Flamme - Taeyoonseok

By Bangtan_ginex

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[CONCLUÍDA] [LIVRO FÍSICO DISPONÍVEL PARA A COMPRA PELO SITE] [Shortfic] Jung Hoseok e Kim Taehyung, viv... More

Se Você Quer Saber
🎶
1: Em Chamas
A Verdade É Que
2 : Um Casal Problemático
Quando Parar De Sentir
3: Deveriamos Ser Mais Sinceros Um Com O Outro
A Chama Vermelha
4: Terapia De Casal
Bem
Flamme

5: 1+1 = ?

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By Bangtan_ginex

Oie, prontos pro último cap? Fiquem pra ler as considerações finais, tem um recado importante lá.

Boa leituras bbs 💕
Desculpem, como sempre, sem revisão.

Se fosse esperar eu revisar, iria demorar ainda mais, então, é isso

.......

Flamme 

Cap 5: 1 +1 = ?

  Hoje estou quase não verbal. 
  O que isso poderia significar? Bem… 
  É uma coisa que acontece que não sei explicar, se eu tentasse, você não iria entender, então… Iria ficar por isso mesmo. 

  Dou talvez meu centésimo segundo, ou quarto, suspiro, me escorando na mesa da sala de terapia enquanto Hoseok e Taehyung, quem eu carinhosamente apelidei de percevejo + rexona, aproximaram-se curiosos, afinal, só abri a porta pra ambos entrarem, então permiti que o silêncio reinasse até agora. 

— Tudo bem? — a chama azul questionou, somente suspirei. 

— Hum… Talvez isso ajude. — Hoseok seguiu a minha mesa, pegou meu bloco de notas e me entregou junto de uma caneta. Como ele sabe? Não faço ideia. 

  Desde o dia que ambos ficaram bêbados ao ponto de me fazer passar vergonha na Flamme, tanto a relação entre si, como comigo, melhorou. Deixo a caneta guiar meus pensamentos. 

“ Desculpem… Acho que hoje não tenho condições de iniciar a sessão” 

  Eles se entreolham depois de ler, Tae inclina a cabeça, Hoseok quase faz o mesmo trazendo os olhos castanhos aos meus, e desviando antes que eu possa fazer. 

— Não tem problema, Yoongi. — A chama azul quem disse mais baixo. — Mas você se sente bem? 

 Minha melhor resposta foi dar de ombros. 

“ Acho que… Me sinto feliz em ter vocês, mas queria ter mais pacientes também…” 

   Novamente, írises castanhas estão se encontrando com as escuras, na qual, não são as minhas. Deixo um suspiro sobressair, sendo responsável de expor um transitivo indireto quanto a meu sentimento de inutilidade. Quero ir pra casa. Pensando bem, até ter pacientes, algo que era pra me deixar realizado até demais, causa uma ansiedade desnecessária em mim. 

  Por que? 
 Mudança de rotina. 
É… Um saco… 

   Decido somente ir organizar minhas coisas. Meus olhos descem as meias felpudas vermelhas de ornitorrinco — uma palavra irritante — que uso, se arrastando pelo chão. Pego a mochila de uma alça só, analiso o chaveiro de pinguim, subo a parte de cima pra arrastar o zíper e guardar minha notinha, a caneta, os papéis com anotações sobre pontos que ainda precisam ser tratados quanto ao rexona e seu percevejo. 

   Viro-me disposto a ir embora, encontrando o corpo deles parados, observando-me, um com o cenho meio frisado, o outro tem a linha dos lábios tortuosa. 

 Eles não vão embora? Será que não entenderam que hoje não terá terapia? 

  Aponto a porta, ambos sobressaltam os ombros, saem rapidamente mesmo que eu siga calmo até lá, faça minha contagem, então saia e tranque a porta, batendo um pouco a tranca pela dificuldade que é da maçaneta encaixar. Não compreendo o que faz pés de havaiana e sapato me seguirem depois de eu ter acenado pra Jin. 

  Seguro na alça da mochila com mais força, subo os abafadores trazendo a atenção pros dois marmanjos enormes que estão passos atrás, mas claramente, indo na mesma direção. Eu sei que é, pois me esforcei pra tomar um rumo que nunca tomo. Esquerda, direita, rua da loja que vende acessórios aleatórios, no qual a decoração são quatro guarda chuvas na frente e uma mesa com cofres de barro… 

  Os meninos continuam logo atrás. 

  Estava prestes a perguntar o motivo, no entanto, três corpos conhecidos que apontaram no final da rua, descendo as escadas de um morro de grama fazem um frio descer por minha espinha. Foco no restaurante que está do meu lado, o sinal, a faixa de pedestre, começo a tocar cada dedo. 2,4,6,8… Em números pares ninguém sobra… 

   Puxo ar aos pulmões meio desesperado, novamente presto atenção no percevejo e Rexona. 

— Saiam daqui! — saio do não verbal, o que me deixa ainda mais ansioso. Os meninos parecem confusos, aponto ao balanço do parque à direita. — Vão pra lá! 

  É Taehyung quem puxa Hoseok pra lá. Sinto a boca meio seca, a cabeça latejar quanto mais próximo o grupo de três parece estar. Calma, você consegue deixar tudo sob controle mesmo que as meias vermelhas não combinem com o sapato preto do que está no meio, e mesmo que os abafadores não estejam evitando que eu ouça o barulho do sinal da faixa de pedestre apitando, sem parar… 

— Min Yoongi? 

Me reconheceram… 

Aperto os abafadores, trazendo a atenção pro maior deles. Gustavo… 

— O-Oi… 

   Eles… 
  Faziam bullying comigo na faculdade. 

HOSEOK ON 

— Você não acha que… — minhas palavras morrem conforme o estalo do balanço fica maior. Observo as coxas amostra de Tae, seus dedos apertando as correntes do seu assento enquanto não tira os olhos do restaurante que Yoongi acabou de entrar com os meninos. 

   Será que… Ele tá pensando o mesmo que eu…? 

 Respiro fundo, deixo a destra chegar ao topo da cabeça e descer até os meus fios da nuca. 

— Que ele parecia muito nervoso perto daqueles idiotas? Sim, eu acho. — o jeito que Taehyung diz é alvoroçado, as unhas perdem o tamanho certo quando seus dentes começam a arrancá-las. Deixo meus olhos chegarem ao estabelecimento, o incômodo armar uma rede no meu peito por não conseguir mais ver o terapeuta. 

— Será que ele… Está bem? 

— Tá preocupado com o terapeuta, é? 

  Nos encaramos. 

   O desespero estampado em ambas as feições que não pareciam dispostas a admitir, por que somos assim? 

  Dei uma risadinha de nariz fazendo pouco caso do fato, pois a essa altura não posso nem ser ousado ao ponto de chamar de suposição. Deixei a garganta arranhar, mostrei os dentes e rangi-os incomodado. 

— Hu. 

