It's Pink, Honey | jikook

بواسطة BellaVittory

359K 45.2K 52.9K

O ano de 2017 havia chegado ao fim. E com ele, o término de uma guerra entre as duas Coreias, da qual Jungkoo... المزيد

desejos, aromas e permissões
lúpus, paparazzi e olhares
fotos, freddie e coragem
ternos, ódio e surtos
ciúmes, dior e desejo
café, aranha e beijos
pesadelos, perguntas e gemidos
prazer, descobertas e luz
cartas, vaga lumes e proteção
feridas, róseo e meu
toques, terapia e egoísmo
verdades, saudades e Ghost
lembranças, cio e marca
memórias, dor e herói
trio, gestos e início
proposta, gestação e Suíça
brigas, perseguidor e respostas
amor, segredos e raiva
carinho, proteção e vingança
retorno, ataque e planos
justiça, juramentos e falas
adeus, momentos e vencer

declarações, socos e máscara

16.9K 2.2K 3.7K
بواسطة BellaVittory

Oii gente!!!

Como vocês estão?

Sentiram minha falta novamente?

O maior capítulo até hoje hehe, peguem o vinho ou a pipoca.

Já estão sabendo que Aceita uma bebida? Vai virar livro físico ano que vem? Happy

Bjbj boa leitura♡

━━━━━━━ •♬• ━━━━━━━

Eis uma história, onde um garoto que não sabia viver, se dispôs a abandonar a única coisa que conhecia, pelas grandes novidades que o mundo apresentava, sem pensar que essa sua escolha, mudaria o rumo de sua vida para sempre.

O garoto tinha apenas vinte e três anos quando disse um último adeus aos seus pais, que se despediam alegremente, pensando que seu filho seria reconhecido algum dia, por sua bondade e força.

Esperavam que todos os seus sonhos fossem ser realizados e que o brilho em suas orbes negras, só aumentasse.

Porém, sem que nem aos menos soubessem, nada do que imaginavam, aconteceu.

O garoto de fato, conquistou o que tanto queria, ser um militar. A emoção de colocar pela primeira vez, a farda em seu corpo, foi talvez, a melhor sensação que sentiu depois de muito tempo.

Seguia as ordens e juramentos com orgulho, com a esperança de que faria o bem acima de tudo.

Mas, na manhã chuvosa, onde a lama dificultava a tarefa de caminhar e o vento frio fazia com que os corpos fortes tremessem, apenas uma frase, foi capaz de iludi-lo com tanta voracidade.

“Estamos a procura do mais forte, mais corajoso e o mais disposto, a salvar vidas e ser um herói.”

Acreditou naquelas palavras.

Usou de toda sua força para conquistar o primeiro lugar.

E foi ali... que seu mundo desmoronou.

Os fins de tarde não foram os mesmos, eram escuros. As ruas arborizadas de Seoul, foram engolidas pelo fogo e os sons de risadas e conversas, foram trocadas pelos gritos, choros e pedidos de socorro.

O primeiro ataque da Coreia do Norte, contra a do Sul, antes aliados, separados por pensamentos e políticas diferentes, se esquecendo completamente das vidas e paz.

Se já não bastasse todo o cenário doloroso, o garoto foi obrigado a assistir tudo, escondido por trás de uma máscara semelhante a estrutura óssea humana, onde o maxilar, mandíbula, zigomático, lacrimal, frontal, vômer, concha nasal inferior e nasal, eram pintados de branco.

Não sabiam seu nome, sua idade, sua aparência, sonhos, gostos, memórias ou planos futuros.

Não se importavam.

Se o garoto obedecia as ordens propostas por pessoas ruins, então tudo bem, ele tinha o direito de comer, ver o sol ou até mesmo dormir.

Mas quando negava machucar homens, mulheres e crianças inocentes, que não carregavam qualquer tipo de culpa do cenário atual em que viviam, então sofria as consequências.

Dias no escuro, com fome, com frio, com crises de choro que pareciam nunca ter fim, ao ponto de não deixá-lo respirar. Violência tanto física quanto psicológica e a destruição completa de quem ele realmente era.

O garoto se esqueceu por vários momentos, de sua vida passada, onde foi feliz. E quando pensou estar em seu limite, onde suas pernas não funcionavam mais, ele foi salvo.

Um pequeno grupo de pessoas, onde alguns, ainda mantém anonimato até os dias atuais. As únicas pessoas que se preocuparam com quem ele era, por trás do herói mascarado.

E depois de longos três anos, vivendo uma vida da qual nunca pediu ou quis, ele encontrou seu brilho.

O brilho rosa completamente pirado.

Prometeu esquecer a fase mais escura que viveu. Mas naquele momento, vendo a homenagem pela enorme televisão daquela sala, ele percebeu que não conseguiria controlar as lágrimas.

Sai a passos acelerados do local, arrancando olhares curiosos dos empregados e de Jimin, que procurava entender o que estava acontecendo. 

No fundo, ele sabia, mas só teria total certeza e confiança, se tivesse uma confirmação.

Não se levantou do sofá macio, continuou ali, em silêncio, olhando para o chão enquanto concordava consigo mesmo, de que Jungkook talvez precisasse de um tempo sozinho.

Deu isso a ele, sem nem ao menos imaginar que o alfa chorou, depois de tanto tempo, como se pudesse lavar qualquer coisa negativa que ainda existisse dentro de si.

Se acalmou minutos depois, sentado na varanda da espécie de estúdio que Jimin mantinha no fundo da casa, em meio ao jardim florido.
 
Olhava as peças de chá e os tantos violoncelos espalhados pelo local.  

Park Jimin, parecia ser seu ponto de paz. A mão que tocava belas canções e uma delas, foi feita para si. Dono da voz que trazia o sentimento de segurança que tanto sentiu falta e por último, com a beleza mais cativante que já viu, o fez desejar acordar todos os dias de manhã, admirando as bochechas rosadas e fofas, amassadas pelo travesseiro.

