Quando As Estrelas Se Alinham

Bởi Bbrooklynboo

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Lisabelle é uma garçonete de vinte anos, sem metas e espectativas de vida. Tinha o costume de organizar seu f... Xem Thêm

I.
II.
IV.
V.
VI.
VII.
VIII.
IX.
X.
XI.
XII.
XIII.
XIV.
XV.
XVI.
XVII.
XVIII.
XIX.
XX.
XXI.
XXII.
XXIII.
XXIV
XXV.
XXVI

III.

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Bởi Bbrooklynboo

Me olhei pela quarta vez no enorme espelho e analisei o vestido curto que Luiza havia me dado. Ela estava empolgada, porque pela primeira vez ela via esse meu lado, o lado que ela almejava a muito tempo. Aliás, ela queria alguém que a acompanhasse em suas loucuras

- Eu estou parecendo uma piriguete, Vadia!

- Você está linda, uma gostosa - Cantarolou prendendo meu cabelo em um rabo alto. - Você fica sexy e empoderada usando o cabelo preso

Ela terminou o rabo e eu me admirei no espelho. A vadia tinha dom. Eu estava bonita

Ouvi meu celular apitar e caminhei cambaleando em cima do salto alto até a cama. Era uma mensagem, mas não por alguma rede social, e sim por SMS.

"Não entre naquela boate"

Obviamente ela tinha meu número. E eu sou teimosa, fodidamente teimosa, e foi só por isso que eu digitei de volta

"Eu não só irei entrar na boate"

Soou como uma ameaça, e eu gostava de adrenalina. Porém tudo tem um risco, e provavelmente, essa brincadeira custaria minha vida

Eu entrei na boate, aliás, não só entrei, eu cheguei dançando e me soltando, o máximo que podia, aliás, eu estava sendo vigiada, cada passo e dança estava sendo olhado por um par de olhos fervorosos. Eu sei que ela está aqui.

Fui até o bar e pedi um shot de tequila. Ouvi de longe o salto fino de Luiza e sorri para o garçom antes de me virar

- Deus meu! - Praguejou. - Você vai mesmo beber!

- Hoje, Luiza, vai descer até gasolina

A loira riu e se sentou no banquinho, balançando a cabeça no ritmo da música enquanto esperava o garçom

A boate é linda, bem estruturada e estava cheia. Estava tocando Often de Abel, e aquilo me atingia no máximo, o grave fazia meus pelos eriçarem e a adrenalina subir.

O garçom havia chegado e eu pude sentir o desgosto do líquido rasgando minha garganta.

- Pega leve, Lisa. - Alertou. - Me veja duas cervejas, por favor

O garçom assentiu e saiu novamente

- Tem gosto de morte - Disse fraco.

Ela riu e se ajeitou quando as cervejas chegaram. O gosto não era amargo como falavam, era doce, doce demais, e quando percebi, o copo estava vazio e duas linhas desceram dos meus lábios, percorrendo meu pescoço

- Já podemos partir para a gasolina?

- Vadia, eu nem terminei minha cerveja, cachorra - Esbravejou.

Senti dois dedos passarem pelo meu pescoço onde as duas linhas de cervejas passaram. Meu corpo se arrepiou quando o cheiro doce atingiu minhas narinas, uma mistura de perfume com bala de menta.
A possibilidade de ser minha stalker é grande?
Bom, eu teria que me virar para perceber,   E eu deveria ter fechado os olhos e me mantido quieta quando avistei o homem em minha frente

Era o mesmo homem da primeira vez que vim à boate. Ele estava usando uma roupa mais simples; apenas um suéter preto e uma calça colada.

- Posso comentar como está estupidamente linda usando um simples rabo de cavalo?

Dei de ombros e cruzei as pernas, o vestido levantou um pouco mais.

- Você considera cabelo preso um defeito? - Comentei arqueando a sobrancelha.

