𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐬 | 𝙱...

By aPandora02

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Conseguir um emprego como faxineira no maior centro executivo de direção da S.H.I.E.L.D. foi a luz no fim do... More

❗Importante❗
~ Personagens ~
1 - Alpine
2 - Socializar
3 - Traidor Entre Nós
4 - Invasão
5 - Socorro
6 - Confia Em Mim?
7 - Rodovia (Parte 1)
8 - Rodovia (Parte 2)
9 - Companheiro Caído
10 - Lado Errado
11 - Eu Sou Daiana...
(Parte 2) 1 - O Pacto
2 - Passado E Futuro
3 - Suspeitos
4 - O que aconteceu?
5 - Sujeito Mascarado
6 - Sacrifícios
7 - Dallas
8 - Visita Ao Pesadelo
9 - Ruínas De Um Homem
10 - Viva Por Mim
(Parte 3) 1 - O Que Acontece Depois
2 - Seguir Ou Não Seguir?
3 - Em Frente
4 - O Que Você Omite?
5 - O Passado Sempre Volta
6 - Bons Amigos
7 - Um Novo Capitão América
8 - Digno
9 - Um Símbolo Ou Um Objeto?
10 - Um Quase
11 - Super-Soldados
12 - Convite
13 - Jantar
14 - Ameaça
15 - Ordens
16 - Zemo
17 - Madripoor
18 - Princess Bar
19 - Respira, Expira
20 - Brownie
21 - Certo ou Errado?
23 - Dog Tag
24 - Crianças
25 - Pessoas Confusas
26 - Ponto Fraco
27 - Não
28 - Sem Fôlego
29 - Medo
30 - Silêncio
31 - Dor
32 - Liberdade
33 - Planos

22 - Abra Os Olhos

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By aPandora02

"Estava caída no chão quando eu entrei

Eu te puxo para sentir seus batimentos

Você pode me ouvir gritando: Por favor, não me deixe?"

(Chord Overstreet – Hold On)

Daiana teve seu corpo arremessado para trás e lembrava-se de ter sido uma explosão, com fogo, fumaça e poeira a última coisa que viu antes de cair sobre seu braço, mas a dor não se comparou com a da cabeça ao se chocar com mais brutalidade contra algo. Poderia ter sido contra o chão, a parede, alguma máquina pesada instalada por alí, uma estante, qualquer coisa, mas não importava porque foi forte o suficiente para fazer sua visão se distorcer e ela perder os sentidos auditivos e visuais gradativamente.

— Daiana... — ainda um pouco desnorteada e ouvindo tosses misturadas com o som do fogo, entendeu quando alguém a chamou muito distante.

Bucky jogou para o lado um armário que havia caído sobre ele. Rapidamente sua mente processou o que havia acabado de acontecer e forçou seus membros doloridos a erguê-lo um pouco.

O alarme era barulhento soando alto em seus ouvidos, tal como a luz vermelha de emergência que piscava incomodando seu olhos antes de se acostumarem, mas os manteve abertos procurando pela mulher por quem gritara. Bucky tossiu por ter inalado a poeira e ergueu a cabeça, os olhos aflitos vagando ao redor quando não obteve respostas. Encontrou Sam e Sharon que se moviam, parecendo ainda estarem se recuperando do choque. Não avistou Zemo, mas o Barão era a última pessoa cuja segurança lhe importava agora.

— Daiana? — Tentou chama-la mais alto, mas sua voz saiu rouca e seca, fazendo-o tossir outra vez.

Quando os olhos focaram num par de botas imóveis e caídas não muito longe dele assim que a poeira abaixou um pouco, seu coração falhou uma batida. Todo o sangue gelou ao mesmo tempo que corria mais rápido e fazia seu coração voltar aos batimentos acelerados, uma pontada dolorosa o atingindo em cheio.

— Não — murmurou e se arrastou, com as pernas um pouco doloridas, até aquela direção.