Imaginou como seria ter uma vida ao lado daquele ômega e como suas loucuras passageiras o fariam rir para sempre, até sua morte.

Foi nesse momento que o loiro se aproximou, parando na porta do pequeno local branco, cercado por cortinas, enquanto encarava o alfa com um leve sorriso no rosto.

– Você está bem? – pergunta em um tom de voz meigo, o vendo concordar com a cabeça, ainda em silêncio.

– Pensativo.

– Sobre?

Respira fundo antes de continuar a falar.

– O motivo de toda essa homenagem, não sei... eu penso que talvez, ele não seja tão merecedor assim.

– Sinceramente – responde se aproximando, sentando na outra cadeira livre, de frente para Jeon – se ele, que levou quatro tiros para proteger crianças, as levando em segurança de volta para a base, mesmo quase desmaiando, não é merecedor, então eu não sei quem seria.

Jungkook o olha em silêncio, sem saber exatamente o que dizer ou como agir.

– É engraçado. No início eu olhava as fotos e pensava que eu apenas tinha uma queda por um homem mascarado, pensando o qual atraente ele conseguia ficar, mesmo não sabendo como é o rosto. Mas aí...

Cruza os braços, parecendo pensar no que exatamente diria.

– Eu... me peguei um dia, lendo os jornais, depois de uma crise de choro e brigas familiares. Ele fez eu me sentir seguro naquele momento, fez eu me perguntar se talvez ele também poderia me salvar e mudar o rumo da minha vida, como fez com aquelas crianças.

– Como sentiu isso com alguém que você nunca teve contato?

– O olhar – responde, vendo Jungkook parando de lhe olhar por alguns segundos – era um olhar puro, um olhar triste. Por meio dele eu sei que Ghost, nunca poderia ser alguém ruim ou que fez tudo aquilo por fama.

– Surgiram algumas pessoas na mídia, com o passar dos anos, dizendo ser ele.

– Todo mundo percebeu que não era, não tinham a mesma força que ele e sinceramente, eu ficaria triste se fosse um cara aleatório de olhar prepotente.

– E como ficaria feliz?

– Ficaria feliz se fosse você, por exemplo.

Jungkook o olhava de maneira profunda, talvez, de forma inusitada. Era a primeira vez que o alfa o olhava de uma forma tão diferente. Jimin não saberia dizer o que se passava pela sua cabeça, naquele momento.

– Eu?

– É... tem me tirado do fundo do poço aos poucos... me sinto mais leve, mais livre, como se nada de ruim pudesse acontecer. Me senti seguro assim como ele conseguiu fazer – responde, não conseguindo impedir que seus olhos ficassem encharcados – posso ser sincero?

– Sempre...

– Eu queria que você fosse ele...

Não conseguia mais controlar as lágrimas, enquanto secava rapidamente seu o rosto.

– Eu queria que alguém tivesse escutado os meus pedidos naquela noite... de que apareceria alguém, tão parecido ou de coração tão bom quanto aquele militar e me ajudasse a por um ponto final nos meus anos solitários onde eu só me odiei todos os dias, minutos e segundos... Jeon, me ajudaria à por um ponto final nisso? Eu não sei o que fazer...

Jungkook se levanta, apenas para puxar Jimin até seus braços, em um abraço confortável e quente, deixando que as lágrimas molhassem seu terno escuro.

– Não fala nada... por favor.

– Jimin...

– Nada.
 

Apenas obedeceu, esperando o ômega se acalmar, ambos em total silêncio.

Se separaram segundos depois, olhando fixamente para o rosto um do outro.

– Eu preciso de você do meu lado de novo.

– Pode me dizer o motivo?

– Quero visitar as crianças.
 
Jungkook nunca negaria isso, fazendo com que em poucos minutos, Jimin estivesse no orfanato, de forma segura.

O observava de longe, enquanto via o ômega sentado em meio a todos os pequenos, que pareciam contentes em ouvir as histórias que o livro nas mãos do mais velho, guardava.

Realmente, Park tinha jeito com crianças.

– Jeon.

O alfa olha para trás, na direção de onde sua voz foi chamada, vendo Jin, o melhor amigo de Jimin, se aproximar, sorridente.

Deveria admitir, tinha medo do Kim e em como ele conseguia ser até mais maluco que Park.

– Como você tá gato? – pergunta, vendo o ex militar o olhar confuso – que foi? Você não sabe que é bonito?

– Bom dia.

– Ata, bom dia, como você tá gato?

– Tô bem... não sabia que a gente tinha essa intimidade, nunca conversamos direito.

– Não temos, eu estou criando ela.

– Péssima forma.

– Melhor forma possível. É o meu jeitinho, se acostume.

Jungkook respira fundo, tentando entender a linha de raciocínio do ômega maluco a sua frente.

– Ok, mas... tá fazendo o que aqui?

– Jimin me disse que estaria aqui, acho fofo ele brincando com as crianças, então vim dar uma olhada antes de ter meu encontro com o seu colega.

– Namjoon?

– Exactly bro.

– Achei que tivesse rejeitado ele.

– É... rejeitei, mas aí eu dei pra ele, valeu a pena.

– Eu não precisava saber disso...

– É, você estava comendo meu melhor amigo e eu não sabia.

– Você é realmente maluco! – Jungkook diz se afastando um pouco, antes que Jin se aproximasse e parasse ao seu lado novamente.

– É o seguinte, honey. Estou tentando fazer você se acostumar com a minha personalidade maluca, pois, o seu futuro namorado é tão pior quanto eu, por isso somos friends.

– Meu Deus...

– E você vai precisar dos meus conselhos futuramente.

– Eu?

