Minha Doce Psicóloga | Wencl...

By Nah_wenclair

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O que fazer quando seus pais não aceitam sua orientação sexual? Se a vida te dá limões, faça uma bela limonad... More

Capítulo 1
capítulo 2
Capítulo 3
capítulo 5
capítulo 6
capítulo 7
capítulo 8

capítulo 4

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By Nah_wenclair

Mais uma consulta... Sentei no sofazinho de espera até que... A moça da recepção atendeu o interfone. Fiquei prestando atenção na conversa dela, eu podia apostar que estava falando com a Wednesday. Logo que a recepcionista colocou o telefone no gancho, virou-se na minha direção e disse que eu poderia entrar. Abri a porta do consultório que estava apenas encostada. Wednesday estava sentada na sua cadeira de frente para a mesa cheia de papéis. Analisava umas folhas azuis. Parou de ler assim que notou a minha presença. Ergueu a cabeça e me olhou de frente. Acenei pra ela.

- Bom dia, Nid. - disse como sempre.

- Bom dia, Wed - silêncio - Se você me chama de Nid, posso te chamar de Wed, não é?

A mulher balançou a cabeça afirmativamente.

- Vamos iniciar a nossa sessão?

- Por que eu fiquei esperando esse tempo todo lá fora se não tinha ninguém aqui dentro?

- Pelo que me lembro, seu horário é às dez. Caso queira adiantar alguma consulta, pode ver com a secretária se temos disponibilidade no horário pretendido.

- É que hoje... Eu pensei... - sacudi as mãos como quem desiste de se justificar - Esquece, vai! - caminhei até o divă e sentei. Wednesday levantou da cadeira e veio na minha direção segurando nas mãos o seu inseparável bloquinho. Sentou na poltrona a minha frente.

- Me parece impaciente. Algo está te aborrecendo?

- Não.

- Quer que eu pare de te fazer perguntas?

- Meus pais me aborrecem, só isso! - ergui a face, encarei os olhos negros-É muito grave não querer ser filha dos nossos pais.

- Desentendimentos em família são normais, mas isso não quer dizer que pais e filhos não se amem.

-Eu tô presa, Wed. - coloquei as mãos no rosto, depois tirei - Presa dentro da minha própria casa. Não posso mais ir à rua, nem atender o telefone. Vai fazer um mês que só vejo as minhas amigas da escola e na escola. Não paro de pensar em... - me calei, depois me levantei do divă - Eles querem me punir porque sou diferente do que sonharam, sabe?

- Sente-se Nid. Quer que eu peça uma água pra você?

- Quero que me diga o que fazer com o que eu sinto? - parei na frente dela. Wednesday ergueu o olhar.

- Com relação a quê?

- Aos meus sentimentos por... - me abaixei, apoiei as mãos nos braços da poltrona. Ficamos a centímetros de distância - Estou enlouquecendo, sabia?

Ela me afastou gentilmente, determinando uma distância entre nós com os seus braços estendidos na altura dos meus ombros. "Ela vai pensar que sou mesmo louca".

- Se acalme. Estou aqui para tentar te ajudar. - respirou fundo - Vejo que está confusa.

- Desculpe.

- Quer falar mais sobre o seu convívio em família?

- Minha vida é sem graça... Queria falar sobre outras coisas - caminhei até a janela do consultório. Tinha uma vista bonita.

- Por que acha a sua vida tão sem graça? - disse parada atrás de mim. Virei de repente ao ouvir o som gostoso da voz dela nas minhas costas. Esbarrei em Wednesday. Ficamos tão próximas. Mergulhei fundo nos olhos dela e percebi que aquela mulher não estava tão segura quanto na primeira vez em que nos vimos. "O que teria mudado?". Num impulso segurei sua mão esquerda.

- Falta emoção na minha vida sussurrei enquanto soltava a mão dela. Desconcertada, Wednesday retornou até a sua poltrona. Caminhei lentamente até o divã. Sentei ainda em silêncio. Ela apenas me olhava. - Estou me sentindo sufocada, entende?

- Você só está sob um estresse emocional.

Não consegui mais falar... Ficamos nos olhando por longos minutos. Quando tivemos assunto novamente, faltavam dez minutos para terminar a consulta.

Essa foi a terceira sessão e eu já chamava a psicóloga de Wed. Nesse dia, antes que nos despedíssemos, consegui descobrir que as fotos da criança que ficavam em sua mesa eram da sua filha Hanna, e o saldo foi ainda mais positivo ao descobrir também que a dona daqueles lindos olhos negros era divorciada.

O fim de semana chegou, e eu fiquei dois dias intermináveis sem ver Wednesday. Para a surpresa dos meus pais permaneci em casa, quietinha e comportada, exatamente como eles queriam, mas meus pensamentos voavam pra longe. Eu estava visivelmente perturbada por uma desconhecida, o que eu sabia dela?
Que se chamava Wednesday Addams, tinha vinte e oito anos, uma filha de quatro e um ex marido que se mudou para Europa. Nada mais! Será que isso era o suficiente para a minha vida ter virado de pernas para o ar como virou? Passei a respirar pensando nela. Até nas ruas por onde eu andava, me confundia com os rostos alheios e por várias vezes achava que havia visto Wednesday passar. Loucura, não é? Loucura era o que eu estava prestes a fazer. Sai do meu quarto pisando leve. Eram dez e meia da noite de domingo. Meus pais estavam no quarto dormindo, pra minha sorte a porta estava semi-aberta... Entrei na pontinha do pé, alcancei a calça do meu pai que estava jogada aos pés da cama. Como uma esposa ciumenta, mexi nos bolsos a procura de... Das chaves de casa! "Bingo!" Encontrei! Uma rápida olhada dentro do quarto e eu avistei o telefone celular do meu pai em cima do criado mudo. Peguei. 'É só um empréstimo, já que eles confiscaram o meu e puseram chave no telefone residencial" Sai do quarto da mesma forma que entrei, os dois carcereiros dormiram no ponto, e eu, enfim, teria o meu momento de lazer.

