It's Pink, Honey | jikook

By BellaVittory

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O ano de 2017 havia chegado ao fim. E com ele, o término de uma guerra entre as duas Coreias, da qual Jungkoo... More

desejos, aromas e permissões
fotos, freddie e coragem
ternos, ódio e surtos
ciúmes, dior e desejo
café, aranha e beijos
pesadelos, perguntas e gemidos
prazer, descobertas e luz
cartas, vaga lumes e proteção
feridas, róseo e meu
toques, terapia e egoísmo
verdades, saudades e Ghost
declarações, socos e máscara
lembranças, cio e marca
memórias, dor e herói
trio, gestos e início
proposta, gestação e Suíça
brigas, perseguidor e respostas
amor, segredos e raiva
carinho, proteção e vingança
retorno, ataque e planos

lúpus, paparazzi e olhares

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By BellaVittory

Oii capítulo novo♡

O vídeo acima é a música que Jimin tocará nesse capítulo.

Chegamos a 1k de leituras com apenas 1 capítulo, vocês são legais em?

Bem vindos leitores novos, se não leram Aceita uma bebida? Corre lá!

Boa leitura amores🩷

Lembrando: É um universo ABO adaptado.

━━━━━━━ •♬• ━━━━━━━

Jungkook estava ajoelhado no chão um tanto frio, enquanto seus pulsos eram presos em uma distância considerável, o fazendo ficar com os braços abertos.

Não usava mais sua camisa social branca, muito menos sua calça. A venda em seus olhos o impedia de ver o que estava acontecendo a sua volta, mas no fim, ele sabia muito bem.

Sentia as pequenas gotas de suor descerem por todo seu corpo desnudo. Conseguia ouvir a respiração do ômega, um tanto acelerada. Um objeto de couro era passado por suas costas.

Um chicote.

E o homem misterioso parecia se divertir ao ver o alfa tão entregue e desejoso.

Jimin se afasta um pouco, apenas para ganhar espaço o suficiente para desferir o objeto em mãos, nas costas que gostou tanto de admirar.

Jungkook não conseguia evitar de soltar um gemido rouco. Não reclamaria, gostou daquilo. Gostou ainda mais quando os lábios com gosto de cereja, percorreram todo seu corpo, enquanto intercalava com os chupões, onde o ômega não parecia querer ser delicado.

- Tão entregue, alfa.

Sorri ao admirar melhor o rosto do ex militar. Lábios finos, um tanto convidativos, rosto marcado e uma leve cicatriz no lado direito. Se interessou em ver seu olhar, deveria admitir, amava olhar os olhos das pessoas e o quão intensos eles podiam ser.

Os músculos um tanto marcados podiam ser vistos com facilidade e o longo pescoço o auxiliava a jogar a cabeça para trás. A luz rosa do local só conseguia destacar os pontos mais bonitos do homem amarrado.

- Não brinque comigo, ômega. - A voz grave soa como melodia nos ouvidos de Park.

- É exatamente o que estou fazendo.

- Se arrependerá depois.

- O depois não existe, estamos vivendo o agora.

Jungkook abaixa sua cabeça, apenas buscando em si, mais um pouco de coragem para falar o que sentia.

- Eu gravei o seu aroma em minha mente. Posso não saber quem você é, mas agora, não importa se demorar um dia, uma semana ou um ano, eu vou me lembrar dele e quando eu o sentir novamente, sei que você estará por perto.

- E se eu estiver?

- Conhecerá a versão verdadeira, bem diferente da que está aqui, amarrada.

Jimin deveria admitir, sentiu todo seu corpo tremer. Por um instante, perdeu toda sua postura dominadora.

Havia se acostumado com o fato, de que todos os homens, com quem havia passado a noite rosa, não ligariam para quem ele era no dia seguinte.

Mas aquele alfa de alguma forma, o causava certa curiosidade. O faria chegar ao ponto de ir até o inferno para descobrir quem realmente ele era.

- Não digo isso alfa, se arrependeria de me conhecer.

- Já não me importo mais com arrependimentos.

- Algo em você... - Jimin diz acendendo uma vela - me chama de alguma forma, como se eu te conhecesse, você me lembra alguém, no fim.

Vira um pouco a vela para a lateral, deixando com que a cera derretida, perto do fogo, caísse sobre a pele clara, em apenas uma gota.

Jungkook suspira, arqueando um pouco suas costas por causa da ardência enquanto mordia o lábio inferior levemente.

- Se quer tanto me encontrar, então tente.

Mais uma gota cai, agora em seu peitoral.

- É um desafio? - Jeon tentava ao máximo não usar sua voz de alfa, mesmo que fosse extremamente difícil.