– É claro! Só um louco entende um louco. Quando você assumir que é completamente maluco pelo loirinho ali, estará também assumindo, que qualquer resquício de normalidade da sua mente, foi para o fundo do poço. Consequentemente, as vezes, não vai saber lidar com ele e no fim, vai correr atrás de mim, pedindo conselhos.

– Eu posso pular de um prédio nesse dia?

– Não querido, não pode – responde, dando um leve tapinha no ombro de Jungkook, tentando tranquiliza-lo – não vou atrapalhar o Jimin, já vou indo, beijos... gatão.

Jeon ficaria maluco em algum momento, já aceitou esse fim.

(...)

Poucas horas se passaram desde então, onde a última tarefa do segurança, era deixar o ômega em casa e acompanhá-lo pelo restante da tarde e noite, antes de voltar para seu apartamento e seguir sua mesma rotina monótona de sempre.

Teria feito isso se uma sensação ruim não tivesse o acertado em cheio. Sabia que assim que cruzassem a porta de entrada da mansão, algo ali aconteceria e talvez, não tivessem o mínimo controle sobre isso.

Segura a mão de Jimin com cuidado, enquanto caminham pelo estacionamento em frente ao longo jardim, vendo o ômega lhe olhar, parecendo se perguntar o motivo daquele ato tão repentino, ainda mais por seu pai e mãe estarem na casa.

Jungkook sentiu vontade de protegê-lo mesmo não sabendo se algo realmente aconteceria.

Sobe os degraus com certa enrolação, mostrando a evidente apreensão, que parece ter aumentado conforme entravam na sala de estar.

Os funcionários, desde a limpeza até os seguranças, estavam ali, com ambos os braços para trás, escondidos pelo próprio corpo. Olhavam para Jimin de uma forma triste, como se soubessem o que aconteceria em instantes.

O ômega parecia extremamente confuso, sentindo seu corpo começar a tremer levemente ao ver o ator inglês que tanto adiava, descer as escadas com calma, como se a casa fosse sua.

Jungkook percebe todo o nervosismo vindo de todos os membros da casa, percebendo que aquele homem, é com certeza, uma ameaça.

Sumin vinha logo atrás, sorrindo, como se estivesse adorando aquela cena. Se divertia com todos os olhares confusos, cansados e apreensivos.

Por outro lado, Ju Woo se aproxima a passos rápidos, parando ao lado do filho, enquanto olhava para Jeon, de uma forma que nem ao menos palavras precisavam ser ditas.

“Temos que protegê-lo.”

Entendeu ali, que a situação nunca pareceu tão séria...

– Park, quanto tempo! – o homem diz, em um coreano perfeito.

Tinha cabelos loiros, olhar prepotente, magro e de sorriso perturbador, por mais que parecesse burro, na visão do segurança.

– O diabo sempre aparece – Jimin responde.

– Mais respeito com seu futuro esposo – é a vez de Sumin dizer, cruzando os braços.

– Como é?

– Exatamente o que você ouviu. Já tem vinte e cinco anos, uma idade para se casar.

– Eu já disse que não, Sumin. – Ju Woo responde, vendo a mulher rir.

– Bom, eu já estou aqui com os anéis e prometo que irei ser um bom marido, senhor Park.

– Pouco me importa, vindo de alguém que já traiu, agrediu e é assediador. Nem ao menos tem medo de guardar isso da mídia.

– Não sou assim, senhor.

– Então tenha o mínimo de noção e vai embora da minha casa.

– Ele não vai. Está decidido, se aproxime Jimin, deixe que ele faça o pedido. – Sumin responde, chamando o ômega com o dedo indicador.

O loiro parecia completamente perdido. Sem chão. Olhava para a própria mãe, abismado, tentando acreditar que a mulher não seria capaz de fazer isso consigo. Que seu ódio se resumiria apenas em palavras cruéis.

A realidade bateu em seu rosto com força, o deixando completamente tonto. Aquilo estava acontecendo.

Sua mãe queria que ele se casasse de forma forçada, como ela fez.

– Vamos acabar logo com isso, peça de uma vez, Noah.

O inglês se aproxima, segurando uma caixinha branca na palma de sua mão, escondendo dois anéis brilhantes, escolhidos aleatoriamente, já que a intenção do homem, era apenas lucrar em cima do relacionamento que teriam.

Teria se aproximado o suficiente, se Jungkook não tivesse parado em frente ao ômega, encarando o alfa com um olhar carregado de ira.

Queria quebrar a cara daquele desgraçado.

– Quem você pensa que é, hein? Me dê licença, por favor.

– Dá mais um passo e eu te mostro quem eu sou – responde, usando seu tom de alfa, que por ser da linhagem lúpus, conseguia ser mais forte que o normal, fazendo o homem se afastar um pouco.

– Não precisa ter medo Noah, este é o ex segurança de Jimin, está demitido.

– Como eu disse no dia que nos conhecemos, você não tem poder para isso.

– Jeon.

– Excedeu o nível de crueldade e espero que saiba lidar com as consequências.

– Fale direito comigo.

– Ele fala da forma que quiser – Ju Woo responde – acabou Sumin, você não vai empurrar um casamento para cima do meu filho, lembre-se de quem tem mais poder, dinheiro e influência entre nós dois.

– Isso é um desafio? – a mulher pergunta, parada no topo das escadas.

– É um aviso.

– Vou adorar provar que você está errado. Vai embora senhor Patch, deixarei que volte outra hora e faça o pedido.

O homem se curva, enquanto carrega um sorriso prepotente no rosto. Jungkook não desviava os olhos de si, prometendo que não teria medo algum de espancá-lo se fosse preciso.

Ju Woo mantinha sua posição de descansar, como sempre fazia, enquanto observava o rapaz se afastar aos poucos.

– Não pise mais os pés na minha casa.

– Ou? – foi corajoso o suficiente de perguntar, em meio a risadas.

