POV Louis
Já estava quase na hora do expediente acabar e, apesar de adorar o meu trabalho, eu não via a hora de ir pra casa tomar um banho, comer algo e me jogar na minha cama enorme e quentinha. O dia tinha sido puxado e eu ainda estava um pouco cansado depois de toda a confusão de ontem, Harry e eu nos entendemos, o café da manhã na cama hoje foi uma delícia e ele me trouxe e garantiu que estaria aqui na hora para me buscar, eu não queria e nem deixaria o fato de ontem nos atrapalhar, não queria ficar remoendo aquilo por mais que eu tivesse ficado magoado e com raiva na hora.
Josh e Niall tinham mandado mensagem perguntando se estava tudo bem e os tranquilizei, eles também tinham encontrado Zayn e acabaram comentando o ocorrido, o que fez Zayn me ligar imediatamente, mas logo deixei claro que estava tudo certo agora, mas eu sabia que assim que nos encontrássemos Zayn e Liam iam querer ter certeza de que eu estava realmente bem.
-Ei... – Peter se sentou na beira da minha mesa. –Já acabou por hoje?
-Quase. – me espreguicei sentindo meus ossos estalarem. –E você?
-Já estou indo, preciso sair um pouquinho mais cedo hoje. – o observei melhor e vi que ele parecia bem animado.
-Algo importante? – perguntei tentando não soar tão intrometido, mas já tínhamos certo nível de amizade e fiquei curioso.
-Um amigo arrumou um encontro pra mim com um primo dele. – ele contou um pouco sem graça e riu. –Nunca tive um desses encontros às escuras, mas resolvi dar uma chance.
-Tenho certeza de que vai ser divertido. – o animei.
-Eu vi uma foto do cara e ele é lindo. – Peter corou. –Estou meio nervoso, nunca fui muito bom nessas coisas de primeiro encontro.
-Fica tranquilo, talvez você esteja prestes a conhecer o grande amor da sua vida.
-Não estou tão otimista assim, Lou. – ele gargalhou e eu ri junto.
-Mas sério, vou ficar na torcida por você e depois quero saber todos os detalhes. – pisquei e ele corou de novo.
-Louis?! – virei para o lado e me surpreendi ao ver Harry se aproximando.
-Oi, chegou cedo. – me levantei.
-Achei melhor chegar um pouco adiantado hoje. – ele encolheu os ombros, dava para ver que ele ainda se sentia culpado por ontem e eu só queria que superássemos o fato e seguíssemos em frente.
-Tudo bem. – sorri e o beijei quando ele chegou mais perto e colocou uma mão na minha cintura, depois me lembrei que o Peter ainda estava ali e o olhei. –Ah, vocês já foram apresentados, né?!
-Sim, como vai, Harry? – Peter se levantou da minha mesa e esticou a mão que Harry apertou brevemente.
-Bem, obrigado. – Harry chegou um pouco mais perto de mim e me segurei para não revirar os olhos, sério que ele tinha mesmo ciúme do Peter comigo?
-Eu já estou indo. – Peter disse.
-Se divirta e me conte tudo depois. – falei e ele riu e assentiu enquanto se afastava.
-Contar o que depois? – Harry me perguntou.
-Ele tem um encontro hoje.
-Ah, é mesmo? – pela primeira vez desde que tinha chegado ele abriu um largo sorriso. –Gostei de saber disso.
-Deixa de ser besta. – bati de leve na sua testa. –Ele é meu amigo, e tente ser mais simpático na próxima vez que se encontrarem, por favor.
-Ei, eu sou bem simpático. – ele me deu outro beijo. –Você já está pronto para ir?
-Sim, acho que posso sair uns minutinhos mais cedo.
Ele esperou enquanto eu pegava minhas coisas e me despedia de alguns amigos.
-Amanhã preciso ir na oficina pegar meu carro. – lembrei enquanto entrávamos no carro dele.
-Eu te levo. – ele apoiou uma mão na minha coxa e apertou. –Ainda me sinto um merda por ontem.
-Harry...
-Eu sei, mas continuo me sentindo assim. – ele deu de ombros e peguei sua mão entrelaçando nossos dedos.
-Por favor, vamos nos esquecer disso. – pedi e depois de alguns instantes ele por fim assentiu. –Porque não fazemos algo divertido hoje? Podemos chamar os rapazes e jantar fora.
Eu estava um pouco cansado, mas aquilo seria bom pra gente.
Harry concordou e enquanto seguíamos pra casa para nos trocar eu liguei para os rapazes que também toparam na hora, decidimos ir em um restaurante que adorávamos e combinamos de nos encontrar lá.
