Apricity [Larry stylinson]

By larryispunk

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APRICITY: do latim "apricita", é a sensação do calor do sol no inverno. Harry sempre amou a música e qualquer... More

apricity
Leiam isso!!!
✰ - 01: Você sabe que não é o mesmo que era
✰ - 02: relaxa. Fica zen. Fica calmo.
✰ - 03: unhas e conversas.
✰ - 04: Simon, salmão, cara de papelão
✰ - 05: covinhas e teste
✰ - 06: pesadelos
✰ - 07: fogueira e autógrafos
✰ - 08: pesadelos² e sorvetes
✰ - 09: sorvetes² e Fevereiro!
✰ - 10: Princess Park e regras do Simon
✰ - 11: sunshine e noite de terror
✰ - 12: noites de terror² e cigarros
✰ - 13: dancing in the kitchen
✰ - 14: I gotta get better, gotta get better
✰ - 15: Ele tá disparado. Enlouquecido. Lelé da cuca. Dodói da cabeça. Doido.
✰ - 16: Green&BluePromise
✰ - 17: com você vale a pena até mesmo cometer alguns crimes.
✰ - 19: a festa de Halloween e o Super Mário
✰ - 20: festa de Halloween² e beijo de esquimó
✰ - 21: "seu corpo, suas regras" e ligação zouis
✰ - 22: a ligação zouis
✰ - 23: beijo de esquimó² e piquenique
✰ - 24: "você pode ficar aqui comigo?" e brincando na neve
✰ - 25: Tatuagens e o ataque de fãs
✰ - 26: For I can't help falling in love with you
✰ - 27: Ultrassom e presente de natal
✰ - 28: "Vai Harry, seu desempregado!"
✰ - 29: courchevel e a magia do natal
✰ - 30: Apricity & 24/12/2013
✰ - 31: presente de aniversário e feliz ano novo!
TAKE ME HOME TOUR, PART II
✰ - 32: "Se eu não for atraente, ninguém vai me amar."
✰ - 33: contratos e hospitais
✰ - 34: love you goodbye
✰ - 35: Fine Line
✰ - 36: Meet me in the hallway e Um sonho eu tenho sim?
✰ - 37: te farei se sentir em casa.
Extra de aniversário: memórias pra vida
✰ - 38: "Yours Sincerely, Louis" & Arena O2
✰ - 39: "Juntos, porra! juntos"
✰ - 40: "Cara de cu com cãibra!" e Perfect now
✰ - 41: você é meu tchan & logo
✰ - 42: bem longe do Princess Park
✰ - 43: Liberdade
✰ - 44: Supernova

✰ - 18: Aquele que não sabe fazer café e Over Again

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By larryispunk

Felicidade é como uma borboleta: quanto mais você tenta apanhá-la, mais ela se afasta de você. Mas se você dirigir sua atenção para outras coisas, ela virá e pousará suavemente no seu ombro. 

– Henry Thoreau
∴━━━🎤━━━∴

Louis dormiu o caminho inteiro com a cabeça apoiada no meu ombro, eu até sentia meu braço meio dormente e se eu olhasse com atenção, veria até a mancha de baba ali. Mas eu não quis olhar pra realmente ver se tinha ou não.

Acho que a pior parte de ser um cantor é nunca ficar em só um lugar por muito tempo, eu queria ter passado mais tempo com a minha família mas a agenda apertada não permitia, não temos uma casa fixa, logo não teremos um lugar pra chamar de nosso. Vão ser somente noites e mais noites fazendo check in em vários hotéis diferentes espalhados pelo mundo.

Eu não estava reclamando, eu sou um filha da puta sortudo por ter conseguido entrar na One Direction, por ter feito amizades maravilhosas, mas eu não conseguia deixar de lado o sentimento amargo da saudade que sentia da minha família.

Era estranho acordar todos os dias e não sentir o cheirinho do café que Anne estava preparando, era estranho não ter uma Gemma descabelada e irritada correndo atrás de mim com uma escova quando começava a cantar de forma completamente desafinada e alto só pra irritá-la, era estranho não receber o beijo na testa que Robin me dava todos os dias antes de ir trabalhar.

