Coração de Quarterback

By Marixzws

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Durante seu último ano escolar, Annelise ansiava por uma experiência tranquila, focada nos estudos, sem preoc... More

Cᴀsᴛ
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By Marixzws


Annelise Sullivan

Já se passavam duas semanas desde os acontecimentos na biblioteca, e eu estava extremamente confusa.

Muito confusa mesmo, pois ele não havia me dito nada.

Absolutamente nada, então eu não sabia o que pensar.

Será que somos amigos coloridos? Apenas ficantes? Ou será que não somos nada?

Eu não faço ideia do que pensar. E se eu contasse para Lyandra, ela me chamaria de burra ou algo assim.

Será que sou burra por não conseguir adivinhar as coisas? As pessoas não me dizem nada e esperam que eu adivinhe?

"Ah, mas e as ações? Elas não contam?" Bem, até contam, mas apenas ações não são suficientes.

Eu quero ouvir palavras, eu quero ouvir.

Enfim, os preparativos para o baile estavam pela metade, os mais fáceis já haviam sido concluídos. No entanto, a outra metade estava longe de estar pronta.

Jacob e Aaron pareciam mais interessados em brigar do que em ajudar. E isso é tão exaustivo.

Eles se comportam como cão e gato, incapazes de parar de se provocar por um minuto sequer.

Só temos dois meses para finalizar tudo, e eu quero que o baile seja perfeito. Mas do jeito que as coisas estão indo, é possível que nem tenhamos um baile.

Eu tentava manter a calma e mediar as discussões entre eles, mas parecia uma tarefa impossível. Suas provocações constantes e brigas sem sentido estavam minando minha paciência.

Eu olhava para o calendário e percebia que o tempo estava passando rápido demais. A pressão aumentava a cada dia, pois sabia que tínhamos apenas dois meses para terminar tudo. E, sinceramente, parecia que estávamos caminhando para o fracasso.

Eu queria que o baile fosse memorável, um evento que todos lembrariam para sempre. Mas com a atual situação, era difícil acreditar que isso seria possível. A incerteza pairava no ar, e eu me perguntava se seria melhor cancelar tudo e evitar mais frustrações.

No entanto, uma pequena chama de esperança ainda ardia dentro de mim. Eu sabia que precisava encontrar uma solução para acalmar os ânimos e fazer com que Jacob e Aaron trabalhassem juntos em vez de se enfrentarem.

Fora isso, no próximo sábado tem essa maldita festa de Halloween, e eu simplesmente não estou com nenhuma vontade de ir. Alguém precisa ter consciência de que faltam apenas DOIS MESES e não temos tempo para festinhas.

Mas se eles acham que é mais importante se divertir em uma festa qualquer do que se dedicar aos preparativos do baile, então que assim seja.

Eu não posso controlar as escolhas dos outros, mas posso controlar as minhas.

Meu celular vibra, anunciando uma nova mensagem, então tiro-o do bolso da jaqueta e rapidamente respondo. Enquanto digito, sinto um olhar intenso sobre mim e viro minha cabeça para trás.

Lá está ele, segurando o celular com força, seus dedos brancos demonstrando sua tensão. Seu rosto não parece nada bom, uma expressão de descontentamento estampada nele.

Reviro os olhos com sua atitude e guardo meu celular novamente. Porém, antes que eu possa continuar caminhando, sinto uma mão segurando gentilmente meu braço.

— Para onde você está indo, linda? —  ele pergunta com um tom possessivo.

— Eu preciso ir ao banheiro, Aaron —  respondo, me soltando de seu aperto.

Ele olha para minha saia e murmura irritado. Fico ainda mais irritada com sua atitude. Nem meus pais têm controle sobre minha roupa, e ele acha que pode?

— Está com inveja? Quer usar a saia? —  ironizo, tentando mostrar o quão absurda é sua reação. — É apenas uma roupa, pare de ser maluco. — Falo tentando demonstrar toda minha insatisfação.

Ele solta um suspiro e esconde o rosto na curva do meu pescoço. Sua voz sai abafada enquanto murmura — Desculpa se pareci tóxico, ou algo do tipo... é só que... não sei… você está tão… sabe?