– Tem dois ex militares prontos para espalhar seu sangue pela casa.

A expressão de felicidade de Noah se desmancha rapidamente, fazendo com que acelerasse os passos até que estivesse fora da residência.

Ambos os homens se olham, parecendo pensar juntos pela primeira vez.

Ju Woo pensava que faria a coisa certa dessa vez e Jungkook, de que seria a única pessoa com total direito de pedir a mão de Park em casamento.

Mais ninguém.

Nem ao menos imaginava que os próximos dias seriam tão difíceis.

A tarefa de se aproximar do ômega pareceu impossível. Jimin se isolou em seu próprio quarto, sentindo a chegada do cio cada vez mais próximo e isso o assustava.

Não se sentia seguro em casa e guardava o último comprimido como se sua vida dependesse disso, com medo de que as dores aumentassem a um nível extremo.
 
Quando não era isso, todos impediam que Jungkook pudesse simplesmente bater na porta do quarto do ômega, claro, a mando de Sumin, que prometeu demiti-los caso deixassem que o segurança se aproximasse.

Era algo doloroso de se ver. Os dois jovens pareciam precisar um do outro mais do que de costume, talvez pelos sentimentos retidos, ou pelo cio que começava a pesar em ambos os lados.

Chegou ao ponto em que Jeon parecia perder suas forças aos poucos. Sentia dores constantes e seu corpo queimava. Tentava manter sua rotina e de alguma forma, se aproximar de Jimin, mas era impossível.

Foi obrigado a tirar alguns dias de folga, até que os efeitos passassem e pudesse retornar ao trabalho, triste por não ter visto o homem que roubava tanto seus pensamentos por uma semana completa e o medo constante de que algo acontecesse justamente por ele não estar presente.

Naquele momento, se encontrava jogado em sua cama, esperando que os comprimidos fizessem efeito o mais rápido possível, para que conseguisse ao menos dormir de forma decente.

Teria conseguido esse feito se o seu celular não tocasse.

Não tinha forças o suficiente para pegar o aparelho e dizer qualquer coisa que fosse. Seu corpo inteiro doía e os medicamentos o dopavam.

Foi na segunda vez, onde o nome “Hoseok” foi mostrado na tela, que ele percebeu ser algo sério.

Juntou qualquer força que tinha, para levar sua mão até o aparelho e levá-lo até o ouvido, escutando de imediato a respiração descompassada e voz alta do segurança, que parecia desesperado.

“– Jungkook! Você está bem?

– Aconteceu alguma coisa? – pergunta com sua voz falha.

– Sim, eu estava acompanhando a senhora Park até uma reunião e Yoongi acompanhava Ju Woo até o trabalho quando Shin me liga dizendo que Noah apareceu na casa e praticamente empurrou todo mundo para entrar no quarto de Jimin.”

O mundo de Jungkook parecia ter desmoronado ali. Sabia que Jimin estava perto do cio e que não conseguiria se defender de um alfa que usaria sua força bruta.

– Eu tô no carro, larguei Sumin para trás, com certeza vou ser demitido, mas tô tentando voltar o mais rápido possível, eu tô muito longe da casa. Ju Woo está fazendo o mesmo, mas talvez você chegue antes Jungkook!

Hoseok não conseguia parar de falar, devido ao nervosismo. Sabia que os outros empregados da casa, não conseguiriam impedir que o alfa fizesse alguma besteira. Eram idosos, a maioria ômegas.

Jimin corria grande perigo.

Ignorou completamente sua dores, desejos ou qualquer outra coisa que sentia, apenas para se vestir rapidamente e entrar em seu carro em uma velocidade impressionante.

Hoseok ainda dizia algo pelo telefone, enquanto Jungkook acelerava pelas ruas de Seoul, tentando chegar o mais rápido possível para que aquele ator fosse declarado morto de uma vez.

– Jungkook! O que você vai fazer? Está no cio, não vai conseguir controlar sua força!

– Exatamente isso, não quero controlar.

Encerra a ligação ali, vendo o senhor que ficava na portaria, abrir rapidamente os grandes portões de ferro para si, parecendo desesperado.

Todos ali esperavam que a solução chegasse logo e ela tinha nome.

Jeon Jungkook.

Nem ao menos imaginavam o que acontecia naquele quarto.  

Jimin estava completamente suado, sentindo que o clima parecer mais quente, mesmo que as gotas de chuva começassem a descer e bater contra o vidro da janela.

Estava sentado no chão, com as costas apoiadas na cama, abraçando o próprio corpo enquanto tentava aguentar suas dores, sem o efeito o remédio, em total silêncio.

Noah caminhava pelo quarto, com um sorriso vitorioso no rosto. Expressão essa, que trazia nojo para o ômega, que sentia vontade de vomitar sempre que via.

O homem poderia fazer o que quisesse consigo ali, não tinha forças, não conseguiria impedir um desastre.

– Não tem motivos para você estar assim, Park. Seu alfa veio te ajudar com o cio.

Leva as próprias mãos até sua camisa social, desabotoando botão por botão, ato que causa repulsa em Jimin, que queria apenas fugir e chorar.

– Sua dor vai passar, eu prometo.

– Não encosta em mim...

– Ou o quê? Hum? – pergunta, se abaixando para ficar na mesma altura do ômega – seu segurança vai te defender? Cadê ele então?

– Você não sabe com quem você tá lidando...

– Que medo.

Se levanta novamente, apenas para caminhar em direção às fotos presas na parede.  

– Você tem fotos de dois homens aqui. É realmente uma putinha. Gosta de duas pessoas que não ligam para você ou para o que está sentindo, mas eu ligo.

– Você é um monstro.

– Não, eu sou um alfa, pronto para ajudar o meu futuro noivo com o cio. Um ato... nobre, eu diria.

Leva sua mão esquerda até a divisão das fotos presas, puxando duas ao mesmo tempo.

