Entre caninos e olhos vermelh...

By Th4yllane

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Giulia, uma jovem e corajosa lobisomem, é forçada a se mudar com sua família para uma pequena cidade após a t... More

When you are young, they assume you know nothing" Taylor swift - Cardigan
But, darling, you are the only exception - Paranore.
"And I never felt so alone Felt so alone, no, no" - Labririth
"Con curvas más calientes que el sur" - Romper - Daddy Yankeer
This could be a disaster, And then we're losing it all at the critical chapter
"I thought you were my new best friend [...] My whole world just fell apart"
"I dont wanna be you friend, i wanna be you bitch..." - Girls in Red.
Everybody falls in love somehow - Frank Sinatra
And I'd give up forever to touch you - The goo goo Dolls
"It's starting to freak me, Out it's so loud" - overwhelmed
But if the world was ending, you'd come over, right?
"Don't save her, she don't wanna be saved - J.cole"
"Man, am I the greatest?" - Billie Eilish
She really, really didn't, but the girl gone cray - Hayloft ll
If you dance, I'll dance And if you don't, I'll dance anyway - Lana Del Rey

I have this thing where I get older, but just never wiser" - Taylor Swift Anti-

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By Th4yllane

Capitulo 1

Giulia

Eu nunca pensei que uma viagem pudesse ser tão cansativa, no geral nunca fiz muitas viagens durante a minha vida, especialmente uma tão longa como esta, era apenas passeios rápidos para cidades vizinhas ou caçadas um pouco mais demoradas, mas nenhuma com mais de oito horas.
Inclusive, todo esse tempo presa dentro de um carro com meus três irmãos, atualizaram meu conceito de tortura. Quando eles não estavam reclamando do estreito espaço dividido, estavam reclamando que estavam com fome ou que queriam ir ao banheiro.
Com um tempo, sendo a única loba da matilha, e a única garota entre três irmãos, você acaba se acostumando com algumas coisas, uma delas é conviver com tanta energia masculina em volta, o que pra ser bem sincera às vezes não é tão ruim. Não sei se é porque passei 19 anos da minha vida junto deles, ou se é porque gosto mesmo. A questão é que não era tão ruim afinal de contas, tinha seus lados bons também, eu era bem mimada pelo meu pai e pela maioria das vezes pelos meu irmãos também.
Meu pai sempre se entendeu com meus irmãos, passavam horas juntos, e ele nos ensinou tudo que sabe sobre basicamente tudo. Toda e qualquer dúvida que meus irmãos pudessem ter ele sentava e conversava com uma naturalidade surpreendente, a relação da família toda era baseada na confiança e no conforto, principalmente pelos "machos" da família.
Mas comigo, a única menina da família, é a "menininha do papai" nunca aconteceu nada disso, meu pai nunca sentiu conforto em conversar comigo sobre coisas sérias ou até mesmo coisas bobas como futebol. Todo esse trabalho que meu pai tem com meus três irmãos, era tarefa da minha mãe quando se tratava de mim. Não porque ele não queria ou não tentava, mas porque ele não conseguia, e pra ser bem sincera por mim tudo bem, porque minha mãe era tão boa em fazer isso, em conversar e em me ouvir, em me entender e me aconselhar, que não sentia falta da parte do meu pai.
Esse foi um dos principais assuntos que rodeava minha cabeça durante a viagem, ou melhor, a dúvida de como seria a partir de agora, sem ela.
Meu pai tentaria fazer isso de novo? Ou esse trabalho de me entender ficaria para minha tia? Que inclusive é a pessoa que mais está nos dando apoio agora. Foi ela que deu a ideia de nos mudarmos para mais perto dela depois do que aconteceu, e é ela que vai nos receber e ajudar o meu pai a cuidar de mim e dos meus irmãos. E para falar a verdade, acho que ajudar a gente a cuidar do meu pai também. E isso me trazia um conforto enorme.

