HOPELESS | BUCKY BARNES

By tomcruisre

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Buscando se encaixar em sua nova vida, Bucky se vê perdido tentando se recuperar das memórias e das lembrança... More

⍟ ᴘᴇʀsᴏɴᴀɢᴇɴs
⍟ sᴏᴜɴᴅᴛʀᴀᴄᴋ
ᴘʀᴏ́ʟᴏɢᴏ
01. ᴇɴᴄᴏɴᴛʀᴏ
02. ᴛᴇsᴛᴇᴍᴜɴʜᴀ
03. ᴅɪᴀᴍᴀɴᴛᴇ
04. ᴄᴏɴᴛᴀᴛᴏ
05. ᴅᴇsᴏʀᴅᴇᴍ
06. ᴇsᴘɪᴀ̃ᴏ
07. ᴀɴᴛɪ-ᴠɪᴅᴀ
08. ʀᴇғᴏʀᴍᴀ
09. ʙɪɴɢᴏ
10. ᴄᴏɴᴠɪᴛᴇ
11. ᴅɪsғᴀʀᴄᴇ
12. ᴇᴄʜᴏ
13. ʙᴜɴᴋᴇʀ
14. ᴛʀᴀɪᴄ̧ᴀ̃ᴏ
15. ʟɪᴍɪᴛᴇ
16. ᴄᴏɴғɪssᴀ̃ᴏ
17. sɪɴᴛᴏɴɪᴀ
18. ᴛᴇᴍᴘᴇsᴛᴀᴅᴇ
19. ᴘʀᴏᴘᴏsᴛᴀ
20. ᴠᴇʀᴍᴇʟʜᴏ
21. ʙᴇʟʟᴇ ʀᴀᴠᴇ
22. ᴍɪssᴀᴏ
23. ʙʙᴄ ɴᴇᴡs
24. ᴏʙsɪᴅɪᴀɴᴀ
25. ʀᴇᴄᴏᴍᴘᴇɴsᴀ
26. ᴄᴀᴄ̧ᴀᴅᴏʀ
27. ᴀɴᴇʟ
28. ᴄᴀʀᴛᴀs
29. ᴀᴛʀᴀsᴏ
30. ᴅᴇᴍᴏʟɪᴅᴏʀ
31. ʀᴇᴠᴇʟᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ
32. ғᴇsᴛᴀ
33. ᴅᴇsᴛɪɴᴏ
34. ᴀᴘᴀɢᴀ̃ᴏ
35. ɪɴᴛᴇʀʀᴏɢᴀᴛᴏ́ʀɪᴏ
37. ᴅᴇᴠᴏᴄ̧ᴀ̃ᴏ
38. ᴛʜᴜɴᴅᴇʀʙᴏʟᴛs - ᴘᴀʀᴛᴇ 1
39. ᴛʜᴜɴᴅᴇʀʙᴏʟᴛs - ᴘᴀʀᴛᴇ 2
40. ᴄᴏɴғʀᴏɴᴛᴏ
41. ᴍᴇᴍᴏ́ʀɪᴀ
42. ᴜʟᴛɪᴍᴀᴛᴏ
43. ᴘᴇʀɪɢᴏ
44. ᴘᴀssᴀᴅᴏ

36. ᴠɪʙʀᴀɴɪᴜᴍ

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By tomcruisre



Estarei me candidatando a presidência dos Estados Unidos.

Bucky desligou a televisão completamente em choque ao ver a notícia mudar para "Wilson Fisk concorre a presidência dos Estados Unidos."

— Isso é muito ruim. — Selene ainda encarava a televisão.

— Agora mais do que nunca precisamos pensar antes dar o nosso próximo passo. — Bucky tentava controlar a situação enquanto Selene parecia totalmente alheia aos próprios pensamentos.

— Como a gente não previu isso? — Selene se levantou caminhando de um lado para o outro. — Estava na nossa cara o tempo todo.

— Agora entende por que precisamos da Vallery? Pensa bem.. — Bucky chamou a atenção de Selene. — Toda essa farsa do Fisk, o prédio de pesquisas sendo atacado, as ameaças a família dele... Ele estava usando a Vallery com o objeto para ganhar a simpatia de todo o país. Por isso os cartazes, por isso o outdoor e toda propaganda envolvendo o nome da Sombra Da Noite. É a propaganda política perfeita.