Jimin queria apenas chorar.

As imagens eram rasgadas sem dó alguma. Aquilo não deveria doer, mas foi demais para si.

Se sentiu sozinho novamente.

Sem esperanças.

– Não fica triste, você vai gostar – se aproxima, segurando o pescoço fino e delicado do ômega com uma de suas mãos, vendo o olhar triste que era direcionado a si – tem algo a dizer antes de começarmos?

– Tenho... eu sinto nojo de você – diz rindo de maneira sádica – você não vai vencer no fim...

– Não vou? Me diga o motivo.

– O motivo... é um aroma amadeirado forte, que eu sinto se aproximar daqui rapidamente.

Noah o olha de forma confusa, parecendo entender o que estava acontecendo apenas quando, com um único chute, Jungkook abre a porta, fazendo um barulho altíssimo, enquanto o olhava de forma assustadora.

Seus olhos estavam em um tom de vermelho sangue vibrante. Suas veias pareciam mais saltadas que o normal e sua presença fez com que todo o ambiente queimasse, principalmente o ômega, que sentia seu lobo em completo desespero, sabendo que quem ele queria por perto, estava ali.

Jeon não tem outra reação, apenas se aproxima a passos largos, usando de toda sua forma para puxar o alfa pelos cabelos, o arrastando para que ficasse deitado no chão, antes de se ajoelhar e começar a começar a desferir uma sequência de socos no rosto comprido.

Não tinha dó alguma. Foi necessário apenas dois golpes para que o nariz do homem, agora quebrado, começasse a sangrar.

Shin foi rápida em puxar o corpo magro do ômega, para fora do quarto, que parecia sentir sua pernas falharem a cada passo.

Ju Woo e Yoongi chegaram rapidamente, correndo direto para o quarto do ômega, tentando arrancar Jungkook de cima do alfa assediador, que a essa altura, já estava desmaiado.

Mais alguns socos e provavelmente, Noah não estaria mais vivo.

Essa era a raiva de Jungkook e como ele ficava para proteger as pouquíssimas pessoas que ele ama.

Jimin usa toda sua força para correr até a cozinha, pegando rapidamente um copo com água, para ajudar a engolir o último comprimido que tinha em mãos.

Queria fugir dali, correr de todo aquele pesadelo.

A parte mais dolorosa não era saber que se Jungkook não tivesse chegado, ele provavelmente seria abusado.

Dói, muito, imaginar que sua própria mãe, quer que ele se case com alguém assim.

Queria entender o que ele fez exatamente, para que recebesse tanto ódio e traumas de uma pessoa que ele amou e ama tanto.

Era apenas nisso que conseguia pensar, enquanto corria para fora de casa, o mais rápido que conseguia, escutando os empregados o chamando, mesmo que as vozes fossem ficando cada vez mais baixas, devido a distância.

Cruza os enormes portões de ferro, correndo até o fim da rua, onde suas pernas falham completamente, o fazendo cair sentado.

A chuva já estava forte e parecia pronta para congelar o ômega ali mesmo, que estava sensível por causa do cio.

Olhava para frente, sem rumo, pensando no que teria acontecido se o alfa pela qual, se apaixonou, não tivesse chegado.

Foi ali que entendeu de uma vez por todas... estava completamente apaixonado por Jeon Jungkook. O único que se importou e se esforçou ao máximo para protegê-lo, mesmo com todos seus defeitos.  

Mas se realmente Sumin estivesse disposta a contrariar todo mundo e querer estragar completamente sua vida... então, perderia o único homem que amou de uma maneira tão diferente.

Seus pensamentos foram cortados ao ver o alfa ali, correndo, o mais rápido que conseguia naquelas condições, parando a pouquíssimos metros de distância do ômega, que o encarava com suas orbes brilhantes, que carregavam um último fio de esperança.

– Você está bem? Por favor, diga que sim... – sua voz era grave e seus olhos já haviam voltado ao tom de castanho normal.

– Eu tô com medo... – responde, sentindo sua voz tremer.

Jungkook fica em silêncio, o observando. No fim, sabia exatamente o que queria fazer.

Estava cansado.

Cansado de ver Jimin sofrer tanto por coisas que nem ao menos merecia.

Cansado de ter que esconder a maioria das coisas que sente, inclusive, de que ocupava não apenas cinquenta porcento da parede, mas sim, ela toda.

“– Eu queria que você fosse ele.”

Aquilo o pegou de tal forma, que prometeu para si mesmo, parar de segredos e tomar uma decisão.

Se aproxima a passos rápidos, apenas para envolver o corpo pequeno em seus braços, o pegando no colo.

O levaria para longe dali, em um lugar onde ele já se sentiu seguro uma vez e se sentiria assim novamente.

A chuva naquele fim de tarde, só deixava tudo mais bonito. Um arco íris gigante estava exposto no céu, talvez mostrando, que as coisas ruins já passaram.

– Eu não quero me casar... – diz, escondendo o próprio rosto no pescoço do alfa.

– Você não vai.

– Ela não vai desistir...

– Não importa, você não vai, eu não vou deixar.

– Como poderia impedir?

Jungkook para de andar, apenas para respirar fundo, criando coragem o suficiente para dizer o que tanto queria.
 
– É simples. Não se pode casar um ômega, que já tenha um alfa.
 
Deveria admitir, aquilo pegou Jimin em completa surpresa, sentindo seu lobo se agitar.

– Eu me decidi, Park.  

– O quê?

– Você é meu. Meu ômega. Eu me apaixonei por você. Não posso deixar que outro homem te toque, como eu posso fazer, não posso deixar que outro alfa te beije e te marque, como eu vou fazer.

– Jeon...

– Então por favor, apenas confie em mim e em como eu disse que você não vai se casar.

– O que eu faço, então?

– Passe o cio comigo.