— Hu. — Tae repetiu, sua perna movia-se frenética, depois somente o calcanhar. Ele nem sequer consegue parar quieto… 

   O julguei, mas não demorou pra notar o bruxismo na boca, meus dedos batucando as correntes do balançador. Tem alguma coisa errado com a gente. Não é a primeira vez que penso isso, que quero conversar mas o assunto parece entalado na guela… 

  Como poderia? 
  Minhas irises passeiam até chegar no rosto de Kim Taehyung, no seu pequeno sinal perto do olho, o presente no lóbulo da orelha, seus lábios vermelhos vinho bonito e sua tatuagem de rosa no pescoço de veias salgadas. Lhe fito de maneira mais carinhosa, quando detalho seus braços amostra, o corpo bonito. Minha memória traz seu toque, o que me deixa com um frio leve na barriga. 

— Tae… —Ele não me escuta. Está tão atrelado a seus pensamentos e preocupações, que não consigo alcançá-lo. Isso que estou sentindo é… Medo? 

    Sim. 
   Tenho medo de perder… Mais uma das únicas coisas que considero importante na vida. 

  Uma sensação ruim chega no meu corpo, ao ponto que deixa o final da língua amargo. Baixo a cabeça, observando a grama, as pedras, a areia amostra desta parte do parquinho. O que está acontecendo com a gente afinal? 

  Tudo está uma completa bagunça dentro de mim, ao ponto que sinto como se fosse incendiar, até que um toque sobrepõe meu bíceps, espalhando-se ao pulso, chegando na minha mão. A mão dele é quente, mas tem as pontas dos dedos geladas. Agora, puxa a minha e deixa entrelaçar, então ambas as palmas ficam suspensas no meio do balanço agora que seus olhos escuros e bonitos chegam aos meus. Acalmando-me com total maestria. 

Está me tocando. 
Me tocando em público. 

 Deixo meu polegar chegar no dorso da pele meio bronzeada em um carinho. Por favor, que eu não esteja perdendo você. Consigo desejar, almejo isto tão intensamente que meus olhos marejam. 

— Você gosta dele, Tae? Tá gostando do Yoongi? 

  Sempre sentia um medo intenso quando sua resposta não vinha afiada, ou me chegava um gracejar. Kim Taehyung ponderou, me observando ao todo. 

— Está me perguntando isso porque quer me dizer alguma coisa, Hoseok? 

Enruguei a testa, realmente não entendi a questão. 

— Como? 

— Nunca te vi tão preocupado com alguém antes… 

— Oras… — suspirei. Meu rosto, de maneira traiçoeira demais, ferveu. Está tão na cara assim? Contestei a suas orbes escuras, que também cultivavam medo. Nós dois estávamos meio amedrontados com isso. — Sente vontade de me deixar? 

Ele negou com a cabeça. 

— Você sente vontade de me deixar? 

Nunca. 

— Nunca. — foi uma das poucas vezes que respondi realmente o que pensei. Kim Taehyung sorriu de um jeito bonito demais, fez um choque pequeno partir das nossas mãos, até meu peito. Não sei direito o que é esse sentimento novo, que aparentemente nós dois estamos compartilhando. 

   Mas ao menos estamos compartilhando ele… Né? Faz ser menos assustador. 

“ Acredito que o afeto pode ser um primeiro passo para a resolução dos nossos problemas. Que sozinho é difícil, segurando uma mão pode ficar mais fácil. Isso também pode se dar ao fato de que me sinto solitário às vezes, então, imaginar que com alguém seria melhor é minha forma de me torturar por isto. Eu tinha que ter alguma tortura," nada é só flores" … É assim que diz? ”

  Talvez Min Yoongi seja um bom terapeuta no final das contas… 

— Vamos entrar lá? — perguntei. 

  Tae sorriu ainda mais, se levantou e me puxou consigo. Não soltamos a mão um do outro. Era a primeira vez andando… De mãos dadas… 

  Um sorriso abriu-me de ponta a ponta. Porra, o que diabos estou fazendo? 

Minhas bochechas até pareciam doloridas, se tivessem ossos, teriam estralado por falta de lubrificação. É difícil eu sorrir assim. A troca de ambiente foi repentina, do barulho dos carros, tivemos o sininho da porta anunciando que entramos. Ar-condicionados, pessoas conversando, barulho de talheres e alguém gritando "Suco de maracujá, número 0417" alto demais. 

  A chama azul encontrou a roxa facilmente, quanto mais nos aproximamos dele, mais meu coração parece meio duvidoso, acelerado. Chegamos perto ao ponto de escutar parte da conversa. 

  Yoongi está no meio de dois rapazes ruivos que parecem gêmeos, e na sua frente um de cabelos escuros que tem uma verruga perto da boca parece sorridente ao extremo. 

— Claro que estaria aqui sozinho. — foi o que o da esquerda falou, o tocando o ombro e balançando sem pedir pra fazer isso. 

  Sinto o olho esquerdo tremer. A chama de meu peito pula ao ponto que bufo somente ar quente. 

— Ele não parece confortável. — Tae sussurra, concordo com a cabeça. Não parece. 

— Nenhuma namoradinha durante a vida toda, Mini Yoongi? — O da verruga na boca se inclina, é quando Tae me solta. De maneira calma demais, verga a coluna ao ponto de estar com o queixo acima da cabeça da chama roxa. 

— Oi amor. — foi o que disse, ciciando algo no ouvido dele até o tocar os fios, meter uma das pernas pra afastar o cara que estava sentado à direita de Yoongi e só sentar. 

   Vou à esquerda, puxando a blusa do maluco pra que fique ao lado do terapeuta também. Feito isto, o observo, seus olhos tremelicando em direção ao milk-shake que não parece ter tomado um gole, as mãos apertando o caule da taça. Que merda esses idiotas acham que estão fazendo? 

  Observo todos, pois só basta uma vez pra decorar o rosto de alguém. 

— Quem é você mesmo? — o da verruga pergunta a Taehyung. Ele deixa os dedos batucarem na mesa pra responder: 

— o namorado. 

— e você? — agora a atenção do menino veio a mim. 

 Tiro meu canivete da jaqueta, puxando a lâmina. Eles engolem em seco, pela maneira que soam… São todos água. Sorriu pequeno, aponto a arma branca pra ele, depois pra mim, só limpo as unhas com a faca amolda. 

— O outro. 

— Outro? 

— Outro namorado. — deixo o canivete fincado na mesa depois de falar, vendo minha chama subir por ele e se desfazer de uma forma meio violenta. — Algo contra? 

— H-Ham… N-não… 

— Acho melhor a gente sair daqui. — um dos ruivos, se ergueu. Não intervir, se fosse fazer algo poderia perder a paciência realmente, eles saem desesperados seguindo seus rumos, se despedindo de Yoongi como se estivessem mesmo sendo uma boa companhia. Idiotas… 

  Acredito que tanto eu como Tae nos assustamos depois disso, pois o próximo a se levantar foi a chama roxa. Ele largou o milk-shake, acelerou os passos subindo os abafadores pras orelhas e correu. Fui atrás quase tão angustiado, escutei uma moça reclamando que tinha que pagar, por isso Taehyung ficou muitos passos atrás. 