— Era óbvio que ele não iria se contentar com apenas a prefeitura. — Selene grunhiu de raiva. — Deus, como eu fui burra.

— Nós precisamos nos acalmar e colocar nossa cabeça no lugar. — Bucky olhava Selene perder o resto de sua sanidade aos poucos. — Tomar a decisão certa.

— Você tem noção do que isso significa? — Selene perguntou desesperada. — Sabe o que vai acontecer se o Fisk tiver acesso a casa branca? Estamos falando do controle de uma das maiores potências do mundo. Códigos de bombas nucleares, exército americano e uma possível terceira guerra mundial.

— Eu sei disso.

— E como consegue ficar tão calmo? — Selene viu Bucky se levantar do sofá caminhando até ela.

— Não leve isso para o lado pessoal, tudo bem? — Bucky se aproximou de Selene segurando seus dois braços fazendo carinho. — Você precisa ser menos emocional, porque isso está atrapalhando a sua percepção das coisas. Temos que ser mais inteligentes e mais espertos agora mais do que nunca porque qualquer passo fora da linha nós perdemos e ele ganha.

— Você fala como se fosse tão fácil. — Selene deu uma risadinha nervosa. — Por que a única coisa que eu penso é em entrar pela porta da frente daquela mansão e enfiar a porrada nele.

— É por isso que eu sou a razão da equipe.

— Tudo bem. — Selene respirou fundo e soltou o ar devagar pela boca. — Você tem razão sobre tudo e eu prometo que a partir de agora vou tentar ser mais racional.

Bucky estreitou os olhos porque conhecia Selene bem o bastante.

— E isso não vai durar uma semana. — Bucky mordeu a própria língua rindo imaginando que Selene provavelmente só tinha dito aquilo da boca pra fora.

— Então qual o seu plano? — Selene perguntou ansiosa porque a única coisa que ela pensaria nos próximos dias seria em Wilson Fisk.

— Eu ainda não tenho um plano. — Bucky disse fazendo Selene arquear a sobrancelha. — Mas eu vou pensar em um.

— Talvez devesse começar arrancando alguma informação da Vallery. — Selene disse a contra gosto.

Até falar o nome dela lhe dava embrulho no estômago e uma sensação ruim.

— Podemos ir até lá amanhã e...

— Não, você vai e eu fico. — Selene balançou a cabeça negando. — Por que eu não sei o que faria se olhasse pra cara dela.

Selene sorriu ao ver a surpresa no rosto de Bucky.

— Viu? Eu estou sendo racional.

— Precisamos de algo que o coloque atrás das grades. — Bucky começou a listar em seus dedos. — Pessoas com quem ele trabalha, lugares que ele visita com frequência...

— Já sei... A Valentina Allegra De Fontana. — Selene respondeu. — Ela tem o rabo preso com o Fisk e está doida para se livrar dele.

— A chefe do Walker? Sem chance. — Bucky imediatamente a cortou. — Isso nos deixaria em divida com ela e sabe sei lá como ela vai cobrar essa dívida.

— Tem razão.

— Nós temos seis meses até a eleição, certo? — Bucky disse tentando acalmar Selene. — Vamos nos preparar e dar um passo de cada vez.

[...]

A pousada que ficava há 30 minutos do Queens era localizada entre um bar e uma igreja local e quase imperceptível já que ninguém em sã consciência alugaria um quarto ali e era o lugar perfeito para Vallery se esconder sem que os homens do Fisk a procurassem.

A única pessoa que sabia sua localização era Bucky.

Ao ouvir cinco batidas na porta que era o código de comunicação entre os dois, Vallery saltou da cama e foi até lá vendo Bucky com um capuz e boné segurando uma sacola de lanche.

— Eu trouxe o jantar. — Bucky deu dois passos para dentro vendo algumas velas espalhadas pelo quarto. — Por que as velas?