Com a mão esquerda não teve dificuldades em jogar para longe, com mais brutalidade do que havia feito com o que caíra sobre ele próprio antes, um armário que havia caído sobre as pernas de Daiana, mas ela não reagia.

Por que ela não reage? Era a pergunta que o atormentava.

Poucas coisas na vida o fizeram tremer tento quanto quando se aproximou mais de seu corpo imóvel e olhos fechados, tocando o rosto com um pequeno arranhão na lateral da testa, mas que por este escorria uma linha de sangue. Vê-la daquela forma era o levava ao maior de seus medos... e se ela não reagia porque...

Soltou um pouco do ar que prendia ao ver que muito fracamente seu peito subia e descia. Ela está viva, tentava se reconfortar.

— Ei... — tentou chamá-la outra vez, querendo apenas que acordasse e lhe dissesse que aquele era um péssimo dia para morrer e por isso iria levantar a sair dalí.

Não podiam perder tempo e correrem o risco de serem alcançados, piorando a situação de merda que já estavam. Não podia colocá-la em mais perigo. Por isso passou com cuidado o braço pela parte de trás de seu pescoço para em seguida passar o outro braço sob seus joelhos e carrega-la para fora dalí ele mesmo, mas sentiu algo que fez outra vez o seu mundo parar e a agonia o dominar por inteiro. Todos seus movimentos paralisaram.

Daiana estava desacordada e algum liquido envolveu seus dedos e palma quando tocou um pouco acima de seu pescoço. Desejou com todas as forças que aquilo que tocava fosse na verdade um liquido qualquer de algum daqueles frascos que se quebrou na explosão. Mas estava apenas querendo enganar a si mesmo. Era quente demais para ser o liquido de algum recipiente num frasco em um laboratório refrigerado.

Retirando sua mão lentamente para não machucá-la mais, viu o que fez seus olhos marejarem numa agonia inquietante que ao mesmo tempo que o fazia gelar de medo, o fazia ferver de raiva. Vermelho manchava sua mão na mesma medida que agora passava a colar os cabelos dela contra o pescoço e chão.

— Daiana — a chamou um pouco mais desesperado, dando leves tapinhas em seu rosto e erguendo do chão repleto de estilhaços sua cabeça com muito cuidado, apoiando-a contra seu peito. — Por favor, abre os olhos — pediu com a voz trêmula.

Não estava morta. Ela não está morta! Se assegurava de sentir sua respiração a todo instante.

Ouviu alguém o chamar, mas a voz parecia distante demais para lhe dedicar alguma atenção. Fosse o que fosse, não era importante agora.

— Ei, meu amor — sussurrou a tomando mais em seu colo, as mãos trêmulas como muito dificilmente já estiveram, afastando os cabelos de seu rosto. — Não faz isso comigo — suplicou sofrido. — Por favor — repetia desesperadamente em tom muito baixo, quase num sopro de voz angustiado. — Por favor.

Ouviu um resmungo que quase lhe passou despercebido, mas como uma chama de esperança atraiu toda a sua atenção completamente para ela e suas pálpebras que se apertavam. Não era o suficiente de reação que desejava para suspirar aliviado, mas era bom que tivesse algo. Definitivamente o muito pouco era melhor que nada.

— Ei — a chamou outra vez, incentivando-a a abrir os olhos.

Com muita dor e dificuldade, ainda sentindo tudo girar, Daiana abriu os olhos e piscou algumas vezes. O par de olhos castanhos sem nenhuma mancha vermelha foram um pequeno alivio para Bucky quando se focaram nele demonstrando confusão, pois isso significava que aparentemente não havia dano interno. Deixou que ela observasse ao redor com o cenho franzido e respiração ofegante, seus sentidos voltando aos poucos.

— O que está sentindo? — Precisava que lhe dissesse tudo para saber como prosseguir.

— A gente tem que sair daqui — ouviu uma voz feminina gritar ao fundo, mas não se importou, completamente focado na mulher em seus braços.

