Falling | vhope

By tearshobi

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Hoseok prepara uma doce e irresistível serenata de amor... No entanto, acaba causando a maior confusão ao se... More

welcome to FALLING!
prologue: the birth of cypher
better now.
bultaoreune
i love u babe
serenata 1/2
daily
blue, memories, and a step towards new experiences.
yoongi
the beginning of a friendship (or not)
it's ok
f in love
dancing in the rain
consequences, jungkook
underwear fight and loving gazes
kiss kiss
night of discoveries
mia regazza
AVISO - IMPORTANTE
fantasy
operação nammin
hate you, heedo/love you, teteco
the end of jimin's secret
teteco: the origin of the nickname

interruptions

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By tearshobi

Hoseok ficou encarando Taehyung por um tempo, pensando no que aquilo poderia significar. Ele começou a ficar nervoso, mas ao mesmo tempo ansiava por aquilo que aparentemente era recíproco.

— Talvez você não precise me expulsar. — disse ele, tentando buscar alguma resposta no rosto expressivo de Taehyung.

Taehyung sorriu, delicadamente puxando-o para mais um beijo. Seus dedos se enlaçaram nos fios rebeldes e úmidos de Hoseok, intensificando o toque de suas línguas. Em um movimento suave, ele guiou o rapper a se deitar na cama, posicionando-se cuidadosamente em cima dele.

Os lábios não queriam se desvencilhar, e os toques ficaram mais ousados. Taehyung percebeu, naquele instante, que há muito tempo ansiava pelo toque de Hoseok, e que talvez tenha ansiado por isso antes mesmo de ter plena consciência dos seus mais profundos sentimentos.

— Pra ser sincero... Eu não faço isso desde que terminei meu último relacionamento. — confessou Taehyung, ficando mais retraído. — Acho que estou um pouco nervoso.

— Também estou. Desde que te conheci, não vi graça em mais ninguém. Faz algum tempo que eu também não... — Hoseok pausou por um momento. As palavras ficaram soltas no ar. Por fim, ele prosseguiu: — Nós podemos parar se você quiser.

Taehyung negou com a cabeça de forma discreta, porém sua ansiedade ainda era perceptível. Ao notar isso, Hoseok ofereceu um gentil sorriso e depositou um beijo suave em sua testa.

— Não precisamos fazer isso agora, quero que você se sinta confortável comigo.

— Você existe mesmo? Porque nesse momento eu sinto como se estivesse sonhando.

— Então estamos tendo o mesmo sonho. — Hoseok tocou o seu nariz ao dele, contemplando cada pequeno detalhe do rosto por quem seu coração palpitava. — Eu nem acredito que você está aqui...

— Posso te beliscar se você quiser.

— Não, melhor não. — ele riu. — Ainda lembro dos beliscões que você me deu quando te levei de bicicleta pra BigHit. Doeu, sabia? Você ficou todo irritadinho porque eu maliciei quando você disse que ia me deixar todo roxo, lembra?

— Lembro. Você ficou cantando Side to Side da Ariana Grande.

— Viu como eu sou romântico? Já cantei várias músicas pra você.

— Desde quando Side to Side é música romântica, seu cabeção? — Taehyung disse entredentes, beliscando ele.

Hoseok riu e grunhiu de dor. Quando os ataques se iniciaram, ele prontamente agarrou a cintura de Taehyung, colocando-o contra o colchão mais uma vez e assumindo uma posição dominante ao imobilizar os braços dele. Apesar dos esforços de Taehyung para se libertar, sua tentativa acabou por sucumbir à força do rapper.

— Quietinho. Você tem direito a um advogado e uma ligação.

Taehyung riu alto e questionou:

— Isso é algum tipo de fetiche que você tem?

— O que você acha? Parece que eu tenho fetiches estranhos?

— Com certeza tem. E me forçar a fazer uma serenata pra você é um deles.

Hoseok encarou Taehyung com um olhar sério e explicou, entrando no personagem:

— Na verdade, não é um fetiche. É apenas um protocolo que devo seguir ao realizar uma prisão.

— Ah, claro! Faz todo sentido agora. Um policial bonitão como você deve mesmo adorar ouvir serenatas enquanto trabalha.