- Talvez. Fiquei curioso em como seria o verdadeiro você.

- Alguém que fez coisas que você nem imagina, e alguém que ainda pode fazer mais.

Jimin solta a vela, já se encontrando no ápice que havia conseguido chegar naquela noite, após essa fala. Apenas se aproxima o suficiente para que ambos os corpos fossem colados juntamente com os lábios, onde o alfa sempre procurava mais contato.

Não havia calma ali, tudo era feito de forma intensa.

Jungkook sente as mãos pequenas do dominador, descendo por seu abdômen e virilha, até chegar em seu membro, que estava coberto por sua box e completamente desperto.

- Você deu azar em ser escolhido por mim, alfa - Jimin diz abaixando um pouco o tecido fino - vou te falar o motivo.

Jeon libera todo o ar que nem ao menos havia percebido prender, quando sente a mão quente começar a masturbá-lo em movimentos lentos.

- Eu sou um ômega lúpus. Meu cheiro passa quase despercebido por onde quer que eu ande. Meus olhos ficam roxos quando eu desejo algo e não sinto prazer no ato carnal com um alfa normal.

Por mais que o alfa estivesse completamente maluco e quase fora de si, a voz delicada o acalmava, como se estivesse andando por um belo jardim e um anjo estivesse se comunicando consigo.

Prestava atenção a cada palavra dita ali.

- Isso quer dizer que eu não sentiria prazer algum se você me fodesse hoje. Apenas dores. Triste, não é? Ser talvez o último da espécie...

Acelera os movimentos se empenhando em manter um ritmo frenético e admirar as expressões de prazer do alfa a sua frente.

- Terá que se contentar em não me ter por completo. Meu trabalho é te dar prazer, mas a esse custo, é demais para mim.

Jungkook deita sua cabeça no ombro delicado de Jimin, tentando controlar seus gemidos enquanto aproxima o próprio rosto do pescoço que tinha aroma tão convidativo.

Aquele homem o deixou completamente maluco.

Não poderia se contentar em ter isso só uma noite.

Não poderia aceitar que não conseguiria dar prazer para aquele ômega.

Mas isso agora, não era uma escolha sua. Obedecia a ordens.

- Don't contain your moans - Jimin diz em seu ouvido, usando de sua mão livre para arranhar com força as costas largas do moreno, onde com certeza, ficariam marcas.

Jungkook obedeceu, seus gemidos roucos saíam sem que nem ao menos percebesse.

O ômega estava excitado, queria testar se aquele alfa realmente não conseguiria lhe causar prazer, mas, não arriscaria. Se contentaria em apenas apreciar o homem tão bonito pronto para gozar em suas mãos.

- Goze alfa, é uma ordem.

Demora poucos segundos até que Jeon suspirasse aliviado ao sentir que seu limite havia chegado. Jimin apenas sorri, feliz que seu dever foi cumprido.

- Está tudo bem?

- Vem cá, você não é um idoso de setenta anos não, né? Responda pelo menos isso - pergunta com a voz tremendo, escutando uma risada alta.

Uma risada que estaria disposto a escutar novamente.

- Você tem quantos anos, alfa?

- Vinte e seis.

- Eu tenho vinte e cinco. Não sou um idoso.

- Ótimo, então eu realmente vou me esforçar para te ver de novo.

Jimin não consegue evitar de olhar para o moreno com um certo carinho. Talvez a única pessoa que tenha se sentido tão curiosa por si.

- Não me faça sentir sua falta, alfa. - Diz um tom de voz baixo.

Talvez, se lembraria daquele rosto quando fosse dormir.

- Terminamos por aqui, é o suficiente para sua primeira vez. Se vier novamente na noite rosa, outro dominador já tomará as rédeas de forma diferente.

Se sentiu triste por um momento. Não queria outro dominador. Não queria parar de sentir aquele aroma ou nunca mais ter a sensação das mãos pequenas e quentes em seu membro e costas.

Mas, deveria voltar para o mundo real e aceitar que era alguém solitário, marcado pela guerra. Que não seguraria mais em uma arma ou fazer o que tanto gostava.

Jimin se levanta com calma, soltando os pulsos do homem ainda ajoelhado.

- Eu já vou sair, tire a venda apenas quando sentir meu cheiro já distante. Fique bem, espero que tenha gostado da noite.

Sai em passos acelerados, sem esperar uma resposta. Não fez metade das coisas que custava fazer em suas noites escuras e tediosas. Não conseguiu.

Aquele homem tirou qualquer pose de dominador que Jimin tinha. Se sentiu por um momento, como um adolescente vendo sua paixão todos os dias na escola. O coração acelera e você fica sem saber o que fazer.

