Medo, Fome e Horrores Cósmicos

By VonLeporace

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Os Deuses me escolheram, para eles isso não passa de um jogo, uma peça de teatro, uma fonte de entretenimento... More

Capítulo 1 - O Chamado da Masmorra
Capítulo 2 - Dungeons and Dungeons
Capítulo 3 - Uma Pequena Luz na Escuridão
Capítulo 4 - Para Onde Vamos Agora?
Capítulo 5 - Com Amigos como Esses Quem Precisa de Inimigos?
Capítulo 6 - Próxima Parada, Le'garde! Infelizmente...
Capítulo 7 - O Palco Está Armado
Capítulo 9 - Tentando Não Morrer
Capítulo 10 - Exploração de Cavernas
Capítulo 11 - Rumo às Profundezas
Capítulo 12 - Consequências Inesperadas
Capítulo 13 - Um Mago e um Alquimista
Capítulo 14 - Uma Conversa Iluminadora

Capítulo 8 - Uma Tragédia Shakespeariana

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By VonLeporace

"RRAAHH!"

Com um grito de raiva, o Iron Shakespeare investiu em nossa direção, tentando nos acertar com seu ombro.

Ragnvaldr foi o primeiro a sair do caminho, saltando para o lado, fazendo o Iron Shakespeare passar direto, mas não antes de cortar o braço esquerdo do grande cavaleiro com seu machado, deixando uma ferida escorrendo sangue.

Infelizmente isso não foi o suficiente para impedir o avanço do Iron Shakespeare, pois o cavaleiro continuou correndo em nossa direção.

Dando uma cambalhota para o lado, Cahara foi o segundo a sair do caminho, deixando um corte na perna direita do cavaleiro no processo.

O Iron Shakespeare tropeçou no meio de sua corrida ao receber o golpe, mas logo recuperou seu equilíbrio e continuou avançando em direção a seus alvos, ou seja, D'arce, a Garota e eu.

Sem perder tempo, D'arce e eu nos afastamos em direções opostas, simultaneamente eu agarrei a garota pelo ombro, puxando-a para longe dali.

Um estrondo de metal e pedra sendo quebrados ecoou pelo corredor quando o Iron Shakespeare colidiu com a parede gosmenta próxima à onde estávamos anteriormente.

O impacto deixou o cavaleiro atordoado por alguns segundos, tempo o suficiente para D'arce desferir um golpe nas costas do cavaleiro, soltando um jato de sangue e deixando para trás um grande corte sangrento.

Mas para surpresa de D'arce, o Iron Shakespeare se virou rapidamente e desferiu um soco flamejante diretamente em D'arce. Vendo que não havia como desviar, D'arce fez algo que me confundiu.

Ela soltou um grito de guerra, assumiu uma postura levemente agachada com seu escudo erguido em frente a seu rosto. No momento que o soco atingiu o escudo, um som semelhante a um sino acompanhado de uma explosão de chamas ocorreu.

Eu esperava que D'arce saísse voando com seu braço quebrado.

O que eu não esperava era a cavaleira suportando o golpe, mas sendo enviada para trás com seus pés deslizando pelo chão e vapor saindo de seu escudo. Quando D'arce parou, ela saiu de sua postura enquanto balançava o braço atingido em dor, mas fora isso e o escudo chamuscado, ela parecia ilesa.

Espere? Ela acabou de usar uma das habilidades do jogo? Postura Defensiva?

Fui tirado de meu estupor quando Ragnvaldr e Cahara passaram correndo por D'arce e avançaram em direção ao cavaleiro, o Iron Shakespeare soltou um grito desafiador e Ragnvaldr devolveu com o seu.

Ao ver os dois inimigos avançando, o Iron Shakespeare ergueu seus punhos e tentou esmagar ambos os adversários, isso fez com que eles parassem em sua corrida para evitar serem atingidos.

Com isso, Ragnvaldr e Cahara escaparam do bruto do golpe, mas foram queimados pelas chamas que explodiram para fora do soco. Com seus inimigos desequilibrados, o Iron Shakespeare avançou com seu punho erguido, tentando esmagar Cahara.

O mercenário conseguiu desviar do golpe, mas o vi fazer uma cara de dor quando as chamas lamberam seu corpo. Mas por estar focado em Cahara, o Iron Shakespeare se deixou aberto para o golpe de Ragnvaldr que o atingiu no braço esquerdo.

D'arce decidiu aproveitar a abertura, pois assim que o Iron Shakespeare desviou seu foco em direção a Ragnvaldr, a cavaleira cortou o Iron Shakespeare no peito, fazendo o cavaleiro soltar um grito de dor.