— A tomada deu um curto na fiação do quarto. — Vallery tentou acender o interruptor mas nada aconteceu. — Eu acho que eles provavelmente vão te cobrar por isso, me desculpe.

— Sinto muito mas esse é o único lugar que consegui. — Bucky olhou ao redor vendo que havia velas até no banheiro. — Conheço o dono desse lugar... Quer dizer, eu conhecia.

— Não se preocupe comigo. — Vallery pegou a sacola das mãos de Bucky vendo um cheeseburguer e uma porção de batata frita. — Você não vai comer?

— Não. — Bucky estava com as duas mãos dentro dos bolsos da jaqueta. — Está usando aquela pulseira que eu te dei?

— Estou. — Vallery ergueu o braço. — É um presente muito bonito, eu não tiro por nada.

— Eu vim até aqui porque talvez você pudesse me ajudar...

— Eu vi o Fisk na televisão ontem a noite. — Vallery disse sem animação. — Acha mesmo que ele vai concorrer a presidência?

— Acho. — Bucky respondeu. — E acredito que ele usou você para isso.

— Aquilo tudo era bom demais pra ser verdade. — Vallery se sentou na cama. — Eu deveria ter desconfiado da boa intenção dele. Quer dizer, por que ele se interessaria por alguém como eu?

— Olha... — Bucky disse sem jeito. — Você não teve culpa de nada, como poderia imaginar que tudo isso iria acontecer?

— É impossível eu não me sentir péssima. — Vallery olhou bem para o rosto de Bucky. — Eu deveria ajudar pessoas e não machuca-las.

— Mas você ainda pode ajudar. — Bucky viu o momento que Vallery passou as duas mãos no rosto cansada.

— As vezes eu penso que deveria ter ficado no Kansas. — Bucky tinha acabado de se sentar ao lado dela. — Tudo seria mais fácil e eu não estaria fugindo de um narcisista psicopata, conhecido como o Rei Do Crime.

— Tente pensar pelo lado bom. — Bucky forçou um sorriso. — Você fez a diferença na vida de muitas pessoas que salvou. 

— É... E se eu tivesse ficado eu jamais teria te conhecido.

A luz da vela que estava ao lado da mesa de cabeceira iluminava parcialmente do rosto dela e Bucky pode ver o momento que ela se inclinou em sua direção para beija-lo.

— Desculpe, eu não posso. — Bucky se afastou pegando Vallery totalmente de surpresa.

— Você me deixa confusa. — Vallery se levantou da cama devagar indo em direção a Bucky que tinha se afastado o máximo que conseguia para manter uma distância segura.

— Do que está falando?

— Quer dizer, você é muito gentil comigo. — Vallery riu sem graça. — Como ninguém jamais foi e nos beijamos naquele dia e eu senti... Senti algo especial entre a gente.

— Não me leve a mal, você é uma mulher incrível e eu sei qual a sensação de estar em um lugar e não pertencer a ele.  — Bucky disse engolindo o nó em sua garganta. — E nada que você faça ou fale parece ter sentido. Acredite, eu sei. Passei exatamente pelo o que está passando. Você precisa de uma pessoa que acredite em você e que te faça sentir que pertence a esse lugar.

— Você é essa pessoa pra mim.

— Mas é só isso que eu posso te oferecer. — Bucky sorriu de forma simpática. — Minha amizade.

— Por causa da sua parceira? — Vallery perguntou dando um passo em direção a Bucky. — Eu sei que se eu não te falar isso eu vou me arrepender pelo resto da vida mas...

Bucky sentiu a mão de Vallery segurar a sua e colocar sob o seu peito para que ele pudesse sentir o coração dela bater.

— Eu gosto de você, Bucky. — Vallery sentia os olhos de Bucky queimarem a sua pele. — E eu acho que no fundo você sente o mesmo por mim.

Ficando na ponta dos pés, Vallery se inclinou para beijar os lábios de Bucky que assim que sentiu aquele toque a segurou pelos ombros para afasta-la.

— Sentiu algo? — Vallery perguntou olhando dentro dos olhos de Bucky na esperança que ele tivesse sentido o mesmo que ela.

— Eu tenho alguém esperando por mim. — Bucky ainda a segurava em suas mãos. — Não posso fazer isso.

