A Princesa e o Guerreiro

By _LAISLINO

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~> [ Concluída ] <~ Suyen Mizuki e Katsuki Bakugou. Pertencentes de duas realidades sociais totalmente difere... More

⚠ AVISO! ⚠
<< ♪ ᴘʟᴀʏʟɪꜱᴛ ♪ >>
Capítulo 1 | Recordações
Capítulo 2 | Seu Grosseiro de Merda!
Capítulo 3 | Aliança Entre Reinos
Capítulo 4 | Os Preparativos
Capítulo 5 | Rei Toya Todoroki, Muito Prazer
Capítulo 6 | A Dança
Capítulo 7 | Visões
Capítulo 8 | União Estável
Capítulo 9 | A Verdade
Capítulo 10 | Entre Tapas e Beijos
Capítulo 11 | Um Passeio
Capítulo 12 | Encontro
Capítulo 13 | Reencontro
Capítulo 14 | Eu Desisto...
Capítulo 15 | Flechas
Capítulo 16 | Sensações Perturbadoras
Capítulo 17 | Seu Nome
Capítulo 18 | Promessa
Capítulo 19 | Conselhos
Capítulo 20 | Maldito
Capítulo 21 | Chamado
Capítulo 22 | Nervoso Estranho
Capítulo 23 | Carta
Capítulo 24 | Ida Ao Desconhecido
Capítulo 25 | Descobrindo, Explorando e Sentindo
Capítulo 26 | Surto Apaixonante
Capítulo 28 | Sem Escolha
Capítulo 29 | Você me ama?
Capítulo 30 | Luto
Capítulo 31 | União Desgraçada
Capítulo 32 | Noite de Núpcias
Capítulo 33 | Saúdem a Rainha!
Capítulo 34 | Revelação Cruel
Capítulo 35 | O Caos Começa
Capítulo 36 | Aprisionada
Capítulo 37 | Desejo Chulo
Capítulo 38 | Descoberta
Capítulo 39 | Meu Herdeiro
Capítulo 40 | Esperança
Capítulo 41 | Meu Filho
Capítulo 42 | Coragem
Capítulo 43 | Livre
Capítulo 44 | Nova Vida
Capítulo 45 | Déjà-vu
Capítulo 46 | Um Ancião?
Capítulo 47 | Perda
Capítulo 48 | Calma
Capítulo 49 | Poder Herdado
Capítulo 50 | Decisões
Capítulo 51 | Partida
Capítulo 52 | Chegada
Capítulo 53 | Batalha Travada
Capítulo 54 | Grand Finale
Capítulo 55 | Paz
Epílogo | Nós
⚠ AVISO! ⚠

Capítulo 27 | Sofrimento

35 3 0
By _LAISLINO

| _________ ࿇ _________ |

[ 15:40 ]

Aquilo não podia estar acontecendo.
Não comigo.
Não mais uma vez nessa minha desgraça de vida.

O meu pai não pode estar morrendo. Ele não pode me abandonar aqui. Ele não pode. Não hoje. Não agora!

Ignorando os pedidos da Ochako, a retirei do meu caminho e deixei aquele meu quarto às pressas.

Tropeçando em meus próprios pés e nas barras do meu vestido empoeirado, atravessei todo aquele corredor, chegando aos aposentos do meu pai rapidamente. Logo à frente de suas portas, três dos quatro médicos que vi percorrerem esse corredor ali estavam, conversando entre si, visivelmente abalados.

Não me importei com as suas tentativas falhas de me barrarem na entrada, simplesmente lutei contra os seus braços que me mantinham temporariamente presa e dei um passo a frente, adentrando no quarto de meu pai.

Assim que escancarei as suas portas, encontrei-o sobre a sua cama, sendo, a partir do seu abdômen, encoberto por lençóis brancos e perfumados, como ele prefere. Sua fisionomia facial não era das melhores, de fato. Além dos olhos fechados e da seriedade, estava com um tom de pele visualmente amarelado. Tal como um senhor do nosso tom de pele, que está acamado e não se vê em condições de sair de sua casa, pegar um Sol e inspirar um ar fresco de uma manhã iluminada.