- De jeito nenhum. Mas é encantador como você fica linda de qualquer jeito

Desci meu tronco, fazendo com que meu rosto ficasse perto do seu, eu podia sentir o ar quente batendo em meu rosto, o cheiro de álcool com menta invadiu meu estômago que revirou por um momento.
Eu estava provocando-o, e isso era arriscado, ainda mais se ele me tocasse

- Você acha?

Se meu eu de antigamente visse minhas atitudes, provavelmente me socaria, ainda mais agora, quando eu mordi os lábios com tanta força que quase o fizeram sangrar. Eu aposto que era de nervosismo

- Com certeza - Se aproximou. - Ainda mais em minha cama, revirando os olhos

Eu não iria para a cama com ele. Mas eu revirei os olhos. Teimosa.

- Ah gatinha - Sua voz saiu soprada, ele estava excitado. - Você quer sair daqui?

Meu coração quase saltou do meu peito. Eu não iria para nenhum lugar com ele, mas estava disposta a ver oque aconteceria caso ele me tocasse.
Não acho que minha perseguidora faria algo grave, no máximo ameaçaria o rapaz.

- Não gosta de ter uma platéia? - Maldita boca.

Ele sorriu de canto e me puxou, fazendo com que nossos lábios se encontrassem apressadamente. Ele estava desesperado, sua língua implorava para entrar enquanto eu tentava assimilar oque acontecia.
Eu permiti por fim, podendo sentir o gosto forte de licor com bala, sua boca era macia, mas ao mesmo tempo violenta com os puxões. Sua mão amassava minha coxa dolorosamente.
Não era algo que eu queria, mas fiz porque meu corpo pedia. E então, o ar faltou e ele pegou minha mão levando-a até seu íntimo

- ah, querida. Oque você fez...

Ele estava desesperado, e eu também, mas para sair daquela enrascada.

Com a outra mão livre, a coloquei atrás de meu corpo e cutuquei Luiza.

Eu amava o jeito que ela era esperta e era grata pelas inúmeras vezes que ela me tirava de situações assim

- Oh, céus Lisabelle. - Disse alto, fazendo com que o rapaz arregalasse os olhos. - Minha mãe está no hospital, precisamos ir urgentemente

Sorri ladinho, porque sua mãe havia falecido a vinte anos.

- Qual é? É a segunda vez que isso acontece - Reclamou.

- Tenho que ir - pisquei antes de sair do bar e sumir na multidão com a Loira.

- Por Deus, Lisa. - Riu. - Minhas noites ficam mais divertidas com você

- Bom, minha falta de experiência com homens deveria se tornar um reality

- É por isso que eu acho que você goste de uma tangerina - Gritou.

- Me diz, Luiza - Gritei de volta. - Oque te faz pensar que eu seja frutinha?

- Você acha que eu não sei que você lê fanfic da Billie Eilish?

Droga. Meu vício de criança foi descoberta.

- Como você sabe?

- Deixou seu celular aberto quando estava em casa - Ela ainda me guiava entre a multidão. - Eu vasculhei sua biblioteca, e só tinha besteirinhas com mulheres, não tinha nem sequer uma fanfic do BTS escrito por uma criança de doze anos

Sorri fraco, sentindo meu corpo esquentar e meu rosto arder. Talvez eu não goste de mulher, apenas tenho um gosto exótico para livros

- Não acho que isso seja justificativa - Dei de ombros.

- Que seja, Lisabelle! Apenas vamos nos sentar enquanto esperamos um rico e bonitão

Sentamos em uma poltrona preta de couro, fora das áreas vips. A música rolava alto, e eu conhecia muito bem a que tocava naquele momento, aliás, essa era a minha música do momento - de tempos - uma música no qual eu idolatro todos os dias ao limpar a casa

Run, baby, run.
Run for your life

Meu corpo se arrepiava com a voz aguda e doce de Melrose. Eu sinto adrenalina e vontade de cometer loucuras quando a escuto, e só Deus para me perdoar pelo que eu provavelmente vou sentir quando encontrar minha stalker

- Ei - Chamou Luiza. - Você não teve mais nada a respeito de sua stalker?