— Me desculpe, mas eu precisava tentar. — Vallery deu um sorriso fraco se afastando. — Espero que ela te faça muito feliz. Você merece... É um cara especial, Bucky.

— Eu... Ahn... Obrigada. — Bucky coçou a nuca tentando mudar de assunto. — Vou precisar de alguns nomes. Pessoas de interesse e quem trabalhava com o Fisk.

— Isso vai ser moleza, eu tenho memória fotográfica. — Vallery puxou um bloco de notas que ficava sob a cabeceira.

Depois de conseguir a lista de nomes que queria, Bucky saiu daquele dormitório seguindo pelas ruas movimentadas do Queens para chegar até seu apartamento.

Com as duas mãos dentro do bolso da jaqueta, a cabeça abaixada e o boné na cabeça para não ser reconhecido.

— Vai querer uma leitura? — A mulher vestida de cigana estava sentada atrás de uma barraca e a primeira coisa que Bucky notou foi a placa "Madame Ursula - Cartomante." — Você parece angustiado, eu te posso ajudar.

A cigana tirou um punhado de cartas e começou a remexe-la na mesa e mesmo se ele quisesse sair dali e seguir o seu caminho, Bucky se viu parado observando com atenção o que ela fazia.

— Estou vendo duas mulheres na sua vida. — Ursula pareceu chamar a atenção de Bucky que se aproximou em silêncio. — Uma delas está confusa sobre os sentimentos e a outra parece querer se entregar totalmente. Parece uma decisão fácil, rapaz.

Colocando uma carta na mesa a mulher riu animada.

— Oh! — A cartomante exclamou. — Isso é bom.

— O que é isso? — Bucky perguntou vendo a carta escrita "temperança".

— É uma carta que representa o equilíbrio e a paz e isso significa que você precisa tomar um decisão e ir atrás do que quer. — Ursula tirou mais uma carta. — Ah, O Mago... Mostra a jornada de um herói, coincidência não?

Bucky fechou a cara e naquele momento ele deu as costas para ir embora achando que tudo aquilo era farsa e apenas uma perda de tempo.

— Espera... — Ursula chamou a atenção dele. — Essa carta junto com a Temperança mostra que você está ficando sem tempo e precisa agir, a pessoa que você está amorosamente ligado está prestes a partir para outra. Um antigo pretendente talvez?

Ouvir aquilo fez ele arregalar os olhos e pensar no único nome que lhe veio a cabeça. Gladiador Dourado.

— Eu quero mais uma. — Bucky colocou as duas mãos no bolso atento para o que viria a seguir.

— Você tem sorte, tudo parece estar a seu favor. — Ursula virou a carta escrita "O Louco". — Não se preocupe, isso é uma coisa boa. Significa que você vai dar um salto de fé e vai ser bem sucedido no amor. Mas aqui não diz com qual das duas pretendentes é... Sinto muito.

— Então sua leitura não é tão precisa assim. — Bucky respondeu com a cara fechada.

— Eu não sou vidente rapaz. — Ursula riu guardando as cartas fazendo as joias em seu pulso baterem umas nas outras. — Sou apenas uma cartomante.

— Não é uma das melhores.

— Ou talvez você já tenha escolhido. — Ursula sorriu. — Só está com medo de admitir.

— Isso é perda de tempo. — Bucky estava prestes a ir embora.

— A leitura custa 10 dólares. — Ursula disse antes que Bucky seguisse seu caminho. — Não achou que sua leitura seria de graça só por ser um herói, achou?

— Obviamente não. — Bucky enfiou a mão dentro do bolso da calça tirando algumas notas amassadas.

— Vai comprar um presente para a sua amada? — Ursula apontou para os objetos que estavam a venda na mesa. — Ou talvez dois?

Bucky franziu o senho com aquele comentário.

— Amanhã é dia dos namorados. — Ursula pegou um colar com um pequeno pingente de coração. — Seria um primeiro passo interessante.

— Um salto de fé. — Bucky repetiu as palavras baixinho para si mesmo. — Tudo bem, eu vou levar.

— Ótimo, fica vinte e cinco dólares.