Isso não justifica seu comportamento controlador.

— Eu não vou trocar de roupa só porque você quer, Aaron —  afirmo com firmeza. — Eu sou quem eu sou, e gosto de me vestir como me sinto confortável. Não tenho que te dar satisfações das roupas que eu uso.

Ele suspira novamente, dessa vez mais suavemente, e murmura contra meu pescoço — Eu sei, me desculpe por isso. Você está linda nessa saia.

Fico imensamente aliviada ao perceber que ele finalmente entendeu. Não quero ter ninguém me controlando, sou uma pessoa, não uma marionete.

— Mas então... — Ele muda de assunto, afastando um pouco seu rosto. — Você vai ir na festa?

— Não.

— Não? Por quê? — Diz como se estivesse decepcionado.

— Tenho coisas mais importantes para fazer. E você? Vai?

— Não sei. Você me deixa ir? Posso?

Ué? Por que diabos ele está pedindo autorização? Ele nunca pediu antes.

— Por que está me perguntando? Se você quiser ir, pode ir.

— Eu quero ficar com você. — diz manhoso.

— Eu também quero ficar com você.












(....)












Aaron me disse que tinha que treinar, e então me despedi dele e fui para o banheiro. Eu estava muito apertada.

Chegando no banheiro, em uma cabine, ouvi um choro, um choro baixo, mas audível.

Me preocupei na hora, afinal, não gosto de ver ninguém chorando, seja lá quem for.

Então, com cautela, bati na porta do banheiro e o choro cessou automaticamente.

— Oi? Está tudo bem aí?

E então a pessoa fungou e me respondeu.

— S-sim, tudo…

Espera, eu conheço essa voz.

— Angélica?! — exclamei surpresa.

E então a cabine se abriu, revelando Angélica com seus olhos vermelhos e cabelos bagunçados. E quando eu achei que ela iria me bater, ou mandar eu ir embora, ela me abraça, apenas me abraça.

Angélica me abraça com força, soluçando no meu ombro como um bebê, e eu a envolvo em meus braços, oferecendo-lhe conforto.

— Está tudo bem.. — sussurro suavemente, tentando transmitir segurança e apoio.

— Não.. não está.. — ela responde entre soluços, sua voz carregada de tristeza e angústia.

— Eu estou aqui, vou te ajudar. Não precisa ficar com medo — afirmo com convicção, tentando transmitir confiança a Angélica.

Então ela levanta o rosto dos meus ombros e me encara, seus olhos vermelhos e inchados refletindo uma mistura de tristeza e desespero.

— Porquê? Nem somos amigas, eu sou só uma vadia.. — ela murmura, sua voz carregada de autodepreciação.

— Não fale assim de si mesma, Angélica. Você não é uma vadia, nem nada parecido. Todos nós temos momentos difíceis e cometemos erros, mas isso não define quem somos. Se quiser me contar o que está acontecendo, eu vou ficar feliz em te ajudar.

— Você é incrível, Annelise. Me desculpe por tudo... Eu... — ela começa a chorar ainda mais, como se estivesse com medo de me contar. Eu não vou forçá-la a nada.

— Alguém te violentou? — pergunto com cuidado, preocupado com a possibilidade de algo tão terrível ter acontecido.

— Quê? Não.. não é isso… — ela responde rapidamente, negando a minha suposição. Sua expressão mostra que há algo mais, algo que a está perturbando profundamente. Respeitando sua vontade, espero pacientemente para que ela se sinta confortável o suficiente para compartilhar o que está em sua mente.

Então, ela desvia o olhar para o chão da cabine em que estava, e meus olhos seguem sua direção. Lá, em um canto escondido, vejo um pequeno pote com um teste de gravidez marcando positivo. Um misto de surpresa e compreensão toma conta de mim, enquanto percebo a magnitude da situação.

