Da guerra ao Amor

By VGOliverAutora

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No início das guerras, forjado no calor da batalha, sem nenhum tipo de pudor, onde a violência impera e o san... More

AVISOS E EXPLICAÇÕES!
Personagens
Sinopse
Prólogo
A Guerra
O Demônio
O Começo do Tormento
Uma noite sem estrelas
Novos Caminhos
A Ira do Demônio
Assuntos de Guerra
Rio de Sangue
Intrigas - Parte I
Intrigas - Parte II
O Retorno
Saudade
Desejo
Os Visitantes
Olhos de Mar
Jardim do Entardecer
Declínio no Horizonte
O Grande Torneio
Memórias
Encontros ao Acaso
Traições
Planos
Dor
Desamor
Despertar
Não me deixes
Desolação
Mentiras e Verdades
Distorções
Lírios de Sangue
Pensamentos sem fim
As flores pelas quais sangrei

Meu paraíso em sua escuridão

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By VGOliverAutora

 "Fatum meum sors est, mea suavissima exsecratio"(Meu destino é uma sina, minha mais doce maldição)

V.G. Oliver

Kassandra

Conseguiria confiar uma vez mais no demônio assirio?

— Eleja amar – me uma vez mais, anat. — Olhos negros suplicantes quase desesperançados me encaravam. A pressão sobre o meu peito era brutal. Eu amava, o amava tanto que parecia – me irreal, mas não confiava nele, não estava certa de seu amor. E se ele de repente mudasse novamente?

Como poderia eu entregar sem amarras novamente meu coração ao demônio? Quando o fiz perdi a filha de minhas entranhas, emaranhei – me pelos confins do inferno, vivi meu maior pesadelo. Perdi – me por ele, junto a ele, o imperador parece – me diferente, mas a única que teve um pedaço da alma arrancado fui eu, o elo mais fraco. Uma boneca sem poder algum, vulnerável e sem escolhas. Eu aspirava ser livre... Poderia ser livre ao lado desse homem? Poderia ser livre em uma relação tão desigual? Eu voaria para a liberdade ou daria um último voou de morte entre seu braços?

— Amá – lo não foi o suficiente antes, meu senhor. Realmente confias que o será agora? — Encarei – o inquieta, meu coração pesava, minha mente oscilava. Eu não estava bem, não estava bem a muito tempo. Mas pateticamente queria que aquele homem pudesse me curar, curar a dor que me consumia e queimava meu interior. Perdi – me em seu negro olhar, tão vazio e tão opaco quanto o meu. Então meu peito apertou – se eu percebi que se existisse uma cura para o males que me assolavam aquele homem demoníaco a tinha no berço dos seus braços.

Essa realização apavorou – me. O feito dele ainda possuir tanto de mim em suas mãos era injusto, era aterrador, porque se ele decidisse me devastar novamente, dessa vez seria permanente.

Anat, eu não te mereço. Eu poderia ofertar – te o mundo, queimá – lo e reconstruí – lo ao seu bel prazer, mas tu nunca quisestes o mundo. Tu querias a mim. — O observei esticar seu braço e senti as pontas calosas dos seus dedos tocarem levemente na minha testa e descer até a ponta do meu nariz, uma caricia tão delicada e terna para um homem tão feroz. Um toque tão familiar que esquentou meu baixo ventre de saudade.

— Sabes muito bem tudo que almejei, meu senhor. Fui gananciosa, achei que poderias alcançar a ti, estiquei – me o máximo que pude para me fazer digna ao menos de sua mirada. — A mão que estava no meu rosto desceu para minha nuca e senti - me ser puxada com brusquidão, colando meu corpo ao dele fechei meus olhos sentindo os arrepios traiçoeiros daquele contato. Isso me fez consciente do quanto eu ainda era dele de corpo, alma e coração.

Do quanto essa proximidade me afetava, me inquietava.

Do quanto eu sentia sua falta, uma falta imensurável.

