A Garota dos Meus Sonhos

By writertalita

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Victor Evans é um dos cirurgiões mais bem pagos de Seattle. Um homem fechado para os sentimentos e com uma pe... More

Capítulo 2 - "Coincidência"
Capítulo 3 - "Reencontro"
Capítulo 4 - "Olá, irmão"
Capítulo 5 - "É ela"
Capítulo 6 - "Coração Quebrantado"
Capítulo 7 - "O bom doutor"
Capítulo 8 - Lembranças Dolorosas
Capítulo 9 - Agenda cor de rosa e Confusão
Capítulo 10 - Inexplicável Conexão
Capítulo 11 - Atitudes Estranhas
Capítulo 12 - Descobrindo Sentimentos
Capítulo 13 - Um ato inesperado
Capítulo 14 - Atitude Generosa
Capítulo 15 - Ultrapassando limites
Capítulo 16 - Sonhos vs Realidade
Capítulo 17 - Quem é ela?
Capítulo 18 - Um passo para a liberdade
Capítulo 19 - A verdade vindo a tona
Capítulo 20 - O som da liberdade
Capítulo 21 - Uma chance ao futuro
Capítulo 22 - Visitas Inesperadas
Capítulo 23 - Perseguição
Capítulo 24 - Pessoas ajudam pessoas
Capítulo 25 - Ganhar ou Perder
Capítulo 26 - Intensa Aproximação
Capítulo 27 - Ela Sabe
Capítulo 28 - Maldito Diário
Capítulo 29 - Abismo de incertezas
Capítulo 30 - Acerto de contas
Capítulo 31 - O princípio do fim
Capítulo 32 - Despedidas e Recomeços
Capítulo 33 - A Reconciliação
Capítulo 34 - A Garota dos Meus Sonhos
Capítulo 35 - Epílogo
• Agradecimentos •
• Book trailer •

Capítulo 1 - "Aqueles olhos"

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By writertalita

Lá estava ela, exatamente como das outras vezes. A mulher mais linda que eu já havia visto, sua beleza era inefável. Seus cabelos castanhos estavam presos em um rabo de cavalo e a franja caia sobre a testa, ela usava um lenço cor de rosa como uma tiara na cabeça. Estava abaixada podando algumas rosas, e a cada uma que ela podava levava até seu nariz e sentia o aroma.

Como podia ser tão delicada?!

Caminho em sua direção e logo ela nota minha presença, assim que me olha seu sorriso se abre e exibe a fileira de dentes brancos feito pérola. O sorriso era como o sol, iluminado e poderoso. Seus olhos azuis me encaravam de uma maneira divertida, o que me fez sorrir para ela. A garota desvia o olhar e volta a mexer na terra.

Estava tudo indo bem, mas como sempre não passava de uma mero sonho, e logo sou acordado pelo meu insolente despertador.

Me levanto frustado por mais uma vez não ter conseguido falar com ela, aquela garota tem feito parte das minhas noites de sono e tomado conta dos meus sonhos. Todos os dias eu a via, em meus sonos profundos ou até mesmo nas sonecas logo após o almoço, ela aparece em todos.

Mas em nenhum momento eu conseguia me aproximar ou dialogar com ela, sempre que eu a via era de longe, trocamos sorrisos e olhares mas eu nunca a toquei e muito menos sabia o seu nome. Eu a chamava de a garota dos meus sonhos ou a garota misteriosa.

Eu tenho frequentado a psicóloga, pensei que a moça dos sonhos pudesse ser uma alucinação pelo excesso de trabalho, ou estresse acumulado. E também comecei a escrever um livro sobre ela na esperança que a moça desaparecesse, mas nada foi capaz de tira-la da minha cabeça. Pelo contrário, os sonhos ficaram mais lúcidos e muito mais frequentes e intensos.

Espantei aqueles pensamentos e tratei de me arrumar para o trabalho, sou médico cardiologista e ultimamente os plantões tem me matado. Tomo meu banho e me visto adequadamente, sem tempo para um café apanho as chaves do carro e saio de casa seguindo o caminho para o hospital.

Logo que chego sou recebido pela minha melhor amiga e minha psicóloga, Lucy.

— Bom dia doutor Evans! —  A mulher diz e me estende um copo com café.

— Bom dia Lucy, como passou o plantão? — Pergunto bebendo o líquido do copo e solto um gemido de satisfação. — Eu precisava disso, obrigado.

— Disponha. Eu estou morta de sono, mas ainda tenho que cumprir mais três horas! —  Ela diz e passa a mão pelo pescoço, tentando aliviar o cansaço. — E você, tem sonhado com a garota misteriosa?

Lucy era a única que sabia dos meus sonhos, afinal ela era minha psicóloga e melhor amiga. E com certeza se eu contasse para alguém, iriam me chamar de louco e alucinado.

