Guerra e Dragão

De AmandaCunado

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🥉Colocado no Concurso Nove Caldas / Categoria Fantasia 🥉 Colocado no Concurso Nove Caldas / Categoria Espec... Mais

PREMIAÇÕES
01 A VERDADE
02 ESCOLHAS
03 A LENDA
04 DECEPÇÃO
05 GUERRA
07 REVELAÇÃO
08 CONVÊNIO
09 RECONQUISTA
10 ARREPENDIMENTO
11 AMOR
12 CIÚMES
13 ALIADOS
14 TESOURO
15 CURA
16 CHÁ
17 SURPRESA
18 AGONIA
19 EGOÍSMO
20 SANIDADE
21 REENCONTRO
FIM
BÔNUS
AVENTURA EM AÇÃO: PERSONAGEM
AVENTURA EM AÇÃO: Quem de nós?

06 TRAIÇÃO

184 49 344
De AmandaCunado

Admirando a espada e sentindo que vencera ele deixasse cair sentando, exausto e ainda sobre efeito do gás paralisante.

O príncipe relaxa e respira fundo. Último alívio antes dos cristais de gelo, que cobriam o monstro, começarem a estalar. Logo tudo explodiu e Abel mal conseguiu erguer o braço para proteger o rosto, dos fragmentos que voaram.

Vindo em sua direção estava o dragão em sua forma humana, cabelos prateado, olhos azuis e casaco de brocado azul e cinza.

— Obrigado pela espada. — disse a forma humana com um sorriso maldoso.

Agarrou o cabo da espada pouco acima da mão do príncipe, que também a segurava. O dragão puxou firmemente e a levantou, mas Abel não soltou, sendo por tanto, erguido junto com a espada. Indignado Abel o repreende.

— O que pensa... — não conseguiu terminar a frase, pois o dragão chutou seu estomago e o príncipe caiu, vendo o céu entre as folhas das arvores. Os olhos pesados pelo efeito paralisante se fecharam.

 ~ ~ ~

Quando acordou o sol já se punha no horizonte, o jovem estava sozinho entre as arvores. Frustrado começou a gritar, insultando e desafiando o dragão. Mas não houve resposta.

Desanimado e com dificuldade Abel se levantou e caminhou solitário. Retornou para o castelo sob os últimos raios oblíquos do sol. No palácio ninguém ousou dizer-lhe uma palavra, vendo os sinais de luta em seu corpo e o olhar desiludido, todos imaginaram onde estivera.

Na manhã seguinte Ian entrou, sem ser anunciado, na reunião de conselhos do regente que estava acontecendo. O cavaleiro leal ao rei e guardião do príncipe regente, possuía grandes olheiras e respirava ofegante.

— Eles já começaram os preparativos! Estarão aqui em dois dias! — exclamou retomando o fôlego.

— Quê! — afirmaram todos em uníssimo.

— O que faremos alteza? — quis saber o fiel cavaleiro, lançando um olhar sério e com um aceno de cabeça, indicando para que tivesse cuidado com as palavras, na frente do concelho.

Sentando-se, para manter a calma, Abel respondeu:

— Coloquem estacas a cinco metros dos portões. Posicionem arqueiros sob a muralha e recrutem todos os homens da cidade que puderam lutar.

— Mas alteza, não haverá arcos e espadas suficientes.

— Então ajunte-se pedras e facas! — ressoou firmemente.

Aquela declaração causou horror nos conselheiros. Tanto que na mesma noite alguns fugiram da cidade, escondidos, com suas famílias e criados.

"Não me assombra que tenham fugido, muitos já desistiram e entregaram aos outras cidades. Todos conhecem meu avô, é natural que escolham servi um rei experiente, ao invés de um príncipe que só conhece os livros... Por favor meu pai retorno logo, ou só restará esse palácio que defenderei com unhas e dentes. Mas sem um rei forte os nobres não lutaram..." orou.

~ ~ ~

Quando o dia chegou, a visão do exercito inimigo causou pânico. Eles avançaram calculadamente, com escudos contra as flechas e pedras. O aríete foi posicionado à frente dos portões, que não suportaram e cederam.

Uma torrente de homens entrou em violenta batalha. O príncipe lutava junto a seus soldados, ali mesmo, na rua principal.

Quando ao rivalizar força contra um maior que ele, seu corpo de jovem, não aguentou segurar a espada contra os excessivos golpes do brutamonte. A lâmina voou, mas Abel o agarrou pelo cinto e girando, conseguiu desequilibra-lo.

Caído o homem brandiu sua espada contra as pernas do príncipe, contudo subitamente sua espada se despedaçou. Protegendo o príncipe uma espada toda prateada caiu do céu cravando-se no chão ao lado das pernas dele. Sem pensar duas vezes Abel reconheceu-a e sacou-a das pedras da rua onde estava cravada.

Um ar frio tomou todo o campo de atalha, pilares e estacas de gelo brotaram da terra.

O exercito inimigo começou a recuar, assustados com a magia, quando conseguiram atravessar o portão esse foi selado por uma parede de gelo. Estacas de gelo brotaram lá fora ao redor da muralha, protegendo a entrada.

Os homens da cidade gritavam sua comemoração e o príncipe foi perdendo a as forças, precisou se apoiar em Ian para caminhar até sua base. Estavam todos maravilhados com aquele poder, muitos já agradeciam ao dragão.

O príncipe não disse nada, só ponderava tudo em seu coração. Contou para Ian que a espada parecia ter lhe tirado todas as forças e ele precisava descansar.

~ ~ ~

Nos dias que se seguiram não houve batalha, os inimigos não ousavam se aproximar. O príncipe sentia-se encurralado, mas os soldados e o povo comemoravam chamando-o de rei mítico, comprável a seu ancestral Ziusundra.