Uma hora depois chegamos no restaurante e os quatro já estavam lá em uma mesa conversando animadamente e nos esperando. Assim que os cumprimentei eu percebi o modo atento como Zayn e Liam me olhavam, mas fiz questão de sorrir para garantir que já estava mesmo tudo bem.
Fizemos nossos pedidos e a princípio conversamos sobre banalidades até que Josh não aguentou mais.
-E aí, estão bem mesmo, né?! – ele nos perguntou.
Eu não queria mais tocar naquele assunto, até porque notei a tensão de Harry, mas por outro lado era bom mesmo encerrarmos o assunto de uma vez.
-Sim, estamos. – afirmei.
-Eu acabei comentando com Zayn e Liam o que aconteceu, espero que não fiquem chateados. – Josh emendou.
-Claro que não tem problema, nós somos os melhores amigos do Lou. – Zayn disse e eu concordei.
-Eu sei que vacilei feio, mas Louis foi incrível, compreensivo e isso não vai acontecer mais. – Harry suspirou pesadamente.
-Acreditamos nisso, é que você e o Lou nunca têm essas crises, por isso nos preocupamos. – Liam comentou.
-Mas se está tudo bem mesmo vamos deixar isso pra lá. – Zayn me olhou atentamente e eu assenti.
-Até porque essa coisa de esquecimento deve ser de família, o Josh vive esquecendo as coisas que combinamos. – Niall revirou os olhos e eu ri, também lhe lancei um olhar agradecido por ele estar aliviando a situação.
-Nialler! – Josh olhou indignado para o namorado e todos rimos.
-Mas e como estão os preparativos para a exposição, Harry? – Liam perguntou.
-Está tudo indo muito bem. – Harry se animou. –Mas confesso que estou ficando meio nervoso.
-Ele já separou algumas telas incríveis e está pintando umas mais lindas ainda. – falei sem conseguir esconder o quão orgulhoso eu me sentia por ele.
-Você é suspeito para falar, Lou! – Niall provocou e todos voltaram a falar e rir ao mesmo tempo.
Olhei para o Harry e vi como ele estava mais aliviado, o que consequentemente me deixou mais tranquilo também, agora nós estávamos mais do que bem!
***
-Foi mesmo uma boa ideia sairmos com os caras hoje. – Harry observou enquanto nos trocávamos em nosso quarto.
Nós tínhamos acabado de chegar do restaurante e realmente nos sentíamos muito melhor e mais leves depois de passarmos aquele tempo com nossos amigos.
-Sim, precisamos fazer isso mais vezes. – era verdade, com a correria do dia a dia ficávamos tempo demais sem nos reunirmos e eu morria de saudades deles, até porque morei por tanto tempo no mesmo prédio que Zayn e Liam, já estava acostumado a tê-los por perto o tempo todo.
-Hoje eu já disse que te amo? Também já disse que não vivo sem você? E que a cada dia que passa eu me sinto mais e mais sortudo por te ter ao meu lado? – ele se aproximou falando tudo isso e me puxou para os seus braços.
-Você vai me fazer corar. – brinquei, mas é claro que estava amando ouvir tudo aquilo, quem é que não gostaria?
Harry deu risada e me beijou, um beijo que durou até minhas pernas fraquejarem e ele precisar me segurar com força contra o seu corpo para que eu não desmanchasse ali, mas antes que pudéssemos continuar o meu celular tocou nos interrompendo.
-Droga, é minha mãe, preciso atender. – resmunguei ao pegar o celular.
-Tudo bem. – ele riu. –Manda um beijo pra ela, eu vou até o atelier separar umas coisas.
Depois de me dar mais um rápido beijo ele saiu do quarto e atendi minha mãe ao mesmo tempo em que me jogava na cama. Ela me fez as perguntas de sempre, meu pai também falou e os dois cobraram uma visita minha e do Harry lá em Doncaster e eu prometi que iríamos em breve. Fiquei alguns longos minutos falando com eles e quando me despedi e encerrei a ligação Harry ainda não tinha voltado para o quarto, então fui atrás dele e o encontrei no meio das suas telas, tintas e pincéis.
-Precisamos visitar meus pais em breve. – falei ao me aproximar e abraçá-lo por trás, aproveitei e deixei alguns beijos em suas costas, já que ele estava apenas de boxer.
-Faremos isso logo, vamos programar um fim de semana. – ele se virou de frente pra mim.
-Sim, eles também estão tão felizes e orgulhosos por você. – minha mãe tinha praticamente chorado de emoção quando contamos sobre a exposição.
-Eles são o máximo. – Harry sorriu abertamente, meus pais meio que adotaram ele e o Josh depois que os pais deles simplesmente sumiram da vida dos dois. –Temos mesmo que ir para Doncaster o mais breve possível.
-Sim, mas agora me beija.