Quando os olhos dela se voltaram para ele, refletiam uma confusão que se não estivesse ajoelhado, certamente teria desabado no chão.

Não.

— Onde eu estou? — A voz fraca e rouca o perguntou.

Não.

Foi dominado por lembranças sofridas de todas as vezes em que viu em si próprio aquela expressão. Quando viu nela mesma aquela confusão.

Sentiu medo. Sentiu muito medo.

— Daiana...? — Havia cautela ao mesmo em que tentava não se desesperar, pois ela precisava que ele fosse forte.

— Onde eu estou? — Repetiu com um pouco mais de firmeza, fazendo uma careta de dor quando tentou se sentar e uma pontada atingiu forte sua cabeça como mil agulhas perfurando seu cérebro.

Olhou novamente ao redor, vendo em pé na frente deles um cara e uma mulher loira que os observavam com aflição e armas em mãos.

— Qual é o meu nome? — Mudou sua pergunta, quase esquecendo como respirar direito e recebeu dela um olhar quase raivoso.

Sentia que não suportaria se regressassem outra vez caso ela tivesse perdido as memórias de novo. Se se esquecesse dele de novo.

— Que porra de pergunta é essa, Bucky? — Daiana teria lhe dado um tapa se não sentisse que um caminhão passou por cima de seu corpo e deu ré. — Me tira daqui. É um péssimo dia e lugar para morrer — soltou outro resmungo doloroso quando tentou se pôr em pé por conta própria e ele a ajudou prontamente. — Não vivi até agora para sumirem com meu corpo num lugar como esse e enterrarem um caixão vazio.

Os suspiros uníssonos de alivio, mas não mais alto que o de James, foram ouvidos por todos. Aos poucos ela recobrava a consciência. Apagou por breves segundos e ainda ouvia um zunido no ouvido que parecia diminuir aos poucos, mas não levou dois minutos para se recuperar e estar a par do que acontecia.

Uma outra pequena explosão ocorreu próximo a eles fazendo o chão estremecer e cambalearem para frente. Daiana, resmungando todos os palavrões que conseguia pensar em suas condições deploráveis, apenas não foi ao chão porque James foi rápido em segurá-la.

Em um momento até mesmo os sentidos pouco recuperados dela captaram o som semelhante ao de uma chaleira de pressão prestes a explodir, então os quatro se entreolharam assustados com o mesmo pensamento em mente. Aquele lugar iria explodir uma terceira vez e seria muito maior que as duas anteriores.

— Consegue correr? — O soldado a questionou preocupado enquanto apressados o grupo descia as escadas pelas quais subiram antes.

— E não é o que eu 'tô fazendo? — Não pôde se conter, mesmo naquela situação, a lhe dar uma resposta como aquela. — Eu 'tô legal, Bucky. Só a cabeça que está doendo, mas eu 'tô...

Sua fala foi cortada por uma explosão muito maior como haviam previsto. E precisaram se agachar conseguindo no último segundo sair do contêiner, mas o lado de fora estava tão catastrófico quanto lá dentro. Se abaixaram outra vez quando tiros foram disparados contra eles no segundo que colocaram os pés para fora. Levou a mão até o coldre em sua perna, mas...

Droga!

— Porcaria, mas que inferno — reclamou furiosa. — Alguém lá em cima me odeia muito, puta que pariu — continuou a proferir o que sua boca suja havia aprendido no século 21, que parecia ser comum e não mal visto mulheres reclamarem e exporem de forma agressiva as palavras quando algo não as agradava.

Uma das liberdades que ela gostou de estar viva para ter, principalmente agora.

— O que foi agora? — Barnes, preocupado a todo momento, passou os olhos sobre ela após ter disparado contra dois atiradores.

— Perdi a porra do meu bastão.