Não tive tempo de esperá-lo, se não perderia Yoongi de vista. 

   Mas ele correu pra um lugar fácil demais de achar. Foi pra casa. 

De todas as atitudes raivosas que imaginei que teria, ele seguiu ao seu apartamento, abriu a porta, e aberta deixou, como se só respeitasse que estou atrás de si. Seu corpo seguiu ao banheiro, fechou a porta, fiquei na frente. Não… Sabia o que falar… 

 Deixei minha orelha recostar na madeira, tentando identificar se ele estava chorando… 

   Mas não escutei nada do outro lado que não fosse o barulho da torneira. Meu coração apertou, meus dedos foram a maçaneta. 

— Estou preocupado com você… — Admiti… Tão... Facilmente… 

   E foi minutos depois disso que a porta se abriu, os olhos escuros, novos olhos escuros bonitos me fitaram pelo tempo que conseguem até descerem aos meus pés. 

— V-você… Tem… Música…? 

Sua voz tremelicou, os dedos faziam o mesmo até que apertou o próprio tecido da camisa. 

— Vou… Colapsar…

 Nunca o vi tão pálido. Tão… Impotente. 

Peguei o celular meio desesperado, o barulho de alguém correndo era de Taehyung, ele primeiro encarou Yoongi pra depois me olhar. 

— Me diga que tem fones de ouvido. 

Ele consentiu, chegou perto de mim, me entregando. 

— Tá tudo bem? — a pergunta foi pra mim, mas não sobre mim. Respirei fundo, abraçando uma aflição que nem minha era. Estava tremendo também. 

— Me ajuda a enfiar na porra desse buraco. 

   Taehyung era o calmo da situação, suas pontas dos dedos gelados chegaram nas minhas, guiando-me pra tarefa simples de conectar um fone no celular, logo depois, só entendeu que deveria colocar na chama roxa. Chama essa, que o puxou, deixou os braços adorem o corpo maior com força, seu rosto escondeu no peito do meu homem que o apertou de volta. 

— faça pressão… — Yoongi quase implorou. E Tae obedeceu. Naquele instante, dei play na música. Depois de fazer isso, observei os dois e me perguntei por mais ou menos uma hora existente só dentro da minha cabeça: 

  Porque não estou com ciúmes? 

🎶 Forever - Labrinth

  Aumentei o som, respirei fundo e cortei um passo da nossa distância. Não estou. Prestei atenção em Kim Taehyung e seus olhos fechados, depois, Min Yoongi, seu corpo tremendo, as mãos lutando entre bater e não bater na chama azul. Só quero o ver bem agora. Pensando nisto que toquei o topo da sua cabeça, acariciei do começo ao final. Era… Horrível o ver assim…   

   Alguém que só… Desejou bem pra gente desde que entramos na sua vida, não merecia estar assim agora. Meus dedos chegaram a sua frange, e afastei pro lado, conseguindo ver um pouco do nariz pequeno, sua bochecha frente vermelha demais agora, as pálpebras descansando de maneira rígida demais. Lágrimas descendo aos poucos, que fizeram do espaço do meu coração apertado demais. 

  Tae foi o primeiro a limpar uma parte do choro. Mas somente quando Yoongi o soltou e demonstrou estar um pouco melhor, ele foi pra cama depois disso, sentou, apoiou as mãos nos joelhos. Fiquei ao seu lado, deixei meu polegar espalhar uma das suas lágrimas pro lado também o que trouxe seus olhos aos meus por um instante, até desviarem a minha boca, um lugar melhor pra ele focar. 

   O observei ao todo. Do respirar fundo, ao fungar do nariz. Seu indicador alcançou meu joelho escrevendo algo. 

  "Obrigado" 

  Entendi na segunda vez que tentou gesticular. 

— De nada… — sussurrei. Estava tão submergido no corpo do outro, que só lembrei de Tae pois ele sentou do outro lado. Tínhamos Yoongi no meio. 

— Está mesmo tudo bem agora? — Ele consentiu com a pergunta do outro. — Quer falar sobre? 

 A chama roxa tirou cada fone devagar, parecia estar tomando coragem. Seus olhos fugiram dos meus e foram as próprias mãos, na mesma medida que elas aproximaram-se mais de seu rosto. 

— Só me senti… Meio… Fora de mim… Desde que acordei. Cansado… inútil… — chegou um fungar no meio das suas palavras. Eu só perdi o ar. — Quando os meninos falaram sobre namorar, só consegui pensar que era uma boa forma de me fazer me sentir péssimo. — ele ergue o indicador. — Nunca fui a um encontro de respeito. E por mais que algumas pessoas tenham se interessado por mim, e flertado comigo… Nunca ficam… 

— Porque diz isso, Yoongi? — deixo a conversa acontecer entre eles. Afinal, Tae é melhor com as palavras do que eu. 

— Porque… Eu machuco as pessoas… — o que diz, faz meus olhos encontrarem os de Tae. Seu coração também sentiu… Essa vibração estranha? — Não noto que machuco… Pois sou péssimo em ler as pessoas. Então sempre me abandonam. Sempre me deixam distraído com alguma coisa como se… Eu tivesse nascido pra ficar sozinho. 

  Eu tivesse nascido pra ficar sozinho. 

 A chama pula do meu peito, quase como se quisesse saltar pro peito dele com isso. 

   Aperto o peitoral, e de reflexo, me assusto ao ver que Tae fez o mesmo. Engulo em seco, assim como ele. 

— Vamos lá… Não fique assim… — é o que diz. 

— Mas as pessoas precisam ficar tristes as vezes. É natural do ser humano, e totalmente terapêutico. 

   Sua resposta meio que me faz dar um sorriso de linha. Olha ele, sendo ele. 

— Tudo bem ficar triste, não irá diminuir que gostamos de você, mas querer alegrar alguém que gosta também é natural do ser humano. 

— e totalmente terapêutico… — Tae acaba complementando minha frase. Vejo bochechas rosadas do meu lado, pés com meias de ornitorrinco inquietos. 

— Você disse que gosta de mim. — os olhos escuros chegam em mim, então, na chama azul. — Ele te incluiu nisso. — seus dedos se juntam, os indicadores se tocam algumas vezes. Estou com vontade de sorrir. 

  Toco o nariz tentando disfarçar, mesmo que Taehyung esteja gargalhando sem jeito agora. 

— Não tem nada que goste de fazer pra se sentir melhor? — pergunta. Yoongi parece pensativo, seus dedos tocam uns aos outros. 

— Ham… Já montei todos os meus quebra cabeças… Colori os desenhos que Namjoon imprimiu… Completei os lego… 

— Gosta de fazer coisas que nunca fez? — ele consente. — Quer sair com a gente? 

— S-sair com vocês? 

O jeito que Yoongi me olha, então recolhe os ombros e ajusta a postura me diz que estava esperando uma bronca. Qual não dou. 

— É… Tipo… Um encontro… Por mim tudo bem. 