— Ai tem vinte. — Bucky jogou as duas notas de dez dólares sobre a mesa e pegou a caixa com o colar. — Boa sorte no seu trabalho.

— Boa sorte no amor.

[...]

Antes de abrir a porta do apartamento, Bucky guardou com cuidado a caixa com o colar dentro do bolso de sua jaqueta.

Ele não queria assustar Selene entregando aquele presente e estragar de vez sua única chance.

— Selene? — Bucky entrou no apartamento fazendo carinho em Alpine que estava em cima da mesa miando com saudades dele.

— Você chegou! — Selene correu até ele animada. — Precisa ver isso.

Segurando sua mão, Selene o conduziu até o quarto dela e ao chegar até lá ele se surpreendeu com o que estava na sua frente.

— Encontrei alguns pins sobrando no seu quarto. — Selene apoiou as duas mãos no bolso de trás do seu jeans. — Eu não estava revirando suas coisas nem nada assim mas acabei encontrando isso e achei legal fazer um quadro para ter certeza que não vamos deixar nada escapar.

Era um mural parecido com o que ele tinha em seu quarto mas ao invés de lembranças, era apenas um quadro de suspeitos e de pessoas ligadas ao Fisk.

— É uma ideia muito boa.

— A ideia é sua. — Selene riu. — Eu só adaptei e o melhor...

Puxando a porta de correr do armário e o quadro de recortes sumiu completamente a olho nu.

— Tandam! Em caso da S.W.O.R.D aparecer para uma inspeção. — Selene disse animada. — Pode dizer que eu arrasei.

— Você é brilhante. — Bucky olhava cada detalhe do rosto de Selene que estava animada demais com a sua obra.

— Eu sei! — Selene se virou em direção a ele. — E a Vallery?

— O que tem ela? — Bucky perguntou tirando o sorriso do rosto.

— Conseguiu algo?

— Ah, claro. — Bucky enfiou a mão dentro do bolso da jaqueta sentindo a caixa com o colar e ao lado dela o papel. — Aqui.

— Legal. Treze nomes. — Selene disse olhando para aquela lista em suas mãos. — Isso vai ser moleza, eu vou mandar pra Gi...

De repente Selene parou de falar como se a ficha tivesse caído, parecia que ela nunca ia aceitar que a melhor amiga agora estava morta.

— Eu vou jogar no banco de dados da agência. — Selene empurrou a porta do armário e grudou a lista no centro.

— Vamos ter tempo para acharmos cada um dessa lista. — Bucky disse se colocando ao lado dela tentando tomar coragem para falar o que queria. — O que você vai fazer amanhã?

— Eu não sei, por que? — Selene se virou para Bucky que abriu e fechou a boca algumas vezes.

— Eu não sei. É feriado, eu pensei que poderíamos fazer alguma coisa. — Bucky deu de ombros. — Sair para jantar talvez?

— Que feriado? — Selene tinha uma ruga na testa e Bucky por outro lado estava nervoso.

— Dia de São Valentim.

— Dia dos namorados? — Selene perguntou surpresa. — Puxa, eu esqueci completamente. Faz tanto tempo que eu não comemoro que passou a ser um dia qualquer pra mim.

— Isso é um sim? — Bucky perguntou tentando não demonstrar sua animação mas a cartomante estava certa.

Ele só precisava de um salto de fé.

— É um talvez. — Selene arqueou a sobrancelha. — O que tem em mente?

— Pensei em sair para jantar e depois podemos fazer o que você quiser. — Bucky viu Selene pensar demais sobre sua proposta.

— Vou poder usar seu corpinho depois do jantar? — Selene perguntou o puxando pela cintura mas Bucky recuou ao sentir as mãos dela perto da caixinha com o presente.

— A noite toda. — Bucky riu de forma maliciosa.

— Tudo bem, parece bom. — Selene passou a língua pelos lábios. — Reservou qual restaurante?

— Reserva?

— É feriado de dia dos namorados. — Selene riu. — Até as pizzarias da cidade vão estar lotadas.

— Eu não pensei nisso. — Bucky engoliu seco. — Já sei! Eu posso fazer o jantar.