Não reclamaria. Foi a primeira vez que se sentiu assim.

Apenas olha uma última vez para a grande boate, já do lado de fora. As luzes rosas ofuscantes, o clima frio, tudo cooperando para que o ômega ficasse um tanto melancólico.

- Adeus, alfa. Quem quer que você seja.

Apenas continua a caminhar em passos largos, sempre com a sensação de que era seguido.

Sabia, tinha plena consciência de que estava correndo perigo. Se escutasse seu pai e contratasse um segurança particular, sua liberdade chegaria ao fim.

Sem idas a boates ou sem visitas a cafeteria que tanto gostava. Não poderia se despedir disso.

No fim, era apenas um paparazzi. Procurou não se preocupar.

- Eu sabia que você ia acabar indo! - Taehyung diz praticamente em um grito.

- Cala a boca, quer compartilhar para alguém?

O dia já havia amanhecido. Jungkook havia esperado o ômega sair para vestir suas roupas e ir embora, um tanto desanimado.

- Qual é cara, como foi?

Agora estava ali, embaixo de um carro, verificando qual era o motivo do grande vazamento de óleo.

- O que você espera que eu diga?

- Se a transa foi boa.

Jungkook se arrasta até que seu corpo estivesse completamente livre para que se levantasse, enquanto olhava para o amigo que esperava impacientemente uma resposta.

- Não houve sexo.

Taehyung não consegue evitar de rir, leva as duas mãos a boca com os olhos completamente arregalados.

- Meu Deus, você foi escolhido por ele!

Jeon paralisa por alguns segundos, tentando assimilar o que o amigo havia dito. Se vira lentamente, totalmente confuso.

- Conhece ele?

- Olha, eu não deveria ter aberto a boca, droga. Eu não posso te falar quem é, mas eu o conheço, não sou próximo. Apenas sei nome, ocupação, coisas do tipo.

- Como você sabe essas coisas? Achei que não fosse permitido.

- De fato, não é. Porém, na minha primeira vez naquela boate eu infrigi as regras, gritei meu nome para o meu dominador, quando ele estava saindo.

- Tae...

- E não é que ele me chamou no Instagram? - Responde rindo.

- É ele?

- Não! Seu dominador nunca quis nada comigo. Ele teve poucos submissos e todos disseram que ele não transa.

- É, ele me disse o motivo.

- Aí ó, algo que eu você já sabe e eu não. Apenas operei a mãe dele, então o vi rapidamente.

Jungkook se joga na cadeira, completamente desanimado.

- Que foi cara?

- Tae... você sente meu cheiro?

- Não, nunca nem senti. Só quando você tá molhado, tem cheiro de cachorro.

- Valeu, adorei o elogio - diz em um tom debochado vendo o amigo concordar sorrindo - nunca ia me contar que não sentia meu cheiro?

- Mano, a parada ia ficar estranha, eu ia chegar no meu amigo perguntando sobre o seu cheiro? Você já fez isso comigo?

- Touche.

- Que houve? Do nada essas coisas de cheiro.

- É que a moça do bar, não me lembro o nome dela, disse que havia ficado em dúvida se eu era realmente um alfa, não conseguiu sentir meu cheiro, e agora parece que nem você.

- Estranho... todos os lugares em que eu te arrastei, me perguntavam se você não era um beta, não conseguiam sentir nada.

- Porém o dominador sentiu e o dele de alguma forma era mais intenso que qualquer outro.

- Tá xonadão hein! - Taehyung diz batendo palmas - não consegue parar de pensar em um cara que nunca viu na vida.

- É, tenho que parar de pensar nisso e trabalhar.

- Jungkook, tem oportunidades de arrumar um trabalho melhor, que não se sujasse tanto de graxa.

- Todo trabalho é digno. Estou bem dá forma que eu estou.

- É, pensando por esse lado... - Responde se levantando - eu vou indo, horário de almoço acabou.

- Espera!

Se vira novamente para o amigo, que agora o olhava com as mãos em ambos os bolsos de sua calça jeans.

- O cara de ontem, pode me responder se pelo menos ele é feliz? Não sei, se ele tem uma vida confortável? Ele riu ontem e fiquei pensando em como esse sorriso fez eu me sentir bem.

- Uma pergunta amável eu diria. O que eu sei dele é que o pai é ex militar, é um tanto indesejado por ele, por ser um ômega. Mas, no fim, acho que vocês são de mundos completamente opostos. É tudo o que eu posso falar, Jeon.

Jungkook apenas concorda com a cabeça, se sentindo um tanto "pequeno" em relação ao mundo. Apenas se despede do amigo com um sorriso forçado.