Digo tão baixo que não tenho certeza se escutaram, também desviei a atenção deles pra falar, quando retornei, ambos pareciam surpresos. Cruzei os braços com força, mas que cara de patetas são essas? Porque ambos estão com a boca aberta? Nossa… Eu tenho coração…. 

Meu rosto ferve, me levanto realmente envergonhado. 

— Vai aceitar ou não!? 

   O menino inclinou pra trás, seus olhos arregalaram. Tae se ergueu me batendo o ombro. 

— Não é assim que pede alguém pra sair com você, seu idiota! 

— Como deveria ser!? Ele tá demorando demais pra responder! 

— diz isso porque está todo sem jeito! — suas sobrancelhas se erguem quando provoca. Bufo. 

— Oras seu-

— A-ah! — Yoongi pronunciou, então nos calamos e fitamos os olhos escuros. Seu cenho estava franzido. Um suspiro nos afrontou. — Vocês viu… Tudo bem. Eu aceito sair com vocês. 

Quais eram as chances afinal? 
Eu o chamei mesmo pra sair!? 

De repente questionei-me e só senti o rosto queimar mais, então virei de costas pra eles e fiz que ia sair do quarto. 

— ótimo… S-se arruma aí e… Vamos…

Pigarreei. Tae me segurou a manga da jaqueta. 

— Mas onde vamos? Você que chamou. 

— Ah! Só decidam! 

  Acabei só exclamando e correndo pra fora do quarto dele. Estou… Com muita vergonha… 

….

🎶 The One That Got Away - Katy Perry

  Pode isso? 
 Kim Taehyung escolheu… Sala de Jogos. 

 Estava perto das 18H, Yoongi disse que queria voltar às 20H, pois na sua concepção, encontros de valor só devem durar duas horas. Tenho que admitir que me senti… Estranho… Quando observei seus cabelos escuros penteados pra trás, as pontas lilás eram as únicas fora de ordem até mesmo na parte da franja. 

 Tenho certeza que foi influência de Kim Taehyung a sombra escura que colocou. O corpo estava coberto por uma jaqueta um pouco parecida com a minha, mas de um tecido mais confortável. 

  As meias de ornitorrinco… Continuavam ali. 
  Estava bonito. 

Se fosse pra admitir com todas as palavras, seu perfume de melancia, a roupa fora do habitual, mesmo que os pés estivessem com meias e chinelo. Estava… Bonito… 

 O espaço onde paramos era uma Game-store de realidade virtual e jogos manuais. Yoongi pareceu animado, as paredes, ou melhor, o papel de parede de cada uma tinha desenhos de perfume como seu quarto. O cheiro era bom, o ar-condicionado certamente funcionava, o chão todo coberto por um tapete macio. Compramos um ticket de mais de 200R$ pra essas duas horas rezando pra ser o suficiente pra o fazer se sentir bem. 

— Você quer comer alguma coisa? Ou beber? — Taehyung quem perguntou encarando os olhos escuros da chama roxa. O terapeuta inclinou a cabeça duvidoso até consentir. 

— Será que aqui tem suco? 

— de quê? 

— Amarelo. 

  Tae me fitou confuso. Dei de ombros. 

— O que isso significa? — perguntei. 

— Ah… Desculpa. Eu só tomo sucos amarelos. — levantou o indicador. — apesar de que tenho uma grande curiosidade sobre o gosto do de acerola, por parecer uma palavra interessante, na verdade o som dela apenas me agrada, a cor vermelho não parece combinar com sucos, não acham? 

  Nós negamos com a cabeça, rimos, então vamos ao balcão de pedidos junto consigo. O fato de sermos sinceros, mesmo que não tenha sido pra concordar não pareceu desanimar Yoongi, pelo contrário, ele bateu palmas, deixou os olhos dançarem por cada canto da sala de jogos. Os bancos de madeira acolchoados, mesas largas, piscas-piscas roxos pelas bordas do balcão e do teto, substituindo uma luz com capacidade forte. 

— Quero atirar. — anunciou. Taehyung se ergueu. 

— Também quero. 

— Vão na frente, eu peço suco pra todo mundo. — digo somente abservando Tae segurar a mão da chama roxa e se afastar. 

  O rapaz responsável por anotar meu pedido é breve. Em dado momento só sento de costas pro balcão pra continuar analisando esses dois. 

— Como pode ser tão bom nisto? — o terapeuta questionou em dado momento, pela situação de Taehyung ter acertado todos os patos. 

— Bem. Só sou. —o moreno deu de ombros, o oferecendo a arma. — Prenda a respiração quando for atirar, não fique tão nervoso, pense que é algo mais simples do que espera. Não é nada demais. 

 Parece mesmo estar sendo divertido. 

  TAEHYUNG ON

  Eu quem prendi a respiração enquanto Yoongi se apoiou melhor e atirou. Minha nossa senhora, se ele fosse trabalhar com isso, iria passar fome. Nego com a cabeça pra cada pato que erra, o rapaz da banca está com um golfinho em mãos aguardando pra me dar. 

— Não consegui nada. — o menino anunciou o óbvio. 

— poxa. Quer meu golfinho? 

— Não, prefiro trocar por aquele sabonete pequeno ali. 

O rapaz da banca parece tão surpreso quanto eu, me encara duvidoso. Consinto. 

— Pode o dar. 

— Nossa, achei que esse sabonete iria vencer aqui. Até que enfim alguém o quis. — é o que o estranho gargalha quando vem entregar o presente a Yoongi, quem sorri, parece realmente animado. 

  Bem melhor… Você sorrindo é bem melhor. 

  Sinto uma sensação boa se espalhar pelo meu peito, toco sua mão como antes pois descobri realmente gostar da sensação. 

— o que quer fazer agora? 

  Ele analisa o entorno interessado, parando em guitar hero. Mas esse é com uma guitarra de verdade, seu indicador aponta pra lá, parece fixado ali ao ponto que seus olhos não desviam, a mão aperta um pouco a minha. 

— Gosto. 

— Você sabe tocar? 

Vem seu inclinar de cabeça, ponderando. Acho Hoseok, seus olhos atentos em nós me trás um leve frio na barriga e o chamo pra próximo. 

— Ele sabe tocar guitarra. — anuncio. O meu moreno tem os olhos arregalados. 

— Sabe? 

— Bem… Talvez não como esperam… Mas sei… 

— Dá uma palhinha pra gente, ué. Vai lá. — incrivelmente é Jung quem o incentiva. Fico feliz que não tenha o chamado, só por chamar. 

 Está se esforçando. 

Isso deixa meus olhos perdidos no seu rosto distraído só até Yoongi falar. 

— acham mesmo que devo? 

— Nos impressione. É um encontro. 

   O menino sorri depois que estimulei. Vejo uma fagulha dos seus trejeitos do dia da festa em que acabamos flertando. Parece determinado, os lábios são umedecidos, os dedos puxam os cabelos pra trás até que consente. 

— Vou impressionar vocês. 