— Todos os dias Lucy, todos os dias. — digo frustado, e em seguida visto o meu jaleco.

— Nenhum avanço? Quero dizer, não conversou com ela?

— Não, sempre a mesma coisa! - respondo sem ânimo. — Vou indo, tenho duas cirurgias hoje.

Me despeço dela e sigo com a minha rotina, naquele dia eu tinha duas cirurgias e um plantão de vinte e quatro horas para cumprir, seria puxado mas tudo era melhor do que dormir e sonhar com aquele garota novamente. Não era ruim, mas eu sentia algo estranho por uma garota que só existia na minha cabeça.

Aqueles olhos azuis não saiam da minha mente

Me dediquei ao trabalho a manhã toda para tentar não focar meus pensamentos na moça de olhos claros, fiz a primeira cirurgia e logo faria a outra, eu iria realizar uma revascularização miocárdica se tratava de uma cirurgia simples e cotidiana, mas era importante eu estar bem preparado e disposto.

Vou para sala dos plantonista, era um quarto com várias beliches onde os médicos usavam para descansar durante o plantão.

Adentro o quarto, tiro o meu jaleco e penduro no cabideiro. Me olho no espelho e não me agrado com o que vejo, meus olhos estavam fundos, a barba por fazer e os cabelos cacheados já estavam sem forma. Eu estava um verdadeiro desastre, precisava me recompor.

— Você está um caco, Victor. — digo encarando meu reflexo no espelho.

Em seguida sinto um ar frio entrando pela janela do pequeno quarto. Estava frio em Seattle, bem, nesses quinze anos que moro aqui posso contar nos dedos os dias que o sol e o calor resolveram aparecer. Morar em Seattle era ótimo, eu adorava o clima e existiam ótimas cafeterias por aqui, e o emprego era bom, muito bom por sinal.

Tento descansar um pouco mas sem sucesso, resolvo sair dali e procurar por Lucy. Talvez ela pudesse me ajudar a descansar a mente, caminho pelos corredores do hospital e logo chego em sua sala. Bato algumas vezes na porta e entro, Lucy estava sentada em sua cadeira e lendo alguns prontuários.

— Preciso de uma consulta. — me deito no pequeno sofá que havia no canto da sala.

A mulher me encara por cima dos óculos e bufa.

— Vai me pagar em dinheiro? — ela tira os óculos e põe sobre a mesa. — Não pode continuar me pagando com poesias, eu preciso de dinheiro Victor.

— O que tem de errado com as minhas poesias?! São lindas. — exclamo indignado, me sentando no sofá.

— São lindas Victor, mas a companhia de gás, luz e água não aceitam poesias como pagamento! — Ela diz com a voz um pouco alterada. — Evans, sinceramente, eu não sei mais como te ajudar. Faz quanto tempo que você sonha com essa garota, um ano?

Lucy caminha até a poltrona que ficava em frente ao sofá, e eu volto a me deitar.

— Dois anos! — Bufo frustado. — Você é a única que sabe, a única que pode me ajudar.

— Já tentou a psiquiatria? — Lucy questiona e pega seu caderno de anotações. — Eu já fiz tudo que estava ao meu alcance, talvez a psiquiatra te ajude.

— Não posso falar com ela — faço uma careta me lembrando da noite em que passei com a psiquiatra do hospital. — Eu transei com ela, não quero encontrá-la tão cedo.

— Victor, você já transou com todas as mulheres desse hospital, pelo amor de Deus. — a mulher me olha com indignação. — O que é isso? Desespero?

— Exatamente, transei com todas na esperança de esquecer a garota misteriosa.

Lucy joga os braços para o alto como se tivesse desistido de mim, naquela altura até eu já tinha desistido.

Foram dois anos sonhando com a mesma mulher. Mas depois de algum tempo eu já não aguentava mais, e então decidi tentar me relacionar com outras mulheres na esperança dos sonhos cessarem, e todas as tentativas foram falhas.

Lucy se senta ao meu lado e segura em minha mão.

— Amigo, procura um psiquiatra, eu estou ficando realmente preocupada com você.

— E se ela existir e a minha missão for encontrá-la? — Exclamo tentando achar uma solução.

Escuto uma gargalhada vindo de Lucy, que pareceu achar a minha ideia engraçada.

— Cada vez fica pior! — A garota se levanta e começa arrumar suas coisas. — Eu tenho que ir pra casa, estou cansada e preciso dormir.

Apenas concordo com a cabeça, antes de sair a mulher se aproxima de mim e deixa um beijo em minha testa.

Sozinho naquela sala fiquei refletindo sobre a nossa conversa, e devo concordar com a minha amiga. Tudo não passa de uma loucura, estou levando isso a sério demais e uma hora ou outra eu vou acabar em maus lençóis.

Vou esquecer a garota misteriosa.

Bem, vou tentar!

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