JP NARRANDO
A Eduarda me encheu para eu não fazer nada com menor, mas se eu não fizer, aqui vai virar uma bagunça, e essa porra tem que ter ordem.
JP: Tava com o que na cabeça em roubar a favela e pensando que não ia dar em nada - ele não fala nada.
JP: Tu pode enganar a Eduarda, a mim você não engana. - ele olhou pra mim.
PEIXINHO: Pode dar minha punição, mano. Tou aqui pra enganar ninguém não, a mina que quis me defender. - Falou com raiva.
JP: Mandei você falar, caralho - peguei um pedaço de madeira, dei na costa dele, minino não deu um pio.
LK: Porra, a Duda vai te matar, caralho.
LOBO: É mano, tu falou que só ia dar um susto.
JP: Isso é o que? Se não fosse só um susto, tava arrancando os dedos, caralho - continuei batendo nas suas costas e pela última vez ele deu um grito, a costa já estava sagrada.
LOBO: Fudeu, a Duda está aí com tua irmã - caralho, vou matar a Juliana. Na hora que ia mandar ela ir embora, ela entra com tudo junto com minha irmã.
Assim que ela entrou, ela olhou para o pedaço de madeira e para a costa do peixinho.
DUDA: Cê tá maluco? Você falou que ia ser só um susto.
JP: Quem mandou tu vir aqui, Eduarda? - ela me olhou com ódio e foi até o menino, mas ele saiu de perto dela.
PEIXINHO: Precisa brigar por mim não, tou errado e pronto. Agora que ele já terminou, vou meter o pé - Eduarda segurou o braço dele.
DUDA: Espera, do que você precisa para ajudar sua vó?
PEIXINHO: PARAR DE SE INTROMETER, CARALHO - fui para perto dele e apertei seu pescoço.
JP: A Mina está muito preocupada contigo, está falando assim com ela porque, porra.
DUDA: Solta ele, JP. E você me espera lá fora - falou para o menino e ele foi.
JP: Se for falar merda, é melhor tu ir - ela olhou nos meus olhos.
DUDA: Na verdade, estou nem afim de trocar ideia com você - saiu, que garota surtada do caralho.
DUDA NARRANDO:
Quando eu saí, ele estava me esperando como eu pedi, com a cara toda fechada.
DUDA: Eu quero te ajudar - eu criei uma conexão com esse menino. Eu sei que posso estar errada, mas está na cara que é uma criança que está preocupada com coisa de adulto e desesperada. Quando eu perdi meus pais, teve alguém para cuidar de mim, e eu quero fazer o mesmo com ele.
PEIXINHO: Não quero sua ajuda não - que menino.
DUDA: Sua vó não pode te ver assim, vai deixá-la preocupada - ele olhou para mim - Está com fome? - ele não respondeu.
DUDA: Eu posso ir na sua casa fazer uma comida para você e sua vó, se você quiser - abaixou a cabeça.
PEIXINHO: Lá em casa não tem nada, só pão mofado. Então deixa eu ir embora logo, preciso ver como minha vó está.
DUDA: Eu compro, eu compro alguma coisa para vocês comerem. O que acha? - ele saiu andando, então acredito que isso seja um sim.
Fui até a Juliana, para ela falar que eu fui na casa do Peixinho para o JP não surtar. Assim que falei com ela, fui correndo atrás do Peixinho.
DUDA: Vamos passar no mercadinho primeiro.
Quando chegamos no mercadinho, fui pegando algumas coisas e ele foi só andando atrás de mim. Eu tenho um pouco de dinheiro guardado ainda da boate, que no caso não recebi muito.
DUDA: você gosta? - mostrei um chocolate para ele, vi que ele estava meio sem jeito, então peguei.
Assim que terminamos de comprar algumas coisas, nós fomos para a casa dele, que não era tão longe. Ele abriu a porta, mas não falou nada. Quando eu olhei, a casa estava um pouco bagunçada.
DUDA: onde está sua vó? - ele apontou para uma porta que eu acredito ser o quarto.
Quando entrei, tinha uma senhora deitada e roupas para tudo que é canto.
PEIXINHO: oi vó, desculpa não ter vindo para casa ontem.
Xx: eu fiquei preocupada com você - tossiu.
PEIXINHO: Comeu alguma coisa?
Xx: comi um pão que estava em cima da mesa, e quem é essa garota bonita?
DUDA: oi, eu sou a Eduarda, a amiga do seu neto.
AMÁLIA: me chamo Amélia, querida - dei um sorriso para ela.
DUDA: vou preparar alguma coisa para nós comer - fui para a cozinha, lavei primeiro os pratos, limpei o fogão. Depois comecei a cozinhar, depois que coloquei a comida no fogo, fui limpar a casa.
PEIXINHO: Você não precisa fazer isso, pode deixar que eu limpo.
DUDA: eu te ajudo a limpar - não teve muita discussão, fui juntar toda as roupas, só que não tinha nada para lavar, então deixei para outro dia.
Deixei o Peixinho limpar o chão da cozinha enquanto eu limpava o banheiro. Depois de um bom tempo, terminamos e eu já estava morta de cansada. Depois fui colocar os pratos na mesa, só que percebi que a dona Amélia não tinha força para se levantar da cama.
DUDA: o que acha de nós levarmos essa mesinha lá para o quarto, assim nós comemos junto com sua vó?
PEIXINHO: Tá, pode ser - percebi que ele deu um sorrisinho.
AMÉLIA: Que delícia de comida, parabéns menina.
DUDA: Obrigada. Na verdade, eu não sei cozinhar. Aprendi a fazer alguma coisa com a mãe do JP.
AMÉLIA: Fico feliz que o Juninho tenha encontrado alguém para ser sua amiga. - Então, o nome dele era Junior. - Desde que seu pai abandonou e sua mãe infelizmente morreu, ele não se enturma muito.
PEIXINHO: Vó, pode mudar de assunto, por favor. - Depois que terminamos de comer, o Peixinho foi lavar os pratos.
DUDA: Amanhã eu venho lavar as roupas.
PEIXINHO: Chega - olhei para ele sem entender - já ajudou bastante, não precisa vir amanhã.
DUDA: O que sua vó tem? - mudei de assunto. Ele respirou fundo, secou a mão e sentou na cadeira.
VITÓRIA, 23 ANOS
GUSTAVO, 24 ANOS
FERNANDA, 23 ANOS