Mas se recuperando do golpe, o Iron Shakespeare desferiu um poderoso golpe para afastar seus atacantes. Com um movimento rápido, o Iron Shakespeare girou como um pião enquanto avançava em direção a Ragnvaldr e D'arce, deixando para trás rastros de fogo no ar.

Ambos foram pegos desprevenidos pelo golpe, tendo tempo apenas para erguer seus escudos, e dessa vez, D'arce não conseguiu mudar sua postura e usar sua habilidade.

Com gritos de dor, Ragnvaldr e D'arce foram enviados para longe, com chamas envolvendo seus corpos, assim que atingiram o chão, eles rolaram de um lado para o outro, apagando as chamas.

Tive minha atenção chamada ao sentir alguém puxando minha mão. Olhando para baixo, vi a garota me encarando com olhos arregalados enquanto apontava para a luta que ocorria.

Puta merda! Eu estive observando todo esse tempo?!? Por que eu não fiz nada?!? Eu... Eu... Luta contra um morto-vivo ou mumbler é uma coisa, mas o Iron Shakespeare é um chefe!

Mudando meu foco para a luta, avistei Cahara tentando lutar contra o Iron Shakespeare, mas o cavaleiro o pressionava com uma série de golpes flamejantes, lentamente ele empurrava Cahara contra a parede.

Merda! Minha mente está baixa! Não sei quantos feitiços eu posso usar antes de enlouquecer, mas eu não posso ficar aqui parado!

"Garota, preciso que você se esconda!" Disse enquanto apontava para uma pilastra de pedra derrubada no chão, próxima a nós dois.

Com um olhar de hesitação, a garota acenou lentamente antes de correr para trás da pilastra e ficar me observando pelo canto dela.

Soltando um suspiro nervoso, eu saquei minha rapieira e me preparei para o que eu estava prestes a fazer.

"Finalmente decidiu agir?" Kitab perguntou.

"Sim, mas estou me arrependendo de minha decisão."

"Você só está dizendo isso agora, mas no momento que você sentir o gostinho de uma verdadeira luta, você não parará mais."

"Tenho que discordar. Quanto mais coisas entre mim e quem está tentando me matar, melhor. Mas já perdemos tempo o suficiente, hora de agir."

"Hehehe! Então aja! Eu estou para isso, afinal!"

Cahara bateu suas costas contra a parede e o Iron Shakespeare ergueu seu punho, pronto para desferir o golpe final, mas antes que ele fizesse isso, conjurei Vislumbre da Verdade e Gatos de Ulthar logo em seguida.

A cabeça do Iron Shakespeare foi envolta em uma fumaça verde, fazendo o cavaleiro parar seu golpe e gritar em desespero enquanto tentava atingir o que a fumaça o mostrava.

Aproveitando esse momento, Cahara saiu correndo dali, mas não antes de vascular a armadura do Iron Shakespeare em busca de algo, com um grito de satisfação, Cahara veio correndo para meu lado.

Bem a tempo de sair do caminho dos gatos que corriam em direção ao Irons Shakespeare. Com miados distorcidos, os gatos monstruosos saltaram para cima do Iron Shakespeare, tentando perfurar sua armadura com seus dentes e garras.

O grande cavaleiro se debateu enquanto tentava tirar os gatos de cima de si.

"Valeu cara, você salvou minha vida ali." Cahara disse para mim em um tom aliviado.

Mas mesmo ouvindo isso, eu não dei atenção.

"Cara?" Cahara perguntou preocupadamente.

Mas eu não estava ouvindo, a voz de Cahara estava distorcida, parecia como se alguém estivesse falando de baixo da água e além do mais, havia uma série de barulhos abafando a voz da Cahara, barulhos originados das coisas que eu estava vendo.

Eu ainda estava no corredor, mas o ambiente ao meu redor era completamente diferente.

As paredes feitas de gosma deram lugar a um grande corredor feito de carne, uma carne roxa e preta que dava a impressão de estar podre faz tempo, mas mesmo parecendo podre e morta, as paredes, o chão e o teto pulsavam com vida.

Mas o cheiro! Meu deus! O cheiro!

TUMP!

TUMP!

TUMP!

O corredor pulsava, as paredes ondulavam com o ritmo da batida, eu sentia meu corpo subir e desce conforme seja lá o que estivesse pulsando passava por baixo de meus pés.

O barulho da pulsação era ensurdecedor era o barulho mais alto que eu ouvi em toda minha vida, mais alto do que qualquer música, mesmo assim, a pulsação era como se fosse uma música, uma música divina, uma música perturbadora.

