Vendido + Perdido

By iamnanaschue

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Vendido - (disponível agora no Spirit) Loui é um ômega, o que não o ajuda muito. O clã dos Dauphiné não é nad... More

capítulo 1 -Loui
capítulo 2-Stephan
Capítulo 3-Família Potterfield
capítulo 4 -Novo membro da família
Capítulo 5- Música dos noivos
Capítulo 6-Finalmente, casados!
Capítulo 7-Cegonha
capítulo 8-anunciação
capítulo 9-Vida de casado
capítulo 10 -Turbulências
capítulo 11-Fugir pra viver
Capítulo especial-A Fuga
capítulo 13
capítulo 14
Capítulo 15-Vadia Triste
capítulo 16
especial
Capítulo 17
Capítulo 18
PERDIDO
cap 1 - Inferno acima
cap 2 - Nós não precisamos dançar
cap 3 - a estrada pro inferno foi pavimentada em linha reta
cap 4 - adereços e caos
cap 5 - como gosto de cloro
cap 6 - meu imortal
cap 7 - eu desejo ouvir sua voz
cap 8 - dormindo com sirenes
cap 9 - sou apenas eu, desgraçado como eu
teaser
cap 10 - vamos fazer isso durar para sempre
cap 11 - o futuro está a algumas batidas de coração do desastre
cap 12 - eu morreria todos os dias para te encontrar
cap 13 - as vezes as paredes do quarto se tornam minhas únicas amigas
cap 14 - Viena espera por você
cap 15 - James Dean e Audrey Hepburn
especial - de Alfa para Alfa
cap 16 - Aguente Até Maio
cap 17- Não olhe Para o Passado com Raiva
cap 18 - as coisas que eu queria, apenas um final feliz (capítulo final)
agradecimentos

Nunca Se Esqueça de Mim (Miguel - Brian)

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By iamnanaschue

título: Don't you ever forget about me - Sleeping With Sirens

simplesmente acordei hoje e pensei "tenho que trabalhar, né?" KJKKJKJJK aproveitem o capítulo
/Miguel/

Odeio ter que dizer que deixei ele escapar. Não sou nenhum santo, eu sei, eu vacilei. Mas todos os meus erros e a tentativa de me redmir deles me fizeram cada dia mais apaixonado por ele. Pela forma como ele sorri, pelo jeito desajeitado dele e por todos os lados que coexistem dentro dele, até mesmo o mau humor matinal que de noite desabrocha em uma personalidade de uma verdadeira estrela.

Brian é ator e isso ele faz muito bem. Ele mascara bem a dor. E agora eu percebo o quanto mal eu causei. Quando a noticia chegou de que ele havia desaparecido, tive certeza de que eu era, em muitas partes culpado disso.

Se você folhear os livros de anuário de Alex Potterfield, vai notar que até o sexto ano do fundamental eu estive presente, talvez em um canto de foto ou até mesmo do lado dele. Nos aproximamos bastante no sexto ano, mas na metade do ano, meus pais resolveram nos mudar para a Califórnia por ser mais perto da fronteira e ter escolas com maiores concentração de jovens latinos, visto que talvez esses fossem me acolher melhor, mas isso não foi verdadeiro durante os anos que estive lá.

Por volta do último ano, meus pais permitiram que eu viajasse sozinho algumas muitas vezes, e eu, adolescente fanfarrão de cabelo colorido e pura inconsequencia, resolvi dar uma festa. Óbvio que tive que anunciar no Facebook, para todos os meus 3000 seguidores indiscriminadamente.

Brian não se lembra do dia que vim a casa deles fazer um trabalho de geografia com Alex. Eu lembro bem de olhar ele na porta, ainda com os cabelos ruivos, segurando um bichinho de pelúcia. Ele correu como um coelho de Alice no país das maravilhas. A casa em reforma, fazia fácil dele se esconder, tirando pela cor vibrante que carregava na cabeça.

Lembro também de quando vi que ele curtiu a publicação da festa. Na hora em que abri o perfil, demorei a entender quem era, não o reconhecia de cabelos escuros ou de tanta maquiagem preta nos olhos, mas tinha a certeza que queria topar com ele na festa. Percebi quem era pelo sobrenome, também não conhecia outro Brian que fosse irmão de Alex. Resolvi ignorar isso e seguir a festa com a mínima pretenção, eu daria o tempo ao tempo, talvez se a conversa fluísse...

