Por Megan
Depois de ter sido interrogada pelas meninas, eu não tive escapatória. Eu tinha apenas que aceitar que estava grávida!
Em minha sala, entro em meu e-mail e...bingo! Lá vem uma mini Meg ou um mini Oliver!
A questão agora é, como irei contar isso à Oliver? Como meus pais e meus sogros aceitarão essa notícia? Será que eu vou saber cuidar de uma criança? Serei uma boa mãe?
Tranco a porta de minha sala e, com o resultado em mãos, não me seguro e caio no choro ali mesmo. E, por incrível que pareça, eu estou com medo, mas não estou arrependida...
Pelas minhas contas, esse bebê foi gerado na noite em que Oliver e eu nos reconciliamos, em minha casa.
Olho em meu relógio e vejo que já são quase oito da noite.
Mando mensagem para Oliver e aviso que estou indo para casa, ou melhor, para a casa dele, minha cabeça parece que vai explodir. Preciso descansar!
(...)
A semana passou voando e decido que hoje é o dia em que contarei a verdade para Oliver. Ele não é tão burro a ponto de não perceber mudanças em meu corpo e em minhas atitudes.
Amanhã é o dia em que iremos para a casa dos pais de Oliver e quero que ele saiba logo.
(...)
No restaurante, depois de contar à Oliver que estou esperando um filho dele, ele é só sorrisos e isso enche meu coração.
-Meg, você já marcou sua consulta? - me pergunta, enquanto bebe seu vinho. Na verdade, a segunda garrafa, porque a primeira ele derramou inteira.
-Não, meu querido. Eu achei justo que fôssemos juntos!
Puxa minha mão, de modo delicado e beija meu anel de noivado.
-Meg, precisamos agitar a data de nosso casamento, se você não se importar. Queria que tivéssemos tempos de resolver tudo com calma.
-Sim, meu querido. Vamos escolher uma data hoje mesmo, o que acha? - digo enquanto levo uma colher de sorvete à boca.
Olho para Oliver e vejo que ele está rindo.
-O que foi, hein?
-Nada, só estou pensando no quão potente eu sou! Foi de primeira... - seus olhos maliciosos e o sorriso safado, acende meu corpo.
-Você está bebendo demais e já está falando merda! Tava demorando. Por que será que eu sabia que você faria piada com isso, hein? -pergunto rindo.
-Talvez, porque não existe ninguém nesse mundo que me conheça mais do que você!
-Certamente!
Um silêncio toma conta da mesa.
-O que foi, Oliver?
-Será que eu vou ser um bom pai?
Vejo que não sou a única com esse medo.
-Não... Você será o melhor pai de todos. Tenho certeza de que esse bebê terá tanto orgulho de você, quanto você e eu temos de nossos pais!
Seus olhos marejados indicam que ele irá chorar de novo. Segura, novamente, minha mão.
-Eu sempre quis ser pai, Meg e você sabe disso. Há um tempo, eu achei que isso seria impossível, já que eu nunca parava com mulher nenhuma. Depois de você, é como se tivesse reativado "um alarme da paternidade" em mim. Saber que você carrega um filho meu, me deixa feliz, me faz ter medo, me faz rir, chorar, ficar ansioso... Enfim, eu a amo e quero que saiba que o mesmo que disse ao nosso filho, eu lhe digo: eu darei minha vida à vocês se for necessário!
Dessa vez, quem não segura as lágrimas sou eu.
-Oliver, quando eu descobri, eu tive os mesmos medos que você. Ainda fiquei preocupada com a reação de nossos pais, mas me lembrei que, independente de tudo, o que mais vale para mim, é o que você pensa. Ser mãe era um sonho, mas não para agora. Mas se Deus quis assim, eu estou aqui, gerando nosso filho e muito ansiosa para que seja uma menina tão marrenta e barraqueira quanto eu e que lhe deixe com os cabelos brancos. E que, assim como eu, encontre um melhor amigo, como você foi e ainda é pra mim!
-Meeg... Se for menina, minha filha será freira e não terá essa de melhor amigo não! Conheço bem essa bem essa história de melhor amigo!
-Ué! E se ela espelhar na relação dos pais? - digo, percebendo que já está com ciúmes antes mesmo de saber o sexo da criança.
-Meg, meu amor. Eu já lhe conheço e sei que está me testando! Minha filha será freira!
-Ah tá! Eu não fui e ela não será!
Vejo que ele bebe, de uma só vez sua taça de vinho e eu só sei rir!
-Então quer ser mãe de menina? - diz e arqueia sua sobrancelha. Já sei que vem uma aposta por aí.