  Ele segue ao brinquedo, primeiro parece totalmente perdido e desastrado, sem jeito pra colocar a guitarra, iniciar a música. Me seguro quanto a ir ajudar, acredito que Hoseok tenha feito o mesmo quando só o seu as costas, somente no tempo de achar um espaço pra sentar. Fico onde estou, cruzo os braços, ergo as sobrancelhas pra si quando as írises escuras chegam nas minhas. E Yoongi devolve meu ato, deixando um risinho sacana sair. 

Ouah. Regardez-le lâcher prise. Uau. Olha ele se soltando. 

🎶Elvis Drew - Colors 

   Assim que a música começa, sinto meu coração saltar. Espio por cima dos ombros Jung se seus olhos vidrados em Yoongi, parece surpreso no primeiro dedilhar que ele dá, mesmo que agora só não passe disto… Tablatura, ou algo assim, não entendo tanto de violão. Meu queixo quase toca no ombro, então retorno a ter a atenção no corpo menor, seu cabelo bem arrumado hoje, as pálpebras descansando enquanto deixa o corpo se soltar um pouco. O pé batendo no ritmo na batina, o pescoço se jogando um pouco pra trás, então… Mais quando chega ao refrão. 

 O refrão é… 
Fou. Insano

  As caixas de som estão altas ao ponto que parece fazer as cadeiras vibrar, meu peito, meu corpo todo. Minha nossa… Olha ele se soltando… 

  Solto os lábios pois sinto necessidade de respirar melhor, vagando pelo corpo de Min Yoongi como se tivesse direito. Sem calça apertada, ou algo no corpo colado demais, isso não era pra me atrair, mas porra, me faz imaginar o que ele tanto esconde aí… Ao ponto que não recebo spoiler de um pedaço sequer. Mordo o inferior sentindo a pele quente. E a temperatura vai desandando com sua testa enrugada, os olhos escuros me encontrando por céleres até partir pra trás de mim. Um meio sorriso, e sinto que incendeio.

— Senhor! — penso que o grito foi comigo, mas quando procuro quem pode ter vindo me advertir encontro o dono da sala de jogos jogando um extintor em Hoseok. — Não pode pegar fogo aqui! 

   Jung Hoseok, incendiou… Também? 

   Retorno a prestar atenção em Yoongi, pois a música acabou, ele tem os olhos arregalados, piscantes. A expressão confusão só falta pular da cara. Entre todas as reações que poderia ter, agora que não estou pegando fogo, o aplaudo. 

— uhhh!!! — gritei retornando a bater palmas. — En colère!  Incroyable! Bravo! Incrível! Foi demais! 

   Suas bochechas rosadas agora mostram como está com vergonha, mas feliz pelo sorriso pequeno. 

— Vai tocar outra? — pergunto meio alto, ele consente algumas vezes, perde tempo demais procurando a música que quer na máquina até que ela comece. 

🎶This Side Of Paradise - Coyote Theory 

  Essa tem o ritmo mais… Comum…
  Só que de uma forma meio aflitiva, meu coração palpita quando vê, Yoongi deixando o microfone na frente de seus lábios. Seus lábios mexem, mas não sai voz. Ele não está colocando esforço pra… Realmente cantar mesmo que o aparelho esteja ligado. 

 Só que conheço a música. 

  Saber a tradução me faz chegar perto de Hoseok, encarar de perto os olhos castanhos. Descruzo seus braços, me meto entre suas pernas grandes descansando em um banco de madeira alto, escondo meu rosto no seu peito, então só praticamente descanso nele contornando os braços por sua cintura enquanto ele faz o mesmo acima de meus ombros. Nós o assistimos. Até que da minha boca reste um pequeno bico, no meu peito um coração acelerado, na minha barriga borboletas agitadas. 

— Ei, Jung… Você lembra…? 

— Hum? — sussurramos um com outro, avontade no espaço que sentimos que temos. Inspiro forte, cada pedaço do perfume de Hoseok, até que suba o nariz a seu pescoço e encontre seu cheirinho natural. Ferroso… Mas eu definiria também como… Graxa e gasolina… 

— Lembra que eu estava cansando essa música quando nos conhecemos? Que tudo que eu queria ser quando eu cheguei aqui… Era um cantor? 

— Eu lembro. — estou perto dele ao ponto da sua voz fazer cosquinha no meu ouvido por sair um pouco mais aveludada. Recordando-me que a voz vem mesmo de dentro… 

   O sinto me apertar mais, suspiro por isso. Tão quente… Fecho os olhos. De uma maneira que não me assusta. Agora, estou conseguindo controlar mais, mesmo que em algum momento acabe o queimando… 

 Desculpa

   Fecho os olhos com mais força por sentir a chama escapar das palmas. Ainda não consigo admitir que gosto dele. Pois admitir faz parecer ainda mais real. E vai fazer doer mais se Hoseok for embora. 

 Ele é tudo que tenho… 
Tudo que já quis ter. 

   A guitarra para de tocar, ficando só o instrumental básico da música. Mãos frias chegam por cima das minhas. Então não queimo mais. Abro os olhos encontrando o sorriso tímido de Min Yoongi, sua expressão fofa, toda sua calmaria no respirar fundo que dá. Tranquilidade que visita meu corpo todo, me fazendo só relaxar mais nos braços de Hoseok. Pois agora sei que posso o abraçar sem machucar. 

Estou cansado de machucar as pessoas que amo… 

“ Eu machuco as pessoas…” 
As palavras de Min Yoongi visitam meus pensamentos. 

 Você me entende bem, não é? 
Entende bem como é… Isso. 

  Sinto minha chama pular do peito, de maneira engraçada chegando no de Jung que sobressalta os ombros e me encara. Dou uma risadinha da situação, me afastando um pouco. 

— Mais alguma coisa que queira fazer? — Hoseok quem pergunta aos outros olhos escuros. 

— Que tal fazermos alguma coisa juntos? —seu indicador foi pra mim, e pra chama vermelha. 

— Tipo o que? 

— Que tal karaokê? — sugeri. 

— karaokê? — Hoseok fez uma careta, o apertei as bochechas. 

— Não seja rabugento. Ele quer ir. 

  Suas írises castanhas encontram com as de Yoongi, quem sorriu. Talvez já esteja ciente do poder que seu sorriso tem sobre a gente. 

 — Tá… 

  E pra quem não estava animado…
 Na bagunça que acabamos fazendo, pois a chama roxa aceitou o karaokê, no entanto, não sentiu que estava pronto pra brincar sem seus abafadores. Todas as vezes que ele cantou, foi fora do ritmo. Isso me fez rir, me fez tentar ajudar, de alguma forma se adaptar a sua desordem. Acredito que o fato de alguém tentar, é muita coisa. 

   Em algum momento aquela bagunça virou divertida pra Jung Hoseok também, ele gargalhou, ele mexeu os ombros, julgo dizer que até deu umas reboladinhas quando " Come get her" tocou. Essa Yoongi sabia cantar. Eu segurei suas mãos e me mexi consigo em dado momento, subi no banco até levar uma advertência do gerente da sala de jogos e ter que descer. 