Ele riu, mas não hesitou e imediatamente a sua boca estava grudada na minha, suas mãos desceram para a minha bunda e ele me ergueu, prendi minhas pernas ao redor do seu corpo e embrenhei meus dedos em seu cabelo que estava cada vez maior e mais lindo.
Eu amava o jeito como a sua boca devorava a minha, também ficava louco com suas mãos em meu corpo, elas pareciam ser capazes de percorrer cada pedacinho meu ao mesmo tempo. Harry me envolvia por inteiro e quando me dei conta já estávamos no chão, no meio de tintas e pincéis, seu corpo por cima do meu me aquecia e enlouquecia, minhas pernas continuavam em volta da sua cintura e o modo como ele esfregava sua ereção contra a minha me fez gemer sem pudor algum, aliás, pudor era uma coisa que eu não tinha mais quando estava com o Harry.
Nos perdemos um no outro, no corpo, nos beijos, nas carícias... E quando ele estava dentro de mim eu tive a deliciosa sensação de plenitude. Rolamos pelo chão e demos risada entre gemidos quando derrubamos algumas tintas e nos sujamos, Harry deixou marcas com seus lábios pelo meu pescoço e minhas unhas fizeram um pouco de estrago nas costas dele.
Nos movíamos com a perfeição de sempre, cada estocada dele em mim me fazia gemer mais alto e os seus gemidos roucos aumentava ainda mais o meu tesão... Harry é a perfeição em pessoa e às vezes era difícil acreditar que ele é mesmo todo meu!
No fim da noite, ou começo da madrugada, não sei, nós estávamos abraçados no chão do atelier, suados, sujos de tinta, e mais felizes do que nunca.
-Eu te amo. – Harry sussurrou no meu ouvido pela milésima vez naquela noite, mas meu coração acelerou como se fosse a primeira.
-Eu te amo mais. – falei e antes que ele pudesse retrucar o calei com um beijo.
Acabamos dormindo ali mesmo, mas não importava o lugar, desde que estivéssemos nos braços um do outro eu sempre dormia maravilhosamente bem.
***
No dia seguinte acordamos já rindo do estado em que nos encontrávamos e fomos direto pra debaixo do chuveiro.
-Amor, não podemos demorar, tenho uma reunião importante hoje no trabalho. – gemi baixinho quando Harry começou a distribuir beijos pelo meu pescoço ainda debaixo do chuveiro.
-Tudo bem. – ele disse, mas seu corpo ainda estava colado ao meu. -E é hoje que você vai na oficina, né?!
-Sim, espero que meu carro já esteja pronto. – enquanto falava eu peguei o shampoo e comecei a esfregar o cabelo dele, eu adorava fazer isso quando tomávamos banho juntos. –Vou lá na minha hora de almoço.
-Então eu te busco, nós almoçamos juntos e depois vamos na oficina. – ele sugeriu e concordei. –E amanhã eu tenho que encontrar o Brian na galeria.
-Mas amanhã é sábado. – murmurei contra seus lábios que estavam roçando nos meus.
-Você pode ir comigo.
-Não vou atrapalhar?
-Até parece, Lou. – ele revirou os olhos.
-Ok, eu vou então. – fiquei na ponta dos pés para beijá-lo melhor, mas antes que o beijo se aprofundasse e suas mãos deslizassem mais para baixo do meu corpo eu me afastei rindo. –Agora vamos porque não posso me atrasar.
-Isso é muito injusto, amor. – ele resmungou, mas terminamos o banho o mais rápido possível.
Quando enfim já estávamos prontos descemos para tomar um café da manhã bem rápido e em seguida Harry foi me deixar no meu trabalho. No caminho não parávamos de sorrir, a noite tinha sido maravilhosa.
Já estávamos quase chegando quando o celular dele começou a tocar e ele me pediu que pegasse do seu bolso.
-Número privado. – falei ao pegá-lo e ele franziu o cenho.
-Atende pra mim, amor. – me pediu e eu já ia fazer isso quando parou de tocar.
-Se for importante liga de novo. – dei de ombros voltando a guardar o celular no bolso da calça dele.
-Na certa era engano. – ele parou o carro e vi que já tínhamos chegado.
-Te espero na hora do almoço, então. – tirei o cinto de segurança e me inclinei na direção dele para beijá-lo.
-Prometo que estarei aqui na hora certa. – ele mordiscou meu queixo e eu ri, se já estávamos fazendo piada sobre aquilo era sinal de que tínhamos mesmo superado.
Nos despedimos com mais alguns beijos e quando saí do carro ainda fiquei um tempinho na calçada vendo-o se afastar, não tinha jeito, a cada segundo eu ficava mais e mais apaixonado pelo Harry e tinha certeza de que seria assim pelo resto das nossas vidas.