Agora eu acordava sozinho e sozinho ficava, sem o cheirinho do café, sem as gritarias, sem o beijo. Só eu. Essa era a pior parte, eu não gostava tanto assim da minha companhia para tê-la só pra mim por horas.

Eu odiava estar sozinho

Odiava mais ainda me sentir sozinho.

Quando Paul estacionou na frente da casa dos Tomlinson, já devia ser quase dez da manhã, acordo Louis com dificuldade já que ele parecia estar preso em um sono pesado.

— Você acha que...— faço uma pausa assim que saímos e eu escuto o barulho do carro se afastando, Louis ao ver que eu tinha parado no meio do caminho também para e me encara confuso — Você acha que eles vão...sei lá.

Mesmo parecendo estar cansado, o rosto ainda um pouco vermelho e inchado pelo sono, o cabelo completamente bagunçado, ele sorriu tranquilo na minha direção.

— se eu acho que eles vão gostar de você? — adivinhou, sua voz mais lenta e rouca que o comum — eu tenho certeza, todo mundo gosta de você.

— Nem todo mundo.

— Mas eles sim. — revirou os olhos, tomando a mochila das minhas mãos, ele já carregava a mochila dele nas costas e agora segurava a minha pela alça. Se aproximou mais de mim e com a mão desocupada, procurou pela minha mão que estava escondida dentro do moletom. — Relaxa, Okay? 

— Fácil falar.

— Fazer também. — contestou, os cantos dos lábios repuxados pra um sorriso contido — Minha mãe e minhas irmãs são as pessoas mais incríveis e bondosas que eu conheço, as gêmeas gostariam de você até se estivesse vestido de Dorothy. Principalmente se estivesse vestido de Dorothy. — se ele queria me fazer rir, tinha conseguido. Uma risada baixa, quase imperceptível, tinha saído dos meus lábios. — Lottie está na sua fase de adolescente, Fizzy também, vocês podem falar de garotos...não, garotos não. Podem falar da última coleção de esmaltes que saiu semana passada ou coisa do tipo. E minha mãe, bom, ela já até gosta de você, de tanto que eu falava do garoto de olhos verdes e covinhas encantadoras que havia entrado pra banda. — solta minha mão somente pra cutucar a covinha que surgiu na minha bochecha esquerda assim que eu sorri ao escutar ele dizer essas coisas

Louis era uma pessoa naturalmente charmosa, não seria surpresa se as pessoas caíssem em seus encantos tão fácil. Se eu me deixasse levar, até mesmo eu cairia. Mas preciso tomar cuidado, não posso levar as coisas para o outro lado. Não confundir as coisas e estragar nossa amizade, realmente não queria isso.

Ele se aproxima um pouco mais e beija a minha bochecha antes de se afastar e pegar minha mão novamente, me puxando pra perto da casa

— Vamos logo, eu tô faminto. — a porta não estava trancada e muito menos fechada, só estava encostada. Tanto que Louis conseguiu a empurrar com o corpo.

A casa era grande mas era simples, não esbanjava o dinheiro que Louis ganhava. Não tinha lustres de cristais e nem várias empregadas, era confortável e tinha cheirinho de lar.

Boo Bear! — de repente, Louis não segurava mais minha mão e já tinha largado as bolsas no chão pra acolher o pequeno corpo que se jogou em seus braços — Boo Bear! Boo Bear! Boo Bear!

— Minha princesinha — ele tinha se abaixado pra ficar na altura da criança e beijar seu rosto, logo outra criança entra na sala, tão eufórica quanto a primeira.

Elas eram gêmeas idênticas, realmente iria demorar pra mim conseguir saber quem era quem

— Minhas princesinhas — se corrigiu, puxando a outra pro abraço também

— Sentimos sua falta. — a que tinha chegado a pouco tempo se manifesta depois de se afastar do irmão — Daisy também.

— Eu também senti, demais!