Foi inevitável que seus olhos ficassem roxos e consequentemente, os de Jungkook ficassem vermelhos.

Ambos carregavam o mais puro desejo.

– Mas por hora, descanse. Cios de alfas lúpus duram mais tempo que o normal e quero esperar que o efeito do medicamento passe.

Foi a última coisa que disse antes que adentrassem o apartamento, vendo Bam parecer animado ao ver Park ali novamente.

Coloca o corpo delicado em sua cama, o cobrindo com seus cobertores grossos. Se deita ao seu lado, apenas para abraça-lo e se certificar de que o ômega ficaria aquecido.

Percebeu que teria que enfrentar o passado mais uma vez e nele, buscar sua antiga força e coragem para ter certeza que conseguiria ajudar Jimin a ser finalmente livre.

Pegaram no sono, cada um com seus pensamentos.

Porém Jungkook foi mais rápido em acordar, observando o rosto delicado amassado pelo travesseiro macio, conforme tinha imaginado.

Descobriu amar aquilo.

Foi até a cozinha, vendo que a noite já havia chegado e por mais que estivesse sentindo dor, imaginou que Jimin não teria comido nada nos últimos dias.

Preparou uma sopa quente, acompanhado de alguns kimbap com coisas que tinham em seu armário e geladeira.

Colocou tudo na mesa, vendo o ômega acordar no momento exato, enquanto coçava os olhos pequenos com ambas as mãos, ato que o deixa extremamente fofo, ainda mais pelo bico involuntário.

Se levanta de forma tímida, caminhando até a cozinha, vendo que Jungkook agora lavava a louça que havia sujado anteriormente, carregando um sorriso no rosto.

– Coma enquanto está quente.

Jimin concorda em silêncio, ainda sem saber o que dizer. Sua mente o fazia se lembrar de segundo a segundo, das palavras que escutou quando ainda estava debaixo de chuva.

Queria exatamente aquilo, mas não tinha coragem de dizer.

Se levanta, usando seus hashis para pegar um kimbap e levar até Jungkook, que ri, antes de comer.

– Você cozinha bem, tenho que admitir.

– Eu só me viro, é isso ou passar fome.

– Quando nos casarmos você vai cozinhar – diz de forma inocente, antes de arregalar os olhos, olhando para o alfa que tinha sua visão presa em si.

– Combinado.

Volta correndo para a mesa, se odiando. Nunca foi tímido assim, cadê o bom e maluco Park Jimin? O homem se limites?

– Você está melhor?

– Tô sim... não é a primeira vez que coisas ruins acontecem comigo.

– Mas você é sempre mais forte do que elas, isso é bom.

– Dessa vez eu não fui... você foi por mim.

– Jimin... você não passou por coisas fáceis hoje.

– Não foi essa parte que doeu.

– Qual? – pergunta, se encostando na pia, dando sua total atenção ao ômega.

– O fato da minha própria mãe querer que eu me case com uma pessoa assim...

– Ficar lá não está te fazendo bem.

– É... eu sei, acho que eu tenho que procurar um apartamento para mim, sozinho novamente, mas... acho que, eu estaria mais tranquilo.

– Você não está sozinho.

– É... não mais – responde sorrindo, vendo o alfa retribuir.

– Quer tomar um banho? Deve estar com frio.

– Um pouco, mas não trouxe roupas...

Jungkook poderia falar calmamente que ele mesmo iria até o armário escolher algumas peças para que Jimin pudesse usar, mas... pensou que talvez, ele não devesse fazer isso.

Se lembrou da existência de uma mala e era nela, que todo seu passado e maior segredo, era escondida.

Pensou na possibilidade de Park achá-la e o quão fofoqueiro ele era, ao ponto de examiná-la.

Ele ficaria bravo? Feliz? Confuso?

Não fazia ideia.

Porém sabia, que não deveria esconder mais isso dele.

Respira fundo antes de se aproximar, tendo a plena certeza, de que não queria mais esconder quem ele era de verdade.

– Vamos fazer o seguinte. Eu vou tomar um banho, enquanto isso, você pode escolher alguma roupa minha.

– Vai ficar gigante em mim.

– Não tem problema, se puder ficar apenas de blusa seria melhor – diz rindo, recebendo um soco no ombro como resposta.

– Vai logo, quero terminar de comer.

Jungkook concorda antes de caminhar até seu quarto, sentindo todo seu corpo tremer.

Estava muito... muito nervoso.

Pega sua toalha, correndo até o banheiro, enquanto se encosta na porta, usando de sua audição boa para escutar tudo o que acontecia fora do cômodo onde estava.

Conseguia ouvir tudo, Jimin caminhava pela cozinha antes que fosse com calma até o quarto, suspirando, sentindo que o efeito do medicamento sumia mais e mais.

– Vamos ver o que eu posso vestir – diz, quase em um sussurro, abrindo as duas portas do armário, soltando um leve grito agudo quando sente uma mala cair em seu pé – ai meu Deus, quase infartei...

Encarava a mala com certa curiosidade, pensando seria apenas um guarda tralhas, enquanto uma de suas mãos repousava em seu peito, procurando se acalmar do susto.

Se abaixa, usando de sua força para conseguir empurrá-la novamente para dentro do armário.

– Caraca, o que tem aqui dentro? Chumbo? Que peso...

Jungkook controlava seu próprio nervosismo, sabendo que agora, não tinha mais volta.

Era tudo ou nada.

Coloca a mala no local que estava antes, sentindo que por mais que tentasse evitar, toda sua atenção estava presa nela.

Pensou na possibilidade de Jeon ser um psicopata que estava escondendo um corpo, porém, não tinha cheiro algum.

Pensou na opção de que o dinheiro que ele diz ter ganhado na época do exército, poderia estar guardado ali, porém não, seria arriscado e o alfa não é burro.