♡♡♡

Depois de muitas horas de viagem e inúmeras paradas para comida e para o banheiro, chegamos a casa que minha tia havia preparado para gente.
Meus três irmão no banco de trás saltaram para fora assim que puderam, enquanto eu ainda acordava de um pequeno cochilo no banco do passageiro. O único em que eu consegui descansar de verdade.
Quando sair, minha tia já estava na frente da casa nos esperando. Meus primos estavam ao lado dela. Salem correu pra um abraço logo que a viu!
-Tia!!
-Oi meu pequeno! - Minha tia o pegou no colo e o balançou com um sorriso tão grande quanto o dele.
-Tia, posso conhecer o meu quarto já? Quero guardar minhas coisas e ir brincar com meus primos!!
-Claro querido, o Hugo vai ter mostrar onde fica.
A cena dos dois pequenos se abraçando e correndo entrando na casa foi tão rápida que nem pude ver como o Hugo, meu primo, havia crescido. Logo em seguida meus dois irmãos mais velhos, carregando quase todas as malas.
-É bom te ver de novo, tia! - disse Seth.
-Igualmente meninos! - Ela os cumprimentou com um beijo na bochecha - Vocês estão tão grandes!! Que orgulho!
Ela deve ter percebido o cansaço estampado nos olhos pois liberou a entrada logo em seguida.
E então foi minha vez, com a mochila nas costa fui abraçá-la,
-Buenos días tia!¿como estás? - O abraço foi forte, e trouxe um conforto que não sentia a meses.
-Hija mía estoy bien, tu tío y yo estamos muy felices de que hayas venido.- Ela Acariciou meu rosto com delicadeza e me olhou com carinho, de repente as dúvidas da viagem desapareceram. - Agora entre, vamos comer algo e arrumar as coisas de todos.
Entrei e logo vi Seth e Sirius devorando um prato enorme de comida, a mesa já estava posta, e tinha uma grande quantidade de alimentos. Dava pra ver que meus tios preparavam tudo com muito cuidado, já que tinha tudo que nós mais gostamos. vi os bifes bem passados que meus irmão amam e não exitaram em pegar três pedaços de uma vez. Os pedaços de bife com molho que o Salem também gostava de combinar com a salada e por fim, um prato fundo com Bacons mal passado, meu prato de comida favorito.
Quando minha tia chegou com meu pai, ele se sentou à mesa, parecia mais tranquilo, ou pelo menos não parecia que ele carregava todo o peso de cuidar de nós sozinho. Quando meu tio Augusto chegou com mais comida, comprimentou a todos e se sentou com a gente.
Minha tia chamou os meninos que desceram as escadas gritando:
-O quarto do lado do banheiro é meu!! Eu vi primeiro!
Meu pai o pegou e colocou na mesa.
-Calma aí garoto, vamos comer primeiro, depois decidimos isso okay? Só que se você não comer tudo, vou ter que deixar seus irmãos escolherem primeiro, ouviu?
Hugo apareceu logo em seguida se sentando junto a nós.
-Onde está o resto da criançada? O Henrique e o Henry? - O Salem perguntou com um pedaço de bife na boca.
-Os meninos foram pra escola, não podem mais faltar. - Meu tio Augusto bagunçou o cabelo de Hugo - Mas o Hugo aqui insistiu para faltar, pra poder receber vocês.
O Hugo e o Salem tinha a mesma idade, e tinham características bem parecidas um do outro, os cachinhos escuros, a pele parda assim como a minha é uma marca de nascença no pescoço que herdaram da minha mãe e da minha tia. Era muito bom ver os dois juntos, já que o meu irmão mais novo sempre reclamou que o Seth e o Sirius não brincavam nem incluíam ele em nada.
Nesse sentido eu era bem mais próxima de Salem do que meu irmão, era quase como se os dois excluídos se unissem. Mas também não é um problema para mim, ele é um fofo e sempre me apoia em tudo, assim como eu também tentava fazer com ele.