Cheirava a graxa, morava em um apartamento pequeno, mas um tanto organizado e vivia uma vida tranquila ao lado de seu cachorrinho, Bam.

Sua rotina era sempre a mesma. Fechava a oficina no horário de almoço, preparava algo rápido e corria de volta para o trabalho até o fim da tarde. Uma quantidade razoável de dinheiro era gasta por mês com despesas pessoais e academia, que o ajudava a não surtar.

Dentro de toda sua vida monótona, pesadelos aconteciam e neles, quatro balas atingiam seu corpo. Se lembra claramente da cena, não havia como esquecê-la.

"-Mayday, Mayday! South Korea, 99831, aeronave de ataque Su-25.

-Respondendo a Su-25, quem está no comando?

-Eu, Ghost.

-Ghost? O senhor está bem?

-Levei quatro tiros, voltando para a base militar, preciso de uma pista segura e paramédicos para olhar as crianças, sete ao todo.

-Sinalizaremos, aguente firme capitão.

Lutava para que os próprios olhos não fechassem. A dor era imensa, o sangramento era constante. O sentimento de que a qualquer momento perderia a consciência e que isso poderia levar a morte as sete crianças no avião, era assustador.

Ele tinha... tinha que aguentar.

-Senhor... - A criança mais velha ali presente, se aproxima com cuidado, mostrando preocupação em sua expressão facial - está sangrando.

-Sim, vai ficar tudo bem.

-Minha mãe é médica, ela diz que temos que fazer compressas quando sangra demais.

-Sabe fazer isso? - pergunta balançando a cabeça rapidamente, procurando se manter acordado.

A menina não responde, apenas rasga um pedaço da blusa, colocando o tecido por cima de um dos locais onde a bala se alojava, fazendo força com as duas mãos para que o pano ficasse firme.

-Me ajudem! Cada um segura em um machucado.

Três crianças se aproximam, parando em volta do banco que Jungkook estava, fazendo o mesmo processo. Lutavam para fazer o máximo de força possível e de alguma forma, impedir que o sangramento fosse excessivo.

assim, Ghost conseguiu retornar a base militar, pousando da forma que podia, naquelas condições. Uma das crianças corre em direção aos militares que se aproximavam rapidamente.

Jungkook tenta sair da aeronave, mas perde completamente a força, caindo com o corpo amolecido, no chão.

-Rápido, levem ele para dentro!

Eram como flashs que aconteciam em câmera lenta. Médicos e militares em volta de sua maca, correndo, o levando para uma sala distante.

-Ghost, me escute! Preciso da sua permissão para retirar a máscara!

De fato, não era algo simples. Era uma máquina usada pelo governo, mesmo que não soubesse o motivo.

Seu rosto não podia ser visto.

Sabia que sua força extrema auxiliou na decisão, mesmo que não soubesse de onde ela veio.

-Por favor, se mantenha consciente! Sou o médico cirurgião Kim Taehyung, preciso da sua autorização senhor.

-Concedida... - Responde praticamente em um sussurro.

Taehyung tira rapidamente a enorme máscara que tampava seu rosto, não evitando de arregalar os olhos ao ver quem era o famoso Ghost. Todos ali tiveram a mesma reação.

-Por Deus, é apenas um garoto... - Um dos homens diz.

Um rapaz, de apenas vinte e três anos.

-Se julgar o motivo de ter sido escolhido pelo governo, com certeza ele é o último da linhagem dos alfas lúpus.

-Isso explica a força.

-Silêncio! Corram e procurem por morfina. Temos que operá-lo agora mesmo ou ele morre!"

Lembranças como essas, que de alguma forma, sempre o seguiria, eram sempre constantes. Apenas entra em seu apartamento, completamente cansado de sua própria vida.

- Oi garoto, ficou fazendo o que, hein? - pergunta vendo Bam abanar o rabo comprido.

Um doberman, combinava consigo e era extremamente carinhoso. Um companheiro nas horas mais solitárias.

- Tenho que descansar um pouco, mas depois vou sair de novo... tô conversando com um cachorro, tá...

Se levanta, jogando sua mochila em cima de seu sofá confortável, enquanto corre para a geladeira em busca de água. O dia não estava nem um pouco fresco.

Passa o dedo levemente pela pequena área queimada em seu peitoral, se lembrando da noite passada. Se o Jungkook do passado, soubesse que a versão do presente foi amarrada, chicoteado e queimado, ele com certeza levaria uma surra.

Sorri com os próprios pensamentos, fechando a geladeira enquanto caminhava para o próprio quarto, de decoração bem simples. Persianas na janela, uma cama de casal, guarda-roupa embutido, que já veio no apartamento e um abajur, que o ajuda muito quando quer ler algo, sem que precise ligar a luz.

