HOPELESS | BUCKY BARNES

By tomcruisre

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Buscando se encaixar em sua nova vida, Bucky se vê perdido tentando se recuperar das memórias e das lembrança... More

⍟ ᴘᴇʀsᴏɴᴀɢᴇɴs
⍟ sᴏᴜɴᴅᴛʀᴀᴄᴋ
ᴘʀᴏ́ʟᴏɢᴏ
01. ᴇɴᴄᴏɴᴛʀᴏ
02. ᴛᴇsᴛᴇᴍᴜɴʜᴀ
03. ᴅɪᴀᴍᴀɴᴛᴇ
04. ᴄᴏɴᴛᴀᴛᴏ
05. ᴅᴇsᴏʀᴅᴇᴍ
06. ᴇsᴘɪᴀ̃ᴏ
07. ᴀɴᴛɪ-ᴠɪᴅᴀ
08. ʀᴇғᴏʀᴍᴀ
09. ʙɪɴɢᴏ
10. ᴄᴏɴᴠɪᴛᴇ
11. ᴅɪsғᴀʀᴄᴇ
12. ᴇᴄʜᴏ
13. ʙᴜɴᴋᴇʀ
14. ᴛʀᴀɪᴄ̧ᴀ̃ᴏ
15. ʟɪᴍɪᴛᴇ
16. ᴄᴏɴғɪssᴀ̃ᴏ
17. sɪɴᴛᴏɴɪᴀ
18. ᴛᴇᴍᴘᴇsᴛᴀᴅᴇ
19. ᴘʀᴏᴘᴏsᴛᴀ
20. ᴠᴇʀᴍᴇʟʜᴏ
21. ʙᴇʟʟᴇ ʀᴀᴠᴇ
22. ᴍɪssᴀᴏ
23. ʙʙᴄ ɴᴇᴡs
24. ᴏʙsɪᴅɪᴀɴᴀ
25. ʀᴇᴄᴏᴍᴘᴇɴsᴀ
26. ᴄᴀᴄ̧ᴀᴅᴏʀ
28. ᴄᴀʀᴛᴀs
29. ᴀᴛʀᴀsᴏ
30. ᴅᴇᴍᴏʟɪᴅᴏʀ
31. ʀᴇᴠᴇʟᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ
32. ғᴇsᴛᴀ
33. ᴅᴇsᴛɪɴᴏ
34. ᴀᴘᴀɢᴀ̃ᴏ
35. ɪɴᴛᴇʀʀᴏɢᴀᴛᴏ́ʀɪᴏ
36. ᴠɪʙʀᴀɴɪᴜᴍ
37. ᴅᴇᴠᴏᴄ̧ᴀ̃ᴏ
38. ᴛʜᴜɴᴅᴇʀʙᴏʟᴛs - ᴘᴀʀᴛᴇ 1
39. ᴛʜᴜɴᴅᴇʀʙᴏʟᴛs - ᴘᴀʀᴛᴇ 2
40. ᴄᴏɴғʀᴏɴᴛᴏ
41. ᴍᴇᴍᴏ́ʀɪᴀ
42. ᴜʟᴛɪᴍᴀᴛᴏ
43. ᴘᴇʀɪɢᴏ
44. ᴘᴀssᴀᴅᴏ
45. ᴠɪɴɢᴀɴᴄ̧ᴀ
46. sᴇᴍ ᴇsᴘᴇʀᴀɴᴄ̧ᴀ

27. ᴀɴᴇʟ

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By tomcruisre


A recuperação de Bucky estava indo bem depois de ter perdido tanto sangue e seu ombro ainda não estava cem por cento curado.

Sem saída, Selene precisou recorrer a Gina que estava usando de toda nano tecnologia disponível na S.W.O.R.D para recuperar todos os tendões e nervos que foram danificados por aquele arpão.

— Isso vai doer um pouco. — Gina disse digitando algo no tablet fazendo o pequeno dispositivo que estava em seu ombro começar a fazer o seu trabalho cauterizando o músculo fazendo Bucky gemer de dor e fechar os olhos.