Daisy agora me olhava com o cenho franzido, sorri em sua direção fazendo ela sorrir de volta e levantar os polegares.

— Daisy, Phoebe...— Ele fez uma pausa, se levantando e se virando pra mim — Esse é o Harry, meu amigo. Harry, essas são minhas irmãs.

Daisy continuava sorrindo enquanto Phoebe me encarava com os olhos estreitos, mas logo sorriu também. Me assustei um pouco com o quão idênticas elas eram.

— Oi, Harry — Phoebe acenou animada — Lou já falou de você pra gente.

— Já? — eu adorava crianças e sua sinceridade — espero que tenham sido coisas boas.

— Ô se foram. — Daisy riu sapeca, gargalhando quando Louis cutucou sua cintura

— Boo! Nem vi que você chegou, as meninas não avisaram. — outra voz feminina, só que mais madura entrou na sala e logo Louis estava sendo abraçado de forma apertada

Se eu julgasse pela aparência, aquela deveria ser Johannah, mãe do Louis. Ambos eram incrivelmente parecidos. Ela o abraçou e o beijou enquanto sussurrava algo como "senti sua falta" e ele respondia que também tinha sentido.

Eu estava no canto, sem saber o que fazer, ainda sentia os olhos de Phoebe em mim. Julgando qualquer movimento meu, mesmo que eu não fizesse nenhum.

— E você deve ser o famoso Harry. — Jay vem até mim, segurando minhas bochechas — o Louis fala tanto de você. — passa os braços pelos meus ombros, me abraçando — é ótimo te conhecer, queria conhecer o Niall também. Mas fica pra próxima.

A abraço de volta. Ela tinha aqueles abraços gostoso, quentinho e confortável. Aquele abraço que você sentia que poderia ficar horas ali sem se preocupar com mais nada lá fora. O abraço dela parecia com um lar, assim como o abraço de Louis.

Vai ver eles realmente eram muito parecidos.

Ela se afasta alguns segundos depois, me abraçando de lado

— Deixa que o Lou guarda as coisas de vocês lá em cima. — Olhou pro filho mais velho, dando uma piscadinha — o que acha de me ajudar com o café? Já estava indo fazer quando vocês chegaram.

— Eu acho ótimo, adoro cozinhar. — isso bastou pra ela me puxar pra cozinha pedindo para as gêmeas irem brincar no quarto até o café ficar pronto, Louis subiu junto.

— O que acha de panquecas, ovos mexidos e bacon? — abriu a geladeira, tirando algumas coisas de lá — Querido, fique a vontade, tudo bem?

— Eu posso fazer as panquecas — eu gostava de cozinhar desde que não fosse só pra mim comer, eu achava um exagero cozinhar arroz, feijão e ainda fritar carne se eu posso simplesmente pedir um prato feito em um restaurante próximo do Princess Park.

— E eu frito os ovos e faço o bacon

Jay era uma mulher gentil, como Louis disse, eu mal tinha chegado e ela já me tratava como um deles. Mal percebi que já tinha feito a massa das panquecas enquanto ela contava algumas histórias constrangedoras do Louis pequeno.

Ele sempre aprontou, desde pequeno. Algumas coisas nunca mudam.

— todos no jantar riu, não tinha como não rir de um Louis pequeno todo melado com o glacê do bolo. — nem mesmo ela conseguia segurar a risada, muito menos eu.

Acho que rir de Louis era meu passa-tempo preferido

— Por isso estou sentindo minhas orelhas queimando, estão metendo o pau em mim. Como ousam? — o tema principal da nossa conversa entra na sala com as mãos na cintura, atuando uma cara indignada.

ah não, ele chegou — reviro os olhos, brincando. Crispo os lábios para não rir ao escutar a gargalhada Jay.

— Covinhas? Esperava isso de todo mundo, menos de você. Tô decepcionado.

Tadinho.

— Por que não me esperaram pra ajudar? — Jay já tinha terminado os ovos e o bacon, agora só cuidava das panquecas que eu havia feito que ainda estavam no fogo. O café estava praticamente pronto.