Estava bom para si. Se não tivesse levado todos aqueles tiros e escolhido não cessar o serviço militar, com certeza, estaria morando em uma cobertura. Não combina consigo.

Abre o armário lentamente, vendo a mala guardada no canto.

Uma simples mala que guardava todo um passado. Um uniforme. Uma honra perdida. Algo que deveria ter sido superado e deixado para trás.

Apenas se joga na cama, suspirando alto. Estava cansado. Algum dia, sua vida viraria uma bagunça novamente?

Algum dia... conheceria seu dominador? Pelo menos o veria ao longe?

Prometeu para si mesmo, contar a quantidade de dias até que sentisse aquele aroma novamente.

Dia 1:

Voltou ao seu trabalho, como um cidadão coreano qualquer. Sem novidades, apenas sua rotina pré programada.

Dia 2:

Recebeu clientes chatos, que não respeitavam seu trabalho. Sentiu raiva, mas aguentou tudo em silêncio. Sem sinais do aroma cítrico.

Dia 3:

Retornou a boate, esperando que o ômega estivesse lá, de alguma forma, também procurando por si. Se sentiu um bobo, claro, ele não estaria.

Homens e mulheres passavam a mão em si, em busca de contato, a procura de uma noite. Jeon não teria problemas em aproveitar de mais uma noite naquele local, mas apenas com o ômega de aroma cítrico.

Ficou se perguntando se o dominador não era alguém comprometido ou simplesmente rico, já que seu amigo deixou claro que eram de universos diferentes. No fim, estava atraído por alguém que nem ao menos, veria mais...

Dia 4:

Taehyung já não aguentava mais o amigo estressado. Sabia que o homem misterioso da boate havia mexido consigo de uma forma intensa demais. Deveria ter adivinhado que Jeon Jungkook não era o tipo de pessoa que aceitaria ser tocado apenas uma vez.

Também sabia de um segredo, que o ex militar não tinha noção alguma. Sabia que o dominador daquela noite era um ômega lúpus e sabia que Jungkook também era da mesma espécie, porém alfa.

Em crises de raiva, percebeu que os olhos do moreno ficavam vermelhos, sabia que sua raiva retida o ajudava a controlar a própria força e imaginava que provavelmente seus cios duravam mais que o normal.

Para si, era óbvio que o amigo não era apenas um alfa comum e que era realmente destino que aquelas duas pessoas se cruzassem, por serem praticamente os últimos da linhagem.

Só se perguntava se o ômega estaria tão atraído, quanto Jungkook estava.

Dia 5:

Sobre a melodia da qual ele nunca se esqueceria...

- Vamos Jungkook, vai ser legal. - Taehyung diz completamente animado.

- Desde quando você gosta de concertos?

- Desde que eu descobri que música clássica deve ser admirada.

- Tae... tem algum motivo específico para termos que ir até lá? É o seu dominador?

- Não... - Responde parando de caminhar pela avenida que os levariam ao local de destino.

Ambos usavam roupas sociais, mas o dia quente impossibilitava a chance de colocar qualquer terno. Taehyung sorri ao ver o amigo daquela forma, o lembrava a versão que conheceu e se aproximou após a cirurgia.

- Na verdade, é outra pessoa.

- Como assim?

- Você vai entender.

A cada vez que se aproximavam mais do local onde seria o concerto, carros e pessoas apareciam, mostrando que não teria lugar nem para sentar se atrasassem um pouco.

É claro, naquela noite, quem tocaria eram pessoas influentes, de alto nível. Estudantes de música que vieram do Estados Unidos há quatro anos atrás. Tocavam como ninguém.

Jungkook para de andar por alguns segundo, apenas para ler os artistas da noite em uma das placas expostas.

"Orquestra Filarmônica da Coreia do Sul."

Maestro: Choi Seougji.

Violoncelista: Park Jimin.

Pianista: Heo Min-Ah."

- Vamos, temos que achar nossos lugares.

Era um local gigantesco, deveria admitir. Tudo ao ar livre, onde os bancos eram dispostos em fileiras e as luzes mais fracas onde a plateia aproveitaria da apresentação, e mais intensas onde os músicos precisariam ver suas partituras e instrumentos.

As árvores em volta, só deixavam tudo mais bonito e confortável. Talvez, não se arrependeria de abandonar sua rotina para estar ali.

Taehyung havia comprado a segunda fileira, queria estar mais perto do palco.

Queria confirmar... Se o musicista de alguma forma, sentiria o cheiro de seu amigo de forma tão intensa como Jungkook diz ter sentido, na noite rosa.

