A Garota dos Meus Sonhos

By writertalita

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Victor Evans é um dos cirurgiões mais bem pagos de Seattle. Um homem fechado para os sentimentos e com uma pe... More

Capítulo 1 - "Aqueles olhos"
Capítulo 2 - "Coincidência"
Capítulo 3 - "Reencontro"
Capítulo 5 - "É ela"
Capítulo 6 - "Coração Quebrantado"
Capítulo 7 - "O bom doutor"
Capítulo 8 - Lembranças Dolorosas
Capítulo 9 - Agenda cor de rosa e Confusão
Capítulo 10 - Inexplicável Conexão
Capítulo 11 - Atitudes Estranhas
Capítulo 12 - Descobrindo Sentimentos
Capítulo 13 - Um ato inesperado
Capítulo 14 - Atitude Generosa
Capítulo 15 - Ultrapassando limites
Capítulo 16 - Sonhos vs Realidade
Capítulo 17 - Quem é ela?
Capítulo 18 - Um passo para a liberdade
Capítulo 19 - A verdade vindo a tona
Capítulo 20 - O som da liberdade
Capítulo 21 - Uma chance ao futuro
Capítulo 22 - Visitas Inesperadas
Capítulo 23 - Perseguição
Capítulo 24 - Pessoas ajudam pessoas
Capítulo 25 - Ganhar ou Perder
Capítulo 26 - Intensa Aproximação
Capítulo 27 - Ela Sabe
Capítulo 28 - Maldito Diário
Capítulo 29 - Abismo de incertezas
Capítulo 30 - Acerto de contas
Capítulo 31 - O princípio do fim
Capítulo 32 - Despedidas e Recomeços
Capítulo 33 - A Reconciliação
Capítulo 34 - A Garota dos Meus Sonhos
Capítulo 35 - Epílogo
• Agradecimentos •
• Book trailer •

Capítulo 4 - "Olá, irmão"

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By writertalita




— Está pronta? — pergunto a Lucy, em seguida fecho o porta malas.

— O que deu na sua cabeça pra querer ir até a Califórnia de carro?! — ela exclama indignada. — São quinze horas de viajem, Victor!

— Para de reclamar, você vai sentada sem fazer esforço algum. — entro no veículo e ela faz o mesmo. — Quanto mais rápido chegarmos, mais rápido voltamos pra casa.

Colocamos o sinto de segurança em seguida dou partida no veículo, a viajem seria longa e cansativa. Eu realmente devo admitir que foi uma loucura escolher viajar de carro, mas eu gostava da sensação de liberdade que dirigir me trazia, e além do mais, nos dava oportunidade de apreciar a linda paisagem dos lugares que passaríamos.

Voltar a Califórnia era uma possibilidade que eu jamais havia cogitado, desde que perdi minha irmã em um fatídico acidente, aquele lugar perdeu totalmente a graça e o sentido. Preferi sair de lá antes que a depressão me matasse, meus pais e meu irmão decidiram continuar ali; mas para mim, a Califórnia se tornou um pesadelo.

E para piorar a situação, eu e meu irmão não nos dávamos bem, nós somos gêmeos e  Dominic nunca gostou dessa brincadeira do destino. Ele é completamente diferente de mim, sua personalidade ruim e mal caráter era o que nos diferenciava, sempre que podia Dom se passava por mim, e quando se tratava de mulher era ainda pior.

Logo após a morte de nossa irmã, seu ódio por mim aumentou ainda mais. Dom sempre me culpou pelo falecimento de Lya, toda vez que me vê ele insiste em jogar na minha cara que eu poderia tê-la salvo, e isso faz com que eu me sinta um ser humano egoísta e cruel. Muitas vezes eu me culpei, mas depois de alguns anos comecei a refletir e percebi que ninguém poderia ter salvado ela.

— No que está pensando? — Lucy pergunta olhando para a janela.

— Em nada, apenas observando a paisagem. — respondo a olhando de relance.