— Foi rápido, querido. Já até acabamos, só falta o café. — Ela deu de ombros, pouco se lixando pro drama do mais velho

— Eu faço o café então.

Não! Quer dizer... — ela forçou uma tosse sem graça — Não, meu amor. Pode deixar que eu faço, que tal você apresentar a casa pro Harry, sim?

— Ah mãe! — fez beicinho — Eu juro que vou saber fazer, daquela fez que eu fiz o frango pro Harry, ele disse que tinha ficado uma delícia. Não foi, cachinhos?

Ótimo, outro apelido.

Levanto os polegares, afirmando com a cabeça.

Não tinha ficado exatamente uma delícia, tinha ficado bom. Talvez, talvez, se ele estivesse posto um pouco mais de sal e não tivesse deixado queimar tanto...realmente teria ficado uma delícia.

Mas Louis não precisava saber disso, por Deus.

No fim Jay desistiu de lutar contra Louis e apenas aceitou e disse que iria ir acordar as outras filhas que ainda dormiam, o mais velho sorriu vitoriosos e lançou uma piscadela na minha direção.

Sinto meu celular vibrar no bolso e quando o pego, leio o nome de Niall e sua foto de perfil ridícula. Saio da cozinha, passando pela sala e abrindo a porta para sair.

— Oi — finalmente atendo, me sentando nas escadinhas da varanda — como tá, loira irlandesa?

"oi"? Como assim "oi"? — seu tom de voz indicava indignação — me conta tudo, lindinho.

— Te contar o que, doido?

— Oxe, meu filho? Acha que eu cancelei nossa noite de filmes atoa? Acho bom ter beijado tanto a boca do tommo que quando eu ver vocês de novo...vocês estejam sem os lábios de tanto beijar. — arregalo os olhos da forma tão natural que ele dizia isso, olho para trás me certificando que ninguém escutava

— como assim beijar o Louis, endoidou de vez foi? — sussurro pro telefone, me segurando pra simplesmente não apertar no botão vermelho e encerrar a chamada

para de ser lerdo! Ele praticamente ficou me enchendo o dia inteiro, eu não aguentava mais! Ainda me fez ligar pra ele no meio do jantar de vocês e me chamou de Simon! Eu fiquei bem ofendido, mas relevei. Relevei porque eu ACHEI QUE VOCÊS IAM BEIJAR NA BOCA! — Afasto o celular da orelha quando ele simplesmente grita, tenho certeza que minha audição nunca mais vai ser a mesma

— Você sabe que somos amigos e-

blá, blá, blá — me interrompeu, passei a mão desocupada no cabelo, sem paciência — o cara só falta te comer pelos olhos, meu gaydar endoida perto de vocês, e eu percebi a forma que você estava estranho naquela noite de terror que fizemos. Você tava ofegante! E estavam sozinhos antes da gente chegar, não tenta me enganar.

— e sua conclusão?

A minha conclusão é que vocês deviam beijar na boca e parar de enrolação, pelo amor da deusa, lindinho. — fez uma pausa — e eu pensando que você ia me ligar feito aquelas menininhas dos filmes de romance depois do primeiro encontro com o boy dos sonhos delas..."Ah Niall, ele beija tão bem! Aqueles olhos azuis que me engolem toda vez que eu entro no cômodo.", "Ah Niall, meu encontro foi perfeito, nos beijamos e o beijo tinha gosto de ketchup, mostarda, e hot dog."

— Nojento. — não seguro a risada, minhas bochechas coradas.

Pensar em beijar Louis era algo que eu sempre escolhia ignorar, não é como se eu não quisesse beijar ele. Eu só acho que nessa realidade, pelo menos, é algo muito difícil de acontecer.

Se formos pensar nas mídias, nos fãs, na imprensa, nos contratos, no Simon...eu realmente não via espaço pra mim e Louis – como um casal – se encaixar nisso. Era algo impossível.

você parece pensativo, tenta não ficar pensando sobre isso, tudo bem? É só deixar acontecer de forma natural. Não precisa se cobrar — apesar de estar agitado há alguns minutos, seu tom estava incrívelmente calmo — viva o momento. Viva a sua vida.