- Eu com certeza, viria mais vezes - Jeon diz olhando para o médico.

- É confortável aqui, também acho melhor do que clima de balada.

- Então você só queria assistir ou realmente tem um motivo a mais? Você é movido a namorados Tae, fico com medo de que tenha me trazido para não ficar com vergonha de conversar com um cara que só viu por chamada de vídeo.

- Mas que audácia, viu? Não estou aqui por mim... vim mostrar como sou um bom amigo.

Jungkook o olha uma última vez completamente confuso, mas prefere ficar em silêncio quando vê a Orquestra começa a entrar. Todos aplaudem cada músico ali presente, que tomavam seus devidos lugares.

Alguns no violino, outros na percussão. Um homem ao canto pronto para tocar a harpa e o pianista que vestia aqueles "ternos rabudos" apelidado carinhosamente por Taehyung.

O maestro e o violoncelista entram por último. Era um senhor de idade alto e um homem mais novo. Seus cabelos eram perfeitamente alinhados na testa, tinha lábios carnudos e um sorriso incrivelmente encantador.

Usava vestes claras, de tecidos finos. Quando o vento batia e as luzes focavam em si, traziam um ar angelical.

Foi apenas Park Jimin se aproximar e se sentar em sua cadeira que ficava mais à frente do que o resto da equipe, que Jungkook sentiu aquele aroma novamente.

O aroma cítrico que não conseguiu esquecer. Seus olhos se prenderam naquele homem, tudo o lembrava o dominador daquela noite. No fundo, sabia que era ele.

Foi aí que entendeu o motivo de Taehyung o chamar até aquele lugar.

Entendeu o motivo de serem de mundos opostos.

Era o ômega mais bonito que havia visto em toda sua vida.

Segurava o arco com certa delicadeza, respirando fundo antes de começar a tocar uma melodia calma.

Era um som melancólico, parecia combinar com o homem que a tocava, que mantinha os olhos fechados a todo processo.

Lentamente a Orquestra começa a fazer um fundo, que aumentava o volume gradativamente, agora, tocando em conjunto.

Jungkook não se importava com a música, com os outros instrumentos ou com o público que assistia tudo com um certo brilho nos olhos.

Se importava apenas com o violoncelista, que o roubou totalmente para si, sem ao menos o conhecer direito.

Sentiu que de alguma forma seu lobo queria se comunicar, queria mostrar para o ômega um pouco distante, que Jungkook desejou vê-lo novamente durante cinco dias seguidos.

Queria dizer que sua voz delicada, risada alegre e mãos quentes o deixaram completamente obcecado.

E no fim, Jimin parecia ter percebido.

Levanta sua cabeça, começando a olhar em volta, aparentemente confuso. Tocava no automático, não erraria nenhuma nota mesmo que não olhasse para o instrumento, foram meses de treino.

Parecia procurar por alguém incessantemente e o encontrou segundos depois.

Jungkook sentiu como se Park estivesse olhando diretamente para si e não houve mais dúvidas, conforme o tempo passava, os olhos de ambos não desviavam um do outro.

Se encontraram, quase uma semana depois.

Dias que pareceram mais longos que o normal, onde durante todas as manhãs, tardes e noites, o violoncelista pensava no alfa da noite rosa, enquanto vivia preso em sua casa, sem nem ao menos ter a chance de procurá-lo.

A música se encerra ali, se tornando cada vez mais lenta até que o som diminuísse por completo.

Mais algumas músicas foram tocadas por cerca de meia hora, antes que todos se levantassem e aplaudissem. Jimin sorri se curvando, como se agradecesse pelo carinho.

Foram necessários poucos minutos até que todos estivessem conversando entre si, como uma pequena festa após o concerto. Bebidas e lanches eram servidos e organizados pelos próprios membros, onde a apresentação parecia ter sido feita sem fins lucrativos. Uma ação bonita, deveria admitir.

Taehyung mantinha uma das mãos em seu bolso, enquanto a outra, levava a taça de vinho até sua boca. Jungkook fazia o mesmo, vendo as crianças correndo com balinhas e doces que pareciam ser distribuídos por alguém.

Olha em volta, vendo que era Jimin ali, sendo abraçado por um grupo de crianças que deveriam ter no máximo seis anos. Sorria enquanto distribuía uma quantidade grande para cada um ali. Uma cena incrivelmente fofa.

- Kim Taehyung, bom vê-lo novamente - um senhor de aproxima, colocando uma das mãos na barriga enquanto ria.

- Senhor Park, quanto tempo.

- A última vez que eu te vi foi quando terminou a cirurgia do Ghost. Momentos tristes.