Suyen: pai...? ― me aproximo da sua cama, sentando-me ao seu lado. ― pa-pai...? ― minha garganta se fecha para as palavras e, como se fosse o instinto, lágrimas passam a escorrer pelas minhas bochechas. ― pai? Não...não. Não. Não. ― alcanço a sua mão sobre os lençóis brancos e a levo até o meu rosto, sentindo a sua baixa temperatura entrar em contato com a minha, muito mais alta, por sinal. ― acorda...acorda, por favor. ― me volto ao médico de meia-idade que se encontrava naquele cômodo, juntamente de um soldado-chefe da escolta de meu pai. ― faça alguma coisa! Ajude...ajude o seu Rei! ― peço, desesperada. ― você é um médico! Deveria salvar as pessoas! Deveria...deveria prestar o devido serviço ao seu...por favor!

Médico: e-eu realmente sou médico, alteza. Mas...sendo sincero, eu já fiz tudo o que tinha ao meu alcance para ajudar o seu pai. ― declara, mantendo-se cabisbaixo. ― eu sinto muito, princesa. Muito mesmo. ― realiza uma breve reverência, mostrando que já estava de saída. ― ele ainda se encontra consciente. Talvez...queira aproveitar enquanto pode para...se despedir. ― aconselha, sendo um tanto frio com as palavras. ― com licença, majestade.

Não.
Não pode ser verdade.
Não, não, não!
Tudo menos isso, por favor!
Meu pai, não! Por favor, não!

Suyen: nã-não. Não me deixe aqui...papai. ― selo com os meus lábios o dorso de sua mão fria, buscando um acalento maior. ― já perdi a mamãe...nã-não posso perder o senhor. Não...não agora. ― me sento ao chão, ao lado de sua cama, sem qualquer força para me manter ali. ― e-eu...eu preciso do senhor, meu pai. Pre-preciso muito. Não vá. Por favor, pai. Não vá!

De repente, enquanto declarava e repetia minhas lamentações por essa ocasião desgraçada e muito repentina, senti um leve movimento em minha mão. Era o meu pai. Fazendo um esforço mínimo para segurar minha mão, embora eu soubesse que aquele atualmente era o seu máximo.

Pai: Su...Suy...Suyen. ― sua voz fraca se enaltece perante o meu choro, levando-me a observá-lo atentamente, em busca de mais alguns minutos tendo-o aqui, comigo. ― Suy...Suyen...fi...filha. ― chama-me, ofegante.

Suyen: eu estou aqui, pai. Estou aqui. ― enxugo algumas lágrimas, tentando permanecer forte. ― por favor, pai. Fica comigo. Fica. E-eu...eu preciso muito...muito do senhor, pai.

Pai: es-escute...Suy...Suyen. ― ele faz mais um esforço, para que a sua voz não soasse tão baixa, como um sussurro. ― a-a...a minha hora...che-chegou, minha fi...filha. ― tenta manter as suas pálpebras abertas, para que me olhasse durante essa sua declaração repleta de sofrimento. ― por-por isso...quero que...que tome o meu lugar...no comando...do Reino. Si-sim? ― ele solta a minha mão e a leva ao meu rosto, enxugando algumas de minhas lágrimas enquanto acariciava aquela região vagarosamente. ― es-está...na hora de você...se tornar...a-a...a Rainha deles, me-meu...meu tesouro. ― eu fecho os olhos, inclinando levemente a minha cabeça na direção de seu toque suave. ― hon-honre...o meu...legado e-e...e faça...o seu, tudo...tudo bem? Vo-você...você será uma...uma ótima Rainha. Nun...nunca deixe que...que lhe...lhe digam o...o contrário...ouviu-me?

Suyen: si-sim, pai. Ma-mas...-

Pai: e-eu...sempre estarei...contigo, mi...minha filha. Ma-mas...em espírito. E...em físico...dei...deixarei o...o Toya...para cuidar de ti...minha filha. ― afirma, deixando o meu estômago ainda mais embrulhado com tais palavras. ― se-sei que...que não gosta...dele, mas...mas, eu lhe...lhe confiei à ele, Suy...Suyen.

Suyen: eu...eu lhe entendo, pai. Mas...-

Pai: saiba que... ― sua respiração cessa e logo as suas pálpebras se fecham, definindo o pior que poderia vir a acontecer. ― ...eu te amo, minha filha.

Com um último suspiro, o meu pai proclamou aquelas palavras, as quais não tinha o hábito de proferir à minha pessoa.

Embora eu torcesse para ser mentira, a sua mão escorregou pela minha bochecha e, sem qualquer força existente, desabou-se sobre o colchão daquela cama e seus lençóis macios. Paralisada, lágrimas voltaram a escorrer pelo meu rosto, enquanto eu ainda me via desacreditada perante a tragédia que acabara de acontecer.