— Pega isso — Sharon entregou para ela um pé de cabra que encontrou no chão próximo a eles. — É quase a mesma coisa, só que menor — voltou a atirar quando avistou uma cabeça se erguer não muito longe dali, acertando em cheio o seu alvo.

— Esperem meu sinal — Bucky pediu, precisando de alguns instantes para analisar o local e os riscos, para então traçar mentalmente o caminho mais seguro para percorrerem pelo lado esquerdo.

Antes mesmo que ele terminasse de falar, Sam avançou curvado para o lado direito disparando alguns tiros e escondeu-se atrás da parte queimada e caída de algum contêiner.

— Depois morre e não sabe porque — a Walker resmungou, boquiaberta vendo-o sozinho se afastar deles justamente quando não deveriam fazer aquilo.

— Droga! — A loira exclamou olhando para os dois lados antes de segui-lo também na mesma pressa, e para os outros dois não restou opção a não ser segui-los exatamente como Barnes não queria.

— Você gosta de morar aqui? — Para ser ouvido sobre todos os sons altos da troca de tiros, Sam precisou gritar espantado assim que notou a aproximação dos outros.

— Não é terrível — a loira o respondeu com simplicidade ao mesmo tempo que disparava com precisão contra seus alvos.

— Pensei que a gente ia para a esquerda — Bucky gritou para ele quando suas balas acabaram em um momento tão inoportuno.

— Era o caminho errado! — Rebateu o outro.

Eu estava liberando o caminho!

Eu saí primeiro! — Sam respondeu numa forma óbvia. — Você devia ter me seguido.

— E onde a gente 'tá agora? — Furioso e indignado, Barnes gritou com ele da mesma maneira.

— Gente, não é hora disso — igualmente irritada por uma discussão desnecessária, Sharon era a única que continuava disparando para defendê-los, tendo Daiana ofegante encolhida ao seu lado, agarrada ao pé de cabra como se sua vida dependesse daquilo.

— Eu não acredito que você ainda não tem noção — eles a ignoravam.

— Você só vai andando e não planeja nada? — Rebateu James ainda mais furioso.

— Sem munição! — Gritou a loira por cima deles após disparar sua última bala.

— Acontece em todos os filmes de ação! —Até a garganta arranhar, o Wilson gritou fazendo os três se voltarem pasmos para ele.

— Se não calarem a boca, eu vou descer o pé de cabra em alguém — mesmo sabendo que gritar a traria mais dor de cabeça, Daiana os ameaçou tão alto quanto pôde.

No mesmo momento algo na frente deles explodiu, eliminando parte da ameaça, mas forçando-os a se protegerem dos destroços que voaram e caiam violentamente no chão.

Ergueram a cabeça e sobre as partes que pegavam fogo erguendo uma fumaça escura, viram uma pessoa com uma máscara roxa surgir de algum lugar e com habilidade lidar sozinha com pelo menos quatro homens que os estavam cercando, tendo apenas uma pistola em mãos. Usava um refém como escudo humano enquanto atirava nos outros com uma ótima pontaria e quando este já não lhe era mais útil, empurrou o refém para frente, atirando em sua cabeça.

Apesar de surpresos, não demoraram a reconhecer aquele sobretudo de plumas na gola nada chamativo de Zemo. Certamente não queria ser identificado naquela ilha por assassinar alguns caçadores de recompensas, por isso usava uma máscara.

— Vai — aproveitando a brecha para escaparem, James empurrou todos para frente e então saíram do esconderijo.

Sob o som interminável da troca de tiros, corriam ofegantes. Daiana tentava não demonstrar que estava a um piscar de desmaiar, pois se recusava a ser um fardo para o grupo, apesar de saber que a culpa não era dela que tenha batido a cabeça. O sangue escorrendo pro seu pescoço e fazendo tanto o cabelo quanto a camisa se grudarem na pele de seus ombros e costas era incômodo.

— Vem — ouviu antes do chão sumir de seus pés ao ser erguida e carregada.