— Pão com feijão enlatado não é jantar. — Selene disse apenas para provoca-lo.

— Haha! Engraçadinha. — Bucky estreitou os olhos. — Eu preparo o jantar e você só precisa aparecer.

— Eu posso te ajudar. — Selene apoiou as duas mãos na mesa. — Sei fazer uma macarronada incrível.

O celular de Selene começou a tocar e ela jogou a cabeça para trás entediada ao reconhecer o toque da agência.

— Sabe o que isso significa, não é? — Selene foi até o quarto pegando o aparelho vendo o nome da S.W.O.R.D.

— Eu quase ia esquecendo que tenho uma reunião com a Abigail hoje. — Bucky disse rolando os olhos entediado. — Me livrei da Raynor graças a ela.

— Você e a Abigail Brand? — Selene perguntou surpresa. — Sozinhos?

— Não é a primeira vez que temos reunião a sós. — Bucky respondeu indo até o quarto para guardar o presente de Selene que ainda estava no seu bolso.

— E quando vocês tiveram uma reunião? — Selene viu Bucky abaixado em frente a sua mochila guardando algo mas não conseguiu identificar o que era e por sorte sua curiosidade não bateu.

— Quando você estava viajando. — Bucky disse e Selene engoliu seco.

— E o que ela queria?

— Mostrar o quanto é estupidamente controladora e uma filha de uma mãe. — Bucky respondeu e Selene estava logo atrás dele.

— Você pode xingar sabia? — Selene não conteve a risada descendo as escadas.

— Não na frente de uma dama.

— De repente o cavalheirismo voltou? — Selene perguntou vendo Bucky se apressar para abrir a porta do apartamento. — Obrigada.

— Eu sempre fui um cavalheiro.

[...]

Ao chegarem na agência juntos, Bucky e Selene ficaram na sala de espera até que Abigail Brand pediu para que Bucky fosse o primeiro a entrar.

A agente Brand estava sentada na sua cadeira e um rapaz alto e fardado o acompanhou para que Bucky se acomodasse.

— Agente Barnes... — Abigail o cumprimentou. — Acredito que esteja ciente dos últimos acontecimentos e sobre o falecimento de uma de nossas agentes. Gina Williams.

Abigail fez sinal com a cabeça para o rapaz atrás de Bucky que imediatamente ficou em alerta para qualquer possível ataque. 

— Não é obrigado a dizer nada, Sargento Barnes. — Abigail sorriu para Bucky que continuou de cara fechada. — Apesar de trabalhar para mim, somos todos amigos e espero que seu bom senso fale mais alto.

Bucky precisou se segurar para não rir.

— Qual a ligação da Agente Gina Williams com Wilson Fisk? — Abigail perguntou séria mas Bucky permaneceu em silêncio. — A Agente Williams estava investigando Wilson Fisk?

Bucky limpou a pequena partícula de poeira que estava no seu jeans não dando a menor atenção a Abigail Brand que pigarreou chamando a atenção dele.

— Você disse para eu não dizer nada. — Bucky respondeu com um leve tom de sarcasmo.

— Eu falei que não era obrigado a dizer nada. — Abigail o corrigiu.

— Sim. — Bucky disse praticamente atropelando as palavras de Abigail.

— Sim, ela estava investigando o Fisk? — Abigail perguntou arregalando os olhos.

— Sim, eu entendi que não sou obrigado a dizer nada. — Bucky respondeu fazendo Abigail respirar fundo sem paciência.

— Nós conseguimos registros sobre algumas ligações da Gina com pessoas filiadas a Wilson Fisk. — Abigail forçou um sorriso. — E uma delas é uma mensagem enviada do seu celular. Pode me dizer por que estava atrás do Fisk?

— Sim. — Bucky respondeu e quando o silêncio se formou na sala ele continuou. — Sim, eu entendo que não sou obrigado a dizer nada.

Abigail respirou fundo e recostou na cadeira.

— Eu não vou entrar nessa brincadeirinha de gato e rato com você. — Abigail respondeu. — Só estou tentando entender o que aconteceu e trazer justiça para a nossa agente.

Eram palavras.

