foi apenas, eu. — dou de ombros porque é verdade, me preocupei com ela, queria me certificar eu mesmo que ela ficarei bem e teria feito muito mais, e faria se ela deixasse.

— Eu agradeço por isso, Alan. Quanto tempo eu fiquei no banheiro do Phil? — ela pergunta e desvia o olhar.

— Você estava andando toda torta, foi um milagre chegar no banheiro sem cair. — dou risada com a lembrança daquele momento.  — Você ficou lá uns 25 minutos.

— 25 minutos? — ela responde assustada — Parecia que que tinha só fechado e abertos os olhos bem devagar.

— Não, eu demorei para ir atrás de você, pensei que estava vomitando, mas passou tempo demais. Entrei lá e você estava deitada dormindo no chão. — respondo rindo mais ainda e percebo ela me olhando e seus olhos descem para os meus lábios o que faz com que meu sorriso se alargue ainda mais.

— Que vergonha.

— Não precisa se envergonhar, na hora fiquei preocupado, mas agora lembrar disso é engraçado. Por que você se deitou no chão?

— Eu acho que estava confortável. — responde ela dando de ombros.

Poucos minutos depois, chegamos ao aeroporto e começo a sentir um nó na garganta enquanto andamos até o seu local de embarque. A fila não está muito grande e ela já pode entrar, começo a suar frio, ficar nervoso, ela vai embora e nunca mais vamos nos ver.

— Obrigada por me trazer aqui. Obrigada por tudo o que fez, significou muito pra mim, Alan, obrigada. — Maria diz e posso ver em seus olhos que está realmente grata.

— Servir e proteger. — é tudo o que consigo dizer, e sorrio para ela.

— Servir e proteger. — repete ela sorrindo de volta e me pergunto se mais alguém nessa cidade foi capaz de fazê-la sorrir além de mim.

— Maria, sobre o Jake, eu sinto muito mesmo, lamento por sua perda.

— Obrigada, mas por favor, eu não quero falar sobre isso, sobre ele.

— Maria... — ela me interrompe erguendo a mão, eu respeito sua vontade de não falar sobre isso, então só digo — Foi um prazer conhecer você.

— Foi um prazer conhecer você também, Alan, novamente, obrigada por tudo.

Dou um passo à frente e ela também, então eu a abraço, forte, e demoro para soltá-la, a verdade é que eu não queria a soltar, sinto o coração dela bater, sinto ela relaxando em meus braços, e aperto um pouco mais.

Nos separamos do abraço e ela sorri para mim, e vai até a fila, ela dá vários passos e fica mais vez mais longe de mim, a aeromoça, a autoriza a entrar, mas antes disso, ela se vira de novo para mim e sorri, e meu coração bate em um ritmo tão rápido que sinto que posso morrer.

— Me avise quando chegar em casa. — falo alto o bastante para que me escute, ela acena que sim ainda sorrindo — Se cuida, Maria. — sorrio de também.

Ela entra no avião, e alguns minutos depois eu o vejo decolar, quando me viro para ir embora, começo a me sentir mal, parece aquela sensação antes de desmaiar, mas consigo chegar até o carro, na verdade, me sinto sufocado, agarro o volante com toda a força e vejo meus dedos ficarem brancos, respiro fundo algumas vezes, meu ritmo cardíaco voltando ao normal. Solto o ar, que porra acabou de acontecer?

Chego em casa em pouco minutos, ainda pensando em Maria, penso que ela vai chegar e estar sozinha ou se sentir sozinha, e não queria que ela se sentisse assim. Mordo o lábio, pensando.

Alan: Pode descobrir o endereço da Maria para mim, por favor?

Ben: Me dê 3 minutos.

Alan: Estou esperando.

Ben: 540 Park Avenue, Upper East Side, Nova York, uau, Manhattan, que chique.

Alan: Obrigado, Ben.

Antes que Ben mande mais alguma coisa, começo a pesquisar floriculturas próximas ou que entreguem onde ela mora, e graças aos céus, consegui localizar uma. Não sai barato, mas encomendo um buquê de girassóis, falo o que quero que esteja escrito no cartão e mando enviar para a casa dela, espero que chegue lá antes dela, com certeza isso vai acontecer, só quero que ela fique feliz e não se sinta sozinha quando chegar.

Mais tarde, vou para a delegacia começar meu plantão, mas seria pedir demais que o fofoqueiro do Ben não tivesse dito nada aos outros, mas aparentemente, ele disse, e agora estão ao redor da minha mesa.

— O que você fez? — pergunta Miles.

— O que você quer saber?— pergunto de volta.

— Ben me contou, você pediu o endereço da garota, vai aparecer lá de surpresa?

— Não, eu não vou fazer isso.

— Estamos curiosos para saber e porque você pediu isso ao Ben e não a mim? — Pergunta Julie assistente administrativo da delegacia.

— Você não tem acesso ao sistema da polícia para achar endereços, Julie. — respondo paciente.

— Quem disse que não? — ela fala e tapa a própria boca. — Vocês não ouviram nada.

— Como conseguiu o acesso? — Miles pergunta para ela que apenas dá de ombros.

— Você sabe que isso é crime, Julie. — fala Ben.

— Então, me prenda senhor policial. — ela fala brincando. — Vocês não percebem que mudaram de assunto e que o importante aqui é o por que o detetive Bloomgate queria o endereço de um ex suspeita de homicídio e sequestro?

— Mas ela era inocente. — respondo rindo.

— Conta o que rolou? — pressiona Miles.

— Nada, eu só mandei flores para ela. — Ouço alguns sons de "Aah", animados e desanimados, que platéia difícil de agradar.

— Que fofo! — responde Julie.

— Meloso, você não sai com ninguém desde que se separou, ainda está parado no tempo. — responde Miles.

— De qualquer forma, isso não é da conta de vocês. Me deixem trabalhar. — digo e todos se dispersam e respiro aliviado.

Como todos sabemos, Duskwood pode ser entediante, e desde que tudo aconteceu, não tem mais nada para fazer, o grande caso do sequestro foi resolvido, as coisas mais emocionantes são trotes que nos passam. Então, algumas horas depois que cheguei ao trabalho meu celular vibra com uma mensagem de Maria.

Maria: Acabei de chegar em casa. Não sei como te agradecer pelas flores.

Alan: Que bom que gostou. Descanse, mais tarde nos falamos.

Por mais que eu queria muito conversar com ela agora, eu sei que está cansada, ela vai se sentir melhor quando dormir e ver que mais um dia se passou desde que tudo aconteceu, me preocupo com ela, quando ela se sentir melhor podemos conversar com calma, mas fico feliz e aliviado que tenha gostado da surpresa, das flores, e no fundo espero que ela saiba que estou pensando nela.

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