♡♡♡

Depois do jantar, fomos conhecer a casa, ela era bem bonita, e definitivamente bem maior que a antiga, era rústico e moderno ao mesmo tempo, uma mistura de madeira escura e mármore branco, as luzes também dividem atenção entre a natural que invadiam todos os cômodos pelas janelas de vidro, e as das lâmpadas de led que tinha uma luz azul bem fracas pro momento do dia. Os móveis pareciam meio velhos mas tão limpos e impecáveis como tudo na casa. A escada em U com corrimão de vidro também chama a atenção.
Quando subimos meus irmãos já estavam explorando o lugar e os quartos, no segundo andar, tinham três, à esquerda da escada tem dois, um não muito longe, era grande o suficiente para caberem duas pessoas, então fazia sentido que os meninos ficassem com ele. O outro no final, meu pai colocou suas coisas lá.
E por último, o do lado direito da escada, que ficava em frente ao banheiro foi tomado pelas coisas e brinquedos do Salem em pouco tempo, acompanhei todos em todos o momentos, até chegar ao de Salem, me encostei na porta enquanto via ele tirando suas roupas da mala.
O quarto por si só, era de tamanho médio, e tinha uma estética mais infantil, com cores claras e suaves. Bem a cara do Salem.
-Vem Giulia, me ajuda a arrumar minhas coisas!
-Posso te ajudar depois de arrumar as minhas, o que acha?
Ele aceitou com a cabeça enquanto tirava suas roupas da mala e as jogava na cama.
-Giulia? - Senti uma mão no meu ombro - Preparei um quarto especialmente para você querida! - Minha tia me convidou a acompanhá-la apontando para uma escada logo à frente da porta do quarto de Salem.
-Fica no terceiro andar, era uma biblioteca, mas eu e seu tio pensamos em adaptar para você, ainda tem muito espaço para seus livros e um espaço bem confortável, esperamos que você goste...
O quarto ficava ao fim de um corredor não muito grande, a porta era de correr. O teto não era reto, então fazia com que uma das paredes fosse menor. A maior possuía um estande enorme, separada e dividida, alguns de seus espaços já com alguns livros.
-Eu tirei alguns para você colocar os seus, mas deixei todos que eu imaginei que você pudesse gostar! -
-Obrigada tia, de verdade. - Sorri para ela e ela me deixou com as poucas caixas que eu trouxe.
Tinha uma cama no final da parede em frente a porta, com uma área bem confortável para ler e estudar na parte de baixo, a escada que era pra ser usada para subir para a cama, tinha luzinhas de natal em cores quentes.
A cama já estava feita com uma coberta xadrez vermelha, cheias de almofadas, aparentemente confortáveis. A iluminação quase toda natural, vinha pela janela na parede do lado da cama. O carpete de cores escura combinava com as paredes de madeira. O quarto não estava decorado, o que não demoraria muito pra mudar e ficar repleto de pôsteres dos meus filmes e série favoritos e desenhos meus.
Porém isso era algo pra mim pensar depois que eu tivesse mais energia, depois de descansar, ou melhor dizendo depois de dormir. O que não deve ter levado mais de 15 minutos depois que me joguei na cama.

♡♡♡

No domingo, dia seguinte, acordei ainda tonta de sono, com meu travesseiro todo molhado de baba, e uma falta de noção do tempo que me fez procurar meu celular. Quando achei jogado no chão, provavelmente por um chute acidental, apertei o botão de ligar mais de uma vez, sem sucesso.
-Mas que droga... - Nem mesmo sabia onde estava meu carregador. Poderia colocar no carregador do meu pai onde ele sempre deixa na cozinha, e que quebra poderia comer alguma coisa, um café da manhã... ou um almoço, talvez até um lanche da madrugada dependendo do horário.