Palavras essas que Bucky estava cansado de ouvir de pessoas poderosas que não se importava com quem vivia ou morria.

— Acho que terminamos já que você se recusa a cooperar. — Abigail apontou para o outro agente que estava na sala. — Peça para Selene entrar.

Engolindo seco e enxugando as mãos na própria roupa, Selene entrou na sala olhando para Bucky que estava sentado de forma desleixada na poltrona em frente a Abigail Brand.

— Agente Brand. — Selene a cumprimentou com uma saudação. — Algum problema?

— Por enquanto nenhum, certo Sr. Barnes? — Abigail perguntou olhando para Bucky que permaneceu em silêncio. — Tenho mais uma missão pessoal para vocês dois.

— Não. — Selene se apressou em corta-la.

— Relaxe, Agente Ackard. — Abigail riu pelo nariz. — Ninguém vai morrer dessa vez.

O olhar de Selene e Bucky se encontraram por alguns segundos.

— Vocês devem saber que os Estados Unidos tem um acordo de paz com Wakanda. — Abigail parecia calma demais. — Mas o que acontece no nosso país é nossa responsabilidade.

— Quer uma reunião com a rainha de Wakanda? — Selene perguntou confusa.

— Um comprador está oferecendo milhões de dólares por vibranium no mercado negro.

— Mercado negro? — Bucky finalmente se pronunciou.

— Um dos nossos agentes interceptou a comunicação e pelo o que parece ele estava negociando com uma mulher. — Abigail respondeu. — Não sabemos muito sobre esse cara e nem sobre o interesse dele em vibranium.

— Você quer que eu entre disfarçada?

— Exatamente isso. — Abigail puxou um papel entregando nas mãos de Selene e Bucky deu uma olhada vendo o nome do local e a hora. — A mulher marcou um encontro com o comprador amanhã a noite no Mallero's.

— Amanhã? — Selene olhou chocada para o endereço vendo que era um lugar grande e movimentado principalmente por causa do dia dos namorados. — Não podemos remarcar?

— Tem algo mais importante para fazer do que isso? — Abigail perguntou olhando bem para o rosto de Selene.

— Não, é só que...

— Ótimo. — Abigail pareceu ignora-la. — Preciso do nome e do sobrenome desse comprador e qual a verdadeira intenção dele.

Quando o silêncio tomou conta da sala, Abigail fez sinal para que os dois se retirassem dali.

— Estão dispensados.

Selene assentiu com a cabeça e seguiu para o elevador com Bucky logo no seu encalço e sem dizer uma única palavra os dois entraram naquele cubículo de metal ficando cada um em uma ponta.

— Boa noite. — O agente que estava no elevador sentiu a tensão entre os dois e engoliu seco.

Bucky e Selene se encaravam como se estivessem sozinhos ali dentro e assim que a porta abriu novamente o rapaz saiu praticamente correndo.

— Não quero remarcar o nosso encontro. — Selene se apressou em falar.

— Eu esperava que não.

— Então porque está me olhando assim? — Selene perguntou confusa vendo a expressão indecifrável de Bucky.

— Queria entender porque ficou tão nervosa quando a Abigail Brand falou sobre mais uma missão pessoal. — Bucky disse para o alívio de Selene.

— Ah isso... — Selene jogou a cabeça para trás e soltou um risinho. — Eu acho que não é novidade pra você que a S.W.O.R.D não anda na linha e eu não me orgulho de dizer isso mas já fiz algumas coisas... Alguns trabalhos pessoais para a Abigail Brand.

— Por isso você quer tanto se livrar dela? — Bucky perguntou confuso. — Ela tem algo contra você?

— Ela é a única que sabe sobre... — Selene esperou que Bucky entendesse que era sobre sua mãe. — Então eu meio que tenho uma dívida com ela.

— E porque não me falou dessas missões antes?

— Por que isso iria contra tudo o que você é hoje. — Selene engoliu seco e abaixou a cabeça. — E eu jamais te pediria para fazer isso.

Bucky lutou contra a vontade de toca-la já que naquele elevador havia câmeras posicionadas aos quatro cantos.

— Lasanha.

— O que? — Selene parecia confusa com a rápida mudança de assunto.