— Harry? O café está servido. — Phoebe apoia uma das mãos em meu ombro, me dando um pequeno susto — desculpa por te assustar

— Tudo bem, Phoebe — dou um sorriso tranquilizador pra ela, me levantando — Niall, depois eu te ligo, tudo bem? Tenho que ir. Obrigada cara.

— Okay, tchau lindinho. Bom final de semana.

Desligo a chamada e caminho com Phoebe até a sala de jantar onde todo mundo já estava, Louis gargalhava alto da cara emburrada da garota sentada ao seu lado enquanto outra só o observava com um sorriso, Jay cortava o bacon para Daisy, porque ela provavelmente era muito nova pra mexer com facas.

Logo descobri que a menina emburrada se chamava Lottie e a outra Fizzy, ambas foram gentis, apesar de que eu senti que Fizzy era bem mais na dela.

— Você não imagina o quão orgulhosa eu fiquei — Jay contava, eu a observava com um sorriso pequeno. — Meu menino na televisão, fazendo o que ele mais amava

ela contava do dia que Louis foi pro the X-factor, seus olhos transbordavam todo o orgulho que ela sente do filho. Louis estava visivelmente envergonhado, coisa que me fez rir.

— Eu me inscrevi pro the X-factor nessa mesma época — suspiro, pegando uma caneca para me servir um pouco de café — Eles me escolheram pra ir e tudo, mas infelizmente não pude ir.

— Ah não, sério? — afirmo com a cabeça, vendo ela suspirar — Sinto muito, mas veja pelo lado bom. Você está na One Direction agora, tava escrito no destino.

— Realmente — concordo com a cabeça, era uma grande honra estar nessa banda e eu tinha que ser grato ao Simon por isso. — é um grande sonho.

levo um pouco do café até a boca fazendo uma careta espontânea, afasto a caneca a deixando em cima da mesa enquanto tampava a boca para evitar de vomitar ali mesmo

— O que houve? tá quente? — Louis perguntou, parecendo preocupado

— você coou o café? pois açúcar? — pergunto, conseguia sentir o pó do café na língua e seu gosto amargo me fazia querer por tudo pra fora.

— Tem que fazer isso? não sabia — seu tom inocente me irritou, como diabos alguém não sabia que tinha que coar o café e adoçar?

Aparentemente Louis não sabia.

Vejo Lottie – que também estava prestes a tomar o café – colocar a caneca por cima da mesa, torcendo o rosto em uma careta de nojo

— Não acredito, Louis William Tomlinson!

me levanto rapidamente, avisando que iria ao banheiro

— Fez o menino vomitar!

não consigo segurar a risada, apesar do gosto horrível na boca. Subo as escadas e procuro pelo quarto de Louis, não foi difícil achar, o quarto dele era o único que tinha um poster de alguma banda de rock colada na porta. Abro a porta de madeira e procuro minha bolsa com os olhos, parando pra analisar um pouco o quarto.

era bem a cara dele, assim como o seu apartamento. Só que aqui estava bem mais decorado, apesar de nunca nem mesmo ter entrado no quarto dele em Princess Park para saber como era a decoração.

arregalo os olhos quando a ficha cai.

eu estava no quarto do Louis.

quarto do Louis.

calma Harry, não tem porque surtar por causa disso, não é?

vou até a minha bolsa que estava por cima da cama e pego minha escova de dentes e sigo para o banheiro que fica ali mesmo no quarto. Lavo a boca e escovo bem os dentes pra tentar tirar qualquer vestígio de pó de café ou do seu gosto horrível, eu tinha a impressão que jamais ia conseguir tomar café e não se lembrar disso.

quando saio do banheiro, Louis está na cama segurando um prato com a panqueca, ovos e o pedaço de bacon, na outra mão, segurava uma caneca com o que eu supus ser achocolatado. Ele estava com a maior cara de cachorrinho que caiu da mudança que já vi.