— Não é uma questão de gostar ou não, meliante. É uma medida padrão para garantir seus direitos durante o processo.

— Então, se eu cantar bem o suficiente, posso escapar da prisão?

Hoseok sorriu levemente e respondeu:

— Infelizmente, não funciona assim. Mas, se você quiser tentar, eu posso dar uma chance.

— Você não existe! — Taehyung não resistiu e agarrou o rosto do rapper, voltando a beijá-lo.

Os lábios se moviam em perfeita sincronia, enquanto suas mãos exploravam os contornos do rosto do outro. A intensidade do beijo e a energia que pulsava entre eles eram tão palpáveis que Taehyung não podia negar a realidade do momento. Estava completamente rendido por aquele homem.

Naturalmente, o beijo lento voltou a inflamar seus corpos. Hoseok deslizou sua mão sob a blusa de Taehyung, sentindo a pele fervente enquanto apertava sua cintura. Dessa vez, Taehyung não hesitou. Ele desejou que a mão do rapper continuasse descendo, e descendo a medida que seu desejo crescia ao vê-lo se aproximar cada vez mais.

Entretanto, subitamente, Hoseok parou. Os dois se olharam ao mesmo tempo quando ouviram:

— Tem alguém aí?

— É o Namjoon? — cochichou Taehyung.

Hoseok mordeu o lábio e relutante, saiu de cima dele.

— Espera aqui. Eu já volto.

Assim que encostou a porta do quarto, Hoseok fechou os olhos e tentou pensar nas piores coisas possíveis antes de ir para a sala. Coisas como guerras, pobreza, desigualdade, e sua vó pelada.

Ele soltou um suspiro e foi até a sala, revelando uma calma surpreendente ao reconhecer quem era o visitante inesperado.

Havia reconhecido a voz.

— Aconteceu alguma coisa, Yoongi?

— Hoseok! — Yoongi sorriu ao ver o amigo, correndo para abraçá-lo.

Hoseok prontamente correspondeu ao abraço, porém logo o afastou para fitá-lo nos olhos. Ele percebeu que o rosto exibia evidências de inchaço, o que sugeria que ele possivelmente havia derramado algumas lágrimas.

— Você chorou? O que aconteceu?

— O Seokjin...

— O que esse canalha fez?!

— Calma. Ele não fez nada. Eu que estou extremamente sensível ultimamente. Nós tivemos uma conversa, e ele pediu desculpas. Disse que foi um idiota comigo, e quis resolver as coisas.

— Bom... — Hoseok relaxou a postura, engolindo a sua irritação. — Menos mal, então. Não é como se fosse novidade vocês voltarem depois um tempo. Isso já aconteceu milhares de vezes.

— Não voltamos.

— Não? É por isso que você estava chorando?

— Não, não foi por isso — Yoongi mordeu o lábio, e segurando as lágrimas, voltou o olhar para o melhor amigo. — Ok, quem eu quero enganar? Foi difícil.

— Poxa, gatinho... Eu sinto muito. Você quer dormir aqui? Posso liberar o seu quarto.

— Não, não é isso que eu vim... Espera, tem alguém no meu quarto?

— Sim...

— O quê? — Yoongi franziu o cenho. No mesmo minuto, sua tristeza foi embora. — Quem?! É a Yves que tá aí? Vocês estavam transando? No meu quarto?!

— Não! Eu não estava transando, e não é a Yves que está aqui. O cara que está no seu quarto é o cara que muito provavelmente é o amor da minha vida e ele está me esperando, e nós estávamos quase... — Hoseok não continuou a frase, mas seu suspiro entregou sua frustração. — Enfim. Desculpe. Sei que você...

— Amor da sua vida? — repetiu Yoongi, o interrompendo. — Hoseok, quem?

— Como quem, Yoongi? Eu já te falei sobre ele. O Taehyung.

— Oh! — Yoongi levou às mãos a boca, surpreso. — Mentira, né? — ele cochichou, subitamente animado. — Vocês transaram?

— Não. Você meio que atrapalhou...

— Minha nossa senhora!

Em um instante de súbita perturbação, Yoongi pronunciou uma despedida apressada e se afastou apressadamente em passos delicados para não fazer barulho.