— Está preocupado em encontrar seu irmão, ou seu pai?

Suspiro, sentindo um leve aperto no peito.

— Os dois.

Ela apenas me encara e estende sua mão para que eu segurasse, Lucy foi a peça mais importante na minha vida desde que perdi Lya; se tornando além de melhor amiga, a minha irmã.

Depois de horas de viajem e revezando o volante, conseguimos chegar ao nosso destino. Estaciono o carro em frente a casa com um cercado de madeira, nada havia mudado, ainda era a mesma casa de cor branca um pouco opaca pelo tempo. Antes de descer do carro tento respirar fundo e mantenho o foco em ver o meu pai, e evitar confusões com Dominic.

Solto o sinto de segurança e abro a porta descendo em seguida, Lucy faz o mesmo, me aproximo do pequeno portão de madeira e passo os dedos pela superfície, sentindo a espessura áspera; no mesmo instante me lembro de tudo o que aconteceu naquele dia, como se fosse um filme passando em minha cabeça.

— Eu vou te pegar Lya, estou atrás de você! — dizia eu, enquanto corria atrás da pequena garotinha. — Não fuja, sua pestinha.

Eu podia ouvir sua risada animada e contagiante; Lya abriu o portão e correu para fora.

— Lya, volte aqui, é perigoso!

Vou atrás da menina, mas quando chego na calçada vejo de longe a garotinha abaixada brincando com algumas pedrinhas no meio da rua. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa o caminhão colidiu contra ela, ceifando sua vida imediatamente.

Nunca vou me esquecer do som de seus ossos se quebrando e o sangue jorrando no asfalto.

Sou tirado do transe quando sinto as mãos de Lucy em meu braço, a olho assustado.

— Você está bem?

— Sim, estou sim, não se preocupe.

Lanço um meio sorriso para ela e a mesma retribui, abro o portão e entramos na residência. Nos aproximamos da porta e toco a campainha, a todo momento Lucy segurava minha mão aquilo me manteve mais calmo. Alguns segundos depois a porta é aberta e o vislumbre de minha mãe surge, quando me vê seu sorriso se alarga, me aproximo dela e lhe dou um abraço.

— Meu filho, que saudade. — sua voz chorosa revelava a emoção.

— Eu também senti saudades! — desfaço o abraço e beijo sua testa.

— Vamos entre, vocês devem estar cansados. — minha mãe nota a presença de Lucy. — Você deve ser a Lucy, como é bonita.

Minha amiga apenas sorri timidamente, colocando o cabelo atrás da orelha.

— Seria uma ótima namorada, não é Victor? — a senhora diz animada.

Escondo meu rosto com as mãos, morrendo de vergonha.

— O que? Victor e eu? — Lucy solta uma risada sincera. — Somos apenas bons amigos.

— Eu já tentei mãe, mas Lucy é uma garota difícil. — digo passando o braço em torno do pescoço de Lucy.

Ela me lança um olhar de repreensão e se afasta de mim.

Minha mãe sorri e em seguida vai para a cozinha, ficamos ali na sala; tudo estava do mesmo jeito, o sofá de couro marrom ainda era o mesmo, as fotografias espalhadas pela parede branca não saíram do lugar, a única coisa que havia mudado era a tv, trocada por uma mais moderna.

Me joguei no sofá e Lucy foi olhar alguns portas retratos. Estava tão cansado que logo adormeci.

Eu estava caminhando pela praia, o sol estava se pondo e o céu se tornou alaranjado formando um magnífico final de tarde. De longe, vindo ao meu encontro, vejo uma mulher se aproximar; ela caminhava devagar, apreciando a paisagem vez ou outra ela sorria para o mar.

Mas mesmo sorrindo, notei a tristeza que pairava em seu rosto.

Ela chutava a água parecia se divertir com aquilo, a menina nota a minha presença e acena para mim, e eu sem pensar muito aceno de volta.

Ando mais depressa para poder falar com ela, mas quando estou perto, ela simplesmente desaparece.

