Minha Doce Psicóloga | Wencl...

By Nah_wenclair

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O que fazer quando seus pais não aceitam sua orientação sexual? Se a vida te dá limões, faça uma bela limonad... More

capítulo 2
Capítulo 3
capítulo 4
capítulo 5
capítulo 6
capítulo 7
capítulo 8

Capítulo 1

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By Nah_wenclair

Oii resolvi fazer essa adaptação até ter criatividade para escrever o capítulo de mimada.

Boa leitura! 📚 💕

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Ali estava eu, naquela sala de espera gélida, com pessoas aparentemente estranhas ao meu lado. Umas olhando pras outras como se perguntassem: qual o seu problema? Desde que minha mãe me surpreendeu aos beijos com minha amiga Yoko no meu quarto, não tive mais sossego. As brigas eram constantes lá em casa, chegando a ponto das agressões verbais passarem para as físicas. Meus pais não compreendiam o porquê de uma menina de dezessete anos, no caso eu, se interessar sexualmente por outra pessoa do mesmo sexo. Eu não queria mesmo que eles entendessem, mas que respeitassem a minha orientação sexual, afinal de contas, o caráter de uma pessoa não pode ser medido por quem elas dormem. Não é? Deveria ser assim, pelo menos é o que penso na minha humilde inexperiência de vida. Mas não é! Às pessoas são severas com àquelas que não lêem a mesma cartilha. Meus pais, dois carentes de bom senso.

Depois de alguns minutos tortuosos de espera, a mulher da recepção disse que eu poderia entrar na sala que ficava no final do corredor. A tortura começou... Minha mãe me pegou pelo braço, e praticamente me arrastou pelo corredor impessoal daquela clínica de doidos. Eu não estava doente! Também não queria passar por esse constrangimento de falar da minha intimidade com uma estranha, pra ela avaliar se eu tenho ou não algum distúrbio mental, sabe? Confesso que durante o percurso pelo corredor da tortura, eu já estava premeditando o que dizer para aquela medicazinha de merda que meus pais queriam que me desse um atestado de loucura. Fiz sinal para minha mãe me soltar, logo outro dizendo que com ela ao meu lado eu não entraria. Ridículo entrar com a mãe, em qualquer lugar que seja. Ainda mais uma mãe como a minha que acha que sou louca. É isso mesmo! Louca por querer viver a minha vida da forma que me sinto feliz. Que se dane o que ela e essa merda de sociedade pensam. Eu quero é mulher!

Abri a porta preparada para no mínimo mandar a médica ir à merda. Rebelde? Não! É que estou sem paciência para a mente pequena dos meus pais. Vocês também estariam se os seus as tratassem feito uma aberração pelo fato de não se interessarem pelo que eles acham "normal". Será que é normal submeter uma filha de dezessete anos a uma visita ao médico que deve dar choque nas pessoas? Que ignorância, viu? A minha? A deles? Ou a de todo mundo? Entrei no consultório da nazista. Para a minha surpresa, a sala era clara, os móveis brancos, e havia uma mesa enorme próxima à porta. Sobre ela haviam alguns papeis e fotografias de uma criança em porta-retratos, ao fundo da sala um divã. A mulher que iria invadir a minha privacidade ficou de pé ao me ver parada na porta. Olhei para a desconhecida de cima a baixo... Então era ela quem invadiria a minha vida?

- Boa tarde, Enid! - disse afundando os óculos de grau na face gentil e calma que exibia, logo abriu um sorriso que me fez esquecer cada palavra rude que eu pensei dizer quando estivesse de frente pra ela. Balancei a cabeça negativamente. Aquele sorriso dela era proposital. Queria ganhar a minha confiança para depois me encher de choques.

- Eu me chamo Wednesday Addams- disse me tirando imediatamente daqueles pensamentos aterrorizantes. Estendeu a mão na minha direção. Apertei as mãos dela e mergulhei profundamente nos seus olhos negros e misteriosos. Sabe quando você sente o coração esquentar por dentro ao tocar em alguém? Assim mesmo que eu me senti, viu? A doutora, médica, psicóloga, ou sei lá o quê! Era no mínimo linda! Seus olhos exibiam um brilho que eu nunca havia percebido nos de ninguém. Os fios negros dos seus cabelos caiam pelos ombros, seus lábios pareciam ter sido esculpidos a mão por um artesão e combinavam perfeitamente na face meiga de traços latinos. Ah! Tinha também o jaleco branco até os joelhos que a deixava muito sexy! Mas eu não podia me enganar com aquela aparência angelical que ela exibia. Por trás daquele jaleco deveria ter umas pernas maravilhosas, digo, uma cascavel detestável. Mas... Tava difícil julgá-la, sabia?

Ao primeiro olhar tive a impressão de ter sido hipnotizada pela beleza daqueles olhos, já no segundo olhar, senti que eu havia perdido mais do que meu tempo vindo nesse consultório, havia perdido também o meu bom senso. Assim como os meus pais.