-Sim, eu quero que seja uma menina. Mas o que vier, eu estarei satisfeita da mesma forma!
-Hmm.. penso como você, na questão de que, independente do sexo de nosso filho, será muito amado. Mas aposto que será um menino! Aposto que herdará a beleza do pai, os olhos cor de âmbar da mãe, que eu tanto amo, tranquilo, forte e responsável.
Estica sua mão, para que eu aperte, em sinal de nossa aposta.
-Qual será prêmio pela aposta? - pergunto curiosa.
-Bem, se for menino, como eu espero, eu troco as fraldas da parte da manhã e a madrugada é sua. Se for menina, as madrugadas são minhas e as manhãs serão suas.
Seu olhar desafiador me instiga a aceitar.
-Eu topo! Vai se preparando para as madrugadas com fraldinhas premiadas, papai!
Digo e ele começa a rir.
Terminamos nosso jantar e o clima não era outro que não fosse de pura felicidade e leveza. Decidimos que nos casaremos no próximo mês, em uma cerimônia no jardim da casa de nossos pais, ainda estamos decidindo se será na casa de meus pais ou na casa dos meus sogros.
Depois do jantar e da quarta garrafa de vinho de Oliver, vamos andando até o estacionamento.
-Me dá a chave, Oliver? - peço, vendo que ele não tem condições alguma de dirigir.
-Por que? Acha que eu não sou capaz de levar minha mulher e meu filho pra casa? Você está grávida e precisa ficar relaxada. Eu não tô bêbado e eu levo o carro! - diz com a voz mais grave que o normal, arrepiando meu corpo.
-Ah! Pelo amor de Deus, hein... Gravidez não é doença e você não tem condições de decidir se vai dirigir ou não! - digo e pego a chave do carro em seu bolso. - Agora sente-se e ponha o cinto!
Abro a porta do carro pra ele, que me olha contrariado, com as mãos na cintura.
-Meg, meu filho não pode escutar você falando assim comigo, eu vou perder a moral! - diz enquanto eu o ajudo a sentar no banco. -O cinto de segurança tá onde, ué? - pergunta me fazendo cair na gargalhada.
-Você não tá bêbado, não é mesmo? - digo enquanto coloco o cinto de segurança nele. - Você é uma comédia, Dr. Windsor!
-Meg, você tá com um peitão, hein! - diz enquanto termino de fechar seu cinto.
-Meu Deus, Oliver!
Não aguentamos e acabamos gargalhando juntos!
O caminho foi tranquilo e engraçado. Oliver chorava e ria o tempo todo e eu só sabia rir!
-Meg, você sabe que eu te amo, né? Eu tô feliz! Eu vou ser pai e vou me casar com você! Quando vamos nos casar mesmo? Ah, eu te amo, Meg! Neném, o papai te ama tá? Sua mãe é braba, mas eu tô aqui para apazi...apazi... merda! Como é a palavra, Meg?
-Apaziguar! Por Cristo, Oliver... pena que eu não posso te gravar agora! Isso daria um ótimo vídeo para seu pai e para o James!
Digo e começo a rir. Ele também não se segura e ri!
Chegamos em casa e não tinha possibilidades de Oliver subir as escadas.
-Eu consigo subir, Meg! Não precisamos dormir no quarto aqui embaixo.
-Certo. Suba as escadas então, que eu ficarei aqui lhe observando.
Me encosto na parede próxima à escada.
-Sua falta de fé em mim, me deixa sem moral na frente do meu filho.
-Para de falar e suba, estou esperando! - digo rindo.
-Vou subir! É sério, eu vou subir e não precisa me segurar.
-Claro, estou aqui esperando...- digo rindo.
Sobe os dois primeiros degraus.
-Meg, acho que, no seu estado de gravidez, devido à fortes emoções hoje, é melhor que a gente durma aqui embaixo mesmo!
-Ah! Devido ao meu estado né? Sei... Vá pro banho que eu vou fazer um café forte para você!
Desce os dois degraus, como se fossem uns quinze e me abraça.
-Eu posso está alterado, um pouquinho só, mas até meu último suspiro, eu irei agradecer pelo presente que está me dando, Meg. Eu a amo demais!
-Eu também te amo, papai do ano!
Oliver chora de novo!
-Eu vou ser pai! - me abraça e chora. - Eu estou tão feliz, Meg. Meus pais vão adorar saber que serão avós, assim como os seus. James gostará de saber que terá a quem ensinar a fazer merda e Thomas... - fica em silêncio e mostra que esse assunto ainda o machuca.
-Amor, vamos para o banho? Amanhã precisamos acordar cedo para ir para a casa de seus pais! Eu irei acompanhá-lo.