Ao escutar aquele nome, Jungkook entendeu rapidamente que aquele senhor era com certeza um ex militar.

"O que eu sei dele é que o pai é ex militar, é um tanto indesejado por ele ser um ômega".

- Está acompanhado?

- Sim, esse é meu melhor amigo, Jeon Jungkook. Ex militar também.

- Oh, muito bom. Lutou em qual batalhão?

O moreno se curva, voltando para olhar o senhor já de idade.

- No seis, senhor.

- Oh, o mesmo que o Ghost. Como era trabalhar com ele?

Fecha as mãos com força, tentando afastar pensamentos ruins.

- Ele dava ordens e eu obedecia, apenas.

- Meu filho é um grande amante dele, admira demais tudo o que ele fez.

- Pai...

Jimin se aproxima, sorrindo de forma tímida. Jungkook sentiu aquele aroma novamente, teve certeza de que Park realmente foi seu dominador.

- Trabalhou com o quê, depois da guerra, Jungkook?

- Fui segurança particular de um empresário, mas depois me desliguei e resolvi me afastar de tudo.

Jimin o olha, parecendo curioso. Ignorou totalmente o próprio pai ao seu lado.

- Bom, vou deixar vocês conversarem com o meu filho um pouco, vou cumprimentar mais algumas pessoas.

Se afasta, fazendo com que o ômega se aproximasse mais, um tanto sem graça.

- Kim.

- Park, bom te ver de novo - Taehyung diz se virando para o amigo - Fiz a cirurgia da mãe dele, ela está bem, inclusive?

- Sim, se recuperando aos poucos - responde sem desviar o olhar do rosto de Jeon. Olhava cada traço do homem a sua frente.

- Bom, esse é meu amigo Jeon Jungkook. Vou deixar vocês conversarem.

Sai a passos acelerados em busca de mais bebida. Jimin sorri. Não conseguia evitar.

Queria vê-lo novamente.

- Você me encontrou.

- Eu tentei por cinco dias, mas no fim, apenas fui convidado - responde não conseguindo evitar que sua voz ficasse um tanto grave.

- Jeon Jungkook então... agora sei seu nome e tive a certeza de que seu olhar é bonito.

Se aproxima a passos lentos, mantendo os corpos quase colados, tendo que levantar um pouco a cabeça para olhá-lo, já que era um pouco mais baixo que o alfa.

- Você é a pessoa mais bonita que eu já vi, como? - Jeon diz completamente confuso.

- Não acho isso, na verdade, gostar de mim mesmo parece uma tarefa impossível. Mas, devo admitir que estou curioso.

- Com?

- Com o verdadeiro você, lembra?

Jungkook concorda com a cabeça.

- Eu até te mostraria, mas somos de mundos muito diferentes.

- Somos?

- Você é um violoncelista famoso, eu? Um mecânico.

- Acha que eu me importo?

- Deveria.

- Jeon... me provocou diversas vezes fazendo anúncios sobre si. Agora que eu descubro que eles podem ser verdade, acha que eu vou te deixar em paz?

- O quer dizer?

- Que terá que me aguentar.

- Talvez, eu não reclamaria.

- Você vai, apenas espere.

O ômega leva as mãos pequenas ao bolso de sua calça branca, tirando um pequeno pedaço de papel e uma caneta. Parece anotar algo, colocando o bilhete agora, no bolso da calça do alfa.

- Esse número que está escrito no papel, vai te ligar amanhã. A voz vai ser de um dos meus seguranças.

- Qual é o motivo disso?

Jimin sorri se afastando.

Apenas se vira, começando a andar para longe. Deixando o alfa ali, sozinho e confuso, esperando para descobrir se a ligação realmente viria no dia seguinte.

Para sua felicidade, veio.

"-Alô?

-Jeon Jungkook?

-Sou eu.

-Park Jimin quer vê-lo. Mandarei o endereço e acho bom o senhor ir."

Apenas isso foi necessário para causar uma confusão gigantesca dentro de si mesmo.

"Acho bom o senhor ir".

O endereço veio por mensagem logo em seguida, em uma parte mais afastada na cidade, onde prédios e casas mais simples um tanto parecidas, ficavam. Um lugar tranquilo.

Paga o taxista parando em frente ao que parecia ser a maior casa presente naquela rua, totalmente branca.

- Jeon Jungkook? - Um homem de terno parado em frente ao portão pergunta.

- Isso.

- Venha.

Jungkook o segue, passando pelo longo quintal onde vários tipos de flores pareciam ser cultivados. Alguém gostava de plantas.

O enorme espaço livre acaba quando uma porta de vidro tampada por uma cortina mostra que ali é o único caminho disponível para passagem.