— Tu és digna, allat. Nós dois sabemos quem de fato és o ímpio entre nós dois. Tu me alcançastes, pequena, e fostes além. Me arrebatastes... — Separei – me dele bruscamente não acreditando na verdade de suas palavras.

Arrebatei a este demônio?

Alcancei a este homem inatingível?

Nunca acredites nas doces mentiras que saem da boca de um demônio...

Eu o fiz uma vez e perdi parte da minha essencia no processo...

— Mentes. Se realmente o alcancei, por que não me amastes? Se realmente o arrebatei, por que queres ir ao campo de batalha e morrer? Elucide – me, demônio. Faça - me entender como cheguei até ti se sinto como se tu estivesse além do mar, além do horizonte para mim? — Novamente Mardok se aproximou de mim dessa vez sem tocar – me.

— Desde que esperes por mim, eu voltarei, nuri. Sempre voltarei para ti, por ti. Desde que prometas que me esperarás, desde que digas que não acabamos ainda e que me deixarás te recompensar apropriadamente. — Indignação subiu pela minha garganta quando percebi o que esse homem ardiloso estava fazendo. As vezes meu ódio pelo Mardok atingia conotações tão altas que me deixavam doente. Uma voz intrigante atormentou meus pensamentos.

Você pode o odiar, mas o ama com maior intensidade e o quer vivo.

Mamãe cuide do meu papai para mim.

A voz doce da minha menina perdida encheu minha mente.

— Como podes dizer – me isso com essa expressão cínica? Estas colocando sua vida, sua segurança nas minhas mãos, em minha promessa, na minha palavra! És cruel e aterrador, Mardok. Como podes pressionar – me dessa maneira? Depois de tudo, depois de ofertar – te em confiança a minha vida, meu amor e devoção, você me traiu! — Mamãe cuide do meu papai para mim. A voz de Alba repetia – se uma e outra vez em minha cabeça, fazendo – me consciente de que não poderia deixar esse homem morrer. As lágrimas desceram descontroladas e levei as mãos a cabeça achando que enlouqueceria.

— Sempre estive nas suas pequenas e delicadas mãos, nuri, desde o maldito momento em que coloquei meu olhos em ti, apenas fui cego e arrogante demais para dar – me conta que ti eras meu maior e mais profundo almejo. — Os lábios dele estavam desenhados em um sorriso de escarnio e comiseração.

Tu és meu destino, minha sina, minha maldição. Tal qual eu sou a sua. — Encarei – o descrente.

— Desculpe – me a falta de crença, mas todas as tuas ações vis para comigo não me dariam uma única indicação que sequer gostavas de mim, além do fato que apreciavas afundar – se em meu corpo, muito menos que me amastes. — Falei desdenhosa, mas meu âmago ansiava por acreditar nele.

Ansiava por ser amada por ele, sentir esse amor, ansiava por ser dele.

Prove – me demônio.

Ama – me

Por favor, faça – me crer em ti novamente.

Ama – me

Pelos céus cure minha dor.

Ama - me

Traga – me a vida novamente.

Ama - me

Faça – me respirar.

Ama – me

Deixe – me voar dentro do seu abraço.

Ama - me

Faça – me mãe novamente.

Ama – me, demônio.

Eu imploro ama – me verdadeiramente dessa vez.

Seja meu sonho.

E ama - me

Eu era medíocre, fraca e patética por ainda ansiar que em vez de ser meu pesadelo, ele fosse meu paraíso.

— Nunca disse que despertar meu amor seria auspicioso, pequena, muito menos que ele me transformaria em um homem adequado para ti. Sendo sincero amar – te me fez irracional e ainda mais sedento de sangue. O fato de querer ser bom para você não muda quem sou, anat. Ainda serei um demônio para os demais. — Novamente ele me cercou agora me prendendo em seus braços e quase levantando – me do chão.