Meu coração se aperta ao compreender o significado daquele teste. Angélica está grávida. Um turbilhão de emoções passa por mim, mas eu me mantenho calma e solidária, esperando que ela se sinta confortável o suficiente para falar sobre isso, se assim desejar. Neste momento, o mais importante é oferecer-lhe apoio e compreensão, independentemente das circunstâncias que a levaram a essa situação.

Percebendo a tensão no ar, decido que é importante manter a calma e ser sensível à situação delicada em que Angélica se encontra. Respiro fundo antes de falar, buscando as palavras certas para oferecer meu apoio.

— Angélica, eu... eu estou aqui para você. Sei que essa notícia pode ser bem assustadora, mas quero que saiba que não está sozinha. Podemos conversar sobre isso, se você se sentir confortável. Eu estou aqui para ouvir, para te apoiar em qualquer decisão que você tomar — digo, minha voz suave e cheia de compaixão.

Angélica olha para mim, seus olhos cheios de mistura de medo e vulnerabilidade. Ela parece aliviada por ter alguém com quem compartilhar esse segredo, mas também receosa das possíveis consequências.

— Eu... eu não sei o que fazer, Annelise. Estou com tanto medo. Não estava nos meus planos, não agora — ela confessa, sua voz trêmula. — E eu não tenho com quem falar sobre isso. Minhas "amigas" — faz aspa com os dedos. — São todas falsas.. Eu estou e sou sozinha Annelise..

— Você não está sozinha, eu estou com você. — faça carinho em seus cabelos. — Você sabe quem é o pai? — pergunto com cuidado, ciente de que essa informação pode ser dolorosa para Angélica.

Ela suspira profundamente antes de responder, seus olhos azuis se enchendo de lágrimas novamente.

— Eu sei... e ele não quer me ver nem pintada de ouro. Ele me despreza — ela responde, sua voz carregada de tristeza e decepção. É evidente que essa rejeição a afeta profundamente, e meu coração se parte ao vê-la passar por essa situação tão difícil. Nenhuma mulher merece ser tratada assim, especialmente alguém tão jovem quanto ela.

E se o pai for Aaron?

Com empatia, coloco minha mão sobre a dela, oferecendo-lhe um apoio silencioso.

— Você é uma pessoa valiosa e merece ser amada e respeitada. Saiba que estou aqui para te apoiar.

— Obrigada... — Angélica murmura, sua voz carregada de gratidão e vulnerabilidade.

Eu a encaro com compreensão, sabendo que a situação se torna ainda mais complexa com a incerteza de como contar ao pai sobre a gravidez.

— Ele sabe? — pergunto, preocupada com a reação que Angélica pode enfrentar ao compartilhar essa notícia.

Ela balança a cabeça, seus olhos azuis cheios de tristeza.

— Não... não sei como contar isso para ele. Ele me vê como fútil, arrogante e mimada. Tenho medo de como ele vai reagir, de como vai me julgar — ela confessa, sua voz embargada pelas lágrimas.

É difícil lidar com a possibilidade de ser julgada e rejeitada por alguém que deveria estar ao seu lado nesse momento.

— Eu… Posso te fazer uma pergunta? — Eu pergunto para Angélica.

— Até duas.. — Ela tenta fazer algum tipo de humor, mas sua cara é de pura tristeza.

— É.. não sei como te falar isso.. O pai.. é o Aaron?

Então ela arregalha os olhos e começa a rir, mas logo parando.

— Não, não é o Aaron. Eu nem gosto dele de verdade eu.. — limpa algumas lágrimas que escorrem de seus olhos e vai até a pia do banheiro, se olhando no espelho. — Eu só fazia aquilo para que ele. — se refere ao pai da criança. — Me notasse, sentisse ciúmes de mim. Mas nada deu certo, ele nunca vai me olhar para mim assim como o Aaron olha para você. — Angélica me encara pelo espelho, seus olhos cheios de inveja. — E eu sinto inveja de você. Tipo, olha para você e olha para mim. Ninguém nunca vai me amar como amam você. Você é como um anjo... Eu sou só a... vadia arrogante, como me chamam pelos corredores. Mas eu não desejo seu mal, eu só queria.. que olhassem para mim, como olham para você.