— O que acha de jantarmos lasanha amanhã? — Bucky perguntou e Selene mordeu o lábio inferior para que ele não visse o sorriso bobo no rosto dela.

— Eu amo lasanha.

‎✪ ‎ ‎✪  ✪

Fisk bebericava seu copo de uísque enquanto esperava o seu mais novo contratado aparecer.

O homem que seria capaz de lhe entregar Selene Ackard.

Um investimento que Fisk sabia que iria lhe dar retorno.

O melhor dos melhores.

— Espero que tenha notícias boas. — Fisk mal olhou para o seu segurança que tinha acabado de entrar na sala.

— Nenhum sinal da Sombra Da Noite. — Respondeu fazendo Fisk apertar o copo em sua mão.

O vidro explodiu tanta força que ele colocou.

— Como alguém perde uma mulher que é conhecida por toda a cidade? — Fisk esbravejou batendo na mesa. — No país inteiro.

— A última informação que temos é que ela esteve com o Soldado Invernal e a Canário Negro. — O segurança engoliu seco ao ver Fisk se aproximar.

— Isso eu sei. — Fisk forçou um sorriso. — Por que fui eu quem ordenei que ela fizesse isso.

— Então qual o problema? — O segurança perguntou e Fisk agarrou o homem pelo paletó e empurrou a cabeça dele com força contra a madeira de sua mesa.

— O problema... — Fisk praticamente esmagou o crânio dele. — É que eu não consigo contata-la e ela sumiu do radar.

— O GPS... — O segurança puxou uma lufada de ar. — Podemos rastrea-la.

— Acha que eu não tentei? Tem alguma coisa bloqueando o sinal. — Fisk se afastou respirando fundo. — Gastei milhões de dólares nisso e pra que?

— Vamos encontra-la.

— Eu quero prioridade máxima nisso. — Fisk rangeu os dentes. — E não importa quem viva ou morra... Eu preciso da Sombra Da Noite.

— O Sr. Nokonov está esperando. — Sua assistente pessoal apareceu dando duas batidinhas leves na porta.

— Mande-o entrar. — Fisk voltou a se sentar olhando para o segurança. — E você só me apareça com botas notícias ou da próxima vez eu arranco sua cabeça.

Fisk viu o rapaz alto com uma cicatriz perto do olho se aproximar enquanto observava cada detalhe daquele lugar com cuidado.

Como se estivesse analisando uma possível ameaça ou criando uma rota de fulga.

— Espero que todos tenham te tratado bem. — Fisk sorriu para o homem tentando demonstrar simpatia. — Sei que veio de longe até aqui.

— Você é o chefe? — O homem perguntou sem olhar diretamente para Fisk.

— Sim, eu sou o seu chefe. — Fisk abriu a gaveta e tirou de lá uma foto de Selene entregando nas mãos dele. — Me disseram que você é o melhor no seu trabalho.

— Bonita. — Respondeu olhando para a foto com atenção. — Quem é?

— Traga ela para mim viva e eu te pago em euro, dólar... Ou como preferir.

— Meu pagamento não é em dinheiro. — O homem dobrou a foto guardando dentro do bolso da jaqueta. — Eu quero o Soldado Invernal.

— Todos querem. — Fisk sorriu. — Eu só estou sendo legal e fingindo que você tem o direito de escolha. Fui eu quem te tirei do buraco e se eu quiser, te jogo em um ainda mais fundo.

O homem ficou em silêncio ouvindo aquela ameaça.

Se contente com o dinheiro porque tenho planos para o Soldado Invernal. — Fisk disse. — Depois disso, ele é todo seu.

NOTAS!!!!

Será que finalmente o Bucky e a Selene vão ter um momento de paz? Porque parece que ele já sabe com quem quer ficar e nada nem ninguém vai impedir ele de falar o que sente pela Selene

Com a Vallery sumida do radar do Fisk acho que agora ele vai pegar pesado... Vi que algumas pessoas estao achando que o Bucky amoleceu ou que está sendo enganado (sendo bonzinho) demais com ela mas posso garantir que nosso queridinho é mais inteligente do que vcs imaginam... RSRSRS

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