Suyen: pai...? ― sussurro, chamando-o ainda sem uma reação certa. ― pai? Pai, por favor! Por favor, fala comigo! Pai?! ― levo as minhas mãos até o seu rosto, movimentando-o desesperadamente para que ele abrisse mais uma vez os seus olhos e eu pudesse reconhecer aquele brilho castanho lindíssimo. ― não, não, não, não, não! Pai! PAI ACORDA! FALA COMIGO! ACORDA, PAI! ACORDA! ― escuto as portas atrás de mim serem abertas e logo alguém me cerca com os seus braços, retirando-me à força de perto do meu pai. ― ME SOLTA! PAI! PAI FALA COMIGO! ACORDA! ACORDA E FICA AQUI COMIGO! PAI! NÃO, PAI! ― grito desesperada, lutando contra os braços que me mantinham imobilizada. ― EU QUERO O MEU PAI! QUERO O MEU PAI DE VOLTA! PAI! PAI, VOLTA! PAI! ― os médicos voltam para aquele quarto às pressas e, com uma toalha, cobrem o rosto de meu pai. ― NÃO! NÃO FAÇAM ISSO! SAIAM DE PERTO DO MEU PAI! PAI! PAI, ACORDA! POR FAVOR! PAAAIIII!

Médico: melhor tirá-la daqui, Rei Toya. E, por favor, tente acalmá-la. ― aconselha, como se eu precisasse me acalmar.

Suyen: NÃO! NÃO! NÃO! ― arranho os braços que me seguravam, tentando de todas as formas não ser levada dali, mas havia sido tudo em vão. ― pai, não...o senhor não. ― digo mais calma, desistindo de resistir à toda aquela força que o Toya utilizava para me manter em seus braços, imóvel. ― por quê?! por quê?! POR QUÊ?! ― sinto o meu corpo ser trazido até outro, em um abraço mais do que necessitado. ― não...NÃO, NÃO! ― o meu tronco é cercado pelos braços do Toya e eu, sem qualquer força restante, me apoiei nele. ― pa-paaiii...nã-não! Meu pai...meu pai, não! Nã...não! E-eu...eu não mereço isso, não mereço.

Toya: shhh... ― os seus lábios um tanto frios selam a minha testa, enquanto os seus dedos desembaraçavam delicadamente os meus cabelos cacheados, em uma carícia relaxante. ― vai ficar tudo bem, 'tá? Eu estou aqui, minha princesa. Eu estou aqui, ouviu? ― eu respiro fundo, tentando me acalmar, embora o choque tenha sido grande demais para ser digerido tão facilmente. ― o seu pai te amou, e vai continuar lhe amando, não importa onde ele esteja. ― beija a minha testa mais uma vez, acalmando-me de pouco em pouco.

Uraraka: alteza! ― escuto os seus passos acelerados sobre o corredor, que cessaram quando ela se aproximou o bastante de mim e do Toya. ― então...o pior...aconteceu?

Toya: infelizmente. ― afirma, sem dar uma pausa sequer naquele carinho em meus cabelos. ― o Rei...não está mais entre nós.

Uraraka: oh, meu Deus! ― Ochako acaricia o meu rosto e eu logo vou para os seus braços, buscando ter dela um apoio maior. ― shhhh...fique calma, alteza. Tudo dará certo, fique tranquila. ― garante, tentando ser sincera, apesar dos fatos recentes.

Toya: eu ficarei aqui para supervisionar os procedimentos. Enquanto isso, leve a Suyen para tomar um ar. Fará bem à ela. ― os cabelos que antes repousavam sobre o meu rosto são afastados com certa delicadeza e logo a minha bochecha é selada por um beijo cortês, ofertado pelo Toya. ― te vejo depois, minha princesa. Fique bem, sim?

Eu não o respondi e muito menos abri as minhas pálpebras para ver o seu rosto. Não porque eu estava sendo fria com ele depois dos feitos horríveis que descobri ao seu respeito, mas sim porque só queria ficar ali, em meu mundo paralelo, e chorar, chorar até me sentir com falta de água em meu próprio corpo.

Como eu queria que isso fosse um pesadelo. Um pesadelo ruim, que acabamos acordando no susto e quase caímos de nossas camas. Um pesadelo que iria despertar uma hora ou outra e teria a companhia do meu pai. Teria ele. Comigo, vivo. Como eu queria que isso fosse uma mentira. Uma mentira daquelas sem graça, onde acabamos nos ofendendo profundamente. Mas que, também uma hora ou outra, será desfeita e a verdade prevalecerá. No caso, a presença do meu pai.