Eu não contaria, não agora.

- Não tive mais chocolates - Omiti fingindo tristeza.

Ela assentiu lentamente, olhando cada canto da boate. Era observadora, e eu queria saber oque ela pensava naquele momento

Ela arrumou sua postura e seu cotovelo me cutucaram fracamente, me fazendo olhar na mesma direção. Vinha um homem alto e bem vestido, ele sorria para Luiza e com certeza, ela me deixaria sozinha.
Oque realmente aconteceu. Ela saiu por entre os corredores quase flutuando, ela iria dormir com um homem rico e bonito.
Mesmo que não quisesse me deixar sozinha, insisti para que ela fosse se divertir, mesmo que por dentro, eu esteja me roendo de medo. Sua voz doce e segura me fez garantir que se algo acontecesse, eu correria até ela, não importa se ela estivesse com um par de peitos pulando e cima do homem.

O celular vibrou em minha bolsa e sai dos meus pensamentos, o brilho forte do celular causou uma ardência forte em meu globo ocular.

"Isso não é jogo onde o gato caça o rato, Querida. Eu te disse que sou egoísta"

Ela viu? Se viu, acho que comentaria, mas antes que pudesse ter uma resposta de volta, o aparelho vibrou novamente.

"Não se sinta culpada pelo que aconteceu, docinho. Eu avisei que você não tem ideia do que sou capaz caso encostassem em você"

Assim que terminei de ler, uma foto subiu, e com os dedos tremendo, eu abri a imagem, me arrependendo amargamente logo em seguida.
Era o homem mais cedo, ele estava nú e ajoelhado, seus olhos estavam arregalados transmitindo medo e pavor. Suas pernas estavam ensanguentadas, o líquido escorria no chão, porém oque mais me apavorou, não foi o tanto de sangue que saia do seu corpo, e sim a falta do pênis entre as pernas. Ele estava em sua boca.
Suas mãos foram arrancadas e estavam no chão, jogadas feito papel de bala.

Meu estômago revirou e senti cada refeição da semana subir. Péssima idéia. Eu não sabia com quem estava lidando e agora acabei de terminar de cavar minha cova. Corri apressadamente até a porta de saída, esbarrando brutalmente em qualquer um que ali estava.
Meus pulmões sugaram o ar fresco e puro, a ânsia passou e era difícil assimilar tudo.

O celular vibrou novamente

"Não fique mal, docinho. Não sabia das intenções dele"

- DROGA! - Gritei alto, chamando a atenção do segurança, a única alma viva ali na rua. - PORQUE NÃO REVELA A PORCARIA DO SEU ROSTO?

Novamente, respirei fundo.

- PORQUE EU?

Meu corpo fraquejou e senti minha cabeça latejar. Quanto tempo havia se passado?Uma hora e meia?
Seria tempo necessário para eu ficar bêbada? Ou ter uma perda total e desmaiar?

Porque eu sentia meu corpo se desligando, o cansaço veio, aliás, era segunda-feira.
Nunca mais em minha vida eu bebo.

O chão não estava tão duro quando meu corpo despencou ali.

- Huum - Minhas mãos alisaram o chão. - O chão está mais macio que minha cama...

Meus olhos estavam quase se fechando, eu estava me entregando ao cansaço, mas pude ver nitidamente seu corpo vir de encontro com o meu. E novamente eu não pude ver seu rosto, mas sim sentir seus músculos tocando meu corpo pesado, eram duros feito pedra e macio como algodão, tudo ao mesmo tempo.
Seu cheiro era marcante, cheirava a pecado, junto a tabaco e fraco cheiro de álcool. Era inconfundível, eu poderia reconhecê-la de longe agora, e saberia quando estaria por perto.