— Você não pode fazer isso com ele desacordado ou com uma anestesia? — Selene perguntou incomodada ao vê-lo sofrer daquele jeito.

— Não, está tudo bem. — Bucky soltou um longo suspiro como se estivesse tentando se recuperar.

— Isso, é tortura. — Selene sentia seu coração se apertar toda vez que ouvia os gemidos sofridos dele.

— Os ligamentos do ombro que são responsáveis pelo movimento do braço foram atingidos. — Gina disse ainda digitando em seu tablet. — Aqui.

Selene pegou o objeto nas mãos vendo o que parecia uma imagem 3D de Bucky.

— O que é isso vermelho? — Selene perguntou vendo o desenho do arpão atravessando bem próximo a linha vermelha.

— A artéria. — Gina respondeu e Selene arregalou os olhos.

O arpão não atingiu a artéria de Bucky por muito pouco e se ele tivesse se mexido ou se tivesse arrancado aquilo por conta própria, provavelmente ele sangraria até morrer naquela ilha.

— Eu posso te dar mais um pouco de analgésico se você estiver sentindo muita dor. — Gina disse ao ver a pequena camada de suor brilhar na testa dele.

— Não, está tudo bem. — Bucky repetiu. — Eu aguento.

— Você está se contorcendo de dor e não quer um analgésico? — Selene perguntou incrédula mas Bucky parecia não querer mudar de ideia.

— Eu já falei que está tudo bem.

— Por que você é tão teimoso? — Selene bufou de raiva e quando o dispositivo começou a trabalhar na reconstrução do ombro, Bucky voltou a se contorcer de dor.

Seus olhos estavam apertados e seu peito subia e descia sentindo a dor percorrer toda sua medula óssea como se estivesse tomando um choque.

Pegando a injeção de morfina, Selene a injetou na coxa de Bucky fazendo-o sobressaltar de susto e logo depois relaxar por causa do efeito da droga.

— Você fez exatamente o que eu faria. — Gina disse concentrada vendo a expressão calma de Bucky que estava com os olhos cansados sem querer se entregar ao sono. — Ele é bonito demais para sentir dor.

— Por que homens são tão teimosos? — Selene foi até o travesseiro onde ele estava deitado para arrumar a cabeça dele que estava tombada para o lado.

Quando Selene fez menção para se afastar Bucky segurou a mão dela com força a impedindo de sair.

— Fica. — A voz de Bucky saiu quase como um sussurro. — Fica comigo.

Aquele pedido pegou Selene totalmente de surpresa e mesmo com a voz fraca ele insistia em segura-la para não permitir que ela fosse embora.

— Tudo bem, eu não vou a lugar algum. — Selene passou a mão pelo rosto de Bucky fazendo carinho em sua bochecha e ao sentir aquele toque ele sorriu de leve.

— Ai meu deus! — Gina exclamou chamando a atenção de Selene que por alguns segundos tinha esquecido que a amiga estava ali. — Vocês estão juntos?

— Não, claro que não. — Selene engoliu seco. — Provavelmente ele está alucinando por causa da droga.

— Você está mesmo mentindo pra mim? — Gina perguntou chocada. — Pra mim?

— Ele é meu amigo e está nessa cama porque tentou me salvar. — Selene disse olhando para Gina que parecia não acreditar em nada que a amiga falava. — O que esperava?

— A quanto tempo estão juntos? — Gina perguntou e Selene rolou os olhos. — Não me faça usar o soro da verdade em você.

— Você não faria isso. — Selene respondeu e Gina puxou uma pistola de dardos trocando o cartucho. — Tá legal, tá legal.... A gente se beijou algumas vezes.

Gina apontou a arma em direção a Selene.

— E a gente transou. — Selene disse nervosa. — Você quer abaixar isso?

Gina arqueou a sobrancelha de forma desafiadora.

— Estou falando a verdade. É só isso.

— Acho bom, porque eu nem trouxe o soro da verdade. — Gina balançou a arma em sua mão. — São apenas alguns tranquilizantes caso o Bucky precisasse.

A boca de Selene se curvou em um "O" perfeito.