— eu trouxe pra você e foi a Felicité que fez o achocolatado — me olhou, seus olhos azuis brilhando ao serem refletidos pelo sol que entrava pela janela.

Louis usava uma regata branca que deixava seus braços amostra – provavelmente tinha trocado de roupa enquanto eu estava no banheiro – a pele bronzeada era como um ímã para os meus olhos.

ele é tão dourado.

— Desculpa pelo café — desvio o olhar pra seu rosto novamente, suspiro indo até ele pegando o prato e a caneca de suas mãos. Coloco ambos na estante ao lado da sua cama e volto pra perto dele, ficando entre suas pernas e abraçando seus ombros. Ele realmente parecia chateado consigo mesmo por causa do café.

— Está tudo bem, era só um café. — ele abraça minha cintura, descansando o rosto na minha barriga

— Queria que estivesse bom o suficiente pra você. — sussurra baixinho, o tom de voz manhoso. Acaricio seus cabelos extremamente lisos e acastanhados, escutando ele suspirar baixinho.

— Você é bom o suficiente pra mim. Aquilo era só um café, só pelo fato de ter tentado, já valeu. — Eu sabia que minha panqueca e o achocolatado estavam esfriando, mas eu realmente não me importava — e aquele frango estava uma delícia, foi o melhor frango que já comi na vida.

— Sério? — ele olhou pra cima, me encarando. Dou um sorriso de covinhas e afirmo com a cabeça, seus olhos azuis entristecidos pareciam mais animados agora.

— Nunca falei tão sério na minha vida.

— Eu ainda vou aprender a fazer aquelas balinhas de coco pra você, você vai ver.

— Quando você aprender, vai me ensinar a fazer também. — ele afirma com a cabeça, como se concordasse — Louis! não!

Quando percebi ele já tinha me puxado para a cama e já tinha me prendido em seus braços em um abraço completamente apertado. Ambos estávamos deitados na cama, e eu? eu sendo sufocado por seus braços fortes. Gargalho quando ele afunda o rosto no meu pescoço e assopra fazendo aquele barulho engraçado e, consequentemente, cócegas.

— Louis, cócegas de novo não. — choramingo, parando de rir quando ele finalmente para com as cócegas, mas permanece com o rosto enterrado na curva do meu pescoço.

não o tiro de lá, ele parecia confortável e eu também estava. Eu realmente gostava desse toque, gostava de tê-lo por perto. Recentemente descobri que seu abraço era o melhor de todos, ele me esquentava como o sol esquentava a terra todos os dias, sem falta.

Eu poderia dizer que meus momentos – raros – preferidos era quando eu estava em seus braços, ou tocando-o de alguma forma. Seja de mãos dadas, braços encostados, ou a forma que ele sempre dava um jeito de encostar em mim no meio das entrevistas ou quando estávamos em público. A forma que ele não parecia sentir medo de se expôr.

eu não admitiria em voz alta, mas eu amava todas as vezes que íamos tirar alguma foto em grupo, ele sempre fazia questão de ficar ao meu lado e colocar uma das suas mãos na minha cintura. Sentir seu toque e aperto – coisa que eu sabia que era proposital – naquele lugar me causava borboletas no estômago e uma certa agitação em vários lugares do meu corpo, principalmente no coração. Ele sempre batia descompassado.

Meus ombros se tensionam quando sinto os lábios dele encostarem em uma área sensível do meu pescoço, era quase como um toque fantasma, parecia ter sido de raspão ou até mesmo sem querer. Mas descartei essas possibilidades assim que eu realmente o senti beijar naquele lugar, seus lábios macios e avermelhados deixavam beijos castos no meu pescoço.

era como se ele estivesse me testando, começando devagar para ver se eu iria afastá-lo ou simplesmente acertar um soco em seu nariz por tamanha insolência.