Sua última opção foi pensar que talvez tivesse alguma memória afetiva, mas o que seria tão pesado assim?

– Para com isso Jimin, você não é tão fofoqueiro assim... ele também tem que ter privacidade – diz sussurrando, voltando a passar as mãos levemente pelos tecidos fofos das roupas organizadas de maneira exemplar.

Faria conforme Jungkook disse. Apenas uma blusa.

Seu lobo já estava mandando em si de uma forma assustadora.

Teria fechado o armário após escolher o que queria, se aquela mala, de alguma forma, não o chamasse.

Se sentia hipnotizado, como se fosse uma obrigação descobrir o que tinha dentro dela.

Se senta no chão, pronto para abrir o zíper, enquanto intercalava o olhar até o banheiro, com medo de que Jungkook saísse e visse aquela cena.

Que vergonha.

Se sentia como Hoseok e Yoongi.

– Não vai matar olhar rapidinho, não é?

Dizia aquilo para si mesmo, enquanto puxava o zíper com calma, vendo que a mala abria aos poucos.

Jeon jurava que seu coração pararia a qualquer momento.

Jimin conta até três, antes que abrisse os olhos e olhasse o que tinha de tão pesado dentro daquela bolsa enorme.

3...

2...

1...

Abre os olhos rapidamente, sem nem ao menos perceber que segurava o próprio ar.

Seu coração estava disparado, por mais que seu corpo estivesse completamente paralisado. Seus olhos estavam tão arregalados, que não seria surpresa se eles simplesmente pulassem para fora.

A primeira coisa que podia ser vista naquela mala, era a máscara do Ghost.

Jimin a segura, sentindo suas mãos tremerem e seus olhos se encharcarem.

Era exatamente aquela máscara, um pouco desgastada, por parecer ter sido usada durante muito tempo.

Passa a ponta dos dedos levemente, sentindo a textura que tanto sonhou sentir.

Abaixo dela, tinha exatamente três cartas, duas pareciam ter um certo tempo guardadas, a última, já era recente.

Pega a primeira, vendo as assinaturas J.M e J.P

“Oi meu amor, é a mamãe e o papai.

Estamos felizes que você conseguiu passar, querido. Bem no dia do seu aniversário, olha que sorte! Já posso te chamar de meu fantasma?

Você vai salvar vidas e quando voltar para casa, espero que esteja bem forte para nos ajudar com as plantações.

Com amor, Minsu e Poeng, mãe e pai.”

Sorri ao ler a carta pequena, mas carregada de amor.

“Meu fantasma”

Por mais que no fundo, sempre soubesse, ainda era quase impossível acreditar que aquilo era real.

A segunda carta era de uma das crianças que ele havia resgatado. A última vez que apareceu em público.

A menina agradecia e desejava que eles se vissem novamente.

Jimin sentiu orgulho, de todo o esforço e amor que ele havia mantido em seu coração, mesmo com todo o cenário de guerra.

Estava na hora de ver a última. Segurava a folha com cuidado, vendo que foi escrita por ele.

Park Jimin...

Não sei como eu começo essa carta, então, quero dizer de uma vez por todas o que eu tanto guardo de você.

Sou o herói de guerra que está presente em todas as fotos que você mantém na parede. O homem que você fala com brilho nos olhos.

Não gosto de ser ele, foi doloroso. Carrego memórias e medos que penso nunca conseguir superar, ao ponto de fazer esquecer que também salvei vidas.

Escolhi me isolar e me culpar por coisas que não foram minha culpa e talvez, eu me arrependa disso.

A verdade, Park, é que minha vida mudou completamente quando eu te conheci. Os sorrisos que eu não conseguia dar, foram todos verdadeiros após suas crises de loucuras, da qual gosto sempre de me lembrar quando estou triste.

Meu instinto protetor funciona apenas com você e me deixa completamente maluco. Fico imaginando você em perigo ou com crises de choro, pensando o quanto eu queria impedir que isso acontecesse.

Seu aroma ficou em todo o apartamento e eu sinto sua falta, mesmo que eu te veja todos os dias.

Sei que você nunca sentiria o mesmo por mim... sem a máscara de caveira eu sou apenas alguém comum.

Comum demais para um ômega da qual meus olhos conseguem apenas captar alguém brilhante e vivo, completamente diferente de mim.

Eu queria apenas dizer, mesmo sabendo que você nunca vai ler.”

– Que eu não consigo esquecer você. – Jimin olha para o lado, vendo que Jungkook estava ali, encostado na parede, dizendo com sua própria voz, o restante da carta – não aceitei que você fosse apenas uma noite e eu não aceito que me veja apenas assim.

Se aproxima, enquanto se abaixa para ficar na mesma altura que o ômega, que a essa altura, já chorava.

– Faria qualquer coisa para sentir novamente seus toques e escutar sua risada. Acho que... estou me apaixonando aos poucos por você, mas vou garantir que você nunca saiba disso. Sentirei sua falta quando tudo acabar. Com amor, Jeon.

Jimin mordia o lábio inferior, enquanto se encontrava preso nas orbes escuras.

Não era uma peça de sua própria mente e sim real. Aquele olhar, era o mesmo.

Jungkook não diz nada, apenas pega peça por peça do uniforme, tirando a roupa que usava, pronto para vestir a farda que prometeu nunca mais usar.

O passado voltou, mas dessa vez, não era de uma forma ruim.

Vestia peça por peça, sentindo o olhar do ômega sobre si, que observava tudo com os olhos brilhando.

Demora alguns minutos até que tudo estivesse completo.

Segurava sua máscara com força, tentando controlar seus próprios sentimentos. A usaria depois de tanto tempo.

Encaixa o tecido negro em sua cabeça, fazendo com que os desenhos brancos de ossos, ficassem exatamente em seu rosto.

Apenas seu olho podia ser visto.