Desci as escadas sem fazer barulho, passei pelo quarto do Salem que estava dormindo com seu ursinho de gato laranja.
A casa estava um silêncio total e pelas janelas, pude ver que estava de noite, e bem escuro. Coloquei meu celular no carregador e peguei algo na geladeira, por sorte tinha umas sobras do almoço que estavam muito gostosas inclusive, então coloquei tudo em um prato e levei pro micro-ondas. Enquanto esperava e tentava ligar meu celular ouvi vozes.
-Eu não sei não Angela, não sei como vou cuidar deles sozinho. - Era o meu pai falando com minha tia. - Eu até ajudava, mas era a Agatha que fazia tudo, eu não sei se consigo fazer isso sem ela.
-Deixa de bobeira Pedro, você não está mais sozinho, você é os meninos tem a mim e o Augusto agora. Sei que não é o mesmo, mas já é algo...
-Os meninos não falam nada, mas sei que eles sentem a falta dela, o Salem então... - Ele suspira - Como que eu digo pra ele, pra uma criança de seis anos que a mãe dele morreu por... - Ele não termina.
Sinto meu peito doer de repente, por mais que eu tentasse disfarçar a dor, meu pai ainda sabia como todos nós estávamos. E talvez estivesse fazendo o mesmo, mas ouvi ele dizendo era bem pior do que só imaginar...
-Ele me perguntou uma vez o que aconteceu, eu não soube o que dizer, isso é o que está acabando comigo, não saber como aconteceu, e como eu deixei que acontecesse algo tão...
-Pedro, por favor, não é sua culpa! Você não poderia  ter feito nada.
-Eu sei, mas eu deveria...
-Minha irmã sempre me dizia que você se cobrava demais, ela tinha razão haha - Eu me aproximei para ouvir melhor, minha tia o abraçou com força. - A questão é que você pode ficar mais tranquilo agora, vai ficar tudo bem e essa dor vai amenizar com o tempo, Você vai ver!
-Você lembra tanto ela Angela, seu jeito de abraçar, seu jeito de trazer tranquilidade...
-Mas meus olhos são diferentes do dela! - ela rebate.
-Haha sim, são sim. Ahh como eu sinto saudade daqueles olhos... como eu sinto saudade dela...
- Agora falando sobre algo que está me incomodando, precisamos falar sobre os vampi... - Meu pai mudou de assunto antes de ser interrompido.
Os dois e até eu mesma tomamos um susto com o alarme do micro-ondas apitando. Os dois correram pra cozinha, e me encontraram apertando um monte de botões para tentar parar o barulho.
-Giulia? O que você está fazendo? - Meu pai pergunta - A quanto tempo você está aí?
-Eu vim comer algo e colocar meu celular pra ...
-Eu já lhe disse para você parar de ouvir a conversa dos outros e... - Minha tia colocou a mão sobre o ombro dele. Senti irritação no seu tom de voz.
-Eu não estava ouvindo a conversa de vocês, nem ouvi nada inclusive! - Respondi em defesa, mentindo obviamente - E para sua informação pai, estava aqui antes de vocês chegarem!
-Tudo bem querida, mas olha esta tarde, e amanhã você e seus irmãos tem escola, consegui fazer a matrícula de vocês antes que vocês vinhessem, para que vocês não perdessem mais tempo. Então é bom que você descanse bem. - Respondeu minha tia acalmando a situação.
-Tudo bem, eu vou levar a comida pro meu quarto então...- peguei o prato e passei pelo meu pai rápido. - Vou comer lá, para que vocês possam conversar...
-Olha filha, me descul... - meu pai disse depois que eu já estava na metade da escada.
Eu sempre dormir bastante, então depois de comer, não foi difícil dormir de novo, e pelo horário e pela falta de carga do meu celular não tinha muito oque fazer mesmo.

