👆🏼Música: Pra que juízo? - Henrique e Juliano👆🏼
POV's Sophia
Desci para tomar café e o Joaquín estava ali na mesa conversando com Nita, incrível com esses dois tem tanto assunto em comum.
- Bom dia! - falo me sentando e os dois me respondem juntos.
- Hoje tá calor demais, hein?! - Joaquín tira seu camiseta, me dando uma visão privilegiada e eu fico observando cada movimento que ele faz.
- Sofi, você não acha que o Joaco tá mais forte? Olha só os braços deles! - Nita diz brincalhona.
Joaquín olha para mim e nós nos encaramos por alguns segundos. Que droga. A imagem dele me olhando em meu sonho veio à tona e me faz me odiar por isso.
- Ah... eu, eu não sei, Nita. - olho para o seu peitoral largo assim que ele voltou a comer - Tá calor aqui, né? - abano meu rosto.
- Eu não sei de onde vocês tiraram isso de que está calor. - Ela coloca a jarra de suco encima da mesa - Vocês ficam ai tomando café enquanto eu vou no mercado comprar umas coisas que estão faltando?
- Pode ir, fica tranquila. - sorrio, pegando um dos pratos que estavam na mesa.
- Vê se não vão brigar, hein! - Ela diz antes de sair correndo da cozinha, toda apressada e eu sorrio vendo a cena.
- Vai treinar hoje? - tento acabar com a tensão que está no ar.
- Vou sim, quer uma carona? - Não era raro o Joaquín me dar carona quando vamos trabalhar no mesmo horário.
- Acho que vou aceitar. - Me levanto um pouco da cadeira para pegar a jarra de suco e por coincidência Joaquín faz o mesmo, fazendo nossas mãos se tocarem.
- Desculpa. - ele diz recuando e eu franzo o cenho percebendo o quanto nós dois estávamos estranhos e me sirvo, colocando suco para mim.
- Estranho você pedir desculpas, você nunca pede. - Falo como uma tentativa de amenizar o clima pesado e ele dá uma risada anasalada.
- Verdade. - Ele pega seu celular rapidamente quando chega uma mensagem e eu me ajeito na cadeira, incomodada com aquilo.
- Você vai para o Rio amanhã? - Puxo assunto como uma tentativa frustada de fazer ele olhar para mim.
- Aham. - Ele diz enquanto ainda digitava.
Reviro os olhos e começo a comer, desistindo de ter sua atenção, afinal ele estava concentrado demais em suas mensagens.
- O que foi? - sorrio com a risada gostosa que ele solta enquanto manda mensagens.
- É besteira.
- Você deveria comer em vez de ficar no celular, olha a hora! - Chamo sua atenção percebendo o quão entretido ele estava em seu celular.
- Qual foi? - Ele me olha de forma divertida e pela primeira vez na vida me permito observar cada detalhe do seu rosto - Você está estranha! - Ele faz careta percebendo que eu estava olhando para ele sem dizer nada e então eu volto para a realidade.
- É que... eu estava pensando nos pacientes que tenho que atender hoje. - minto.
- Vou só no quarto pegar uma coisa que esqueci e já volto para a gente ir, tá bom?! - Ele se levanta e eu fico olhando ele sair.
Passo a mão pelo meu rosto e fico ali pensando no porque eu estava dessa forma, é como se todos os sentimentos que eu senti no sonho se tornassem realidade.
Termino de comer rápido e pego minha bolsa no sofá quando ele me chama.
Fui o caminho todo observando em como era atraente a forma como ele dirigia só com uma mão enquanto sua outra mão ficava na marcha do carro. O carro tem o seu cheiro, seu perfume forte estava espalhado pelo carro todo e eu inspirei por diversas vezes para sentir o cheiro do seu perfume.
Ele cantava baixinho músicas brasileiras com seu lindo sotaque e eu não conseguia evitar meu olhar enquanto ele estava focado na direção do carro.
🎶Tomar juízo pra que
Se eu quero é você
Pra que juízo?