- Olha só! Eu tô aqui forçada, viu? Meus pais acham que eu estou doente, e não é a senhora quem vai dar a eles o meu atestado de internação, deu pra entender? - despejei de uma só vez. Grossa, ríspida, intolerante ao extremo.

- Calma mocinha! - sorriu amigavelmente. Acho que ela não entendeu uma palavra do que eu disse. Falei tão rápido. Ou será que entendeu? Segurou minha mão que a essa altura estava gelada e trêmula. Se fosse qualquer outra pessoa a me chamar de mocinha, eu teria xingado de imediato um palavrão qualquer. Eu estava sentido isso... Por quê? Na minha frente era só uma mulher que queria me ferrar, oras!

- Antes de tudo, quero que confie em mim, está bem? - disse enquanto fitava os meus olhos me passando segurança. Como posso confiar em alguém que nunca vi na vida? Só sei que senti um calor subir pelo meu corpo, e uma vontade inexplicável de beijar os lábios daquela estranha que estava a minha frente. Pensei que isso só acontecesse nos filmes. Já tiveram a impressão de conhecer alguém sem que os seus olhos jamais tivessem cruzado com os dela um dia? É uma sensação de impotência.

- Tive uma briga feia com os meus pais, e agora eles querem me punir por isso! - disse afobada.

- Quer se sentar? - apontou o divă. Cruzei os braços, fechei a cara.

- Estou bem de pé.

- Quero te ajudar - se aproximou de mim. Senti meu coração disparar quando o cheiro amadeirado do perfume dela entrou nas minhas narinas.

- Eles... Não contaram o que eu tenho? - pela primeira vez demonstrei insegurança.

- Apenas sei o seu nome, Enid Sinclair-sussurrou como se 1 as sílabas do meu nome derretessem na sua boca. Gelei. Minha visão ficou turva, minha pele vibrou arrepiando os pêlos do meu corpo. Queria sair dali o mais rápido possível para não dar a ela a chance de me cativar ainda mais com aquele jeitinho despretensioso.

- Quer saber? A consulta acabou! - disse e fiz o caminho de volta. Ela ficou estática no meio da sala. Saí do consultório com a certeza de que ela me achava louca, uma doida varrida mesmo. Mal educada ainda bati a porta. Minha mãe estava a minha espera na recepção da clínica e me olhou assustada com a rapidez e principalmente com o estado perturbado que sai daquela sala.

- O quê aconteceu, Enid Sinclair? - veio falando atrás de mim como um papagaio de piratas - Você tinha uma hora para ficar lá dentro e não ficou nem quinze minutos menina

- Não preciso de um médico de malucos!!! - apertei o botão para chamar o elevador - Não estou doente! Além do mais, não fui com a cara daquela... Mulher.

- O combinado foi...

- O combinado? Não combinamos nada! A senhora e o papai que decidiram que sou louca e me arrastaram para essa merda de clínica pra malucos. – o elevador chegou no andar. Entramos, continuei falando, e matando a minha mãe de vergonha, pois havia um casal junto com a gente - E se eu falasse pra senhora que tenho um câncer terminal? Que sou drogada? Que tenho AIDS? Seria melhor do que o fato deu ser lésbica?

- Fala baixo menina! - me beliscou.

- Ai! - resmunguei - Pára de me beliscar. Tá com vergonha de ter uma filha lésbica?

O casal arregalou os olhos e me olharam os dois intrigados...

- O que foi? Eu tô de verde por acaso? - me irritei. A mulher parecia que estava vendo um ET.

- Enid Sinclair! – sussurrou minha mãe por entre os dentes me arrastando para fora do elevador.

Enquanto caminhávamos em direção ao estacionamento, disse a ela que nunca mais me submeteria àquela humilhação novamente, mas não era humilhação, era algo que eu não sabia explicar. Quando olhei para Wednesday, sabia que seria... Especial? Como intitulamos uma estranha como especial? Devo estar carente por causa da proibição de ver Yoko novamente.

Fui para casa aguentar o sermão do meu pai, a bronca da minha mãe eu já estava absorvendo pelo caminho. Desse jeito eles vão conseguir me enlouquecer! Onde já se viu me trancar em casa até que eu esquecesse essa história de namorar mulheres? Como assim ser levada e trazida da escola todos os dias como uma prisioneira? Parece piada, mas em pleno século vinte um, as pessoas ainda passam por isso! Fui me trancar no quarto. Enjaulada como o bicho que eles achavam que eu era. Não porque meus pais mandaram, e sim porque eu precisava colocar os meus pensamentos em ordem. Aquela psicóloga me deixou completamente inquieta, isso pra não dizer excitada, tá? Nossa! Queria que vocês tivessem os meus olhos no momento em que entrei naquela sala... Abracei o travesseiro e adormeci pensando nela.

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É isso cambada, quem ainda não viu minha primeira fanfic vão olhar!

Não esquece de votar! ⭐

Bjss da Nah💕💕

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