Okay, ele era virgem, pela bandana no punho, o que me deixou menos preocupado, mas ao mesmo tempo, eu sabia que haviam pessoas naquela festa atrás justamente de alguém com o perfil dele. Sinalizei para Alex durante um jogo de verdade ou desafio, mas ele entendeu tudo errado. E quando saiu a noticia no dia seguinte, eu me acovardei.

Eu voltei para a Califórnia, tentei não me consumir na culpa de possivelmente ele ter morrido. Me formei em arquitetura, continuei acompanhando as investigações e contribuindo anonimamente e mensalmente com uma quantia para que as buscas nunca parassem. Nunca pensei muito que eles iam o encontrar com vida, mas me sentia em um eterno débito com a familia do meu amigo de infância por ter entregado o filho mais novo deles de bandeija para alguém que claramente não estaria o tratando bem.

Vou me lembrar até meu último dia de vida de quando recebi aquela ligação de alivio da policia que haviam o encontrado com vida na Romênia. Na hora, mandei mensagem para Alex, que só me respondeu 15 dias depois, com uma foto de Brian segurando Vincent, mas seu olhar parecia vazio, não o mesmo garoto que flertou comigo naquela festa, só se parecia com ele, em meio aos hematomas ainda vívidos e ataduras.

Resolvi investir desde o dia em que nos "encontramos" no shopping. Eu já havia combinado com Alex, queria um tempo com ele, para pedir desculpas, para saber se ele ainda me odiava... Mas quando ele me olhou com os olhos de um gato, ele simplesmente parecia não lembrar e... Bobo eu de achar que eu significava alguma coisa no meio de tudo que aconteceu. Ele não sorria, notei isso. Geralmente, num flerte, era a primeira coisa que eu fazia. Então me dediquei a fazer ele sorrir todos os dias.

No inicio, não posso negar que me senti um pouco em uma situação complicada de criar como meu o filho de outro alfa, mas a situação não deixava eu questionar isso. Brian ainda estava muito sensível e precisava de alguém para levantar a autoestima dele. E foi isso que eu achei até ver o que ele fazia consigo mesmo sozinho. Eu não senti raiva, como achei que sentiria. Eu quis acolher ele, fazer ele parar. E foi aí que eu percebi que não estava fazendo isso só pelo meu ego ou pelo débito com os Potterfield. Eu estava apaixonado pelo garoto sobrevivente. Ver o tanto que ele precisava de mim fazia eu me sentir forte, corajoso, de uma coragem que nem sempre foi minha, tanto que minhas mães se surpreenderam com a minha ligação falando que estava namorando com ele.

Se eu tivesse que listar o que amar Brian Potterfield me fez, eu diria em primeiro lugar que me fez homem. Amor não é só segurar a mão no shopping ou fazer um filho e viver junto. Amor vem das formas mais estranhas possíveis como vir com um água quente para ajuda-lo a trocar uma fralda ou acordar na madrugada para pegar bebê chorando simplesmente para ele poder ter mais 2 horinhas de sono.

Logo, quando vi, me tornei pai sem ser pai. Eu estive lá quando Olivia e Ophelia nasceram, segurei a sua mão enquanto via ele passar pela pior dor talvez? Engraçado quando a gente acompanha um crescimento e eu vi Brian em espaços fragmentados da vida. Vi ele como uma criança doce e tímida, vi ele como um adolescente punk rebelde, vi ele superando um trauma e consegui acompa-lo na jornada de ser mãe, acompanhei ele casado e céus...

Se tem uma imagem que quero guardar até meus últimos segundos de vida foi a primeira vez que me dei conta que ele era meu marido. Logo depois da festa de casamento, estávamos acabados de tanto beber e dançar, sua gravata e blazer já haviam ficado em algum lugar do quarto de hotel, enquanto de mim, só restava a camisa e a calça. Okay, ele nitidamente estava muito bêbado. Estava diante do espelho do banheiro terminando de tirar a roupa, mas bambeava mais que qualquer coisa. Me aproximei para ajuda-lo logo ele me sorriu, colocando os braços em meus ombros.

-Céus... Eu casei com o homem certo... -Ele sussurrou enquanto eu desabotoava sua camisa, meio manchada de algum coquetel da festa.

-Ei... Eu que digo isso. -Respondi o colocando sentado na pia para tirar seus sapatos, que por preferência dele, eram vans old school brancos.