   Com os dois realmente ficou mais divertido, por mais que seja bagunçado. 

   A gente é tipo… Aquela bagunça que dói nos olhos, mas é sua, ela faz você saber exatamente onde as coisas estão e deveriam estar. 

— Quero cervejas!!! — Yoongi gritou, mas ao menos foi no ritmo da música. — Temos 40 minutos pra comprar cervejas. 

É… 40 minutos. 

A chama roxa estava mais acesa que nunca, animada, enquanto isso sinto que tanto eu como Hoseok apagamos um pouco. Nos entreolhamos, seu piscar coincidiu com o meu quando pronunciamos juntos:

quarenta minutos… — e sorrimos. 


  YOONGI ON 

|Duvido você acertar onde estou agora😊
19:43 

  Hum… Porque será que não responde? 
  Forço um pouco os pés na terra, me balançando devagar. Isso parece radical demais! 

   Paro de automático, toco o peito, quase deixo o celular cair mas me inclino e seguro. 

— Catapimbas! — pronuncio, depois tampo a boca espiando a farmácia onde o percevejo e o rexona entraram. Só porque cai, só ralei o joelho, não é nada demais. Observo o corte que nem sequer sangrou, mas logo recordo do que acontece nos doramas depois disso. 

  Ser carregado nas… Costas.
  Abro um sorriso maior que o esperado, gargalhando baixinho. 

 |Talvez esteja meio bêbado kkk
|mas tenho quase certeza que vou ser carregado nas costas já, já 
|Só não sei por quem, já que estou saindo com dois homens. 
19:45

Namju
Online 
| Dois homens!? 🤔

| Agora você me responde? 😳

|ah, deixa de drama e explica isso aí ksksks

| Eu estou em um date com meus pacientes. 

| Esta pessoa se encontra em estado catatonico

|oq!? Como assi!?

|Não me pergunte, só agradeça, eles são bonitos e legais. 

|excuse-me? 
| Não eram os briguentos e difíceis de lidar? Problemáticos? E… O que mais? Ah sim!! 
|DOIDOS 

| Nah 
| Comigo eles são gentis 

|Você enlouqueceu também 

|Não disse que eu precisava extravasar? 

|Mas puta que pariu, com dois? 

|é meu jeitinho 🤧

|Seu golfinho! 

| Vou chorar 😭

|Já que já tá aí, aproveita né 

|mas assim que chegar em casa quero:
|

áudio, foto, vídeo seu. 
| 😮‍💨

|🖕🏻 toma 

| QUE ISSU!? 

Gargalho um pouco. 

| **😊💅🏻👌🏻
|ok 

| 🤣 idiota 

| Corno 

|oh pesado 😔
| Aliás, recebi ligações pedindo seus serviços 

| recebeu? 😳

| Jimin e Jungkook. 
| grave o nome dos seus próximos pacientes, vou te mandar uma ficha amanhã. 

   Jimin e Jungkook… 
Será que minha forma de divulgação na Internet está começando a funcionar? 
Não achei que era bom com tiktok mas… 

   Somente deixo o sorriso abrir mais, consentindo pro telefone. 

|Ok. 
|Eles estão voltando, até depois 

|ok. 
|cuidado com o cu 
|oh! 
| *Se cuida 

| 🤨🏳️‍🌈? 

| ksksksksksk

— Tudo bem? — a voz da chama vermelha me chegou e ergui o queixo. Faço que sim com a cabeça. 

— Estou. — uma confirmação melhor talvez o faça não duvidar. Guardo o telefone no bolso, é Tae quem se agacha e vem analisar meu machucado. Suas sobrancelhas se juntam ao ponto de formar um "V" no meio da testa. 

— Ah… Me perdoa por isso. 

Tá vendo? Por isso eu disse gentis… 
Nego com a cabeça agora. 

— Tá tudo bem. 

   Certo que eles são sim meio problemáticos, e tem sintomas de doenças que não gosto da ideia de falar ou pensar. Porém, agora, hoje, foram adoráveis. 

— Não foi um corte tão grande, Tae. Não se culpa tanto. — A chama vermelha o toca o topo da cabeça quando diz, enquanto isso Taehyung vem com um cotonete embebido de água oxigenada. Somente deixo, não há muito o que fazer já que quer tanto. 

— Você sabia que cotonete, não se chama cotonete? 

— Não? — Hoseok quem questionou. Fico feliz por isso, o mostro meu indicador. 

— cotonete é uma marca. O nome mesmo é Haste flexível. 

— Isso também acontece com o fósforo? 

— acontece com diversas coisas, mas fósforo não. Fósforo vem de uma palavra grega que significa: portador de luz. 

— que palavras grega é essa? — seu pé cutuca Tae, quem o faz uma careta. 

— Eu sei francês, Jung. Vá cagar, vá. 

 — Olha… — advirto, então Kim respira fundo e sorri um pouco pra seu parceiro. 

— Tanto tempo comigo e não sabe que falo é francês, mon amour? Não sei responder. 

  Bem melhor. 
  O mostro o polegar pra ele saber que agora a resposta parece melhor. A chama vermelha dá uma risadinha de nariz então nega com a cabeça. Parece que Taehyung acabou de cuidar do meu ferimento, concluo quando ele se vira. 

Oh, é minha chance! 

Observo suas costas expostas a mim enquanto arruma a sacola. 

Está se oferecendo… Discretamente? 
Há chances de estar se oferecendo discretamente… 

 É depois de engolir em seco, respirar fundo pra tomar coragem que meus pés alcançam totalmente o chão e subo nas costas de Tae. Ele vai um pouco pra trás dando um grito baixo, tampo as orelhas, Hoseok arregala os olhos pra mim. 

— O-o que diabos tá fazendo? — foi o que me questionou. Toco a nuca, ajusto a postura. Eu entendi tudo errado! 

Ah. Não!

— N-nossa… É que… Bem…

  Sinto meu rosto ferver. Burro, burro, idiota! 

  Seria uma boa em vez de ser um golfinho, ser um avestruz agora. Junto os dedos em sequência, penso no que diabos poderia falar. Estraguei tudo. Fecho os olhos com fora, logo recupero o ciclo da respiração até encontrar com seus olhos confusos novamente. 

— Se queria subir, era pra ter avisado antes, eu quase cai. — A chama azul falou. E parece que toda a parede de metal na minha frente repleta de aflições, virou vidro. 

— Ham? 

— Vem, sobe. 

   Taehyung ofereceu, deixei um passo perto mas em seguida encarei Hoseok. Não saberia deduzir ao certo o que seria essa expressão… 

  Braços cruzados, um bico nos lábios, testa enrugada. 

— Devo subir? — perguntei a ele. Um suspiro, então a chama vermelha concordou. 

— Ai é só você me carregar nas costas, Jung. 

— Nem a pau. Tenho amor pelas minhas costas. 

