Enquanto a felicidade reinava na casa de Thomaz e Emma, Lorrence não recebia a notícia com muito entusiasmo.
O homem irrompeu furiosamente pelo corredor escuro em direção ao quarto onde encontrou sua amante, Elaine. Ele estava enfurecido ao descobrir que a nora indesejada estava esperando um filho.
— Elaine, isso é inaceitável! - Gritou Lorrence, sua voz ecoando pelas paredes de pedra da mansão que usava para os encontros sórdidos. — Aquela garota Atrevida não é digna de ser mãe.
A mulher, com um vestido de seda azul, permaneceu calma e serena. Ela se aproximou de Lorrence e segurou sua mão tremendo de raiva.
— Meu amor, por favor, acalme-se. Apesar de tudo, você terá um herdeiro. Isso pode ser uma bênção, especialmente porque as mulheres no pós-parto ficam emocionais e frágeis. Podemos nos beneficiar dessa situação.
Lorrence olhou para Elaine, seus olhos azuis encontrando os dela com uma mistura de fúria e resignação.
— Você sempre encontra uma maneira de me acalmar, minha querida. Talvez você esteja certa. Um herdeiro pode trazer mudanças que não esperávamos, mas também pode ser uma oportunidade para conseguirmos o que almejamos.
O homem ajeitou seus trajes e saiu antes de mulher, para não levantar suspeitas.
Após os dias passarem, Thomaz continuou a cuidar amorosamente de sua esposa, fazendo planos para o futuro da família que estavam construindo juntos.
— Minha querida Emma, a cada dia que passa, minha ansiedade pelo nascimento de nosso filho ou filha cresce. Penso nas aventuras que viveremos como uma família e em como seremos abençoados por esse novo capítulo em nossas vidas.
Emma sorriu, sentindo-se amada e protegida por Thomaz.
— Thomaz, você sempre consegue me fazer sentir especial. Mal posso esperar para ver nosso bebê e enfrentar todas as alegrias e desafios que a paternidade nos trará. Só não me agrada muito virar uma bolinha.
— Deixe disso, será a bolinha mais fofa de toda Marselha.
Emma sorriu e começou a se levantar e se arrumar.
— Aonde pensa que vai? Precisa de repouso.
— Thomaz meu amor, se eu ficar mais meia hora deitada igual a um vegetal, irei enlouquecer. Respondendo sua pergunta, vou a Fábrica.
— Precisa mesmo? Longe de mim lhe dizer o que fazer, mas, as mulheres não costumam bater pernas por aí quando estão em estado interessante. - Thomaz sabia que isso mexeria com Emma e fez de propósito, só porque gostava de vê-la defendendo suas ideia.
— Correção meu amor, as mulheres normais não costumam fazer isso, no entanto. - Disse, sentando-se em seu colo. — Eu nunca fui normal, não é mesmo. - Lhe deu um beijo e voltou a se arrumar. — Além do mais, apenas vou passar para dar instruções ao Matheo. Ele ficará encarregado de tudo.
— Muito bem. Vou sair com você então. Preciso mesmo voltar ao trabalho. Agora mais que nunca, afinal, nossa família está crescendo.
E assim ambos seguiram seus caminhos. Antonie estava radiante com a notícia e como um bom pai e futuro avô, espalhou a mesma por toda sua fábrica. Emma sentiu a pele queimar com tantos olhares e cumprimentos sorridentes que recebeu ao chegar.
— Papai o senhor não tem jeito. Todos estão sabendo, não é mesmo? - Perguntou assim que entrou em seu escritório.
Matheo, que estava sentado na mesa ao lado, começou a rir e comentou: — Eu avisei ao senhor que ela ia ficar brava.
— Deixe de bobagem. Essa é uma ótima notícia e desde quando minha filha se importa com o pensamento dos outros?
— Não é que eu me importo e que ter todos os olhares sobre mim não é muito confortável.
— Emma, por Deus! Você sempre teve todos os olhares sobre você. ‐ 9 pai finalizou.
— Devem ser os hormônios senhor, já estão naquela fase complicada. - Matheo pontuou, mas se calou ao receber o olhar feio de Emma.
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Alguns dias depois, os pais de Thomaz decidiram fazer uma visita surpresa à casa do jovem casal. Emma ficou intrigada, pois eles nunca haviam demonstrado tanto interesse em sua vida antes. Quando foram recebidos na sala de estar, os dois parabenizaram Emma com sorrisos calorosos.
— Emma, minha querida, estamos tão felizes por tê-la como parte de nossa família e pelo bebê que estão esperando. - disse a mae de Thomaz, segurando suas mãos.
Emma sentiu uma ponta de desconfiança devido à mudança repentina no comportamento deles.
— Obrigada, senhora. Mas confesso que estou um pouco surpresa com tanta gentileza. Vocês nunca demonstraram tanto interesse antes. - Não era de rodeios.