— Vai lá com ele! Continuem! — ordenou ele em sussurros, agitando as mãos para que Hoseok saísse do lugar enquanto ia em direção a saída. — Amanhã a gente se fala. Não se preocupe comigo.

— Gatinho, você também não precisa sair daqui como um fugitivo. Está tudo bem, volta aqui...

Hoseok riu e insistiu para que ele ficasse, no entanto, Yoongi seguiu seu rumo para conceder privacidade aos dois pombinhos.

Constrangido por ter interrompido o casal, ele deixou o condomínio às pressas, porém com um sorriso nos lábios. Sentia-se contente, pois finalmente Hoseok havia o superado e encontrado alguém capaz de fazê-lo feliz.

— Então quer dizer que eu sou o amor da sua vida?

O rapper virou para encontrar Taehyung, e sorriu.

— Você estava ouvindo?

— Tim-tim por tim-tim. Também ouvi você chamar ele de gatinho.

Hoseok arregalou os olhos, em pânico. Logo ele se justificou:

— É apelido! Saiu muito sem querer. Desculpa. Eu posso parar de chamar ele assim se você quiser.

— Não, Hoseok... — Taehyung diminuiu a distância entre os dois, envolvendo os braços ao redor de seu pescoço para que ficassem ainda mais perto um do outro. — Calma. Eu só estava brincando. Você é um medroso, sabia? Quem vê todo esse medo vai dizer que eu sou um monstro, sendo que eu sempre só te dei amor e carinho.

— Oh, sim, claro. Muito amor e carinho. — concordou Hoseok, de forma exagerada, com um sorriso sarcástico preenchendo o rosto. — Como na vez em que você jogou um balde de água fria em mim, todas as vezes que você correu furiosamente tentando me matar, os beliscões, os socos que eu levei por...

— Acho que já deu pra entender.

Taehyung o calou apertando os lábios dele com o polegar e o indicador, formando um biquinho.

Hoseok o encheu de selinhos até que eles retomassem os beijos. Suas mãos desceram até a cintura dele, que suspirou ao sentir o toque das mãos em sua pele mais uma vez. Taehyung se agarrou aos fios negros do rapper enquanto os beijos desciam suavemente por seu pescoço arrepiado.

Em um momento, Hoseok o ergueu e Taehyung envolveu suas pernas ao redor dele. Os selinhos eram prolongados, permitindo que sentissem a textura dos lábios enquanto ambos se entregavam ao sofá. Ainda sentado em cima dele, o modelo deixou escapar um gemido ao sentir o tesão de Hoseok despertar e acariciar o seu corpo. Ao olhar para o rosto do rapper e contemplar seu olhar repleto de desejo, Taehyung soube que não havia nada naquele momento que ele almejasse mais do que aquilo.

Pena que, mais uma vez, eles foram interrompidos.

— Ah, não! Sexo no sofá não! — gritou Namjoon, parado em frente a porta. Jimin, ao lado, tinha a boca aberta em formato de O. — O que pensam que estão fazendo?

— O que estão fazendo aqui? — perguntou Hoseok, demonstrando mais irritação do que embaraço.

Rapidamente, Taehyung saiu de cima dele e jogou uma almofada em cima de suas pernas.

— Não estávamos fazendo nada demais. — disse, fingindo inocência e tentando manter a postura.

— Nada demais? — Namjoon ergueu uma sobrancelha. Estava visivelmente bêbado. Em seguida, sua provocação voltou para a direção de seu melhor amigo, apontando para ele como se estivesse fazendo uma acusação. — Hoseok, você sabe as regras! Desde que a gente pegou o Yoongi transando com o Seokjin nesse sofá nós estabelecemos limites!

Os dois começaram a discutir.

Ao notar Hoseok segurando a ponte do nariz com os olhos fechados, demonstrando uma completa falta de paciência, Taehyung virou-se na direção de Jimin e perguntou o que ele e Namjoon estavam fazendo ali. O ruivo, que aparentava estar mais sóbrio do que o rapper que ele havia acompanhado, explicou que seu pai chegara alcoolizado e, infelizmente, acabara por influenciar o estado de Namjoon também.