Mas eu não faria isso.

realmente não, não quando meu corpo começava a corresponder com seu toque, o arrepio já começava subir pela minha espinha e as borboletas já se agitavam no meu estômago.

maldita sejam essas borboletas

maldito seja Louis Tomlinson e seus lábios tão beijaveis

Lou...— chamo em um tom de aviso, relaxando aos poucos. Eu o escuto rir abafado e arrastar os lábios pra mais baixo sentindo uma das suas mãos descer pra minha cintura — Eu...eu acho melhor...

não consigo falar, não confiava na minha própria voz. Meus muros de proteção já tinham caído há muito tempo, eu estava completamente sem defesas. Eu era a mariposa que sempre voava pra luz, pro calor que Louis transmitia.

— Você quer que eu pare? — Sua voz sai mais rouca do que eu era acostumado a ouvir, ele se afasta um pouco pra me encarar, os olhos azuis viajando por todo meu rosto, parando nos lábios antes de voltar para os meus olhos

eu, completamente vulnerável e sem defesas, nego com a cabeça.

Louis sorri, aquele sorriso que era capaz de derrubar muralhas, capaz de ter todo mundo que quisesse na palma de sua mão, capaz de destruir mundos e governar outros.

ele se aproxima enquanto eu fecho meus olhos ao sentir seus lábios tocarem aquela região sensível novamente, dessa vez ele arrasta a ponta da língua me fazendo morder os lábios para não falar – ou gemer – nada que me fizesse se arrepender depois.

Infelizmente aquele contato não dura por muito tempo já que ouvimos duas batidas na porta que por sinal estava fechada, Louis se afasta um pouco e olha naquela direção, e é quando ouvidos a voz de Jay.

— Boo? eu tô saindo pra comprar algumas coisas pra janta, as meninas vão ficar. você pode dar uma olhadinha nelas de vez em quando? — apesar de tudo, ela não abre a porta

— Claro mãe, pode ir tranquila — Ele responde, escuto um agradecimento da parte dela e logo seus passos se afastam

Louis suspira e me olha. Ele estava próximo até demais, nossos rostos alinhados no travesseiro, seus braços ao meu redor, seus olhos azuis, seus lábios vermelhos, as bochechas naturalmente coradas...paro de reparar quando sinto seu toque na minha bochecha, seu polegar acariciando o lugar onde costumava marcar sempre que eu sorria.

— Eu queria poder te beijar

simplesmente solta a bomba, se eu não estivesse deitado, com certeza teria caído para trás.

— E porque não pode? — pergunto baixinho

— Porque sua boca deve estar com pó de café e gosto amargo. — sorriu, as ruguinhas se formando ao redor dos seus olhos

— idiota, eu escovei os dentes. — mesmo com sua provocação, não consigo segurar a risada

— Eu sei, tô brincando. — usa a mão que acariciava minha bochecha para afastar um cacho intruso que caia suavemente pelo meu rosto, Louis o coloca para trás da minha orelha — Não posso te beijar agora porque eu quero que seja especial.

— seria especial de qualquer forma.

— Seu merdinha, eu sei. — beija a ponta do meu nariz e encosta sua testa na minha, não vejo mais minha imensidão azul pois ele fecha os olhos — Mas quando acontecer, eu quero que seja em algum fim de tarde, durante o pôr do sol. Quem sabe vá estar nevando e você vai estar parecendo um pacotinho de tão agasalhado. Eu quero que você tenha certeza de que também quer me beijar, quero que seja tão importante pra você quanto vai ser pra mim. Quero que seja perfeito.

— Você sempre tem a mania de planejar tudo? — também fecho os olhos, sentindo seu toque na minha bochecha novamente

— Praticamente tudo, tipo...planejei uma festa fantasia pra nós irmos, já tenho até a fantasia. — ele se afasta um pouco, me olhando com um sorriso animado — hoje é halloween, a festa vai acontecer de noite.

eu tinha esquecido completamente dessa data, nem se quer tinha reparado nas casas decoradas.

— Eu me esqueci completamente — dou risada aí escutar ele rir

— eu sei, por isso eu planejei por nós dois. Vai ser uma noite e tanto, princesa Peach.