— Serei o seu demônio. Sua testa colou – se na minha, o crepúsculo se fazia presente em suas nuances obscuras, o luar banhava o negro de seu olhar, e eu não conseguia desviar meus olhos do dele, a intensidade daquele homem me paralisou.

Tão vil e cruel.

Tão egoísta e implacável.

Tão meu.

Meu destino, meu nêmeses e algoz.

Ele era a essência que corroía meu sangue, a única coisa que ainda me fazia sentir.

Estávamos tão próximos que nossas bocas se roçaram e eu quebrei minha resistência. Rodeei seu pescoço com meus braços e o trouxe para mim, seu cheiro me envenenando, incendiando as minhas veias, seu toque me trazendo vida, por um momento Mardok ficou paralisado, como se não acreditasse no que acabara de acontecer. Tomei seus lábios em toda minha inexperiência, tudo que eu sabia provinha daquele homem, daquele corpo. Todas as minhas primeiras vezes.

Era inegável que ele era o senhor do meu mundo.

Enredei minhas mãos em seus cabelos puxando – os levemente, e ele pareceu acordar alavancando – me e trazendo – me para o seu colo com minhas pernas rodeando seus quadris. Sua mãos grandes pressionando minhas nádegas, subindo pelas minhas costas, vagando sedentas pelo meu corpo. Sua boca tomando o controle da minha, mordendo meus lábios, escorregando para o meu pescoço, marcando minha pela, impregnando – se em mim com uma urgência arrebatadora.

Seu toque causador da minha dor.

Seu toque curador da minha dor.

Seu cheiro que causava minha angustia.

Seu cheiro que me devolve o anseio de viver.

Sua boca subiu pelo meu pescoço e tomou meus lábios novamente, o beijo demorado e ansioso arrebatou meu fôlego e o dele, a ponto de precisarmos nos separar para respirar, Mardok ofegava, seu amplo peito subindo e descendo, seus olhos calorosos. Olhos que a minutos atrás estavam mortos, agora mostravam raios de devoção, quase como se ele estivesse olhando para o seu sonho personificado.

— Tu és minha, nuri? Seus braços apertaram – me ainda mais forte quando indagou – me. Sua ereção me torturando, nossas peles ardendo em desejo líquido, o suor escorrendo entre nós, mesmo com o vento do anoitecer serpenteando ao nosso redor.

— Tu sabes bem, meu senhor, tu sabes melhor.Disse sem tirar meus olhos dos seus. Eu irradiava paixão e algo mais, algo mais intenso que qualquer coisa que já senti em minha existência. Dizer amor era efêmero para as emoções que crepitavam entre nós. Era algo além.

— Quero as palavras, Kassandra. — Insistiu.

— Sou tua, nunca deixei de ser. Nunca deixarei, marcou – me além da vida e da morte, és senhor da minha existência. Precisas voltar vivo para mim. — Disse tocando seu queixo marcado segurando sua mandíbula com firmeza, dando – lhe uma ordem.

— E tu, meu senhor? És meu? — Então o demônio fez algo que verdadeiramente me paralisou. Ele sorriu, mas não qualquer sorriso, ele sorriu aberta e genuinamente como nunca o vi fazer antes. Era inebriante, do pesadelo ao paraíso. Tão lindo homem, tão meu homem.

Sou teu de agora até o fim dos tempos. Sou teu servo, prometo – te que viverei para ti, minha Imperatriz, sangue da minha existência, luz da minha alma, mãe da minha descendência. — Não tive tempo de processar suas palavras, porque Mardok atacou novamente minha boca, nós beijamos com fogo até ele me baixar do seu colo e me dar a visão erótica dele vagarosamente despindo seu corpo, expondo a pele escura e torneada, os músculos oscilando sob a luz da lua.