— Eu já falei pra você não falar comigo! — alertou Hoseok, apontando para o amigo. — Cala a sua boca! Você está bêbado! Não, não me venha com explicações!

— Eu cuidei de você bêbado por dias e dias, seu ingrato! Você é um ingrato, homem ingrato!

— Parecem um casal brigando, né?

Taehyung murmurou para Jimin, que observava a cena com os braços cruzados. Ele concordou e disse:

— Lembra quando a gente brigou assim por causa de bolinhos?

Taehyung aproximou a mão de sua boca, fazendo um esforço para conter o riso.

— Esse incidente com bolinhos é hilário.

— Sim, é mesmo.

As risadas de Jimin foram finalmente interrompidas quando ele notara Hoseok arrastar Namjoon pela orelha.

— O que está fazendo, Hoseok?!

— Estou fazendo o que ele fazia comigo. Não atrapalhe! Só estou ajudando o seu namoradinho.

Jimin corou com a palavra namoradinho, enquanto Hoseok arrastava Namjoon para debaixo da água fria do chuveiro.

Octagon, uma balada famosa de Seoul, se fechou para um evento privado feito pela BigHit. As luzes cintilantes dançavam no ritmo da música pulsante. O DJ no palco comandava a pista de dança, enquanto a multidão se movia em perfeita harmonia. Garçons e garçonetes circulavam com bandejas de bebidas brilhantes, brindando ao lançamento do aguardado álbum de Jungkook.

O som das batidas vibrava no peito de todos, criando uma sensação de euforia no ar. Entre a multidão, celebridades de outras empresas também comemoravam. Jungkook estava cercado de amigos e colegas da indústria da música. Ele sorria, mas não se sentia completamente à vontade com a atenção que estava recebendo. Canções antigas e as do novo álbum eram remixadas pelo DJ enquanto a maioria dos convidados dançavam.

— Está feliz? — perguntou Seokjin, parando ao lado de Jungkook e apoiando os braços no mezanino que dava vista ampla para a pista de dança. — Pelo o que parece, eles gostaram das músicas.

Jungkook demorou pra responder. Ele sorriu pequeno, e apenas concordou sem dizer uma palavra.

— Trabalhamos muito pra isso. — continuou o CEO. — Viramos noites. Tivemos dores de cabeça intermináveis, mas conseguimos. Fique orgulhoso. Você lutou e conseguiu realizar o seu sonho.

— Sim. Meu sonho.

Jungkook levou os olhos para algumas pessoas que estavam na casa noturna. Pessoas que viraram as costas para ele quando o vídeo de sua agressão com Hoseok explodiu e seu relacionamento foi exposto.

— Esse é o meu sonho? — ele se questionou, mais para si mesmo do que para qualquer outra pessoa.

Seokjin suspirou.

— Marquei um psicólogo pra você pra semana que vem — disse ele. — por mais que sua agenda esteja lotada, acho importante você cuidar um pouco da sua saúde mental depois de tudo o que passou.

Jungkook soltou uma única risada discreta e desdenhosa, na qual apenas um pouco de ar saiu pelo seu nariz.

— Você é a segunda pessoa que me diz que eu preciso me tratar.

— Todos nós precisamos. Todas as semanas eu faço terapia.

— Achei que sua terapia fosse chá preto.

— Também é. Você deveria começar a tomar, aliás.

Por mais que a festa tivesse apenas começado, Jungkook desgrudou do mezanino e se despediu de Seokjin. Ele não queria ficar mais nenhum minuto naquele lugar, e não existia CEO poderoso o suficiente para convencê-lo a ficar. Soturno, ele andou pelas ruas de Seoul, sentindo a brisa fresca enquanto guardava as mãos no bolso do terno que usava.

Jungkook recordou com nostalgia a felicidade que permeou o dia de seu debut. Recordou-se de Taehyung acidentalmente queimando o bolo, com Jimin tendo que intervir e auxiliá-lo no processo de outro preparo. Recordou-se da visita de sua família, que fez a casa recém-alugada parecer pequena diante da alegria compartilhada.