Outra vez James a estava carregando daquela forma e se sentia envergonhada e constrangida por dar tanto trabalho. Porém, até então não havia percebido que seus passos haviam diminuído o ritmo e, comparada aos outros, ela estava ficando para trás. Para descansar ao menos um pouquinho e se manter acordada, fechou os olhos envolvendo o pescoço dele com força, desejando que o zunido em seu ouvido diminuísse.

Sam liderava o caminho, sempre atentos ao redor e para cima. Se encolheram por reflexo quando um tiro vindo de suas costas atingiu o contêiner muito perto deles e os obrigou a abrirem as portas do primeiro que viram pela frente. Wilson destravou com rapidez a trava do lado de fora e Sharon e ele saltaram para dentro, mantendo a porta aberta para os outros dois.

Outro atirador, neste instante, surgiu na frente de Barnes e apontou a arma para ele. Com o braço de vibranium, seu reflexo inicial foi erguê-lo e proteger Daiana tempo suficiente para que pudesse coloca-la em pé aos cuidados agora de Sam enquanto ele arrancava com essa mesma mão um pedaço de ferro bastante pesado do contêiner e o arremessou contra o atirador da sua frente.

O impacto e a força foram tão grandes que o cano de ferro atravessou seu ombro, prendendo-o contra o contêiner atrás dele. Quanto a um outro sujeito que se aproximou por suas costas, conseguiu rapidamente resolver a situação, apagando-o com um golpe no estômago e outro na cabeça.

Dando uma última olhada ao redor para garantir que não havia mais ninguém a vista, saltou para dentro do contêiner onde estavam os outros. Sem a lanterna de Zemo, e também sem saber onde ele estava, não conseguiram enxergar um palmo afrente, mas aparentemente aquela caixa de ferro retangular e enferrujada estava vazia.

— Daiana? — A chamou.

— Aqui.

Seguindo sua voz, conseguiu alcança-la.

— Está bem?

Não podia vê-la perfeitamente e a mulher agradeceu por isso, pois assim poderia ao menos disfarçar um pouco o quanto estava terrível.

— Eu não vou morrer hoje — deu dois tapinhas em sua mão, tentando sorrir um pouco.

— 'Tá trancada — Sharon resmungou fazendo força para empurrar a porta do outro lado, oposta a que eles entraram.

— Sai — mandou Barnes e ela o obedeceu, recuando alguns passos.

Tateou no escuro para saber onde estavam as portas e com um soco do punho esquerdo conseguiu arromba-las sem nenhuma dificuldade. Ofegantes, deram dois passos para fora quando não muito longe ouviram o motor de um carro se aproximar. Estavam prontos para outro combate quando o carro que virou a esquina de contêiners empilhados tinha como motorista ninguém menos que Zemo, esbanjando um sorriso tranquilo e sem a sua máscara estranha.

....

De volta ao jatinho de Zemo, aliviados por terem conseguido escapar consideravelmente bem daquela ilha, deixando Sharon para trás e que desejou apenas que Sam cumprisse a sua promessa de limpar o nome dela para que pudesse retornar aos Estados Unidos, todos estavam exaustos. Sam falava ao telefone tentando conseguir informações sobre Donya Madani, Zemo estava na cabine fazendo algo enquanto conversava com o seu piloto e Daiana mordia o próprio punho batendo freneticamente o pé no chão para conter os mil e um palavrões que desejava soltar enquanto Bucky, concentrado, tentava fazer o seu melhor no ferimento na cabeça dela.

— Não foi tão ruim — ele disse após conseguir limpar um pouco o excesso de sangue. — Tem muito sangue porque demoramos para cuidar e você fez esforço — tentou confortá-la.

— Quanto mais você mexe aí, mais estrelinhas eu vejo — resmungo apertando os olhos quando o sentiu pressionar o pano úmido e gelado no local ferido. — E não é do jeito bom.