Seja lá a qual criatura essa pulsação pertencia, era algo grande, perigoso, mas ao mesmo tempo, maravilhoso.

TUMP!

TUMP!

TUMP!

Não foram apenas as paredes que mudaram; os pilares de pedra também, a pedra cinzenta desapareceu, dando lugar a grandes ossos amarelados e doentes, rachados e com buracos e manchas pretas semelhantes a cáries, mas mesmo com sua aparência frágil, eles se mantinham de pé, conectados ao chão e teto, resistindo à pulsação.

TUMP!

TUMP!

TUMP!

A pulsação ficou mais alta, a música ficou mais alta.

Senti algo rastejando por minha perna, olhando para baixo, eu vi um mar de insetos passando por meus pés, centopeias, lacraias, baratas e besouros. No ar, moscas e mosquitos cobriam minha visão.

Esses insetos atravessavam o corredor em grandes fileiras que pareciam um mar de pontos escuros, eles subiam pelas paredes e teto, ondulando junto à pulsação. E vindo dos insetos, um zumbido estrondoso e agudo atingiu meus ouvidos.

BBBZZZ!

BBBZZZ!

BBBZZZ!

TUMP!

TUMP!

TUMP!

Os insetos devoravam a carne podre e os ossos doentes que compunham o corredor, com barulhos molhados e doentios, eles afundavam na carne das paredes, fazendo sangue roxo escorrer em direção ao chão.

Com estalos altos, eles roíam os ossos, deixando um fino pó amarelado cair como neve no mar de insetos logo abaixo.

Mesmo assim a música continuava e um novo instrumento foi adicionado à sinfonia.

TUMP!

TUMP!

TUMP!

BBBZZZ!

BBBZZZ!

BBBZZZ!

Em meio à maravilhosa sinfonia que eu escutava, novos espectadores se juntaram a mim para assistir ao espetáculo. Figuras sombrias andaram ao meu lado, variando em altura, e pelo contorno de seus corpos identifiquei alguns como masculinas e femininas.

Seres feitos de sombras, mas transparentes passavam por mim e caminhavam em direção a grande porta no final do corredor.

Eles sussurravam em meus ouvidos, mas eu não conseguia entender, mas eu senti que era algo que eu não deveria saber, mas eu queria saber, eu queria entender, eu queria que eles me contassem.

Uma figura feminina agarrou minha perna, outra minha cintura, outra me abraçou, passando os braços ao redor de meu pescoço.

Os sussurros ficaram mais altos, misturados a risadas, um novo instrumento foi adicionado à sinfonia.

TUMP!

TUMP!

TUMP!

BBBZZZ!

BBBZZZ!

BBBZZZ!

HAHAHA!

HAHAHA!

HAHAHA!

Era maravilhoso, era perturbador, era agradável, era ensurdecedor, a pulsação continuava incessantemente como um tambor anunciando a chegada de algo divino.

Os insetos devoravam tudo em seu caminho, o som de carne e ossos sendo roídos até virar pó era como as cordas de um violino, acalmando aqueles que vieram para presenciar o que estava prestes a acontecer.

Os sussurros e risadas que atacavam meus ouvidos me enxiam de prazer, eu sentia todo o peso sendo tirado de meus ombros, era como se todos os problemas de minha vida tivessem ido embora.

TUMP!

TUMP!

TUMP!

BBBZZZ!

BBBZZZ!

BBBZZZ!

HAHAHA!

HAHAHA!

HAHAHA!

No final do corredor, a grande porta de pedra lentamente se abriu, acompanhada de uma cegante luz branca e o que eu vi do outro lado me deixou maravilhado.

Uma cidade dourada, grandes construções feitas de pedra e ouro, com a luz do sol iluminado as belas construções com raios que brilhavam entre as nuvens e no centro de tudo isso, eu avistei uma grande praça onde as figuras sombrias convergiam e lá elas dançavam.

Elas dançavam loucamente em frente a uma grande estátua presente no centro da praça, era uma estátua de quatro lados e em cada lado uma face representando um ser diferente.

A sinfonia ficou mais alta.

TUMP!

TUMP!

TUMP!

BBBZZZ!

BBBZZZ!

BBBZZZ!

HAHAHA!

HAHAHA!

HAHAHA!

Por um momento, as figuras sombrias pararam de dançar e se viraram em minha direção, lentamente algumas delas estenderam suas mãos para mim, como se desejando que eu as segurasse.

Elas estavam me chamando, me chamando para participar da dança. E no fundo, era isso que eu queria. Eu queria dançar também, dançar por toda eternidade nessa cidade divina, dançar e sem ter que me preocupar com mais nada.