Uma risada genuína escapou de seus lábios ao recordar de seu pai, ligeiramente embriagado, tentando entoar suas canções, enquanto sua mãe resmungava que ele estava estragando a música. Foi um momento único que uniu todos aqueles que ele amava, e até Jimin, seu quase inimigo na época, cedeu para que celebrassem juntos.

Jungkook percebeu que sentia saudades. Saudades de Taehyung, de Jimin e de sua família. Mas acima de tudo, saudades de ter um amigo. Saudades de não se sentir sozinho.

— Jungkook? É você mesmo?

Jungkook se virou e o viu saindo de uma loja de conveniências com uma garrafa de água na mão. Não o conhecia muito bem, mas já ouvira falar muito dele. 

— Não era pra você estar na sua festa? Eu estava indo pra lá. Como eu não conhecia muito bem o lugar, acabei me perdendo e vim comprar um pouco de água. Quer?

— Não, obrigado. — Jungkook recusou, com um sorriso sem jeito. — De qualquer forma, você está perto. É uma casa noturna chamada Octagon. É só você seguir reto e virar na próxima rua à esquerda.

— Nossa, finalmente! Valeu. Quer vir comigo? Te dou uma carona.

— Acabei de sair lá. Não estava me sentindo à vontade, então acho que vou pra casa. Mas pode ir, Seokjin vai gostar de te ver.

— Você acha? — Yoongi exibiu um sorriso melancólico. — Bom, não importa. Vou ir pra casa também.

— O quê? Não, não precisa ir pra casa. Vai lá, você vai gostar.

— Como vou gostar se nem o anfitrião estava gostando?

— Eu só não estou muito no clima... Mas tem música, comidas, bebidas. Pode ser que você goste.

— Eu estou numa dieta regrada de coisas saudáveis e não bebo mais. Então, talvez não seja tão incrível pra mim também. Eu só iria representando meu trio porque agora somos da mesma empresa, então como fomos convidados achei que seria importante te parabenizar por esse feito tão grande. Um álbum escrito inteiramente por você... Isso é fantástico! Eu escutei assim que lançou, está incrível!

Os olhos de Yoongi brilhavam. Pela primeira vez, Jungkook sorriu de verdade naquela noite.

— Fico feliz que tenha gostado. — disse ele. — Eu soube que vocês vão lançar algo em breve também.

— Sim. Já gravamos o primeiro clipe... Eu estou tão animado e ansioso! Parece que os dias não passam logo.

— Também senti isso com o meu debut. É uma experiência incrível.

— Mais do que isso! Não tenho palavras pra descrever... É a realização de um sonho.

Jungkook, por um momento, se viu refletido no integrante do Cypher. Este último ostentava um brilho esperançoso nos olhos, o qual Jungkook estava deixando se apagar depois de todas as dificuldades. Yoongi foi indiscutivelmente, naquele momento, a dose de ânimo que o cantor tanto precisava para reconhecer novamente suas conquistas.

— Acho que mudei de ideia. — declarou ele, com um pequeno sorriso. — Eu aceito a sua carona. Vamos pra festa.

Jimin estava exausto.

Finalmente, ele havia terminado mais um dia de aulas na faculdade. As horas de estudo, os trabalhos em grupo e os projetos finais estavam começando a pesar sobre seus ombros. Mas, apesar do cansaço, havia uma pitada de empolgação que amenizava todo o estresse do seu dia.

Ele estava prestes a ver Namjoon, o cara que ele gostava (e finalmente havia admitido isso para si mesmo), na frente da instituição. Desde o encontro no parque de diversões, os dois passaram a conversar todos os dias. Jimin não conseguia tirar o sorriso de Namjoon da cabeça. Eles passaram as últimas semanas compartilhando histórias e descobrindo interesses em comum. O ruivinho estava encantado pela inteligência e gentileza do rapper do Cypher, e mal podia esperar para vê-lo novamente.

Enquanto caminhava pelo corredor, sentiu seu coração acelerar. Ele sabia que Namjoon estaria lhe esperando do lado de fora. As borboletas em seu estômago voavam freneticamente. Será que Namjoon sentia o mesmo por ele?