♡♡♡

No dia seguinte, acordei atrasada como de costume para todos os meus compromissos. Meus irmãos já estavam na cozinha tomando café, Sírius e Salem já com o uniforme, era estranho ver eles com roupas mais formais que o normal, o Sírius com uma gravata e um suéter vermelho, e o Salem apenas com a camiseta e o suéter, os dois com uma calça preta.
O uniforme feminino não era muito diferente, porém ao invés de calças e gravatas, as meninas usavam saias e laços azuis.
-Eu tenho mesmo que usar saia? E desconfortável, e muito pouco prático. Prefiro usar calça como os meninos. - me sentei à mesa junto aos meus irmãos - Sem falar que eu ficaria bem mais gostosa de gravata.
-Olha a boca Giulia - resmungou meu pai.
- Olha pai, acho que já podemos considerar cinco machos na alcateia, a Giulia é quase um garoto! - Disse o Sirius apoiado na bancada comendo uma maçã do lado do Seth que ria junto a ele.
-Sou bem mais macho que você, aparentemente, não é mesmo Seth! - respondi - Ou melhor dizendo, mas macho, mais fêmea e mais um monte de coisa.
-Pai!! - Gritou meu irmão.
- Giulia já conversamos sobre isso, respeita o seu irmão. E Sirius para de encher o saco da sua irmã.
-Eu gosto das cores da bandeira do Sirius, e gosto da sua também Giulia! - concluiu Salem, sendo um fofo como sempre.
Fazia dois anos desde que o Sirius tinha se assumido Não-binário, e desde então eu implico com ele apenas por diversão, ele não se incomoda com nenhum dos pronomes, mas ainda sim fica irritado comigo sempre que eu toco no assunto.
Já no meu quarto, tem uma bandeira bissexual bem em cima da minha cama. De vez em quando o Salem deitava e se cobria com ela, ele dizia que estava se cobrindo com um pedaço de arco-íris e por isso sonhava com coisas boas. Desde que eu expliquei pra ele o que significava, ele vem me dando tanto apoio que que tenho vontade de abraçá-lo e não soltar nunca mais.
-E acho que a Giulia ficaria muito linda de gravata! - O Hugo completa e sorri pra mim enquanto comia suas frutas com waffles.
- Eu sei querida, conversei com a diretora, você até pode usar a gravata na cor azul, mas em relação a saia... - minha tia pegou uma gravata azul e passou pela minha cabeça, ajeitando na argola da minha camiseta. - Não tem jeito mesmo, você precisa usar a saia. Calça somente na educação física, mas você ainda pode usar um short por baixo.
-Melhor do que nada. Eu acho...
-Você vai se acostumar! - ela deu um beijo na minha cabeça quando terminou - Agora vamos, leva pro caminho, estamos atrasados!
Ela pegou as chaves do carro e a bolsa. E o Seth chegou logo em seguida.
-Let's go cachorrada! Só pra avisar, o filhote, a fêmea e o sem gênero vão atrás. - Disse o Seth correndo em direção ao carro. O Seth é o mais velho, e o que se destaca dele, pelo menos de todos nós, e o faz ser um pouco mais parecido com nosso pai, e a barba bem feita e os oculos redondo juntosbaos curtos cachos escuros.
- Peraí o Seth vai junto com a gente? - perguntei indignada!
- Seu irmão vai de carona, vai procurar um trabalho na cidade. É bom que ele arrume algo pra fazer.
- Ele não tem uma moto? Ele poderia ir sozinho e ocupar menos espaço no carro! - Questionei.
-Verdade, verdade! - Salem concordou.
-Sua tia vai apresentar a cidade pra ele, e não custa nada dar uma carona Giulia.
-É Giulia, não custa nada, e você filhote! Para de ser puxa saco da fêmea! - Era assim que ele nos chamava, o Salem de filhote, eu de fêmea, e o Sirius que era o que ele menos implicava era o sem gênero.
Depois de mostrar a língua pra ele e nos despedimos do nosso pai com um beijo, fomos para o carro.
O caminho para a cidade, ainda mais para a escola era relativamente grande, nós morávamos em uma parte mais reservada da pequena cidade, um lugar repleto de pinheiros, uma floresta um tanto quanto densa e silenciosa, minha tia não morava longe dali, por isso fomos para lá. Ou melhor dizendo, um dos motivos era por isso, o outro era porque quanto mais distante dos humanos, mas fácil e seguro era manter nosso segredo. Caçar era mais fácil, pelos animais que haviam por perto, e as transformações involuntárias também eram bem mais fáceis de esconder.
Durante o caminho, um pouco mais longe da nossa casa, outra casa era possível ver entre as árvores, o que parecia mais uma mansão, os detalhes não era possível ver, porém dava para notar que era bem chique pelo portão todo detalhado e pelas plantas e flores em volta que tomavam um destaque das outras plantas e árvores do lugar.
-Vizinhos? - Perguntei.
-Essa é a casa dos Benchiattos, vocês não precisam conhecer eles. E seu pai prefere que nem façam. - minha tia explicou, enquanto dirigia.
-Por que?
-Ele tem seus motivos mi hira, não os entendo, já que eles não são exatamente ruins, são bem gentis na verdade, mas se seu pai prefere assim.
-Mas se qualquer forma, você terá que falar com um deles, Isabella Benchiatto, elas e a assistente que vai te auxiliar durante esse primeiro dia na escola. Quem sabe vocês até virem amigas?
Se torna amiga de uma menina que meu pai quer distância? Me parecia uma ótima ideia!
-É, talvez sim.

♡♡♡

Logo depois de deixarmos Sirius e Salem na parte da escola deles, minha tia me deixou na portaria da parte feminina.
-Boa sorte hira!
-Boa sorte fêmea!
- Obrigada! Espero que dê tudo certo.
Depois de passar pelos corredores completamente perdida com uma folha com o nome da garota e o nome da minha sala, o sinal tocou, e eu ainda não tinha achado nenhum dos dois, todos já estavam entrando na suas salas e eu não fazia ideia do que fazer, só andei enquanto procurava por alguma placa que pudesse me ajudar.
E sem querer acabei esbarrando em uma garota, a única do corredor inclusive.
-Me desculpe...É só que eu sou nova e não encontrei minha sala ainda, nem a garota que...
-Então você é a Giulia Furizze? A garota nova? - Fui interrompida brutalmente pela garota, seus olhos estranhamente amarelos me olhavam de uma forma que me fazia sentir inferior. Seu cabelo loiro perfeitamente arrumado tinha mechas que atravessavam parte de seu rosto definido e claro, com bochechas naturalmente coradas e uma pinta pouco abaixo do nariz do lado esquerdo. Poderia dizer com convicção que ela era a garota mais linda que meus olhos já viram.
-O que? Hann? - me perdi por um momento. - Sim, isso! Giulia Furizze, eu mesma!! Se você sabe o meu nome, você deve ser a...
-Isabella, exatamente! Olha, vamos acabar logo com isso okay? Tenho coisa melhor pra fazer.

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