— Por que diabos eu andaria com soro da verdade? — Gina perguntou rindo ao ver o rosto vermelho de Selene por ter sido enganada. — Está apaixonada por ele?

— Não é nada disso que você está pensando. — Selene disse vendo Bucky se remexer ao seu lado. — Será que podemos conversar lá fora?

O dispositivo ainda continuava fazer seu trabalho com precisão e Gina teria alguns minutos para conversar com Selene e descobrir toda aquela história.

— Não pode contar para ninguém sobre isso. — Selene disse desesperada. — Ou a agência vai me rebaixar ou pior... Fazer algo com ele.

— Por que não me disse que estavam juntos? — Gina perguntou baixinho como se estivesse no meio de uma fofoca quente.

— Não estamos. — Selene respondeu e Gina cruzou os braços. — Não estamos!

— Conta outra. — Gina a cortou. — Eu vi o jeito que você olhou pra ele lá dentro.

— Nós resolvemos que deixaríamos as coisas casuais. — Selene respondeu forçando um sorriso. — Assim não misturamos o trabalho com nossa vida pessoal.

— Nós resolvemos ou você resolveu? — Gina perguntou debochada. — Não culpo você por não querer se envolver com alguém... Mas o Bucky não é o Steve.

— Eu não estou procurando um relacionamento.

— Mas você está apaixonada por ele. — Gina disse empolgada. — Eu sei que não deve ser fácil resistir aquele rostinho e aquele corpinho...

Gina fechou os olhos dando um longo suspiro.

— Com todo o respeito porque agora sei que vocês estão juntos. — Gina disse balançando a cabeça.

— Não estamos juntos. — Selene respondeu e de longe ela pode ver o celular de Bucky se acender ao receber uma notificação.

Aquela seria a desculpa perfeita para fugir daquele assunto mas ao se aproximar do aparelho de celular, Selene viu que era uma mensagem de Vallery.

— Além do mais ele tem outra pessoa. — Selene disse checando a mensagem.

— Tem? — Gina perguntou chocada. — Então a história da Susan da contabilidade é real?

— Quem é Susan da contabilidade?

— Ela disse que saiu em um encontro com o Bucky e que ele entrou na lista do top 5 melhores amantes da vida dela. — Gina disse e Selene arqueou a sobrancelha.

Agora ela também teria que lidar com a tal de Susan da contabilidade.

— Eu estava falando da Vallery. — Selene respondeu sem animação.

— A Sombra Da Noite? — Gina perguntou chocada.

— A própria.

— Eu não acho que isso seja um problema. — Gina respondeu dando de ombros. — Deve ser só uma casinho passageiro.

— Acredite em mim. — Selene riu. — Eu vi os dois se beijando e ela é sim um problema.

— Mas vocês não resolveram manter as coisas casuais? — Gina perguntou ao notar o ciúmes de Selene.

Argh! — Selene bufou de raiva. — Por que você está entrando na minha cabeça?

— O curso online que eu fiz deu certo. — Gina não conseguia para de rir. — Agora eu consigo convencer as pessoas a me falarem o que eu quiser.

— Sim, ela é um problema. — Selene finalmente admitiu. — Mas não, eu não estou apaixonada pelo Barnes.

— E porque não?

— Por que eu não suporto ele. — Selene disse bufando de raiva. — Eu posso listar um lista de defeitos dele começando pelo maldito pão com feijão enlatado.

— Pão com o que?

— As músicas tediosas dos anos 40 e a forma que ele precisa ler jornal toda manhã na mesa como um verdadeiro velho. — Selene continuou andando de um lado para o outro. — E eu odeio o jeito que ele enruga o nariz quando está sorrindo porque eu odeio o sorriso dele.

Gina espremeu os lábios para não rir.

— Você está me ouvindo? — Selene perguntou perdendo a paciência ao ver a amiga com a mão em frente a boca.

— Estou. — Gina riu. — Você está completamente apaixonada por ele.

— Eu sei. — Selene se jogou no sofá colocando as duas mãos no rosto. — O que eu faço agora?

— Fala pra ele.