Quando chegou à porta principal, olhou ao redor, procurando por aquele que lhe esperava no centro do campus arborizado. O viu sentado em um banco, ao lado de uma árvore. O sorriso do rapper se transformou em algo radiante ao finalmente ver a pessoa que ele estava esperando. Jimin se aproximou devagar, sentindo um misto de nervosismo e felicidade. Quando chegou perto o suficiente, Namjoon lhe beijou carinhosamente na bochecha.

— Oi, ruivinho. — disse ele. Jimin adorava quando ele lhe chamava de ruivinho. — Eu estava ansioso para te ver. Como foi a aula?

— Cansativa. Acabei de apresentar um seminário.

— Você deve estar bem cansado então... Quer marcar pra outro dia?

— Não! De jeito nenhum, eu estou o dia todo ansiando por isso.

Namjoon tentou reprimir um sorriso. Não conseguiu.

— Nós podemos passar no Cypher pra beber um pouco e depois sairmos pra jantar, o que você acha?

— Acho uma ótima ideia.

— Posso pegar na sua mão?

Jimin sorriu.

— Claro.

Namjoon estendeu a mão e seus dedos se tocaram com delicadeza. Uma faísca passou entre eles e um arrepio percorreu sua espinha, fazendo seu coração começar a bater descompassado. Ele sentiu como se estivesse flutuando, pois há muito tempo não se envolvia romanticamente com alguém.

Ao chegarem ao Cypher, Hoseok já se apresentava diante de uma multidão imponente, algo que jamais se testemunhara naquele estabelecimento. O trio de rappers, há algum tempo, vinha considerando a ampliação do local, visto que naquele momento, não havia espaço para a entrada de outros clientes. Apenas Jimin e Namjoon conseguiram atravessar a fila interminável de pessoas que esperavam do lado de fora, beneficiando-se da posição de proprietário de um deles.

— Eu nunca vi o Cypher tão lotado assim! — disse Jimin, chocado com o número de pessoas. — Meu Deus, vocês estão mesmo famosos!

— E olha que nem lançamos o clipe de debut ainda. Essa serenata do Hoseok foi poderosa.

Se esgueirando pelas pessoas, eles conseguiram alcançar o balcão reservado para os pedidos de bebidas. Taehyung estava ao lado de Jaebum, adquirindo conhecimento sobre a operação do bar americano. Jimin pediu a seu amigo um copo de uísque, ao qual este entregou com um sorriso animado.

— Já aprendi a fazer várias bebidas, sabia? Jaebum me ensinou.

— Você está se saindo muito bem, Taehyung. — elogiou Namjoon.

Taehyung fez continência.

— Obrigado, Big Boss!

Jimin riu.

— Você é uma figura.

— Só não vai esquecer que agora você também é modelo.Vou te esperar semana que vem pra outra seção de fotos.

— Claro, não se preocupe! Vou me esforçar ao máximo para fazer meus dois trabalhos perfeitamente.

Taehyung se curvou rapidamente para então voltar a dar atenção para os demais clientes.

Depois de cantar sucessos de Kendrick Lamar, Eminem e J.Cole, Hoseok anunciou que iria cantar seu último cover. Um suave murmúrio de desapontamento se espalhou entre os espectadores, que não queriam que a noite terminasse. Com o ritmo mais suave do bar, Taehyung conseguiu prestar mais atenção. Além de estar ansioso pelo desabafo de sexta-feira, não conseguia parar de contemplar a beleza e o estilo do rapper. Ele vestia um cardigã preto oversized e um colar prateado junto com uma calça cargo cáqui e tênis brancos.

Taehyung mordeu o lábio lembrando dos amassos e do quando aquele homem em cima do palco era gostoso.

— Essa música de agora é um pouco diferente do que eu costumo cantar... — explicou ele, para então rir constrangido de alguns elogios vindo da plateia. — Não chega a ser um desabafo, mas é uma música que me traz boas lembranças. Acho que todo tipo de música deve ser apreciado, então espero que gostem. Se souberem, por favor, cantem comigo!

A banda começou a tocar a instrumental I Was Able to Eat Well da dupla Homme.

Imediatamente, Taehyung reconheceu a canção e um riso autêntico escapou de seus lábios. Enquanto atendia alguns clientes, ele se voltava ocasionalmente ao palco para apreciar a performance do rapper. Era um espetáculo alegre, leve e descontraído. Os clientes prontamente entraram na sintonia, unindo-se a Hoseok ao cantar.