Mais duas figuras femininas sugiram em minha frente e cada uma, cada uma delas segurou uma de minhas mãos e me puxaram em direção ao portão.

A música ficou mais alta e mais frenética.

TUMP!

TUMP!

TUMP!

BBBZZZ!

BBBZZZ!

BBBZZZ!

HAHAHA!

HAHAHA!

HAHAHA!

Conforme eu avançava, as vozes que sussurravam em meu ouvido ficaram mais claras.

"Venha! Junte-se a nós!"

"Dance conosco, dance por toda a eternidade!"

"Na cidade dos deuses, na cidade onde todos os segredos serão revelados para você!"

TUMP!

TUMP!

TUMP!

BBBZZZ!

BBBZZZ!

BBBZZZ!

HAHAHA!

HAHAHA!

HAHAHA!

Sim! Era isso que eu queria! Dançar por toda a eternidade! Dançar em frente aos deuses! Dançar para que um dia eles me revelassem uma fração de seu conhecimento.

Lentamente eu caminhei em direção ao portão.

TUMP!

TUMP!

TUMP!

BBBZZZ!

BBBZZZ!

BBBZZZ!

HAHAHA!

HAHAHA!

HAHAHA!

"Cara! O que você está fazendo?"

"Garoto! Acorde!"

"O que tem de errado com você?"

Mas em meio a meu avança, eu ouvi uma série de vozes me chamando. Mas a quem essas vozes pertenciam? Eu não sabia, eu não me importava.

Eu continuei avançando.

"Ele enlouqueceu de vez?!?"

"Alguém pare ele! Estou ocupado com essa coisa!"

"Deixe comigo!"

SLAP!

"OUCH! Filha dá..."

SLAP!

"Acorda!"

"O que?!?"

Como se despertado de um sonho, acordei confuso com o mundo ao meu redor, por um momento me perguntei onde eu estava, até que tudo voltou a mim.

D'arce! Cahara! Rag! A Garota! O Iron Shakespeare! Mas que merda eu estou fazendo aqui?!?

"Você voltou a nós ou vou ter que te bater novamente?!?" D'arce perguntou preocupada, com uma mão em meu ombro e a outra erguida.

"Não! Não! Eu já voltei para o mundo real!" Respondi erguendo minhas mãos defensivamente.

"Ótimo! Agora se me der licença, tenho que ajudar aqueles dois!" D'arce respondeu com um sorriso aliviado, correndo em direção ao Iron Shakespeare logo em seguida.

"Você finalmente decidiu voltar para nós, garoto?"

"Kitab, o que aconteceu?"

"Serei sincero com você garoto, sua mente está quase zerada, se você conjurar mais um feitiço, não importa qual seja, você enlouquecerá de vez."

"Mas... Mas e o Iron Shakespeare?"

"Se eu fosse você, não me preocuparia com isso, aquele cara está nas últimas."

Olhando para o Iron Shakespeare, percebi o que Kitab quis dizer. O cavaleiro estava quase morto, sua armadura cortada, esmagada e coberta de sangue, seus golpes estava mais lentos e as chamas em seus punhos mais fracas.

D'arce, Rag e Cahara não pareciam estar precisando de ajuda, eles não estavam muito feridos e pressionavam o Iron Shakespeare com estilos de luta diferente.

Cahara corria ao redor do Iron Shakespeare, deferindo golpes rápidos ao redor do corpo do cavaleiro, Rag se mantia perto, desviando dos golpes do Iron Shakespeare e desferindo golpes pesados com seu machado.

Já D'arce tinha um estilho mais equilibrado, desviando e bloqueando os golpes do Iron Shakespeare e atacando durante as aberturas.

Olhando em direção à pilastra caída atrás de mim, eu vi a garota me observando, eu acenei para ela, indicando que eu estava bem e a garota acenou de volta.

Bem, acho que é hora de acabar com isso, mas eu não posso conjurar nenhum feitiço e até parece que eu entrarei em combate corpo a corpo com o Iron Shakespeare.

Mas eu me lembrei de algo, havia uma coisa correndo pela masmorra que eu ainda poderia usar, então com um comando mental, eu chamei os ratos.

Do teto, em uma pequena luz verde, uma série de ratos fantasmagóricos caíram no chão em minha frente e apontando Kitab em direção ao Iron Shakespeare, ordenei que os ratos atacassem.

E assim eles fizerem, fechando a distância e passando pelos pés dos combatentes, os ratos correram em direção ao Iron Shakespeare e saltam em seu peito, atravessando sua armadura.