Fico em silêncio por um momento, processando suas palavras. Então, me aproximo dela e coloco minhas mãos em seus ombros, olhando diretamente em seus olhos.

— Angélica, pare com isso. Você é linda, única e merece ser amada e respeitada. Não deixe que as palavras cruéis dos outros definam quem você é. Você tem valor, merece felicidade e merece ser amada por quem você é. Não se compare a mim ou a qualquer outra pessoa. Você é forte, corajosa e tem um coração incrível. Não deixe que a opinião dos outros te diminua.

Ela me abraça novamente, apertando-me com força, e as lágrimas escorrem ainda mais intensamente em meu ombro.

— Você é realmente um anjo.

— Não sou um anjo, Angélica. Apenas estou aqui para te apoiar. Vamos encontrar uma solução juntas, tudo bem? Você não está sozinha nessa.

Ela concorda com a cabeça.

— Eu..eu vou te contar quem é o pai, mas por favor, não conta para ninguém. Eu estou confiando em você.

— Pode confiar em mim, Angélica. Seu segredo está seguro comigo. — Eu respondo, tentando transmitir confiança em minhas palavras.

Ela respira fundo e olha diretamente nos meus olhos.

— O pai do meu bebê é... o Calleb.

Eu fico chocada com a revelação. Calleb, o cara que sempre parecia tão seguro de si, tão popular e desejado por todas as garotas, era o pai do filho de Angélica. Eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo.

Meu coração dispara e minha expressão se transforma em choque. Calleb, o mesmo Calleb que eu conheço? Não consigo acreditar no que estou ouvindo. Angélica percebe minha reação e fica ainda mais angustiada.

— Annelise, por favor, não me julgue. Eu não planejei isso, foi um erro, uma noite de fraqueza. Eu não sei o que fazer.

Eu tento processar a informação, minha mente girando em um turbilhão de pensamentos. Calleb, meu amigo de longa data, o pai do filho de Angélica. Como isso aconteceu?

Bom, eu sei como isso aconteceu.

— Angélica, eu... eu não sei o que dizer. Estou chocada. Não esperava que Calleb fosse o pai.

— Foi na festa de comemoração da vitória do time. — Ela começa a me contar. — Nós ficamos juntos a festa inteira, do começo ao fim, sem nos desgrudarmos por nenhum momento. E então subimos para um quarto e você sabe... Ele até chegou a demonstrar um pouco de ciúmes com outros homens chegando perto de mim, mas acho que ele só estava brincando comigo. Até que, algumas semanas depois, descobri que estava grávida. E o pai do meu filho é ele, Calleb.

Espera.

Espera…

Se Caleb esteve com Angélica a FESTA INTEIRA e não saíram do lado um do outro por nenhum momento.

Isso quer dizer que…

Eu não transei com ele naquele dia. E sim com outra pessoa.

Meu Deus.

Meu Deus..

Mas não é hora disso agora, os problemas de Angélica são maiores e eu vou ajudá-la. Depois eu resolvo o meu.

— E agora, eu não sei como contar a ele, nem para Nicolas. — Ela me fala — Eu estou com tanto medo...

Eu olho para Angélica, vendo a angústia em seu rosto. Compreendo a gravidade da situação e a importância de encontrar uma maneira delicada de abordar o assunto.

— Podemos pensar juntas em como contar para Calleb e seu irmão.











(....)







Depois de ter conversado mais um pouco com Angélica, ela lavou seu rosto e me disse que iria tentar contar para Nicolas, ela estava nervosa e apreensiva

Eu espero que ele entenda, eu sei o quanto Nicolas pode ser ciumento, tanto com Lyandra, quanto com Angélica.

Eu havia pegado o número dela, para podermos ir conversando, e poder ir ajudando ela mais. A confiança que ela depositou em mim ao compartilhar esse segredo é algo que levo muito a sério. Ela me fez jurar que eu não ia contar para ninguém, nem mesmo para minha melhor amiga, e é exatamente isso que vou fazer.