— E ele não acreditaria em mim ou pior me rejeitaria por causa dela. — Selene disse esticando a mão para pegar o celular de Bucky onde estava a conversa com Vallery. — Primeiro eu preciso provar que ela não é quem ele pensa.

— Acha mesmo que ele gosta dela? — Gina perguntou confusa. — Eu nunca nem vi ele falando sobre essa mulher.

— Você não viu o jeito que ele falou dela pra mim. — Selene passou a língua pelos lábios dando um sorrisinho. — Ele pode não estar apaixonado por ela, mas ele gosta dessa tal Vallery.

— Como um amigo.

— Amigos não se beijam. — Selene disse debochada.

O pager dentro do casaco de Gina vibrou e ela viu a mensagem da agência.

— É a agente Drew, parece que a Abigail Brand está na agência e você sabe o que isso significa, não é? — Gina disse entediada. — Que vão nos recrutar e nos chamar a qualquer momento.

— Que se dane! O Bucky está ferido. — Selene colocou o celular em seu bolso e foi até o armário pegando o capacete de Bucky e a chave da moto. — Você fica e cuida dele.

— Mas... — Gina nem terminou de falar.

— Eu tenho um assunto para resolver.

Dito isso, Selene seguiu até a garagem do prédio onde a moto de Bucky estava estacionada, ele provavelmente a mataria por ter pego seu veículo sem permissão mas aquela definitivamente era uma emergência e a única oportunidade que ela teria de dirigir aquela moto.

Apertando o capacete, Selene deu a partida acelerando fazer o motor trabalhar chamando a atenção de algumas pessoas antes de arrancar dali de uma vez.

Durante o percurso até o local combinado havia dezenas de pôsteres e outdoor pela cidade e todos eles falavam sobre a mesma coisa.

A Sombra Da Noite ou sobre a reeleição do prefeito Osborn.

A TV na vitrine da loja mostrava o exato momento que Vallery resgatava as crianças dentro do veículo usando sua visão de raio laser cortando o metal no meio.

Selene levantou a viseira do capacete totalmente chocada ao ver aquilo, até então ela só sabia que Vallery tinha resistência a fogo e uma força sobre humana.

— Laser pelos olhos? — Selene perguntou para si mesma totalmente chocada mas antes de pensar em qualquer coisa ela ouviu uma buzina atrás de si.

O semáforo estava verde e ela estava atrapalhando o trânsito assistindo aquela reportagem pela vitrine na loja.

Parecia que a popularidade de Vallery subia a cada dia que passava e ela poderia até mesmo ser considerada mais popular que os vingadores. Os estados unidos não era um limite para a nova heroína do povo e os canais de outros países já começavam a noticiar o novo ato heróico dela.

Ao chegar no local combinado, Selene pode ver Vallery encostada no carro com a mão em frente ao rosto para se proteger do sol que estava começando a se por.

Uma cortina de poeira subiu quando Selene fez sua ultima manobra chutando o descanso da moto.

— Bucky? — Vallery perguntou e nesse exato momento Selene tirou o capacete balançando seus cabelos loiros que até então estavam presos.

— Tente de novo. — Selene desceu da moto.

Ao se aproximar ela tirou as luxas de couro sem notar a expressão assustada e confusa da mulher na sua frente que parecia estar procurando por Bucky.

—E então? Você mandou uma mensagem. — Selene parou em frente a Vallery com as duas mãos em frente ao corpo. — Imagino que seja importante.

— Cade o Bucky? Ele está bem? — Vallery perguntou preocupada e Selene estreitou os olhos.

— Por que a pergunta? Está sabendo de alguma coisa?

— Não. — Vallery tinha uma ruga na testa. — Ele só não me disse que viria no lugar dele.

— Eu estou aqui, não estou? — Selene abriu os braços batendo na lateral do corpo. — Vai parar de enrolar ou vai dizer o que tem?

— Eu sei que não gosta de mim. — Vallery disse fazendo Selene curvar os lábios em um sorriso. — Mas eu espero que mude de opinião sobre mim um dia, assim com o Bucky mudou.

— Você quer que eu mude de opinião sobre você? — Selene riu debochada. — Essa é boa... Por que não começa dizendo a verdade então?