— Acorda Victor. — escuto a voz de Lucy me chamar. — Caramba, estava até roncando.

A encaro e lanço um olhar matador.

— Precisa me acordar assim?

— Foi mal, sua mãe está chamando para irmos jantar.

Me levanto do sofá e suspiro, passo as mãos pelos cabelos tentando ajeitar alguns caichos. Entramos na sala de jantar e encontro meu pai sentado á mesa, logo que me vê sua expressão não era das melhores; me aproximo dele ficando ao seu lado, o homem apenas me olha de relance e depois desvia a atenção.

Não digo nada, estava ciente de que aquele não era o momento para discussões, mas de um modo geral ele parecia muito bem pois até estava me ignorando como sempre fez. Nos sentamos e o jantar foi servido, começamos a comer e o clima daquele jantar estava um completo desastre. 

Pensei em dizer alguma coisa para quebrar o clima tenso, mas tudo fica pior quando vejo meu irmão passar pela porta.

— Boa noite família. — seus olhos caem em mim. — Olá, irmão!

Apenas aceno com a cabeça, ele se aproxima de mim e sinto sua mãos em meus ombros os apertando de leve.

— O que te trás de volta? O clima que não é, você adora o frio de Seattle.

— Estou apenas de passagem, aproveitei para ver o nosso pai.

Tento me esquivar de seu toque mas ele continuava com as mãos firmes.

— Aposto que vir até aqui não foi uma tarefa fácil, sua mente ainda deve estar perturbada.

— Tire suas mãos de mim — me levanto rápido ficando frente a frente com ele. — Quantas vezes tenho que repetir a mesma coisa? Você tem alguma dificuldade pra conseguir entender?

Ele levanta as mãos espalmadas.

— Calma irmãozinho, se ficou nervoso é porque teve culpa na morte da Lya.

— Cale a boca, seu babaca ignorante!

Me aproximo mais dele a ponto de socar seu nariz, Lucy percebendo a minha fúria se levanta e toma o espaço em nosso meio.

— Victor, chega, ele não vale a pena. — ela segura minha mão me afastando dele. — Vamos embora.

— Oh não, podem ficar, eu me recuso a dormir debaixo do mesmo teto que um assassino. — ele diz e se retira da sala em seguida saindo de casa.

Maldito seja o destino que nos fez ter a mesma aparência.

Olho para a minha mãe que estava totalmente paralisada, parecia em estado de choque, afinal faziam meses que ela não presenciava meu irmão e eu brigando. Meu pai por sua vez, permaneceu calado, apenas se levantou da mesa e se retirou da sala de jantar. Me sento novamente e suspiro frustado, por ter que passar novamente por aquela humilhação.

Minha mãe se aproxima de mim e envolve seus braços envolta de meu pescoço, me abraçando.

— O papai não está doente, não é? — faço a pergunta que estava entalado.

— Não filho, eu só queria que você nos visitasse, me perdoe. — ela me abraça mais forte.

Acaricio suas mãos a confortando, minha mãe não teve culpa; ela só estava com saudades e queria me ver, qualquer mãe faria a mesma coisa.

Me despedi de minha mãe e decidi passar a noite em um hotel, a viagem de volta era longa então preferimos partir logo pela manhã. Lucy e eu dividimos o mesmo quarto, tomei um banho para relaxar e minha amiga fez o mesmo; nos deitamos na cama e ficamos calados por um curto período de tempo.

Me viro para Lucy e ela estava olhando para o teto, pensando em algo.

— No que está pensando? — pergunto curioso.

— Em nada, só pensamentos vagos. Você está bem?

— Estou sim, obrigado por me acompanhar.

— Disponha, você faria o mesmo por mim.

Apenas sorrio, lhe dou um beijo de boa noite e me viro para o outro lado torcendo para que eu adormesse logo.

Eu tinha a consciência de que iria ter um pouco de paz depois que fechasse os olhos.

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