E então, agora eu estava aqui na quadra, junto de Lyandra, vendo o treino dos jogadores. A atmosfera estava eletrizante, com a energia contagiante dos atletas em ação.

É tão estranho olhar para Calleb e saber que ele vai ser pai. E nem faz ideia disso. A vida reserva surpresas, não é mesmo?

Mas meu olhar é rapidamente desviado para Aaron, que estava simplesmente deslumbrante, com gotas de suor escorrendo pelo rosto, enquanto dava o seu melhor no treino. Sua determinação era notória, e ele se destacava entre os demais jogadores. Jogando a bola com precisão para seus companheiros, ele demonstrava habilidade e inteligência tática.

Além disso, sua atitude positiva era admirável. Sempre com um sorriso no rosto, ele parabenizava seus colegas de equipe, incentivando-os a darem o seu melhor. Sua liderança era inegável, e ele se mostrava um verdadeiro capitão.

Lindo.

— Ele é lindo. Nossa, eu amo loiros. — Lyandra quebra o silêncio, seus olhos fixos em Nicolas enquanto ele corre pelo gramado. Seus cabelos dourados brilham sob a luz do sol, destacando-se entre os demais jogadores.

Eu sorrio, entendendo perfeitamente o fascínio de Lyandra. Nicolas é realmente um rapaz de beleza estonteante. Seus traços marcantes e expressivos combinam perfeitamente com seus cabelos loiros, criando uma imagem cativante.

Lyandra não está sozinha em sua admiração. Muitas pessoas ao redor também parecem encantadas com a presença de Nicolas. Seu charme natural e carisma são irresistíveis, atraindo olhares e suspiros por onde passa.

Mas eu prefiro morenos. Há algo irresistível na combinação de cabelos pretos, olhos verdes e uma pele adornada com tatuagens, como é o caso de Aaron. Sua aparência exala um charme misterioso e sedutor que me atrai instantaneamente.

Enquanto observo Aaron se movimentar com graciosidade pela quadra, seus cabelos negros caem levemente sobre a testa, destacando ainda mais seus olhos verdes penetrantes. É como se cada olhar dele fosse capaz de hipnotizar e cativar qualquer pessoa que cruze seu caminho.

E então, em um momento de descontração durante o treino, nossos olhares se encontram. Um sorriso brincando em seus lábios, ele direciona um olhar intenso em minha direção. Meu coração dispara e um arrepio percorre minha espinha.

Sem pensar duas vezes, Aaron leva a mão aos lábios e manda um beijo no ar, direcionado exclusivamente a mim. Meus olhos se arregalam de surpresa e meu rosto se ilumina com um sorriso radiante..

Mas, assim como rapidamente surgiu, o momento se dissipa. Aaron volta sua atenção para o treino, mostrando sua dedicação e profissionalismo. Ele continua a jogar a bola com maestria, dando instruções aos seus companheiros e incentivando-os a darem o seu melhor.

— "Só amigos" né? Dona Annelise.. — Lyandra me provoca, empurrando-me de brincadeira pelos ombros.

Eu rio, sentindo um leve rubor subir às minhas bochechas. Lyandra sempre foi perspicaz e não perde a oportunidade de me provocar em relação a Aaron.

— Talvez não sejamos só amigos... Eu acho... — respondo, enfatizando o "só". Minhas palavras saem com uma mistura de incerteza e esperança.

— Ah, Annelise, vocês dois são tão óbvios. Tenho certeza de que há algo mais entre vocês. Só precisam admitir.

Eu balanço a cabeça, rindo e ao mesmo tempo sentindo um frio na barriga. Talvez Lyandra esteja certa. Talvez haja algo mais entre nós, algo que vai além da amizade.

— Mas e você e o Nicolas? Se assumiram finalmente? — provoco Lyandra de volta, sorrindo maliciosamente. Se ela pode me provocar, eu também posso.

Ela me olha com um olhar desafiador, pronta para responder à altura.

— Eu que assumi ele, porque se depender de homem... — ela revira os olhos, soltando um suspiro dramático. — Só no meu funeral mesmo.