— Do que está falando?

— De onde você é? Ou melhor quem é você? — Selene perguntou séria olhando bem dentro dos olhos azuis de Vallery.

— Esse é o tipo de pergunta que se faz em uma entrevista de emprego. — Vallery balançou a cabeça sem entender. — Aonde você quer chegar com isso?

— Eu fui atrás do seu histórico e não encontrei nada. — Selene se aproximou tentando intimidar Vallery. — Nem mesmo uma certidão de nascimento.

— Minha mãe era uma fugitiva. — Vallery respondeu. — Cresci longe de todo mundo porque ninguém podia saber sobre as minhas habilidades. Fui criada como um animal enjaulado por medo das pessoas não me aceitarem como eu sou... Mas finalmente alguém estendeu a mão e disse que o mundo merecia me conhecer.

— Você parece grata ao Fisk. — Selene disse mas o que ela não sabia era que Vallery estava se referindo as palavras de Bucky.

— Eu sou grata a minha coragem de sair do fim do mundo de onde eu nasci.

— E onde foi? — Selene riu. — Só pra deixar registrado.

— Você não confia em mim mesmo, não é?

— Nem um pouco. — Selene estava com o rosto próximo ao de Vallery olhando profundamente dentro de seus olhos azuis procurando qualquer sinal de resistência. — Eu sei que você vai nos trair mas se você ferrar com o Bucky... Eu acabo com você.

— O Bucky é o único que me entende. — Vallery respondeu. — Acha que eu o machucaria?

— A pessoa para quem você trabalha o machucaria e já o machucou. — Selene disse firme. — Então não me venha com esse seu discursinho de boa samaritana.

— Do que está falando?

— Porque chamou o Bucky até aqui? — Selene perguntou tentando fugir do assunto.

— Eu tive uma reunião na mansão do Fisk. — Vallery foi até o seu carro tirando de lá uma caixa de papelão. — Consegui invadir uma sala e peguei todos os arquivos.

— E como você saiu de lá com tudo isso sem ser vista? — Selene não conseguiu esconder a surpresa ao ver todas aquelas coisas. — Não vai me dizer que um de seus super poderes é ficar invisível.

— Quem me dera. — Vallery deu uma risadinha tímida. — Eu deixei uma janela destrancada e entrei a noite sem ser vista.

Era estranho.

Muito estranho.

Fisk era o tipo de cara paranoico e controlador e ele jamais deixaria uma sala de arquivos sem câmeras de segurança ou qualquer tipo de vigilância ou sem um mísero detector de presença.

— Quando conseguiu isso? — Selene perguntou folheando algumas pastas a procura de algo importante.

— Ontem a noite. — Vallery respondeu chamando a atenção de Selene. — Ele passou horas em reunião no telefone, falando algo sobre um diamante.

Selene congelou ao ouvir aquilo. Provavelmente contatando o Bispo Branco.

— Eu não entendi direito. — Vallery deu de ombros. — Só sei que eu entrei e saí com isso.

— Você sabe que mais cedo ou mais tarde ele vai notar o desaparecimento disso, não é?

— Se o Wilson Fisk for quem você diz que é. — Vallery parecia determinada. — Eu vou ajudar vocês custe o que custar.

Parecia que Selene desconfiava de Vallery a cada segundo que passava.

Tudo nela parecia muito bem ensaiado até mesmo aquele discurso.

— Então me diz... — Selene forçou um sorrisinho. — Quais são suas habilidades? Resistência ao fogo, dobrar barras de metal com as duas mãos, laser pelos olhos...

— Eu não sei. — Vallery respondeu. — Quer dizer, eu nasci com esses poderes mas parece que quanto mais o tempo passa, mais eles parecem se desenvolver.

— Você é uma mutante? — Selene perguntou mas aquilo pareceu ainda mais confuso para Vallery.

— Perdão?

— Você possuí o gene x. — Selene respondeu. — Por isso tem poderes?

— Eu não sei. — Vallery parecia perdida com aquela informação. — Como eu falei, passei minha vida longe da civilização.

— Nunca foi em um médico fazer uma exame?