Não tive muito tempo para apreciá – lo despido, pois em um piscar de olhos meu vestido foi destruído e meu corpo foi exposto para o seu maestro, ele tocava – me como ninguém jamais conseguiria, para o bem ou para o mal, cada vez que nossas essências se encontravam ele orquestrava uma dança de vida e morte na minha alma. Depois de muito tempo eu tinha aquele homem novamente subjugando - me, o peso do seu corpo me imobilizando, a cabeça robusta do seu membro cutucando a minha entrada já amaciada, fluida de desejo, lambuzando as minhas coxas em antecipação.

Com os olhos presos nos meus, hipnotizado, me hipnotizando, dizendo – me que eu era a sua única. Me reivindicando, possuindo cada parte da minha alma, me fazendo viva novamente. Senti quando ele me invadiu, observei maravilhada a expressão de prazer e completude genuína que seu rosto me ofertava, as veias do seu pescoço saltadas, vibrando, um de seus braços estava esticado sustentando seu corpo o outro apertava co firmeza minha coxa, enquanto desbravava seu caminho dentro de mim, enquanto reconquistava seu territória, devastava meu interior de prazer.

Gemi mordendo os meus lábios, a ardência da sua depravação me levando a borda, estirado até o limite, quando senti sua pélvis bater na minha esfregando – se na minha virilha, segurei – o dentro de mim com o aperto de mil mortes, enquanto alcançava meu céu em seus abraço. Mardok me abraçou com força, seu peso vindo todo em mim enquanto ele empurrava parecendo que queria se unir com a minha alma, seu corpo grande deu um solavanco e começou a tremer, enquanto ele jogava a cabeça para trás, urrando. Brutal. Lindo. Devastadoramente lindo.

A seda negra de seus cabelos em todas as direções, rodeando o rosto másculo. Seu prazer enchendo e transbordando dentro de mim, enchendo meu ventre, me preenchendo de fogo. Ocupando o vazio de meu âmago, prazer líquido queimando em mim. O demônio caiu sobre meu corpo respirando com dificuldade, seu corpo tendo fortes espasmos fazendo o meu ceder, o membro ainda firme como uma rocha alojando profundamente dentro de mim, o rosto encaixado no meu pescoço e o coração acelerado em um ritmo incomum.

Então eu senti o primeiro tremor em meu pescoço, lágrimas geladas e abundantes banhavam meu colo, o corpo grande estremecia em seu pranto. Imediatamente acariciei seus cabelos, abraçando – o como podia, enroscando ainda mais as minhas pernas ao redor dele, tocando – o com meu corpo o máximo que eu conseguia, sendo o seu berço, seu porto, sua estadia.

Meu corpo és sua morada, meu senhor.

Depois de algum tempo assim, Mardok liberou um pouco do seu peso sobre mim e encarou – me com os olhos tão vermelhos e carentes como os de um menino, o brilho de vida se fazendo mais forte neles. Acariciei a fase bonita, com a ponta dos dedos do ínicio da testa até a ponta do seu nariz assim como ele fazia comigo. Ele encostou nossas testas, fechando suas mãos em concha no meu rosto e buscando minha boca novamente. Mas dessa vez era diferente, o beijo tinha um gosto distinto, eu degustava esperança e recomeço em seus lábios. Mardok se afastou ainda me mirando constante, quase sem picar.

— Tu és meu mar, meu ponto final. — Disse e pude ver a promessa silenciosa em seus olhos. Uma promessa destinada, uma dívida de alma que nunca seria desfeita. Então eu soube.

Aquele homem sempre voltaria para mim, ele nunca me deixaria ir.


Continua...


Olá meu povo sigo com vida, depois de meses tentando finalizar esse capítulo consegui. Perdoem essa pobre mortal pela demora exarcerbada. Espero que gostem e vou tentar ser mais frequente. Pra quem segue as outras histórias provavelmente a próxima  a ser atualizada é "Inesperadamente o destino". Deem uma força, curtam, compartilhem e me sigam aqui e no tiktk e insta "vgoliverautora".  

*música TeyaDora - Džanum

Beijinho, beijinho e pau pau.

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