Arrancou dele um fraca e rouca risada. Não era a primeira vez que tinha um ferimento na cabeça, mas Barnes, analisando outra cicatriz que ela tinha no mesmo local, disse que era muito menor e menos profundo. Cortou um pouco do cabelo para não atrapalhar e Daiana sabia que precisaria levar pontos de qualquer forma.

Demorou mais do que ela esperava, pondo a prova sua tolerância a dor sem anestesia, mas Barnes conseguiu fazer um curativo improvisado e bom o bastante com o kit de primeiros socorros que Zemo tinha. Quando este gentilmente trouxe a eles um pratinho com pedaços de maçãs cortadas, jogou-se em uma poltrona e Sam em outra ao mesmo tempo, esfregando a testa.

— O que foi? — Ela ergueu uma sobrancelha.

Precisava se distrair da dor de qualquer forma, então os faria conversar com ela a noite toda até chegarem ao destino.

— Estava pensando em tudo o que a Sharon passou por nos ajudar — confessou cansado. — Em como o Nagel se referiu a cobaia americana como se o Isaiah não fosse uma pessoa de verdade — não se importava em esconder ou disfarçar a sua revolta. — Quantas pessoas passaram um rolo compressor para abrir caminho para esse pedaço de metal.

— Depende 'pra quem você pergunta — incomodado com o tom do outro, Bucky o respondeu. — Esse pedaço de metal salvou muitas vidas — se referiam ao vibranium.

— Eu sei disso, tudo bem — assentiu compreensivo, sabendo que não deveria ser tão drástico. — Talvez eu tenha errado...

— Errou, sim — estava ríspido.

Daiana, de cenho franzido, apenas observava calada a interação pouco amigável entre eles.

— Talvez aquele escudo não devesse ter ido para o museu. Devia ter sido destruído — olhava diretamente para Barnes que até então tinha os olhos baixos limpando com um pano as mãos do sangue de Daiana, mas parou a tarefa e subiu friamente os olhos para ele assim que ouviu aquelas palavras.

— Aquele escudo representa muita coisa 'pra muita gente. Incluindo eu — eles não sabiam como estava se esforçando para manter a calma. — O mundo está de cabeça para baixo. Precisamos de um novo Capitão e não vai ser o Walker — lançou a Daiana um olhar duro, que ao mesmo tempo que lhe pedia desculpas se aquilo a ofendesse, era exatamente o que pensava.

Mostrando que não estava ofendida e que nos últimos dias vinha sendo inclinada a pensar exatamente o mesmo desde a sua apavorante discussão com o marido, deu de ombros para que ele apenas falasse o que pensasse se fosse com sinceridade.

— Então antes de você destruí-lo — prosseguiu olhando dessa vez diretamente para Sam como um aviso —, eu vou pegar ele 'pra mim.

Apesar de pouco tempo, o período que ficaram travando aquela batalha visual parecia interminável. O celular na mão de Sam vibrou, forçando a quebrar o contato visual e atender a chamada no mesmo instante.

Algumas palavras foram trocadas entre os dois lados da linha, mas as notícias pareciam não serem muito boas quando foi perceptível a mudança de expressão em Sam, parecendo um pouco abalado comparado ao seu estado alterado de instantes atrás.

— Valeu, bom trabalho — agradeceu antes de finalizar a ligação e suspirou olhando ao redor, todos os olhos voltados a ele com curiosidade. — Acharam a Madani... — informou — morta.

....

Prisão de Segurança Máxima

Alemanha

Era ruim o bastante que sem aviso algum Daiana tenha sumido, esteja ignorando todas as suas tentativas de contato e cada vez mais que ele descobre sobre ela, mais raiva sente. Sua esposa não apenas sumiu, como também tinha certeza de que estava em algum lugar com Sam e Bucky. Aquele maldito soldadinho sem um braço.