E hoje, ele não percebeu, mas está usando os mesmos. Apoiado no batente da porta, com um moletom e a calça jeans skinny, segurando nossa filha no colo. Mas ele não me olha mais com os mesmos olhos de gato curioso. Eu havia acabado de acordar, ainda tentando superar a falta que ele me fazia em casa. Ele revira os olhos irritado e ajeita Iris que ri docemente, me lembrando absurdamente dele mais novo.

-Pronto filha, fica com o papai enquanto mamãe vai resolver o material da escola, tá? -Ele a coloca no chão a minha frente e ajeita firmemente o casaco dela, fazendo seus ombrinhos caírem um pouco, mas logo ele dirige os olhos para mim -E você deveria parar de beber. São 11 da manhã, Miguel.

-Eu estava te esperando...

-Correção: esperando Iris. Só estou fazendo isso por que a justiça manda. -Ele se curva para pegar algo no bolso e tira um cigarro e isqueiro e acende.

-E você deveria parar de fumar. -Respondo em um tom semelhante ao dele, tirando pela ironia. Ele me encara e percebo o quanto ele está vazio, talvez dominado demais pela raiva para entender isso.

-Você não sabe de nada. Você não sabe a barra que eu estou enfrentando por sua culpa. -Consigo ver na falta de expressão dele que ele voltou a tomar tarja preta. Isso não era saudável para as crianças, mas quem era eu pra trazer mais sofrimento para a vida dele? Abro mais a porta, segurando firme os cachorros e a mãozinha de Iris.

-Entra, vem. -Falo em um tom tranquilo.  Ele estava tremendo. Nitidamente, aquilo não eram roupas para o clima de inverno

-Não, eu vou resolver as coisas das crianças, eu tenho que ir...

-Brian, se você for lá fora com essas roupas, você vai congelar. Entra. Nem que seja para pegar outro casaco seu, vem. -Ele não tinha pego muitas coisas dele para recomeçar a vida sozinho. Ele pegou tudo para as crianças e esse era o problema de Brian Potterfield. Ele pensa nos filhos acima dele mesmo. De certa forma, é o que eu acho que mantém ele aqui. Outro problema dele é o ego. Ele demorou, mas entrou, correndo para se sentar na frente da lareira artificial.

Os cachorros, obviamente, correram para cima dele, o enchendo de lambidas e fazendo festa, cada um mais empolgado que o outro para cumprimentar quem sempre os tratou tão bem.

Iris e eu seguimos para dentro depois de trancar a porta. Me sento no sofá com ela no colo, que me encarava com os olhinhos atentos.

-Oi amor do papai... -Iris mal falava, mas carregava sempre um sorriso de derreter qualquer coração de pedra. Ela é incrivelmente parecida com ele no quesito infância. Iris se espreita e corre quando é localizada, mas para e ri alto.

-Ela ainda não tirou a soneca da manhã. -Ele fala tranquilamente sem olhar para nós brincando com os cachorros

-Tudo bem, eu boto ela pra dormir, né princesa? -Pergunto enquanto fazia carinho nas costas dela. -Ela me lembra tanto Phelly...

-Só espero que ela não quebre o braço na noite de Natal. -Verdade. No penúltimo Natal que passamos juntos, Phelly foi tentar colocar uma estrela na árvore com a ajuda do banco de uma bicicleta, caiu feio e quebrou o braço esquerdo.

-Como eles estão...? Você nunca os trás para eu ver...

-Você não é o pai. -Ele me responde seco. Okay, essa doeu.

-Brian, mas eu criei laços com eles, você não pode simplesmente forçar que a gente corte tudo assim... -Ele bufa e pega o telefone no bolso, ainda acariciando a barriga do Husky preguiçoso em cima dele, com o maldito do cigarro na boca.

-Você quer o número de Vincent, é isso? -Ele pergunta presunçoso abrindo o aplicativo de mensagens. Sinto smart watch vibrar e pela tela, consigo ver que era ele me encaminhando um contato. -Pronto. Adiciona ele.

-E as meninas...?

-Elas ainda não tem. Vincent acabou de ganhar um de aniversário. Ideia idiota de Alex. Ele mal usa, mas tem um telefone muito bem fiscalizado por mim, antes que você fale bosta.