Nós duas caímos na risada, compartilhando um momento de cumplicidade. Lyandra sempre foi uma amiga divertida e sincera, capaz de me fazer rir mesmo nos momentos mais tensos.

— Fico feliz por vocês, são um casal muito bonito. — digo sinceramente, com um sorriso nos lábios. Eles formam um par perfeito, e já estava mais do que na hora de começarem a ter um relacionamento sério.

Lyandra olha para mim, seus olhos brilhando de felicidade.

— Obrigada, Annelise. Significa muito para mim ouvir isso vindo de você. — ela responde, com gratidão em sua voz.

Enquanto observamos Nicolas interagir com os outros jogadores, fica claro o quanto eles se completam. Suas personalidades se encaixam de uma maneira única, e é evidente que há uma conexão profunda entre eles.

Eu me sinto privilegiada por testemunhar o início desse relacionamento especial. Ver a felicidade estampada nos rostos de Lyandra e Nicolas é algo que aquece meu coração.

O amor está no ar, e talvez seja hora de eu também dar uma chance a ele.

— Aaron está vindo para cá. — Ela diz, soltando uma risada divertida, como se estivesse se divertindo com meu nervosismo. — Meu Deus, o Nicolas também. — diz em tom nervoso.

Começo a rir do seu nervosismo também. Otária.

— Ah, agora é a sua vez de ficar nervosa, hein? — provoco Lyandra, dando um leve empurrão em seu ombro. — Parece que o jogo virou!

Ela me olha com uma expressão divertida, mas não demora muito para que nossos olhares se voltem para Aaron e Nicolas, que se aproximam de nós. Meu coração dispara novamente ao vê-lo se aproximando, e não consigo evitar um sorriso bobo no rosto.

Que merda.

— E aí, garotas? O que estão aprontando por aqui? — Aaron pergunta, com um sorriso malicioso no rosto.

— Nada demais, só observando o treino e aproveitando a companhia uma da outra. — respondo, tentando disfarçar meu nervosismo.

— Vocês estão muito suspeitas, sabiam? — Nicolas comenta, com um sorriso divertido. Dando um beijo rápido na boca de Lyandra.  — Estão escondendo algo?

Lyandra e eu trocamos olhares rápidos, e não consigo evitar um riso nervoso escapar.

— Talvez tenhamos, talvez não. Quem sabe? — Ela responde, dando uma piscadela rápida para ele.

Fico olhando para Nicolas e Ly como dois pombinhos apaixonados conversando, chega a ser tão fofo e encantador. Eles parecem tão conectados, como se estivessem em seu próprio mundo, alheios a tudo ao redor. É impossível não sorrir ao vê-los juntos, compartilhando risadas e segredos.

Enquanto eles ficam distraídos um com o outro, Aaron segura meu rosto e me rouba um selinho. Meu rosto fica vermelho automaticamente, mas não consigo conter o sorriso que se forma em meus lábios. Sinto meu coração acelerar e uma sensação de borboletas no estômago. É um momento tão inesperado e ao mesmo tempo tão especial. Olho para Aaron, seus olhos verdes brilhando com um misto de diversão e ternura. Nossos olhares se encontram e eu sinto uma conexão única entre nós.

— Finalmente olhou para mim. Estou começando a achar que você quer fazer um trisal com eles. — diz em deboche e eu dou risada de suas palavras.

— Bobo. — dou um tapa leve em seu ombro.

Ele deixa um beijo na minha testa enquanto segura minha cintura.

Tudo é tão confuso, mas eu gosto dessa confusão.

— Eu vou tomar um banho, estou cheio de suor. Te vejo depois? — aceno com a cabeça. — Até mais tarde então, minha linda.

Enquanto ele se afasta, observo seu corpo atlético se movendo com graciosidade. Seus músculos definidos brilham com gotas de suor, evidenciando o esforço que ele acabou de fazer. Sinto meu coração acelerar ao imaginar o toque suave de suas mãos em minha pele, o calor de seus lábios nos meus.

Enquanto ele desaparece no meio dos jogadores, minha mente começa a divagar. Será que essa confusão que sinto é apenas uma paixão passageira ou algo mais profundo?