E não se pode negar
E nem tem como esconder
Que eu tô louco, muito louco
Por um beijo seu
Pra que juízo se eu já perdi o meu
E o meu desejo é que você perca o seu
Foi tentando evitar seu olhar
Foi tentando fugir de você
Foi querendo a vontade ocultar
Foi tentando querer me conter
Foi pensando no medo de errar
Foi lutando pra não me perder
Enlouqueci
Pra que juízo se eu já perdi o meu
E eu tô querendo, tô sempre esperando
Que você também perca o seu🎶
Sorri observando ele todo empolgado cantando aquela música e então ele me olha.
- Que foi? Canto tão mal assim? - diz brincalhão.
- Não... é que... a música é muito boa.
- Eu perdi meu juízo e você? Já perdeu o seu juízo também? -Ele volta sua atenção para mim e eu franzo testa, confusa com o que ele disse.
- Que? Como assim?
- É a música, Sofi! - Ele diz divertido, como se aquilo fosse óbvio - Eu hein! - ele faz careta por eu não ter entendido.
- Obrigado Joaco! - Tiro o cinto e quando eu vou abrir a porta do carro ele me puxa pela cintura. Igual no sonho. Fixo meu olhar nos seus olhos que por conta da luz do sol pareciam mais claros do que o normal e ele solta uma risada gostosa.
- Não tá esquecendo de nada? - Ele pergunta e eu intercalo meu olhar entre seus lábios e seus olhos claros.
- Não, quer dizer, acho que não.
- Sua bolsa, Sofi! - Ele ri, pegando a bolsa no banco de trás, me entregando e eu sorrio sem graça.
- Obrigada. - Pego a bolsa e saio do carro o mais rápido que eu pude, eu queria apenas voltar a me sentir na minha zona de conforto que claramente no momento não era ao lado dele.
- Bom dia flor do dia! - Eu entro na minha sala rapidamente e a Maiara vem atrás de mim, preocupada - Que foi menina? Perdeu o juízo foi? - Eu arregalo os olhos com seu comentário e me jogo no sofá.
- Não fala sobre isso, pelo amor de Deus.
- Você está maluca? O que foi hein? - Ela se aproxima de mim, se sentando na cabeceira do sofá.
- Depois do sonho que eu tive...eu, eu só consigo olhar para ele com outros olhos, sério, parece até que eu estou ficando louca.
- Como assim amiga? Você acha que está...
- Não, não fala! - me senti no sofá e vejo ela segurando o riso - Maiara, eu estou falando sério, não fica rindo.
- Eu sei, eu só acho engraçado o fato de você ter que sonhar com ele para perceber o quanto gosta dele.
- Eu não gosto, eu não... eu não sei, estou muito confusa.
- Acho que você fundo você sabe exatamente o que quer.
- Maiara pelo amor de Deus, o Joaco é o homem mais galinha que eu conheço, você quer que eu sofra?
- Ué, mas ele pode mudar, não pode?
- Acho difícil, depois que ele chegou aqui no Brasil ele nunca mais quis saber de nenhum compromisso e...
- Quem tá falando de compromisso? - Ela arqueia a sobrancelha - Você já está pensando nisso?
- Óbvio que não.
- Bom, pelo menos agora sabemos que você oficialmente desenterrou um amor da adolescência. O que você vai fazer agora?
- Nada, você é louca? Eu e ele nunca poderíamos ficar juntos, o que a nossa família iria achar disso?
- Ah sei lá, melhor ele estar com você do que com alguma asinha dessas que ele fica.
- Maiara você não consegue perceber o tamanho do problema que isso seria, né?!
- Acho que vocês só vão saber de fato se vocês tentarem algo.
- Como assim "vocês"?
- Ele também gosta de você.
- Como você sabe? - Cruzo meus braços para ouvir o que ela tem para dizer.
- Ele morre de ciúmes de você, ele é muito carinhoso com você, ele fica te olhando o tempo todo com cara de bobo... A única diferença entre vocês dois é essa, ele não consegue esconder o que sente tão bem quanto você.
- Que? Me olhando?
- Ah, vai dizer que você não percebeu isso no final do paulista?
- Não, eu não percebi.
- Os sinais estão na sua cara, Sofi, é só você ter mais atenção aos sinais!