Pai...
Pai, eu ainda tinha tantas coisas para falar para você.

Por quê, hein?
Por que tão cedo?
Por que hoje?
Por que agora?
Por que o senhor, e não outra pessoa?
POR QUÊ?

• ࿇ •

~ Bakugou:
[ 15:50 ]
= Na Vila Secreta =

Denki: P*TA QUE PAR*U! ― esbraveja, processando o que ouviu do boca-aberta do Kirishima antes que ele voltou para o vilarejo, atrás da sua p*ta idiota. ― Bakugou?! Você fez isso mesmo?!

Sero: 'tu f*deu com a princesa Suyen?! É sério?! ― questiona, seguindo-me assim como os outros, todos parecendo uns carrapatos desgraçados.

Tokoyami: você está correndo um risco que poderia muito bem ser evitado. Você sabe disso, não é Bakugou? ― declara, com aquela sua seriedade estupidamente idiota.

Bakugou: argh! F*da-se, caralh*! Parem de encher o meu saco com isso! ― chego até o bar daquela vila, onde, após fazer um breve sinal ao dono daquela pocilga, recebi uma caneca muito bem cheia de cerveja. ― se eu f*di ou não com aquela princesinha, o problema é meu. Vocês três não tem absolutamente nada a ver com isso. ― me apoio no balcão de madeira, tomando um formidável gole daquela bebida.

Denki: é. ― também pede uma caneca de cerveja, diferente do Sero e daquele Cara de Corvo, que preferiram uma boa taça de vinho. ― realmente não temos nada a ver com quem você f*de ou não, mas...que você deve ser honrado, ah, deve! E muito, por sinal.

Sero: sei que isso não acontece muito, mas eu concordo com o Kaminari. ― ingere o seu vinho, dando-me uma leve cotovelada no braço. ― as damas de hoje em dia já são difíceis 'pra caralh* e essa princesa, com toda a certeza, chegava a ser pior. Porém, mesmo assim, você conseguiu pegá-la de jeito. É assim que se faz, cara! ― me empurra, em um entusiasmo que quase custou a minha cerveja.

Bakugou: me toca mais uma vez, e essa cerveja vai parar na sua cara, falou? ― ameaço, já de saco cheio dele. ― agora... ― tomo todo o líquido presente naquela caneca de uma só fez, deixando-a sobre o balcão. ― ...me avisem quando o boca-aberta do Kirishima voltar, falou? Preciso acertar umas contas com ele. ― retiro algumas moedas do meu bolso e simplesmente as jogo para o Cara de Corvo, que se mantinha calado e apoiado ao balcão daquele bar. ― acerta aí 'pra mim, falou? ― ele me fuzila com o olhar, segurando aquelas moedas com um ódio evidente, mas que ignorei.

Deixando aquele bar idiota, segui em passos tranquilos pela vila, até que chegasse à tenda que abriga o Ancião Mestre daqui. Quem, sendo sincero, não passa de um velho caindo aos pedaços.

Bakugou: ei, velho? 'Tá vivo? ― elevo o tecido que encobre a entrada da tenda, consultando a existência, ou não, daquele idoso.

Ancião: entre, jovem Bakugou, entre. ― permite, deixando claro que estava muito vivo, por sinal. ― e então? Como foi o encontro com a princesa? Levou-a para onde pedi? Contou-lhe tudo?

Bakugou: ela está sabendo do que deve, assim como você queria. ― cruzo os braços, apoiando as minhas costas em um pedestal de madeira ali próximo. ― ela me garantiu que tomará providências, mas não por agora. Não sei se é a melhor decisão. Por mim, eu iria agir já. Mas, f*da-se. Eu estou pouco me importando com isso.

Ancião: será mesmo, jovem? ― questiona de repente e eu, confuso, o olhei de soslaio. ― será mesmo que não se importa, nem um pouco, com a situação da princesa?

Bakugou: se eu estou dizendo, p*rra, é porque é! Eu hein. ― reviro os olhos, ignorando as falas medíocres desse velhote. ― e por que o senhor 'tá me perguntando isso agora? Deu de ser enxerido, por acaso?

Ancião: claro que não, meu jovem, claro que não. ― nega, mantendo um sorriso simplório no rosto. ― eu só acho...estranho ver você, quem tanto se dispôs à alertar a princesa sobre o perigo que correra estando ao lado do Rei Toya, dizer agora que não se importa com absolutamente nada disso. Não acha um pouco...contraditório, rapaz?