Por um momento nada aconteceu, até que o Iron Shakespeare gritou em agonia conforme os ratos devoraram seus interiores. Gritos de dor e desespero ecoaram pelo corredor enquanto o grande cavaleiro se debatia em vão.

Aproveitando essa oportunidade, vi D'arce usando outra de suas habilidades, a perna esquerda de D'arce se transformou em um borrão quando ela desferiu uma rasteira no Iron Shakespeare.

Então eu tive uma visão do quão sobre-humano às pessoas deste mundo poderiam ser, pois a rasteira de D'arce atravessou a armadura do Iron Shakespeare, atirando fragmentos de metal, carne e osso para o lado, fazendo assim o Iron Shakespeare cair de joelhos no chão.

E com um grito de fúria, Ragnvaldr desferiu o golpe final, afundando seu machado na cabeça do Iron Shakespeare, o grande cavaleiro estremeceu por um momento, até que ele caiu imóvel no chão.

Arrancando seu machado da cabeça de seu inimigo, Ragnvaldr soltou um suspiro aliviado enquanto respirava pesadamente. Cahara enxugou o suor de sua testa, com um sorriso nervoso, já D'arce embainhou sua espada enquanto juntava ambas as mãos, rezando.

Já eu, me sentei em cima do pilar derrubado onde a garota se escondia. Vendo que o cavaleiro foi morto, a garota saiu de seu esconderijo e se sentou ao meu lado, colocando uma mão em meu braço.

"Não se preocupe, eu estou bem... Mas mesmo assim, obrigado..." Respondi entre lufadas de ar.

Mas todos nós fomos tirados de nosso momento de descanso quando as paredes que impediam nossa saída afundaram no chão, liberando nossa passagem.

"Bem... Chega de perder tempo..." Falei para mim enquanto me levantava com as pernas trêmulas.

Senti a garota segurando meu braço com mais força, mas mesmo assim, continuei andando.

"Ei, para onde você está indo?" Cahara perguntou, botando uma mão em meu ombro.

"Atrás do desgraçado que nos causou tantos problemas." Respondi enquanto caminhava em direção à cela.

Entrando no corredor escuro de pedra cinza, eu abri a porta em minha frente com um chute, com um estalo metálico da porta batendo contra a parede, segurando um grito de dor, eu dei um passo para o lado, deixando os outros entrarem na cela.

E em nossa frente, deitado no chão e usando armadura, estava o homem que viemos atrás, Grif... Quer dizer, Le'garde.

"Le'garde!" D'arce gritou com um sorriso alegre ao ver o seu amado vivo e respirando.

"Bem, missão cumprida! Hora de pegar minha recompensa!" Cahara gritou, erguendo um punho no ar.

"Finalmente..." Ragnvaldr murmurou.

D'arce deu um passo em direção a Le'garde, mas Ragnvaldr foi mais rápido, passando pela cavaleira, Ragnvaldr envolveu suas mãos ao redor do pescoço de Le'garde e apertou com força.

Os olhos de Le'garde se abriram e o Líder Mercenário arregalou seus olhos em surpresa com a falta de ar enquanto fracamente colocava suas mãos no rosto de Ragnvaldr, tentando afastá-lo.

"O que você está fazendo?!?" D'arce gritou, sacando sua espada e apontando-a para Ragnvaldr.

"Ei, eu preciso desse cara vivo!" Cahara gritou, sacando sua cimitarra.

Mas Ragnvaldr ignorou, ele continuou apertando o pescoço de Le'garde.

Sentia garota apertando meu braço com ainda mais força, olhando para baixo, vi que ela estava prestes a chorar, bem, apesar de Le'garde ser uma pessoa horrível, ele ainda é o pai da garota e alguém tentando matar seu pai em sua frente não é uma visão bonita.

"PPSSHH! Ei, garoto!"

"Não é um bom momento, Kitab!"

"Com certeza é um, pois você acabou de ganhar um novo feitiço!"

"Mostrem-me." Eu disse com um suspiro.

"A Cor que Caiu do Espaço: Aproveite as propriedades misteriosas do meteorito que surgiu do éter do espaço. Jogue uma moeda e escolha um lado, se você acertar, você receberá um aumento de força, se errar, você também receberá um aumento de força, mas sofrerá uma mutação. Quando maior o valor da moeda, maior o aumento de força, mas maior será a mutação caso você erre."

Não sei dizer se estou feliz por ter ganhado esse feitiço, é uma aposta que não sei se estou disposto a arriscar.

Infelizmente eu não tinha tempo para pensar sobre isso, pois D'arce, Ragnvaldr e Cahara estavam prestes a se matar.

Bem, hora de desarmar essa bomba antes que ela exploda.

FIM DO CAPÍTULO

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