   Taehyung negou com a cabeça, eu subi, realmente, e gritei quando ele ficou de pé pois tinha esquecido que sua altura poderia se comparar a um poste. Não, admito isto ser exagero demais, mas é fato que Kim Taehyung é alto. Vejo que se esforça nos passos, captura a mão da chama vermelha pra andar ao seu lado. Olhos castanhos chegam aos meus, ficam por um tempo e desviam antes que eu possa ter feito. 

 Não parece bravo. 
  Não parece… 

   Meu rosto ferve um pouco, me esforço pra pegar meu celular, espiando assim o horário. 

19:50pm

— Oh! Temos só dez minutos! — anunciei pois isso é algo sério! 

— dez!? — Taehyung sobressaltou os ombros.— Então melhor corrermos! 

Ele não esperou muito e fez. Me senti desesperado, me agarrei mais nele. 

— Vou morrer!!!! 

— Vai nada! — Hoseok quem respondeu. Ele estava rindo, ou melhor, estava gargalhando. E me separei um pouco do meu desespero pra ver sua boca aberta, o coração do sorriso, e cada fragmento que sua voz se dividia enquanto fazia isso. 

   Estava dando risada alta, enquanto corria. 
   Que depois Tae também deu. 
   Eu dei… 

  Isso era perturbação! 

  Só que parecia tão divertido que deixei acontecer. Era uma subida cansativa, que eles conseguiram chegar lá. Desci das costas de Tae quando senti um resquício de chuva no meu corpo, correndo pra baixo do beiral ao lado das escadas de ferro exteriores do meu AP. Não era um espaço tão grande, todavia, damos um jeito de caber os três quando a garoa se mostrou realmente. 

— Que horas são? — Jung perguntou ofegante, deixei a atenção no celular. 

19:57pm 

🎶 Body High - Harrison brome 

— Bem. Temos três minutos. — respondi dando uma risadinha. O que daria pra fazer em 3 minutos? Nada. 

— Foi muito divertido. — Taehyung também estava ofegante, sua gargalhada ainda estava espalhada pela boca quando recosto na parede. —Obrigada. 

Obrigada? 

— Obrigado. — Hoseok também disse. 

Eu quem deveria agradecer. 
Me deixaram bem… 

— Obrigado… — também fiz. Não seria justo deixar eles sozinhos nessa. Senti olhos escuros, e castanhos voltados a mim. 

  Os encarei… Devagar… Pois estou no meio. Subi do peitoral amostra de Jung Hoseok, hoje sem blusa de baixo da jaqueta, até a barba feita, algumas espinhas presentes no rosto, sua boca abrindo e fechando em uma respiração ofegante, pra depois focar no pouco que consigo nas suas írises bonitas. 

  Então segui o movimento a Taehyung, a boca aveludada, os pontos no rosto, cilios com rímel, sombra escura como a que colocou em mim. Olhos escuros refletindo os meus. Isso me deixa meio… Quente

Meus dedos ficam meio dormentes, meu peito dá um leve supapo então o encaro. Uma chama roxa, pequena demais, pula e volta pra ele. Abro os lábios surpreso. 

Meu Deus! 

— Tudo bem? — a voz de Taehyung me causou um arrepio inexplicável. Engulo em seco. 

— Ah… Tudo…— Sem motivo nenhum olhei as horas. — É… Dois minutos… 

— Nesse encontro, só tá faltando uma coisa, não acha não? 

  Encarei as írises pretas. 

— Ham? 

   O silêncio que se formou não era desconfortável, estava mais pra desconcertante. O não casal se entreolhou, Hoseok ergueu as sobrancelhas, Tae o queixo umedecendo os lábios, então a atenção da chama vermelha se voltou a mim e baixei a cabeça no mesmo instante. 

  Puta que pariu, eu vou morrer, VOU MORRER! 

— Lequel veux-tu embrasser ?

 Nem preciso dizer quem perguntou. 

— Hum? 

— Qual dos dois você quer beijar? — Hoseok traduziu. Mas logo ponderou. — foi isso né? 

   Taehyung sorriu e consentiu mais de uma vez o tocando o peito. Eu não tava doido não né? 

Talvez esteja. 

— Um minuto. — tenho que puxar o celular, abrir o chat de mensagem pra mandar algo pra Namjoon. 

|CARALHO MEU IRMÃO EU VENCI NA VIDA 
|

SÓ ISSO MESMO 
|😭🥵
19:58

— Eu… — é muita pressão. Encaro cada um, não contesto pois podem mudar de ideia. O que faço se mudarem de ideia? Vejo cada um sorrir, chegar perto um do outro quando só entrelaçam as mãos. Quem eu… Quero beijar? 

Pisco por um tempo maior. 

— Qual dos dois quer me beijar? Pois não vejo sentido fazer isso se só eu quiser. — sou sincero. Droga de ego. Mais uma troca de olhares até ambos consentirem. 

— Pode só escolher, Yoongi. Nós dois… Meio que… 

  Desço a atenção a meu celular, pra guardá-lo, vendo os minutos sair do 58 para o 59. Os dois… Querem… 

  Meus dedos prendem-se na jaqueta de Jung Hoseok, então o puxo pra próximo sem pensar duas vezes. Sabia que iria ser doido encará-lo de perto… 

 Me deixa… Quente
Seus olhos castanhos próximos assim são… Nossa… 

   Suspiro pois sinto que preciso de ar, seu queixo baixa, facilitando a situação. O dou um selinho sentindo que iria morrer com isso, depois afasto, fecho os olhos com força. Lá vem o tapa, ou a queimadura. 

Mas não chega nada disso… 

— Vou te tocar… — foi o que sussurrou, seus dedos rasparam por minhas bochechas, descem a meu maxilar, meu queixo quando ergueu meu rosto então tenho um mísero contato com seus olhos bonitos. Nossa Deus… 

   A chama pula de novo, toco o peito tentando fazer ela parar mas me distraio com a boca de Jung Hoseok contra a minha. Gelada… Mas tão gostosa. Quase fico na ponta dos pés antes de resolver cortar um pedaço do passo, meu tronco fica contra o seu, sinto sua língua raspar no meu inferior enquanto ele me puxa um pouco os cabelos da nuca. Tremelico de maneira absurda, só um beijo me faz ter dúvidas de ter minha chama roxa tão obediente este tempo todo. 

   Piora quando sua língua chega na minha, esfregando as pontas até girar sutil. O seguro a jaqueta pois preciso me manter de pé. É uma loucura de textura e sensações boas demais. Mas lembro de Taehyung. Então afasto desnorteado, procurando logo seu rosto, sua expressão, ele tá com a boca aberta mas é… Em um sorriso. 

— Nossa… — sua destra chega nos lábios. — nunca pensei que ia falar isso, mas continuem. 

Meu rosto esquenta. Quê? 

— Vamos tentar uma coisa. — Hoseok o puxa, a boca chega na dele em um beijo quase tão bom visivelmente como o meu. Mordo o inferior. Aí não, lá vem a sensação mais quente ainda… 

  Tae gargalha no meio disso, trazendo a atenção a mim. Me puxando e deixando-me um selinho. Tão… Fofo. 