Certo, eu não estava tão bêbada, bebi apenas cerveja e tequila. Seria impossível ficar chapada, ou eu sou tão fraca assim?

Droga, meu corpo esta mole e eu não conseguia nem mexer a cabeça. Mas era bom sentir seu corpo ao meu naquele momento, aliás, estava frio.

Estou na casa de Luiza, especificamente no quarto, a luz estava acesa e a claridade machucou minhas têmporas. Eu estava usando apenas uma lingerie preta de renda, diferente da que eu coloquei para ir à boate

Meus olhos se fecharam sozinho, como se estivesse em um tipo de vídeo ou algo similar. Tudo se clareou novamente e eu já estava coberta, mas a luz ainda estava acesa e a porta estava aberta. Meu corpo não se mexia e eu ainda estava cansada, mas não o suficiente para que me impedisse de olhar para o lado e vê-la ali, de costas para mim quase nua, tendo apenas uma tanga preta cobrindo seu traseiro. Suas costas eram definidas e grandes, seus ombros eram largos, mas não muito.  Seu braços mal se apertavam em sua cintura de tão grande que eram. O cabelo estava preso a um rabo de cavalo frouxo deixando a tatuagem a mostra; uma medula espinhal tatuada, descendo até seu bumbum e sumindo por entre o tecido. Ela estava mexendo em alguma coisa que não pude ver ou decifrar.
Meus olhos se fecharam novamente e meu corpo se aqueceu, podia imagina-la quantas vezes que quiser. Sua pele era clara, mas não tanto como a minha. Bronzeada.

Tudo se escureceu e perdeu o sentido. Talvez eu esteja me entregando de vez ao sono, ou estava morrendo. Porém antes que pudesse distinguir a sensação gostosa de conforto, meu coração saltou pela boca quando escutei um som rasgado, um som semelhante a uma panela fervente tendo contato com a água. Logo em seguida, a dor insuportável e agoniante, a sensação de desespero tomou meu corpo quando senti algo arrastar em minha coxa.
Abri os olhos, tendo a visão turva pelas lágrimas e vi sua mão deslizar o ferro e minha coxa, a outra, segurava minha perna fortemente, impedindo-me de mover.
Eu queria gritar e de alguma forma extravasar minha dor, descontar aquela maldição em algo, mas era impossível, nem sequer um suspiro saiu de minha boca.
Forte o suficiente para me fazer acordar por completo e raciocinar perfeitamente, e queria - como eu queria - estar morta agora ao sentir isso.

A maldita stalker falava a verdade quando mencionou sobre queimar minha pele ao receber o toque de outra pessoa. Ela me machucou quando eu achei que ela não me machucava. E eu a odeio por isso.

Os soluços faziam meu peito arder, as lágrimas molhavam o travesseiro embaixo da minha cabeça, e logo a dor amenizou quando o ferro saiu de minha pele. Ainda imobilizada, suas mãos alcançam o topo de minha cabeça, dando leves vai e vem em forma de carinho.

Era impossível se sentir confortável perto dela, não por agora, com a pele borbulhando.

- Relaxe querida - Sua voz estava calma. Ela não sentia remorso ou piedade? - Não sentirá dor pela manhã. Não permitiria que ficasse tanto tempo sofrendo, docinho

Isso não era possível, isso não poderia estar acontecendo

- Mas que isso sirva de aprendizado, e mostre a você que eu não estive e não estou brincando - Alertou. Sua forte e grave voz encontrando meus ouvidos.

Fechei meus olhos e agradeci mentalmente quando algo gelado e úmido atingiu a pele dolorida. Aquilo doeu no começo, mas logo em seguida refrescou e tirou a ardência, mas não por completo. Ainda doía

- Você é mais esperta do que isso, Lisabelle.

O som de seus movimentos acabaram e tudo se Silenciou. Ela saiu, me deixando ali, imóvel e dolorida.

Maldita.

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