Jeon olha para o homem de terno que apenas acena com a cabeça, que o ex militar deveria entrar logo.

- Como eu vou confiar que eu realmente deveria entrar aí?

- Não queira ver Park Jimin estressado, é um inferno.

- Eu nem dei meu número de telefone, como conseguiram me ligar?

- Puxamos seus dados, é contra a lei, mas foi preciso. Park é um demônio quando quer.

Apenas respira fundo, atravessando a porta que parecia levar para um estilo de estúdio. Um piano grande na cor branca se encontrava no canto da sala. Nas paredes de tom bege, algumas fotos que pareciam ser de Jimin, em diferentes momentos de sua vida, mas todas contendo a presença de um violoncelo.

Jimin estava no outro canto, tocando a música da noite passada, que descobriu tanto gostar. Sua concentração some ao ver o homem que tanto esperava chegar, com certa ansiedade.

- Você realmente veio...

- Esperou que eu não viria?

- Talvez. Esperei que não tivesse gostado de quem eu era, normalmente acontece.

Guarda o instrumento no suporte ao seu lado, caminhando até a varanda da grande sala, onde estava uma mesa redonda com duas cadeiras.

- Quer chá, ou café?

- Não, obrigado.

O sol batia contra o rosto delicado do ômega, deixando tudo mais bonito. Jeon queria tirar uma foto daquela cena, mas seria estranho.

- Ouvi você dizer para o meu pai que foi segurança particular, não é?

- Por um curto período.

- Se demitiu?

- Sim, o homem era um viciado em drogas, no fim. Não soube lidar bem com isso.

- Entendo... estou em uma situação complicada.

- Não entendo.

- Estou sendo perseguido constantemente - diz, agora, tendo a total atenção de Jeon para si - eu fico assustado eu admito.

- Um paparazzi?

- É o que eu penso. Está sempre vestido com um moletom preto e óculos escuros. Parece um pouco... sádico.

- E está à procura de um segurança.

- Exato.

- Achei que você já tivesse algum.

- São seguranças da família, não podem ficar presentes comigo sempre.

- Então me chamou...

- Esperando que talvez tivesse uma chance de você aceitar... me proteger.

Jungkook nem ao menos havia percebido suspirar ou manter uma postura de descanso usada no exército. Estava um tanto nervoso.

Em uma noite o homem era completamente dominador e o fez chegar ao orgasmo apenas com a mão.

No outro, parece ser uma pessoa delicada e confusa, buscando por ajuda.

- Park, quero que entenda que eu tenho a minha vida, meu emprego. Não posso simplesmente largar tudo e me tornar seu segurança.

- Eu ofereço um bom salário.

- Não é questão de salário. Você consegue achar muitos alfas bons para esse trabalho, não tem que ser eu.

Jimin se aproxima com um sorriso lateral estampado no rosto.

- Posso encontrar alfas bons, mas não alfas lúpus.

- Como?

- Você não sabe que é um alfa lúpus?

- Creio que tenha confundido, sou um alfa comum.

- Jeon, apenas eu consigo sentir o seu cheiro de uma forma intensa. Seus olhos ficaram vermelhos quando me olhou, sua voz normal é praticamente do tom que um alfa usaria para tentar intimidar alguém e eu só consegui te achar entre tantas pessoas, no concerto, porque seu lobo me chamou.

- Park, eu não sou um alfa lúpus.

- Então seu lobo está adormecido, mas você é um.

- E por isso me quer como segurança?

- Não. Eu te quero como segurança pelo simples motivo de me passar uma confiança que eu não sei como surgiu.

- Olha, obrigado por pensar em mim. Eu adorei a noite rosa, ficou em minha mente, talvez eu nunca me esqueça. Mas, eu não posso aceitar isso, vamos apenas voltar as nossas vidas normais, você consegue encontrar um segurança.

Se vira pronto para ir embora daquele lugar rapidamente.

- Isso é um não?

- Exato.

- Eu não gosto de não como resposta.

- Como é?

Olha uma última vez para o ômega, que mantinha os braços cruzados e uma expressão fechada no rosto.

- Não vou aceitar que diga não.

- Você não tem escolha.

- Eu tenho. Posso fazer um inferno na sua vida até que sua escolha mude.

- Me deixa em paz, Park.

- Apenas, aguarde alfa. Seus próximos dias serão difíceis de suportar.

-Está me ameaçando?

-Sim. Eu não paro, até aceitar ser meu segurança.

━━━━━━━ •♬• ━━━━━━━

Nos vemos semana que vem!

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•Aceita uma bebida?
•Quarto 36

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