Bakugou: eu não sei do que você 'tá falando, velho.

Ancião: ah, sabe. Sabe muito bem, aliás. ― se acomoda melhor sobre aquela sua cadeira, certamente sentindo dores nas costas de tanto ficar ali, imóvel o dia inteiro. ― pode me chamar do que quiser. De velhote, velho caduco, velho maluco...mas, eu estava te acompanhando durante esses últimos dias. Sendo mais exato, desde que passou a encontrar com a vossa majestade, Suyen Mizuki.

Bakugou: depois eu te chamo de velho enxerido e 'tu se ofende, não é? ― comento, trazendo graça àquele velho caduco. ― qual é, hein? Se tem algo para me falar, fala, p*rra. Odeio rodeios desse tipo, cacet*.

Ancião: tudo bem..― se recosta em sua cadeira, visivelmente mais confortável em tal posição. ― você está se apaixonando, lentamente, por ela, Katsuki Bakugou.

Ah, pronto...
Agora deu de prever coisas amorosas sobre a minha pessoa. Ah! Vai se f*der, vai?
Não tenho tempo para ouvir essas merdas, não!

Bakugou: sério, velhote? Fez todo esse suspense desnecessário para me falar uma bobagem dessa? Qual o seu problema, hein?! 'Tá doente, ou é só merda na cabeça mesmo? ― pergunto por via das dúvidas, contendo-me para não fazer besteira.

Ancião: está ou não está? ― eu balanço a minha cabeça em sinal negativo, sem acreditar que ele realmente queria saber a minha resposta sobre isso, que já estava claramente óbvia. ― é uma pergunta simples, Bakugou. Basta você me responder com um "sim", ou um "não". ― esclarece, com uma serenidade que dá nos nervos.

Bakugou: 'tu só pode 'tá zoando com a minha cara. Será que eu preciso desenhar um "não!", bem grande, e colar na sua testa para 'tu ver?! Caralh*, p*rra! Que encheção de saco do inferno! Argh! ― lhe dou as costas, mantendo somente o meu braço apoiado àquele pedestal de madeira.

Ancião: então...isso é um "não", meu caro? ― pergunta, mas eu optei por não respondê-lo, apenas para não perder o meu autocontrole extremo. ― okay. Se o rapaz prefere mentir sobre a verdade depois de tudo o que aconteceu entre você e a princesa, naquela ilha, tudo bem. Eu não insistirei em receber a sua confissão. Afinal, é tudo um processo. Agora, você, Katsuki Bakugou, ainda deve estar consumindo os acontecimentos passados e...pensando se foi apenas um deslize momentâneo, ou se ainda pode vir a repetir.

Esse velho 'tá de sacanagem com a minha cara. Só pode.

Bakugou: "se repetir". Ah, 'tá bom! ― me volto àquele velho, já de saco cheio dessas suas palavras fúteis e estupidamente emocionadas. ― escuta uma coisa, velhote... ― chamo a sua atenção, determinado em colocar um ponto final naquele papo já. ― se depender de mim, eu e aquela princesinha medíocre não repetiremos nada, nunca mais, ouviu?! Aquilo que aconteceu, só foi uma transa qualquer! Nada demais! Ou, o senhor acha que aqui é conto de fadas para dois idiotas se apaixonarem perdidamente e buscarem o maldito "felizes para sempre"?! Hã?! ― ele se manteve calado e eu, com ódio de sobra para despejar em palavras, continuei. ― aqui é vida real, cara. E essas besteiras não acontecem! O que fizemos naquela ilha, o que o senhor sabe bem como foi já que gasta as horas do seu dia para me vigiar, não passou de s*xo, falou?! Ninguém sentiu nada além de tesão! E se sentiu, veio dela. Porque de mim, não vem nenhum sentimento. Muito menos desse tipo aí, meloso 'pra cacet*! ― declaro em alto e bom som, para aquele velho idiota escutar e não vier com "hã?" na minha cara.

Ancião: acabou? ― eu resmungo, dando-lhe as costas mais uma vez. ― ótimo. Você fala demais quando é pego na mentira.