Fervia de raiva ao imaginar que nesta batalha contra os Apátridas, ela tenha escolhido lhe dar as costas para se aliar àqueles dois. Ainda pior que isso foi quando foi informado de que o Barão Zemo havia escapado da porcaria de uma prisão de segurança máxima. Até então não tinha ligado um caso com o outro, mas precisou ir conferir, pois o sujeito era uma ameaça mundial.

Imaginem a sua surpresa, numa risada amarga, quando o policial lhe informou os últimos visitantes antes do incidente que trouxe ao criminoso a liberdade.

— Então Sam, Bucky e Daiana estiveram aqui no mesmo dia que aconteceu? — Precisava confirmar para que não houvessem dúvidas e o policial assentiu.

— Certo — afirmou o que estava fardado. — Mas você não acha que eles tiveram alguma coisa a ver com isso, não é? — O guarda franziu o cenho vendo o Capitão contornar o balcão. — Ela é sua esposa — achou estranho que um homem como aquele suspeitasse da própria esposa, principalmente sendo eles quem eram.

John forçou um sorriso e ergueu a mão para se despedir, sem cessar os passos.

— Obrigado — foi tudo o que disse sem responde-lo.

Era uma tarefa difícil disfarçar seu temperamento que apenas piorava a cada hora na frente das outras pessoas.

— O que? — Lemar o seguia de perto, tendo cuidado de olhar em volta para não serem ouvidos. — Você acha mesmo que o Sam, o Bucky e a Daiana armariam tudo isso para tirar um cara que nem o Zemo da prisão? — Deu ênfase em todas aquelas palavras porque pelo histórico de cada um, não fazia nenhum sentido.

— É exatamente o que eu acho — respondeu friamente ao companheiro. — Estavam tão desesperados por pistas quanto nós.

— Mas por que a Daiana se uniria a eles e não a você?

— Por que? — Sem parar de andar, olhou-o brevemente com uma raiva disfarçada no sarcasmo. — Porque aquela mentirosa teve um caso com o Bucky.

— Como é? — Não escondeu sua surpresa e os olhos arregalados. — A Daiana?

— Ela disse que foi antes de me conhecer, mas isso não importa porque ela está com eles em algum lugar e não aqui. Não é?

— E acha mesmo que ela te trairia com ele agora? — Lemar o questionou com dúvidas sobre aquilo, pois a conhecia bem o suficiente para acreditar que Daiana nunca seria capaz de trair o marido. — Qual é, cara — balançou a cabeça em negação. — Não importa com quem ela já se envolveu. Ela também não é a sua primeira mulher. Eu não sou o primeiro da Mel e ela não é a minha, mas estamos juntos agora. Fora que estamos falando não apenas da sua esposa, mas da melhor amiga da minha e se ela te ouvisse insinuando essas coisas, eu não te protegeria — tentou brincar apesar de falar sério.

— Não importa — retrucou entredentes. — É um fato que ela está com eles, principalmente depois do que o guarda disse — apontou com o polegar sobre o ombro, sentindo ainda mais raiva.

— De qualquer forma, não podemos acusar eles sem provas — tentou se manter racional e pés no chão.

— É por isso que vamos seguir essa linha por um minuto.

Lemar riu com um pouco de descrença e um mau pressentimento.

— 'Tá... então imagino que o que vai acontecer não é bem o protocolo a ser seguido, não é, Capitão?

— Lemar... — o chamou percebendo que o amigo estava relutante quanto a eles agirem um pouco contra as regras. — Se fizermos o trabalho, acha mesmo que vão nos perguntar os meios?

Oiee :)

Se a HYDRA não matou o Bucky, a Daiana vai. Do coração.

A Sharon dando um pé de cabra pra ela 😶

Sam e Bucky discutindo é muito duas crianças kkkkkkkkkkk

Ala o John indo fazer merda de novo e surpreende um total de 0 pessoas.

• Daiana com o John: Recatada e do lar

Daiana com o Bucky e Sam: Desbocada de mil e um palavrões.

• ✨ Me desculpem qualquer erro

♥ Espero que estejam gostando ♥

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