– Bom... eu sou o Ghost.

Jimin se levanta rapidamente, com o dedo indicador levantado, pronto para dizer algo.

– Pode brigar comigo... eu deixo.

Não foi isso que aconteceu.

O corpo do ômega cai para o lado, em direção ao colchão fofo, sem mexer um músculo. Jungkook demora alguns segundos até processar que Jimin havia desmaiado.

– Puta merda! Jimin! – Se aproxima, mantendo os dois rostos próximos, enquanto checava se o ômega estava bem.

Foi nesse momento que o loiro acorda, abrindo seus olhos aos poucos, ainda com a visão turva, vendo o homem mascarado a sua frente.

Não demora até que seus olhos multiplicassem de tamanho novamente, o fazendo levantar a cabeça rapidamente, fazendo com que ambos se batessem.

– Ai Jimin, doeu!

– Puta que pariu! – diz correndo para o outro canto do quarto, se mantendo longe – PUTA QUE PARIU!

– SE ACALMA!

– COMO?

– Eu não sei Jimin, só não desmaia de novo.

– Cara eu tenho fotos suas na minha parede e agora tô te vendo pessoalmente? – pergunta, antes de levar as duas mãos até sua boca – espera, então o Ghost viu minhas fotos dele na parede?

– É... fiquei chocado.

– E eu disse que eu sentaria nele e nem guindaste me tiraria de cima...

– Fiquei chocado com isso também...

– Eu contratei o Ghost como o meu segurança particular e transei com ele?

– É... você pegou o espírito da coisa...

Jimin coloca uma de suas mãos sobre a testa, tentando se recuperar.

– Não xinga, róseo.

– PUTA QUE PARIU!

– Eu disse para não xingar!

– Meu Deus... mil perdões Ghost, que vergonha.

– Jungkook, por favor.

– Caraca, não creio que vocês são um só.

– É.

Jimin coloca as duas mãos em sua cintura, sem desviar os olhos de Jungkook, que estava encurralado em um dos cantos da parede, se sentindo estranho por estar usando aquele uniforme depois de tanto tempo e ainda, na frente do homem que era obcecado por ele.

– Tá... me diz que eu sou o primeiro a saber.

– Não... tem os responsáveis pela minha fuga...

– Quem?

– Que eu conheço, Taehyung e Namjoon.

– Que você conhece?

– Longa história...

– Tá... só eles?

Jungkook sabia, que poderia levar um tiro depois disso...

– Yoongi e Hoseok.

Jimin o olhava de boca aberta.

– OS DOIS SABIAM E EU NÃO?

– EU ESTAVA BÊBADO!

– Sério Jeon?

– Perdão.

– Certo... fica calmo – Jimin diz para si mesmo, começando a andar pelo quarto, sendo observado por Jungkook, que não sabia mais o que esperar.

– Você está bem?

– Tô excitado.

– Oi?

– Tô excitado, sempre sonhei em ser fodido por alguém que usasse essa máscara.

– Alguém?

– É.

– A pessoa que usa sou eu!

– E eu não sabia!

– Que filho da mãe...

– O que você quer que eu faça? Agora eu sei que você é o Ghost, sabe todos os meus segredos, é meu segurança particular, sabe que tô apaixonado por você.

– Tá apaixonado por mim?

– Tô... muito, caraca eu sou íntimo do Ghost e eu não sabia?

– Tá bravo?

– Não... eu não consigo ficar bravo com você, poxa, eu sinto tanto orgulho...

Jungkook o olha, querendo chorar ali mesmo.

– Orgulho?

– É claro... tanto do Ghost quanto do próprio Jungkook... só foi muita informação de uma vez...

Jeon se aproxima, a passos largos, fazendo Jimin se afastar, não sabendo se conseguiria manter a força das próprias pernas, ainda mais no cio.

– Não se aproxima.

O alfa ignorou, caminhando em sua direção até não ter mais formas do ômega fugir, ficando preso entre a parede e o corpo forte, como na noite do ciúmes.

– Jeon...

– Eu finalmente contei meu segredo.

– E?

– O efeito do medicamento passou.

Jimin sente seu corpo se arrepiar por completo.

– Bom, agora que você sabe que eu sou o Ghost, terá que fazer o que prometeu, Park.

– Não entendi – diz, tentando manter sua voz firme.

– Então vamos voltar no tempo. Onde você disse que sentaria em mim e nem guindaste te tiraria de cima.

– Com uma condição – responde, sentindo que o cio havia chegado e não haveria mais como fugir.

– Diz.

– Sem a máscara, porém, com o uniforme.

– Feito.

– Cara... – diz, dando pulinhos, fazendo Jungkook rir – hoje é o melhor dia da minha vida.

━━━━━━━ •♬• ━━━━━━━

Instagram: Autora.vit
Tiktok: Paradysedit | Autora.vit
Twitter: Autora.vit
Spotify: It's pink, honey

Minhas outras fanfics:

•Aceita uma bebida? (Concluída – livro físico em 2024)
•Quarto 36 (Concluída)
•Atlantic.

واصل القراءة

ستعجبك أيضاً

39.5K 2.9K 16
Quando seus pais te odeiam e você começa a fazer coisas erradas para chamar a atenção deles achando que eles iram prestar atenção em você e te amar n...
69.5K 9.3K 13
Disseram uma vez, que seres malignos não amavam. Mentira. Percebeu isso assim que seu sapato social tocou o piso daquela igreja. Desejou ver o corpo...
40.7K 7.8K 12
| EM ANDAMENTO | Park Jimin se tornou um alfa solitário após a morte de sua esposa, um roteirista frustrado que a anos não escreveu seu próximo filme...
32.4K 3.9K 19
- Concluída - Em uma sociedade em que ômegas são tratados como inferiores em tudo, nem se imagina que existam alguns super treinados e capazes de c...