  Acabo rindo da situação. 
 Seus olhos escuros chegam a Hoseok. 

— Ciúmes? — sua sobrancelha ergueu quando perguntou. Jung negou meio travado, tocando o peito. 

— Foi… Não sei… 

— Ham… Não sabemos? — dou a sugestão e eles dão risada até que Tae fale novamente. 

— Já beijou a três? 

  Arregalei os olhos. 

— N-não. 

  Hoseok sorriu. 

— Incrivelmente… Quero tentar. — foi o que anunciou. 

 EU VOU MORRER. 

   Não fugi, não surtei exteriormente. Fiquei totalmente eufórico quando ambos os corpos chegaram próximos. O que faço? Pra onde vou? Valha meu Deus!!! Caralho! 

— Só relaxa os lábios, neném. Quem sabe podemos repetir. 

  Repetir!? 
  As palavras da chama azul me deixaram ansioso. Esperei algo completamente sem vergonha quando recebi os lábios deles chegando nos meus, chupando meu inferior. Ambos me beijando, não é como se fosse os três beijando ao mesmo tempo. 

É eles dois, mais eu. 

   Ofeguei, meus dedos seguiram a cada cintura diferente quando eles fizeram o mesmo. Não foi sem vergonha. Foi doce. Foi doce pois quando travei pela nova textura boa, a sensação que me fez arrepiar e vibrar, ambos respeitaram. Taehyung me virou pra si, me deixando um selar vagaroso, depois Hoseok fez o mesmo. Um carinho se seguiu aos meus fios de alguma das mãos, outra passou por meu rosto de um modo realmente acolhedor. 

Quase incendiei… 
Eu…? Eu quase incendiei?

— Tudo bem? — a chama azul questionou. Abri os olhos, assenti. 

— Foi muito bom… 

   Eu sorri. Eles sorriram e estava tudo bem. 

   Como prossegue agora? Nenhum dos três tínhamos a resposta. 

   Só que desta vez não ter uma resposta não me apavorava. Mesmo sabendo que não poderia achá-la no Google. 

  O que importa é que essa noite foi boa. 

   E algo me diz que vai demorar um tempo pra que eu me sinta sozinho a partir de agora. Me sinto esperançoso. 

— 20H. — falei. 

— Dá tempo de um segredo? — foi o que Taehyung questionou quando me viu pronto pra partir. Respirei fundo e deixei que falasse. — Também foi meu primeiro encontro de verdade. 

— o meu também. —Hoseok admitiu.

  Compartilhamos uma primeira vez. 

   Ah, não… Estou ainda mais envergonhado. Meu coração parece que vai sair do peito agora. 

— Até amanhã, chama roxa. — recebi um acenar de Tae primeiro, quem se colocou na chuva com as mãos escondidas no bolso. 

   Eu deveria ter os oferecido um guarda chuva, mas estava bobo ao ponto de isso só ser um pensamento. 

— Até amanhã. — Hoseok me segurou a mão quando disse. Desta vez foi firme e veio junto de uma carícia sutil. — Não desapareça. 

Quente... De um jeito muito bom.

— Não irei. 

   É meio irônico ele falar isso, e logo em seguida ir embora. Mas eu continuei feliz quando subi as escadas, abri minha porta, segui pra meu quarto e sentei na cama dando sinal de vida pra Namjoon. 

A minha chama pulou do peito… 

  Sigo os olhos pra meu papel de parede, resolvo pegar duas velas pra acender hoje. A azul e vermelha. Fico observando-as bobo, tolo, até decidir trazer uma roxa pra colocar no meio delas. 

  E acendo com minha chama mesmo tentando me acostumar com esta visão. 

  Não gosto de números ímpares.

  Faço uma careta, deixo os abafadores na cadeira. 

 Não gosto de números ímpares, sucos de outra cor que não sejam amarelos, tocar os pés em um chão frio demais, ou quente, por isso sempre uso meias.

  Odeio etiquetas, barulhos pequenos e constantes, barulhos altos gradativo.  

  Detesto palavras muito grandes, me dão calafrios, como: Constantinopla. E pequenas e difíceis me deixam feliz quando vou pronunciar como: Abrupto.

   Não costumo sair da zona de conforto, dos itens da minha lista, ou crer naquilo que pode me gerar algum incômodo futuro.

   Mas desde que conheci a chama azul e a vermelha, minha vida pacífica começou a ficar mais divertida, mesmo sofrendo alterações...

  Três não parece mais... Um número tão ruim assim e acabei de pensar em dois números ímpares seguidos, o que é um avanço.

  O fogo destrói.
  Mas o fogo também dá conforto e esperança. Ele causa novas opções, dependendo do ponto de vista.

1+1 = 2

  Gostava de olhar pra essa equação por ser clara e direta. Também, fácil. 

  Até que duas agitações chegaram, me fazendo ter um novo ponto de vista sobre ela. 

  Se contarmos o +, entre cada um, ela sempre esteve errada. Vou levar isso em consideração nessa história, porque eu quero. 

   1 + 1 = 3

   E talvez este seja o primeiro erro da minha vida que consiga contar como certo. Pois ele não me incomoda.

Ele me faz sorrir.

……………... 

Flashback ON

— Hum… Vocês não precisam vir, estou verdadeiramente bem aqui. 

— Você tem certeza? — minha mãe perguntou, não ergui o queixo pra encarar seu rosto, estava ocupado demais tentando reescrever umas anotações que tinha feito da última sessão daquele casal problemático sem rasuras agora. Somente consinto. — Certeza mesmo que não quer voltar, filho? 

— O fato de estar repetindo o que já respondi, pode ser considerada uma tentativa de manipulação quanto as minhas decisões e sentimentos, uma vez que: Já confirmei sem hesitar que está tudo bem, mãe. 

— Ah… — suspirou. — certo, certo. 

— Concordar duas vezes só mostra o quanto está receosa, é quase uma auto afirmação, ou seja, não foi pra mim, mas sim, pra você. 

— Você é meu filho mais novo, claro que estou preocupada, Yoongi. 

— Não precisa. Aliás, não foi para que me pedisse pra voltar que liguei, muito menos chorar, preciso conversar com a senhora. 

— o que foi? 

— Como você e o pai… Se conheceram? 

 — Quer mesmo saber sobre? Nunca se interessou por assuntos assim… 

— Quero saber. Das dificuldades principalmente, temos 2 horas. — recosto melhor na cadeira, deixo a atenção na minha lâmpada apagada pois preciso me concentrar nas suas palavras, os dedos coçam e logo roçam um no outro na minha sequência padrão. 

— Bem… Você ainda lembra da lenda que sua vó contava? 

— Sobre alma gêmeas? 

— Sobre alma gêmeas. Quando eu vi seu pai eu… Senti minha chama pular do peito. Então escutei as palavras de mamãe na hora, Yoongi, escutei ela falar: 

—“ Está na hora de seguir seu coração.” 

— Isso… É ele… Está na hora de seguir seu coração. 

..................

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