-Brian, eu não ia dizer nada. Sério. Não sei porque você está agindo assim comigo... Eu ainda te amo. -Soltei deixando essa no ar. Ele se vira me olhando, segurando o maldito do cigarro nos dedos, puta merda, que vontade de apagar aquilo em mim e garantir que ele nunca mais toque em um.

-Se você me amasse, você nunca teria mentido para mim, ou ter fingido isso durante tanto tempo. Você acha que eu dou idiota? Você nunca se esforçou! -Okay, aquilo era o limite para mim. Me levanto, deixando Iris deitada no sofá. Pego o cigarro da mão dele, ouvindo seus murmúrios e passos até mim. Apaguei no batente de mármore da janela e joguei-o em meio ao ar frio de inverno -Que porra...?

-Eu estou provando que eu te amo, Brian! Que merda, por que você tem que ter essa autoestima tão baixa, sempre achar que as pessoas não tem amam, eu te amo. A sua mãe te ama. O seu pai te ama! Fala com eles!

-Ele não é meu pai. -Ele responde seco novamente pegando outro cigarro. Dessa vez, sou mais drástico. Aproveito que a janela estava aberta para jogar o maço inteiro e mais o isqueiro.

-Você vai parar com isso, me ouviu? Se você quiser ter um futuro, se quiser ver os seus filhos crescendo. Os nossos filhos. Eu participei de todos os momentos deles. Eu estava lá na sala de parto com você, não era Catalina. Eu amo os seus filhos, até mesmo os que não são meus biologicamente, foda-se o biológico! -Desabafo segurando em seus ombros. Seus olhos estão cheios de lágrimas. Resolvo deixar ele quieto por um tempo e ir colocar Iris para dormir.

Meu bebê já estava aconchegada no sofá, abraçando Lila com firmeza. Pego minha filha com cuidado e vou até o quartinho dela que tanto planejei com Brian. Me deixava deprimido manter ele aberto quando ela não estava aqui em casa, mas era pior dormir no nosso quarto sozinho. Não consegui dormir lá desde o dia em que ele foi embora. Eu estava me alojando no quarto de hóspedes, vulgo, o quarto do quinto filho que ainda planejava ter com ele e apenas com ele.

Mas dois anos sozinho fazem qualquer homem enlouquecer. Eu nunca mais consegui namorar ou ficar com alguém por que em todos os lugares, tudo que eu procurava era ele. Mas ele está hoje dentro do meu apartamento. Deito Iris na caminha dela e fecho a porta, apenas para me deparar com um Brian furioso andando até mim.

Achei que ele fosse me bater, mas pelo contrário. Ele me puxou pelos braços e me deu o beijo mais necessitado da minha vida. Eu conseguia sentir o desespero na língua dele que explorava minha boca com tanta fluidez. Não deixei barato, óbvio. O peguei de forma rígida, levantando e levando para finalmente usar o quarto que não usava há dois anos.

Conforme nossos corpos se sobreposicionavam em um perfeito eclipse, mais eu sentia o fervor de quando fizemos desesperadamente no primeiro segundo dele em casa depois de 3 meses na clínica. Agora eram dois anos de abstinência.

Fui arrancando suas roupas fugaz e  desleixado, deixando as penderem da cama como sua calça na noite de núpcias. Fiz questão de castigar o pescoço que a tanto tempo não via um chupão meu, queria marca-lo novamente, queria que ele voltasse a morar comigo. Queria completar com ele a família de cinco filhos, de seis, de vinte, quantos ele quisesse.

Tocando em seu rosto, soube o que de fato fez ele ficar. Ele estava quente. Muito provavelmente era seu cio. Seus olhos estavam com as pupilas de gato. Talvez se eu fizesse seu cio ser bom, ele voltaria para mim.

Então fiz o meu melhor para terminar de tirar suas roupas e as minhas. Continuei chupando seu pescoço enquanto ele gemia manhoso, abraçando minhas costas e arranhando.

-Por favor, Miguel, me fode logo... -Ele implora com a voz arrastada. Não quero fazer ele esperar, mas puta merda, não tenho preservativos aqui... Talvez seja a hora do quinto filho. Resolvo não questionar e penetro nele. Sua entrada estava muito justa, como se em todo esse tempo ele nunca mais tivesse ficado com ninguém. Ele gritou, me apertando como se não tivesse amanhã. Consigo ver as linhas da máscara de cílios escorrendo por seu rosto enquanto o penetro sem dó.