Quando Yoongi subiu ao palco para entoar a sua parte, a plateia enlouqueceu de entusiasmo e risadas. No final, os dois artistas uniram as mãos e se inclinaram diante do público, anunciando que o tão esperado debut do trio estava próximo. Observando toda aquela multidão e considerando o potencial de crescimento dos três, Taehyung experimentou novamente aquele sentimento de inquietação.

Ainda que Hoseok tenha afirmado que todo esse sucesso não estava alinhado com seus sonhos, era provável que toda a atenção que ele recebeu tenha influenciado sua perspectiva. Taehyung observou nos olhos de Hoseok o mesmo entusiasmo que Jungkook exibiu quando sua carreira começou a decolar. Era como se estivesse revivendo aquela cena.

Jungkook encantado, olhando para aquele monte de pessoas entoando o seu nome com um brilho único iluminando os seus olhos.

No entanto, a sutil diferença que escapou à percepção inicial de Taehyung, residia no fato de que, enquanto Jungkook refletia o brilho da realização dos seus sonhos ao dirigir o olhar à plateia, Hoseok tinha o seu brilho virado para ninguém mais, e ninguém menos que Taehyung.

— Gostou, Teteco? — perguntou ele, ao chegar no bar.

Taehyung sorriu pequeno.

— Foi incrível do início ao fim.

— Você gostou mesmo? Não parece tão feliz. Foi algum cliente? Jaebum está te ensinando direitinho?

— Sim, Hobi. Está tudo bem, não se preocupe. Eu realmente gostei, você arrasou como todas as outras vezes. Todos os clientes me trataram super bem e o Jaebum foi um doce me ensinando tudo. Recebi até um elogio do Big Boss Namjoon, sabia?

— Sério? — Hoseok ergueu as sobrancelhas. Ele tinha os braços apoiados no balcão, olhando para o bartender substituto com aquele brilho único nos olhos. — Bom, já que você se saiu tão bem, acho que eu posso adiantar a sua recompensa.

Ele agiu rapidamente, apoiando-se no balcão antes de saltar em direção a Taehyung. O bar permanecia repleto de clientes quando o rosto do recém-contratado foi alvo de vários beijos por parte do membro do Cypher, que demonstrava indiferença em relação à aglomeração e à atenção das pessoas presentes. Uma parte do público se dividiu com a cena. Alguns clientes começaram a aplaudir, enquanto outros murmuravam entre si. Taehyung tentou se desvencilhar de Hoseok, mas ele não o deixou ir.

— Hobi, você ficou maluco? Seus fãs estão olhando!

— Que observem à vontade. Quero que todos testemunhem a razão dos meus sorrisos.

— Você é maluco?! — perguntou o bartender, rindo.

Por mais que houvesse ali o constrangimento de ser o foco de tantos olhares e conversas, Taehyung não poderia estar mais extasiado com a atenção de Hoseok. Ele não se importava com o que os outros pensavam. Naquele momento, nada mais tinha importância além deles dois. Taehyung correspondeu aos beijos com entusiasmo, envolvendo seus braços ao redor do pescoço do outro. O calor do momento parecia derreter as preocupações e responsabilidades do mundo exterior, criando um universo único e íntimo entre eles.

— O que acha de ir lá pra casa? — perguntou Hoseok. — Yoongi não vai aparecer de novo e Namjoon disse que se tudo der certo ele vai dormir na casa do Jimin hoje.

— Ah, é mesmo? — Taehyung deu mais um selinho nele. — Então quer dizer que temos um apartamento só pra nós dois, a noite toda?

— Se você quiser, sim. Posso fazer uma janta especial pra gente.

— Eu vou adorar.

Hoseok e Taehyung desfrutaram de uma longa noite juntos, da mesma forma que Jimin e Namjoon. Hoseok e Taehyung colaboraram na preparação de jjigae, enquanto Namjoon levou Jimin a um restaurante italiano. A atmosfera foi repleta de paixão e romantismo.

Mas apenas um casal teve a sua noite realmente especial.

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