— Deuxe disso menina. - Lorrence falou. — É verdade que não começamos bem, mas essa criança mudou tudo. Nada mais une tanto uma família. - Finalizou, deixando Emma apreensiva.
A mãe de Thomaz, ao perceber a hesitação, se aproximou e colocou uma mão reconfortante em seu ombro.
— Minha querida, a gestação pode tocar o coração de um homem de maneiras que você nem imagina. Thomaz está se tornando um pai e isso pode estar mudando sua perspectiva. Acredite, estamos genuinamente felizes por vocês.
Emma assentiu, porém com aquela pulga atrás da orelha.
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Dois meses se passaram, e a mansão da família estava repleta de preparativos para o casamento de Lola. A atmosfera estava impregnada com a tradição e o glamour de um casamento francês. O jardim da mansão estava decorado com rosas e lilases perfumados, enquanto os convidados chegavam em suas carruagens ornamentadas.
Emma, com quase seis meses de gestação, sentou-se com cuidado em um elegante vestido de seda azul, seu ventre proeminente revelando a bênção que crescia dentro dela. Ela já não frequentava mais o escritório que compartilhava com seu pai, pois sua barriga demandava repouso e cuidado.
No salão principal, a cerimônia começou com uma melodia suave tocada por um quarteto de cordas. O padre estava posicionado à frente, enquanto Lola, deslumbrante em seu vestido de noiva de renda e pérolas, aguardava com ansiedade.
Os convidados observavam com admiração, e o olhar de Thomaz para sua esposa grávida era uma mistura de amor e orgulho. Ele sussurrou suavemente em seu ouvido:
— Emma, meu amor, você está radiante. Esta é uma ocasião especial para a família, e tenho certeza de que nossa filha ou filho também está emocionado.
Emma sorriu, tocando a mão de marido com carinho.
— Sim, Thomaz, é um dia maravilhoso. Estou feliz por Lola, mas também ansiosa para o dia de ver nosso pacotinho de amor. Não aguento mais parecer uma melancia com pernas.
— Não fale assim. Está deslumbrante assim. - Afagou seus fatos cabelos.
Enquanto a cerimônia continuava com os votos e as bênçãos, Emma sentiu um leve desconforto em sua barriga. Ela olhou discretamente para o relógio de bolso de Thomaz, calculando o tempo. A celebração continuou, mas Emma precisava muito esticar as pernas. Rezou para que o padre desse tudo por encerrado logo.
A festa pós-casamento estava em pleno andamento. Emma, com seu vestido esvoaçante e cabelos adornados com flores, estava radiante, mas a barriga pesava. Thomaz a admirava com carinho.
— Você está deslumbrante, minha querida. O brilho nos seus olhos ilumina ainda mais esta festa."
Emma sorriu, agradecida pelo apoio do marido.
— Você se tornou um marido babão. - Comentou a noiva, mas presenciar a cena.
— Ele sempre foi. Emma o tinha na palma da mãe desde o dia um. - Brincou o noivo.
— Que coincidência. Minha irmã também estava caidinha, só demorou um pouco para perceber. - Lola Brincou.
— Vocês dois não prestam. - Marie comentou rindo das caretas que Emma e Thomaz faziam para os noivos.
A comemoração seguiu e o jovem casal estava mais feliz que nunca.
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A suave passagem de três meses se desenrolou, com Emma e Thomaz ansiosos pela chegada do bebê.
Finalmente, o momento chegou. Emma estava em seu quarto, e Margareth, a empregada, estava a postos, cuidando dela. A dor aumentava gradualmente, e Emma começou a chamar por ajuda.
— Margareth, por favor, chame Thomaz. A hora chegou.
A mulher correu para fora do quarto, em busca de Thomaz. Acabou encontrando Laura nos jardins.
— Menina, preciso que vá chamar Thomaz.
— Não me diga que...
— Não temos tempo para isso. A criança não vai esperar. - A moça já estava saindo apressada quando Margareth complementou. — Precisamos chamar a senhora Marie também. Imagino que Emma vá querer a presença da mãe.
Laura concorda e pede a um dos empregados vá até a casa dos Solpel enquanto ela buscava Thomaz. Correu muito até as docas e entrou na sala do patrão sem se anunciar.
— Senhor Thomaz, é hora! Emma está prestes a dar à luz. Venha comigo imediatamente!
Thomaz sentiu o coração acelerar, deixando tudo para trás. Ele seguiu Laura por todo o caminho até o quarto de Emma, onde Margareth estava cuidando dela.
Quando chegou sua sogra já estava lá também com um sorriso enorme nos lábios.
O momento que eles tanto esperavam estava finalmente acontecendo, e o casal se preparava para receber seu pacotinho de amor no mundo, em uma casa cheia de memórias e amor.