Isso o incomodava, pois pareciam terem se esquecido de seu pai o verdadeiro rei e, além do mais, o dragão não estava ao seu lado. Ele nem mesmo conseguia produzir ataques mágicos novamente, tentou brandir a espada várias vezes, mas nada acontecia.

— Não posso esperar outra batalha para aprender a usar essa espada... Preciso de respostas e só há um lugar onde obtê-las. — disse para si mesmo e naquela tarde partiu escondido, novamente, para a floresta.

Vagou em silêncio, sobre seu cavalo, durante muito tempo. Tinha medo daquele dragão aparecer novamente para ataca-lo. Nessa altura estava convencido de que o ladrão não era a criatura da lenda, e se ficasse na floresta com a espada o verdadeiro apareceria.

Então continuou sua cavalgada tranquila, até que o cavalo se agitou de repente e se recusou a seguir por um caminho específico. Descendo da montaria seguiu pela grama alta, afastando arbustos expressos até perceber gotas vermelhas nas folhas.

Olhou atentamente e viu que era sangue. Rapidamente se preparou para sacar a espada, contudo nem um movimento aconteceu, a floresta estava silenciosa, nem mesmo pássaros cantavam ali.

"Isso é muito estranho..." pensou Abel.

Ficando ainda mais um pouco ali notou algo atrás de certos arbustos, ao afasta-los, o rosto desacordado daquela forma humana de dragão apareceu.

Era ele, não havia dúvidas, o maldoso dragão estava ferido e vulnerável a sua frente. Abel começou a desembainha a espada para acabar com o monstro. Mas lembrou de que aquela forma humana havia salvado sua vida no passado, em uma situação semelhante, quando era apenas uma criança.

Então o príncipe não retirou sua espada da bainha, mas abaixando começou a examinar onde o dragão estava ferido. Com os dedos, cuidadoso, afastou o tecido rasgado do casaco. Viu os ferimentos cicatrizados e cobertos de gelo.

Então o dragão se mexeu acordando e segurando o pulso do humano.

— O que está fazendo? — perguntou o monstro irritado e empurrando-o para trás.

Aquela forma humana se levantou e o príncipe percebeu que ele estava segurando uma espada.

— Obrigado por trazê-la de volta...

Abel tateou seu cinto, o dragão traiçoeiro havia roubado a espada novamente.

— O novo rei veio implorar por minha ajuda? Saiba que prefiro ver todos vocês, malditos humanos, desaparec... — parou a frase de repente e começou a olhar ao redor assustado.

O príncipe não entendeu o que estava acontecendo.

Imediatamente, a forma humana do dragão começou a fugir. Abel o seguiu, ordenando para que devolvesse sua espada. Virando-se bruscamente, a forma humana agarrou o príncipe e pós a espada em sua garganta.

— Calado!

Mas Abel não teve medo, ousadamente questionou:

— Do quê teme?

O dragão fechou a cara com raiva empurrou a lamina contra o pescoço do jovem humano, bem próximo, mas sem tocar sua pele.

Distante na floresta veio uma voz.

— Você fede a medo Volker!

"Volker... Esse é seu nome?" pensou o príncipe que se manteve silencioso analisando a situação.

O monstro tirou a espada do pescoço do humano e se posicionou para uma luta, olhando muito apreensivo, para todos os lados.

Quando uma sombra se formou bem à frente, entre as árvores, Volker disparou em um ataque. Mesmo estando ferido seus movimentos eram rápidos e com o bramir da espada, uma trilha de estacas de gelo foi formada.

Mas o seu alvo assumiu a forma de dragão prateado, um gigantesco, com olhos vermelhos terríveis.

— Recuperou sua espada mestiço? Por que não me encara como dragão?!

Volker nem deu importância à provocação, saltando nas árvores, pegou impulso suficiente para pular na altura do pescoço da fera, e ali cravou sua espada.

A espada rachou a escama atingida e, com um urro de esforço, o mestiço arrastou a espada traçando um corte profundo. Mas, óbvio, a vítima não permitiu que continuasse. Então sacudiu e tentou pega-lo com as garras. Para fugir ele saltou até uma árvore, contudo no instante que pousou, uma rajada congelante gigantesca cobriu toda árvore. Volker perdeu sua espada e para quebrar o gelo se transformou em dragão.

Logo apareceu o segundo dragão. Vendo os dois enormes dragões, de olhos vermelhos e escamas quase brancas de tão prateadas, encarando com desprezo o pequeno dragão de olhos e azuis e escamas azuladas. O príncipe percebeu a grande diferença de poder entre um dragão verdadeiro e um mestiço, como eles o chamaram.

Não era só isso, Volker bufava exausto após ter se libertado da prisão de gelo. Seu corpo também apresentava várias escamas faltando e no lugar delas estavam cicatrizes, cobertas de gelo.

O segundo dragão tinha uma postura mais elegante que o primeiro e parecia olhar com pena para o pequeno.

— Como um impuro igual a você teve a audácia de ir ao ninho? 

— Ainda exigindo uma fêmea? Hahaha desejava tanto assim a morte? — completou o outro em tom zombador.

Dessa vez Volker não suportou a provocação e voou abocanhando com força o pescoço do zombador. Mas foi logo atingido pelas garras da vítima e depois recebeu uma pancada tão forte do segundo, que acabou soltando sendo lançado contra as árvores. Retornando, assim, a forma humana, ficando meio inconsciente no chão.

Com os olhos semicerrados e sem conseguir mover o corpo ele assistiu a marcha do segundo dragão, que provavelmente acabaria com sua vida.

— Deixe-o em paz! — foram as palavras de Abel que se posicionou à frente de Volker empunhado a espada. Mas a pobre forma humana desmaiou, sem ver o que aconteceria.

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