Esse garoto é o céu e o inferno na mesma pessoa. Seu cheiro, seu desejo, seu sabor, tudo nele me faz querer não parar nem para respirar enquanto estoco em seu interior.

Ele olha em meus olhos quando está prestes a ejacular, sua boca se abre em um gemido sutil, mas mesmo assim, eu não paro. Ele nos suja com seu esperma enquanto eu tento resistir para come-lo em mais uma posição.

Viro ele de quatro, dando uma boa olhada naquela bundinha deliciosa empinada pra mim. Seguro em sua cintura e continuo a estocar dentro dele, agarrando com força. Seu corpo pende para baixo, mas eu o forço a ficar na posição para mim com um puxão firme de cabelo.

Eu sabia que ele gostava disso. Seu gemido sofrido se substituiu com um gemido de riso. Um verdadeiro brat na cama. Ele me instigava tanto... Acabei gozando dentro dele, mas já esperando pela próxima vez do cio.

Quando soltei seus cabelos, ele se deitou, virando para mim com um sorriso enquanto eu me deitava ao seu lado. Ele não se afastou. Pelo contrário, ele se encolheu no meu ombro com as mãos em meu peito. Céus, ele vai me deixar louco...

Sua pele continua suave ao toque enquanto meus dedos sobem e descem por suas costas.

-Você não me odeia... -Ele sussurra fazendo o mesmo que eu, ainda seguindo os traços da tinta sob a minha pele.

-Eu não sou capaz de te odiar... -Sussurro de volta o abraçando mais firme. Céus, eu amava vê-lo assim. Sua pele alva ganhou mais alguns desenhos e estampas ao longo dos anos. Logo acima da primeira tatuagem, estava um desenho colorido, feito por alguma das crianças com as primeiras escritas infantis de "mamãe". Além disso, nas costelas estava tatuada a palavra resiliência em letras de máquina, além de estampas de vinhas subindo pelas cicatrizes antigas.

Na parte interna do braço esquerdo, o desenho de uma flor de Iris aquartelada de roxo.

-Já está me superando em número ein... -Falo deslizando o dedo sobre a flor de Iris -Nossa filha...

Ele me sorri se sentando na cama -É ela... -Ele aponta para a tatuagem de desenho infantil-Phelly fez para mim... Somos nós. Eu, você, Vincy, ela, Livvy e Iris. -Ele aponta no desenho. -E aqui foi Livvy que escreveu... -Ele estica um pouco a pele na tatuagem escrita "mamãe".

Gostava de como a tinta compatia com a sua pele, formava um relevo sutil nos traços finos e parcia que todas as cores combinavam com ele. Logo não estou mais olhando para as tatuagens e sim para as memórias que fiz com ele. Todos esses anos, cada madrugada sem dormir, cada ida ao zoológico, cada audição, cada garrafa de vinho terminada na varanda, cada viagem de carro onde as crianças dormiam no banco de trás e faziamos juras de amor eterno, cada poesia de amor, cada recado na geladeira. Brian fazia até uma ida ao mercado ser prazerosa, e eu não fazia mais compras para um mês desde que ele foi embora.

Nos breves momentos de ir buscar Iris que eu o via, ainda prendia a respiração. Parece que o tempo nunca mudava o seu jeito bonito,  sua personalidade espinhosa, mas eu ainda lembrava quando para mim ele era um puro roseiro.

Ele está dormindo, provavelmente exausto de cuidar das quatro crianças sozinho. Sua respiração é sutil, mas mais falhada do que da última vez que o vi dormindo assim, no fatídico dia do tribunal. Quero fazer ele se sentir confortável, mas quero também prendê-lo aqui para sempre.

Não demora muito e eu pego no sono, acordando com a cama vazia. Coço os olhos confuso enquanto me levanto. Será que eu sonhei com ele? As únicas provas de que naõ foi um sonho, são minhas roupas espalhadas no chão e o quarto desarrumado. Alcanço minha cueca e visto, saindo do quarto a procura dele. Consigo ver de longe um bilhete na geladeira, me aproximo correndo para pega-lo.

Fui resolver a questão de material. Favor levar Iris em casa ás 19hrs.
-Brian

A caligrafia dele continua igual. Mas não tem mais o "Te amo" que eu esperava ter no final.

Desde então, se passaram anos até eu ter outra interação romântica com Brian Potterfield

CONTINUA EM OUTONO
próxima atualização: 6 de dezmbro 13:00

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