Enquanto pondero essas questões, sinto uma mistura de excitação e medo. Mas uma coisa é certa: não consigo negar a atração que sinto por ele.












(....)













Já era noite, por volta das 20:00, e eu estava no meu dormitório junto com Lyandra. Ela estava deitada em sua cama, imersa em uma ligação com Nicolas, enquanto eu me acomodava em uma poltrona confortável, mergulhada na leitura de um livro.

A luz suave do abajur iluminava o ambiente, criando uma atmosfera aconchegante. O som das vozes abafadas de Lyandra e Nicolas preenchia o quarto, misturando-se ao silêncio que envolvia a história que eu estava lendo.

Então, marcando a página em que estava lendo, fecho o livro e olho para Lyandra. Ela desliga a ligação e me encara com um olhar sério.

— Anne... eu sei que você odeia dormir sozinha... Mas eu posso ir dormir no dormitório do Nicolas?

Fico um pouco surpresa com o pedido, me perguntando por que de repente todos estão me pedindo autorização. No entanto, tento esconder minha surpresa e respondo com um sorriso tranquilo.

— Claro que pode, Lyandra. Não precisa nem me perguntar. Ele é seu namorado, e além disso, não há problema em eu dormir uma noite sozinha.

Ela sorri em resposta, mas percebo algo mais em seu olhar, o que me faz respirar fundo, preparando-me para o que ela vai dizer.

— Desembucha, Lyandra.

Ela hesita por um momento, mas finalmente decide compartilhar o que está em sua mente.

— Eu chamei o Aaron para vir ficar com você esta noite.

Levo alguns segundos para processar a informação, ponderando sobre a proposta de Lyandra.

Após refletir por um momento, decido confiar em Lyandra e aceitar sua oferta.

— Tudo bem, Lyandra. Eu acho que iria chamar ele de qualquer jeito.

Alguns minutos depois, Lyandra se despede de mim e se dirige até Nicolas. No exato momento em que ela sai, Aaron chega ao dormitório.

Ele entra com um sorriso amigável no rosto, e eu o cumprimento calorosamente. Percebo imediatamente o cheiro refrescante que o envolve, como se tivesse acabado de sair do banho. É uma fragrância suave e revigorante, que preenche o ar ao seu redor.

Ele se aproxima de mim, e sem dizer uma palavra, me envolve em um abraço reconfortante, afundando seu rosto em meu pescoço.

— Hmm, você está tão cheirosa... — ele murmura contra minha pele.

Sorrio, sentindo-me envolvida por sua presença calorosa. Seus dedos acariciam suavemente meus cabelos, criando uma sensação reconfortante.

— Você também está... — respondo, apreciando o toque suave de seus dedos em meu cabelo.

Ele me olha com ternura, preocupado com meu bem-estar.

— Está com sono? Quer ir deitar agora?

Um bocejo involuntário escapa dos meus lábios, confirmando minha necessidade de descanso. Ele ri suavemente, entendendo minha resposta.

— Já jantou? — ele pergunta, e eu assinto com a cabeça. — Ótimo, então vamos deitar.

Caminho com ele até a cama, lutando para manter meus olhos abertos, mas o sono me consome. Finalmente, deito-me na cama, sentindo o colchão afundar atrás de mim. Um braço envolve minha cintura, trazendo-me para mais perto, enquanto sinto beijos suaves sendo deixados em meu pescoço.

Suspiro de prazer e relaxamento, entregando-me completamente à sensação reconfortante de seus lábios em minha pele. Seu toque é gentil e carinhoso, transmitindo uma sensação de segurança e afeto.

Enquanto ele continua a deixar beijos em meu pescoço, sinto-me envolvida por uma onda de tranquilidade. O cansaço se mistura com a ternura de seus gestos, e meu corpo se rende ao desejo de descanso.

— Durma bem, meu amor. — Murmurou. — Eu amo você.

Com essas palavras doces, sinto-me completamente segura e amada. Deixo-me levar pelo sono profundo.

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