Ele se levanta de repente, me assustando por alguns segundos. Me sento na cama ao ver ele se ajoelhar no chão e procurar alguma coisa de baixo da cama, não escondo minha surpresa quando eu o vejo tirar um violão de lá

— Harry, essa é a Jezabel — acaricia o violão empoeirado, levanto as sobrancelhas vendo ele se sentar na cama com as pernas dobradas para apoiar o violão nelas — Bebel, esse é o Harry, ou cachinhos, ou covinhas, ou pequeno príncipe, ou princesa Peach.

Eu ainda não tinha entendido o princesa Peach, por sinal

— Louis, o que você está fazendo? — franzo o cenho, eu provavelmente estava o olhando como se fosse um doido

— Ontem você perguntou da minha música, hoje vou cantar um trecho dela pra você. E...também pedir algumas sugestões. — Sorriu de canto, inocente. — O nome é Over Again, mas antes de tudo — apontou o indicador pra mim — Não pergunte sobre minha musa inspiradora pra música, eu não vou te falar

Ah, então tem alguma musa inspiradora?

— Eu não diria "musa"...qual é masculino de musa? — franziu o cenho por alguns segundos

— Não faço ideia

— Nem eu — deu uma risada, me olhando uma última vez antes de fixar seus olhos em Bebel e começar a dedilhar os dedos sobre as cordas.

Logo começo a ouvir uma melodia gostosa, fazendo um pequeno sorriso se formar no meu rosto

And tell me with your mind, body and spirit — ele fechou os olhos, como se precisasse disso pra se concentrar — I can make your tears fall down, Like the showers that are British
Whether we're together or apart
We can both remove the masks
And admit we regret it from the start

Era incrível a forma que tudo parecia ficar melhor em sua voz, seja a letra de uma música escrita por ele ou seja até mesmo o meu nome. Tudo ficava perfeito.

— Eu preciso de algo pra encaixar antes disso, a letra tá praticamente pronta pra ser gravada. Mas falta alguma coisa, algum toque final, seu toque talvez. — ele larga Bebel na cama de qualquer jeito e, de forma completamente imperativa, se ajoelha ao lado da sua bolsa e a revira no chão pra conseguir pegar o caderno no fundo. Folheia um pouco as folhas até achar a certa e me entrega, se sentando com Bebel no colo novamente

Passo meus olhos pelo que ele escreveu, cantando mentalmente. E estava perfeito, não sei onde ele queria meu toque, porque aquilo estava realmente incrível.

— Louis, isso tá lindo. — murmuro, um pouco bobo — Eu não faço ideia de qual toque você quer que eu dê.

— Você consegue pensar em alguma coisa, eu sei que sim. — faz um bico manhoso — por favor, Harry.

Suspiro, olhando pro caderno novamente

we take the same road, two days in the same clothes, And I know just what she'll say if I make all this pain go, Can we stop this for a minute? — Cantarolo baixinho, na mesma entonação que ele

— Perfeito! Expendido! Grandioso! — começou a bater palmas, animado — tá incrível Harry. Podemos começar de novo? Dessa vez eu toco.

Afirmo com a cabeça ouvindo ele começar a tocar o violão novamente

we take the same road, two days in the same clothes, And I know just what she'll say if I make all this pain go, Can we stop this for a minute?

— And tell me with your mind, body and spirit. I can make your tears fall down, Like the showers that are British
Whether we're together or apart
We can both remove the masks
And admit we regret it from the start

Olho para o papel, vendo a próxima parte

If you're pretending from the start, Like this with a tight grip, Then my kiss can mend your broken heart — continuamos, só que dessa vez juntos — I might miss everything you said to me
And I can lend you broken parts
That might fit like this
And I will give you all my heart
So we can start it all over again

Eu sempre soube que Louis era bom em tudo o que fazia, sempre soube que ele era um poço cheio de talentos, sempre suspeitei.

A cada dia que passava, eu tinha mais certeza disso.


Gente, eu surtei tanto por causa desse capítulo. Vocês não tem nem ideia!

Tô ansiosa pro próximo, finalmente a festa de Halloween AAAAAA

Espero que tenham gostado, até o próximo 💚💙 não esqueçam de votar e comentar

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