Alcancei a rua e pude respirar o doce sabor da liberdade. Peguei um ônibus em direção a Botafogo. Demorou uns vinte minutos até que eu desci do ônibus e parei de frente ao prédio de quinze andares. Disquei o número... Chamou uma... Duas...

- Alô! - disse uma voz sonolenta do outro lado da linha.

- Oi, Yo! Preciso te ver.

- Estou de castigo, Nid! Esqueceu que nossos pais nos proibiram?

- Cara, tô parada na frente do seu prédio... Deixa eu subir!

Silêncio do outro lado da linha...

- Vou ficar do lado do interfone pro porteiro te anunciar e não fazer barulho aqui. Meus pais estão dormindo.

- Beleza!

Subi... Ela abriu a porta silenciosamente. Segurou na minha mão e fomos correndo para o quarto dela. Fechamos a porta atrás de nós.

- Senti sua falta, Nid! - disse, logo grudou seus lábios nos meus com saudade. Correspondi ao beijo. Eu fui lá pra isso, para me certificar de que eu só não conseguia tirar Wednesday da minha cabeça porque eu estava há muito tempo sem fazer sexo com uma mulher. Empurrei Yoko para a cama... Joguei meu corpo sobre o dela. Acariciei seus seios por baixo da blusinha fina que ela gostava de dormir. Abocanhei seus seios com saudade. Era tudo o que eu queria, não é? Por que meu sexo não estava molhado? Sempre nos demos muito bem na cama, como poderia ser diferente naquele momento? Investi nos beijos ousados que eu estava depositando no pescoço dela. Yoko gemia e puxava a minha blusa,passava as mãos pelo meio das minhas pernas... Gemia sozinha... Até que ela percebeu que estava com um ser apático em cima dela. Parou. Me empurrou devagar. Cai do outro lado da cama e fiquei.

- O que tá acontecendo com você? - foi direta. Ela me conhecia o suficiente para saber que eu não estava bem.

-Acho que precisamos conversar. - apoiei meu corpo no cotovelo direito.

- Não gosta mais de meninas? O tratamento na clínica de doidos tá fazendo efeito? - disparou.

- Não... Não é isso! - balancei a cabeça negativamente - Estou apaixonada pela minha psicóloga!

Silêncio... Mais silêncio... Yoko me olhava como se não tivesse ouvido o que eu disse. Levantou-se devagar... Caminhou pelo quarto como se procurasse algo no chão.

- Ela deve ter idade pra ser sua mãe! - disse um pouco indignada.

- Ela não é tão mais velha assim...

- Quantos... Quantos anos ela tem?

- Vinte e oito.

- Tá brincando, né?

- Não... Tô falando sério.

- Ela sabe?

- Desconfia, pois eu estou cheia de malícia nas nossas consultas.

- Ela é gay?

- Ela é linda! - suspirei, logo deixei minha cabeça cair no travesseiro.

- Por que veio aqui?

- Acho que eu queria te contar... Somos amigas, não é?

-Sempre! - segurou minhas mãos - Seremos sempre amigas, Nid!

- Não sei o que fazer!

- O primeiro passo é contar pra ela... O segundo é você pegar um ônibus e voltar pra casa. Se seus pais descobrem que você saiu do castigo, e mais, que está comigo, as coisas vão piorar.

- Não consigo fazer mais do que me insinuar pra ela.

- O máximo que pode acontecer é você tomar um fora dela, Nid!

- Animador o seu conselho, viu? - olhei o relógio. - Queria ficar aqui com você.

-Você já conseguiu o que queria, descobriu que os meus beijos não são mais suficientes.

Ela tinha razão... Odeio a praticidade de Yoko. Eu queria os beijos de Wednesday. Voltei pra casa como um gato fujão que perambula pela cidade na madrugada. Sorrateira, entrei em casa. Tranquei a porta e fui direto para o banheiro. Abri uma embalagem de sabonete e apertei a chave no objeto perfumado até que ela afundasse e deixasse sua marca ali. Vi isso em um filme... Caminhei de volta até o quarto dos meus pais. Silêncio... Apenas o barulho do ventilador girando como se movimentasse a hélice de um
lado ao outro numa negativa. Sorri da minha imaginação. Nesses tempos de perseguição, até o ventilador do quarto dos meus pais era meu inimigo.

A noite custou a passar. Rolei de um lado para o outro da cama sem conseguir dormir. "Será que Wednesday pensa em mim? Por que ela me olha como se eu fosse mais do que uma simples paciente? Algum dia terei chance de dizer a ela o que sinto?" Eram tantas dúvidas que me consumiam... Saudade! Esse era o sentimento que me dava forças para levantar da cama todos os dias....

_________________________________________

Olá cambada!! Depois de um tempão resolvi postar mais um!

Se quiserem mandar ideias pro próximo ep de mimada pq tô sem ideia!

Bjs da Nah💕💕💕

(Lembrando que isso é uma adaptação!).

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