O Portador de memórias - Para...

Por umprosador

18.3K 2.8K 927

Esta é a história de Bernardo Bertrand, um escritor que durante o decorrer da própria história, passou por mu... Más

Delírio
Cecília
Hospício
Carta para Cecília, diga que estou vivo!
Anotação
Olhos castanhos como os de Cecília...
Nota de delírio
Sonho de morte
Os destroços
Nota
Primum non nocere
O arder
Não precisa ler esta nota
Jogo do contente à la Elisa
Questões da Princesa Miranda
Princesa Miranda
Nota de sonho - Benjamin
Baiadère
Aqueles olhos
Pequena nota de uma nota
Cecília? Onde?
Dá-me.
Sem título
Tetracromo. Um portador de memórias.
Nota de borboleta
Presença de memórias?
Solis
,Aphrodítē
A morte
Nota ao Rato
Vida
Elfa
Artemis
Teu veleiro em flor
Vou te contar
Ajuda
Nossa Cecília
Seja meu ar
Paschein
Spirit
E o amanhã, quem dirá?
Nota de adolescência
O sentir
Chronos
Carta para Bernardo
Atena
Investida
Nemesis
Página no facebook
O lobo versus a cobra
Rir até gritar, disse ele
Kindle

A morte

402 70 16
Por umprosador

Eu encaro o mendigo com toda a força que tenho e pergunto:


- Eu tenho um primo e ele foi internado junto comigo?

- Junto eu não sei... Mas que foi internado no mesmo tempo eu sei que foi...

- Obrigado. Onde mora minha família?

- Numa rua perto da Sem Nome

- Obrigado, amigo


    Por ali mesmo consegui uma calça e uma camisa de botões (Nunca me acostumei com camisas fechadas) e esperei amanhecer. Antes do sol raiar andei sobre a cidade vendo ruas talvez conhecidas, talvez imaginadas... Cheguei a um ponto que não teria como esquecer. O banco onde vi Cecília pela primeira vez. Me sento, o comércio não abriu ainda.

    Me contendo em saber que sou de verdade e por segundos escuto pedrinhas gritando embaixo de um sapato. Alguém parece andar perto de mim...


No silêncio do amanhecer em Não se sabe Onde, olho para o outro lado da rua e enxergo Cecília fitando rachaduras na calçada.


  Meus olhos não conseguem de maneira alguma se conter, eles gritam.


Meus olhos explodem em lágrimas, suco de sentimento.

    Ando quase num trote atrás dela, chorando, soluçando, tropicando no oxigênio e esbarrando nas palavras que nunca disse... Gritei: Cecília! E ela olha para trás sorrindo como um anjo que veio parar nesta terra por algum acaso, ou intencionalmente para me testar o coração. Ela corre. Não entendendo, corro atrás. Infinitamente corro!

    Já sem fôlego após correr quase três quadras, enquanto corro atrás dela olho para a minha diagonal e enxergo uma casa muito grande com um muro muito baixo e porta gigante acima de três degraus; assim que meus olhos pesam em retornar para Cecília, ela desaparece. Fico atordoado tentando encontrá-la, mas não consigo. Senti uma enorme vontade de saber o que é ou de quem, por que, por onde, de onde essa casa me chama tanta atenção.


Bato no portão e não há ninguém. Ao bater pela terceira vez ouço uma voz gritar:


- Pare de bater no meu portão seu moleque filho de uma puta!


    No mesmo segundo tive essa reação: Nenhuma. Não sabia nem o que responder e nem ao menos o que pensar, simplesmente fiquei estático e uma mulher bastante velha sai daquela porta verde gigante e desce os três degraus com uma vivacidade que não sei se nem eu mesmo teria.


- Bernard! Como você conseguiu sair daquele lugar? Entre! Entre!

Entro pela grande porta, estupefato com tudo isso e por tudo isso.

- Desculpe, mas eu a conheço?

- Seria no mínimo deselegante esquecer da própria tia.


Nesse mesmo segundo olhei para seus olhos verdes e límpidos. Me lembrei dela, miha tia Izabelli, nome incomum, assim como ela.


    Entramos em uma grande sala com vários ornamentos caros e antigos. Ela não parou de falar e sinceramente eu não estava entendendo nada. De repente um garoto loiro e bem vestido que deve ter por volta de 9 anos vem correndo pela casa e passa por mim quase me atropelando e gritando: "Sancho! Sancho! Sancho! Sancho!" Eu interrompo o discurso embolado e infinito de minha tia e ela pergunta:


- O que houve?

- O garoto pode se machucar correndo assim...

- Ela ri – Eu moro sozinha a mais de quarenta anos , não há mais ninguém aqui, apenas os criados.

- Entendi...


    Não sei se estou ainda mais doido, mas realmente o garoto quase passou por cima de mim. Minha tia não percebeu nada, claro, não parava de falar e ainda não parou... Há algo estranho aqui. Aqui dentro e mim, faz tempo que não sentia essa sensação de morte...

    E então minha tia Izabelli para em frente a um quadro e começa a chorar... Tento consolá-la, mas quando olho para o quadro, este homem, Benjamin Bertrand.


  Me recordo de tudo o que aconteceu. Sinto o gosto do ódio salgar minha boca e o ranger anestesiar meus dentes.


-


Próximo capítulo: Primum non nocere


-



Seguir leyendo

También te gustarán

287K 35.5K 46
Após vários dias em coma, Malu acorda em uma cama de hospital, sem lembrar nada sobre seu passado. Sua única companhia - além de colegas de quarto es...
12.5M 212K 10
LIVRO FÍSICO DISPONÍVEL NO LINK: https://www.editoralunas.com.br/renatacosta Amy Carter , morava com seu pai numa pequena cidade dos Estados Unidos...
(sobre)viva Por Erika S. Maso

Misterio / Suspenso

22.5K 2.7K 58
🏅VENCEDOR DOS PREMIOS WATTYS 2021 EM SUSPENSE 🥇lugar em suspense no Concurso Relâmpago de Natal 🥉Lugar na segunda edição do concurso Mestres Pokém...
17.4M 1.2M 91
Jess sempre teve tudo o que quis, mas quando Aaron, o sexy badboy chega a escola, ela percebe que, no final das contas não pode ter tudo o que quer...