-Do jeito que você está, você vai querer me tarar dentro daquele box!
-Você não negaria o desejo de uma grávida, não é? - digo e ele não espera e ataca minha boca de modo selvagem.
Seu beijo misturado com o gosto de vinho, me excita ao extremo!
-Grávida ou não, eu sempre estarei aqui pra você, Meg...
E, agarrados um ao outro, fomos para o banho.
No dia seguinte, acabo acordando com a claridade em meu rosto. Olho para o lado e vejo que Oliver ainda dorme.
Acabo me lembrando da noite anterior e acabo rindo. Foram poucas as vezes em que vi Oliver bêbado, mas todas elas foram tão engraçadas quanto, mas essa teve um gostinho diferente. Oliver e eu estávamos completamente felizes.
Sinto as mãos de Oliver em minha cintura, fazendo carinho em minha barriga.
-Bom dia, minha Feiosa. Não precisa nem me dizer o motivo de estarmos nesse quarto. Exagerei na bebida ontem, desculpa, tá?
Me viro para ele e faço carinho em seu rosto.
-Desculpa por que? Você não fez nada de errado, você apenas bebeu com sua noiva e estava feliz por saber que será pai! Obrigada por assinar o documento me passando a presidência do hospital. Me senti lisonjeada...
Brinco e começo a rir de sua cara.
-Eu fiz isso? -diz totalmente despreocupado. -Bem, eu não me lembro, mas se fiz, isso tudo também será seu depois que nos casarmos. Eu não me importo!
-Tentei pregar uma peça em você e tomei uma voadora no peito!
-Só disse a verdade!
Ele sorri e me puxa mais pra si.
-Eu sei, papai!
-Sabe o quanto essa palavra é forte pra mim? É mais do que um desejo realizado. Eu ainda estou em êxtase, Meg! Eu vou ser pai e a mãe do meu filho é você. Eu sou o cara mais sortudo desse mundo!
-Eu te amo, meu bêbado favorito! E eu sou grata por dividir essa jornada com você!
-Se eu sou o favorito, quero saber quem é o outro, para eu quebrar a cara dele!
Acabo rindo.
Depois de ficarmos um tempinho na cama, conversando e trocando carícias sem maldade, tomarmos banho e um belo café, Oliver tenta ligar para James, perguntando se ele quer carona. Ele não atende, então, decidimos ir até seu apartamento para saber se está tudo bem e perguntar se ele quer ir conosco.
-Chegamos, princesa. Quer ajuda para descer do carro? - Oliver me pergunta.
-Ajuda? Meu amor, gravidez não é doença. Fiz coisa muito pior essa madrugada e estou ótima aqui. - digo e lhe dando uma piscadela.
-Ah! Mas você não subiu e desceu degraus, Meg.
Oliver parece que gosta de me escutar falando besteira.
-Ah, eu subi e desci sim. Não foi de degrau, mas eu subi e desci sim...
-Entendi. Está saudável! - diz, gargalhando e estendendo a mão para que eu desça do carro. - Agradeço por não ter problemas em subir e descer em algo que não sejam degraus de escada, Meg... -diz e seu olhar malicioso parece queimar a minha pele!
Entramos no elevador e sinto uma vontade enorme de fazer xixi.
-Amor...
-Oi. Você tá bem? Tá sentindo alguma coisa?
-Calma que a surtada aqui sou eu, meu bem. Eu só preciso fazer xixi.
-Você consegue aguentar? -pergunta preocupado. - Já estamos chegando no apartamento de James.
-Sim, meu bem!
Ao chegarmos, Oliver aperta a campainha e em pouco tempo, James aparece enrolado em uma toalha e com cara de surpreso e preocupado.
Oliver e eu acabamos rindo.
-Gente, é sério. Se eu rir mais um pouco, eu vou acabar fazendo xixi aqui mesmo.
-Desculpa, irmão! Fiquei preocupado com você e vim aqui saber se quer carona para ir para a casa dos nossos pais.
-É...é... Não precisa! Eu vou me arrumar ainda! - diz sem graça, enquanto passa a mão em seu cabelo.
Oliver ri da cara dele.
-Já entendi, já vamos embora. Meg pode usar o seu banheiro?
Antes dele responder, Selena aparece enrolada em uma toalha, de cabelos molhados e, assim como James, fica surpresa.
-Meg? - diz Selena, enquanto eu só sei rir.
-Bom dia, Selena. Lindo dia, né?! - digo rindo e saio correndo para o banheiro. - Com licença, gente, preciso fazer xixi, isso aqui tá melhor do que cena de filme!
Saio rindo e escuto a gargalhada de Oliver.
Papais do ano!