Bakugou: ah, eu desisto! Se 'tu quer acreditar nessa merda de paixão, que você mesmo inventou nessa sua cabeça de miolos podres, f*da-se! Eu 'tô de...-

Ancião: o quê...? ― diz bruscamente e eu logo o olho confuso, vendo que não se tratava das minhas palavras brutas, mas necessárias. ― não...não, isso não pode. ― fecha os olhos, visivelmente perturbado com algo que estava vendo em sua consciência. ― muito ódio... Um veneno... Uma morte. ― repete palavras distintas e volta a abrir os olhos, expressando um espanto grandioso. ― Suyen.

"Suyen"?!
Mas que p*rra é essa?!
O que o nome dela tem a ver com isso?!

Bakugou: para de sonhar e explica isso direito, velho! O que está acontecendo? Por que "Suyen"? ― questiono, curioso por uma resposta que fizesse o devido sentido.

Ancião: ódio. Veneno. Morte. Suyen...e Dabi. ― inclui esse desgraçado, contribuindo e muito para despertar a minha raiva temporariamente adormecida. ― é isso o que eu vejo, Bakugou. Algo acabou de acontecer naquele castelo. Algo terrível e que poderá afetar à todos, se não for impedido.

Argh...
Que desgraça!
Mas o que pode ter acontecido agora, p*rra?!
Será que eu não vou ter um segundo de paz nessa merda?!

Já que as visões daquele velho não me ajudaram muito à desvendar o que tinha realmente acontecido fora dos limites dessa vila, recorri aos fofoqueiros desse lugar.

Deixando a tenda do velhote, segui até a praça central dessa vila, onde a maioria dos moradores que podem saber de alguma coisa se encontram nesse horário do dia. Contudo, enquanto seguia esse trajeto em passos firmes e rápidos, percebi um pequeno grupo de moradores dessa vila se juntarem não muito longe de onde estava, como se tivessem encontrado algo suspeito, ou coisa do tipo.

Embora possivelmente fosse algo sem importância para mim, meu sexto sentido me alertou sobre aquilo e eu mudei totalmente o meu caminho, indo direto até aquele pequeno grupo de indivíduos reunidos.

??: Mas, como isso pôde acontecer?! ― uma senhora declara, levando as mãos no rosto com desespero.

??: Assim? De uma forma tão brusca? ― um camponês qualquer questiona, mantendo o seu filho sobre os ombros.

??: Como as coisas serão a partir de agora, meu Deus?! ― uma jovem expressa o seu nervosismo e aflição em palavras, temendo o possível futuro.

Adentrando pelo meio daquelas pessoas, pouco me f*dendo se estava empurrando alguma pessoa de idade ou pisando no pé de alguém, me aproximei do provável precursor da tragédia anunciada. Acreditava que pudesse ser alguma mulher fofoqueira dessa vila, mas, na realidade, era o idiota ― e, como já havia dito, boca-aberta ― do Kirishima.

Argh...eu não falo é mais nada.

Bakugou: e aí, p*rra? Qual é a fofoca da vez que deixou todos esses vagabundos aqui? ― questiono, acabando por estranhar toda aquela tristeza existente na cara do Kirishima. ― ih, qual foi? Que cara é essa, cacet*?

Kirishima: acabei de voltar do vilarejo do Reino e...foi informado para todos na praça central que...o Rei Mizuki acabara de falecer.

Bakugou: como é? ― pergunto, sem acreditar no que havia escutado desse metamorfo idiota. ― está louco?! Quem disse isso, p*rra?!

Kirishima: foi o próprio porta-voz do Rei, Bakugou. Ele mesmo pronunciou a morte. O enterro, que ocorrerá já amanhã. E o luto, de mais de um mês. ― esclarece, deixando claro que não estava mentindo. Até porque, não teria razão para tamanha falta de respeito.

P*ta que par*u...então, é verdade.
Caramba, a Suyen deve 'tá arrasada 'pra caralh* agora.

Argh! Eu sei que vai ser difícil 'pra cacet*, mas eu preciso ir vê-la e tirar essa história à limpo.

Deve ter uma explicação para essa morte tão repentina. Se levarmos em conta a "saúde de ferro" do Rei e a visão bastante sugestiva daquele ancião, 'tá aí uma dúvida considerável do que possa REALMENTE ter acontecido. Pelo o que eu sei, uma pessoa não pode morrer de uma forma tão abrupta assim.

O que rolou afinal, p*rra?

| _________ ࿇ _________ |

Esse foi o capítulo de hoje...
Espero que tenham gostado...
Se gostou, fique a vontade para comentar ou votar, tudo bem?
É muito importante para mim :)
Obrigada por ler!

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