— Eu nunca fiquei doente. — Vallery respondeu.

— Nem um resfriado? — Selene perguntou e Vallery negou.

Essa era a oportunidade perfeita que ela tinha.

Antes de sair ela havia levado consigo um anel com uma agulha na ponta que servia para coletar e armazenar pequenas amostras de DNA e tudo o que Selene precisava era encostar na pele de Vallery para descobrir com quem ela estava lidando.

Talvez Vallery Forbes não fosse o verdadeiro nome dela e por isso não havia registros em nenhum lugar e o discurso ensaiado dela só fazia Selene ter ainda mais certeza de sua teoria.

— Eu agradeço pelas informações. — Selene estendeu a mão em direção a Vallery que custou a aceitar mas acabou apertando a mão dela.

— Se eu puder continuar ajudando, pode me ligar. — Vallery puxou a mão de volta para si sem nem ao menos fazer uma careta ou mostrar reação por causa da agulha em sua pele.

— Pode apostar que eu vou ligar sim. — Selene acenou com a cabeça e Vallery fez o mesmo entrando em seu carro para ir embora.

Ao vê-la se distanciar, Selene tirou o anel do dedo erguendo a pedra transparente que deveria estar vermelha com o sangue de Vallery mas estava vazio.

Nem uma gota.

— Mas que porra... — Selene encostou o anel na sua própria pele para ver se estava funcionando e em menos de um segundo a pedra do anel ficou vermelha com o seu sangue.

Vallery Forbes tinha mais a esconder do que imaginava.

[...]

— Está atrasada. — Abigail disse sem nem ao menos olhar para Selene que tinha acabado de entrar em sua sala.

— Desculpe. — Selene parou em frente a mesa da mulher com as duas mãos em frente ao corpo como um verdadeiro soldado.

A alguns metros dali Walker estava na mesma posição mostrando o devido respeito a diretora da S.W.O.R.D.

— Onde está o agente Barnes? — Abigail perguntou finalmente encarando Selene que sem muita enrolação respondeu a mulher.

— Ele não vem.

— Como assim ele não vem? — Abigail perguntou como se aquele fosse o maior absurdo do mundo.

— Ele se feriu durante a última missão e está se recuperando. — Selene disse de cabeça erguida. — O agente Walker pode confirmar.

— É verdade, agente Brand. — Walker deu um passo ao respondeu. — Eu mesmo o salvei com toda bravura e sede para servir o meu país.

— Sem ladainha, Walker. — Abigail disse sem paciência fazendo-o se calar. — Por que não fui informada sobre isso?

— Nossa missão era recuperar o carregamento e foi isso que fizemos. — Selene disse em um tom debochado. — Se fossemos pegos a agência negaria qualquer afiliação com a gente... Por que eu deveria reportar um simples imprevisto?

— Se foi simples por que ele não está aqui dizendo isso pra mim? — Abigail se levantou apoiando as duas mãos sobre a mesa. — Não me olhe com essa cara.

Selene trincou os dentes tentando segurar o xingamento.

— Meu trabalho é usar vocês. — Abigail respondeu apontando para Selene e para Walker. — E o trabalho de vocês é serem úteis para mim e para essa agência.

— A missão foi concluída. — Selene respondeu.

— Mas eu não fiquei satisfeita. — Abigail disse fazendo Selene fechar os olhos com força. — Estou começando a achar que você e o agente Barnes estão atrapalhando o rendimento um do outro.

— Do que está falando? — Selene engoliu seco olhando em direção a Walker que parecia não saber de nada.

— Vladmir Kroscoff. — Abigail disse revezando entre olhar para Selene e para Walker. — Esse nome é familiar?

— Não, senhora.

— Que falta o agente Barnes faz. — Abigail deu um suspiro cansada. — Ele é um traidor e ex agente da Hydra que conseguiu escapar e está vivendo escondido na Polônia.

Abigail se recostou na cadeira balançando de um lado para o outro.

— Vladimir tem conhecimentos de segredos que devem morrer com ele. — Abigail respondeu. — Preciso que o executem.

— O que? — Walker e Selene perguntaram ao mesmo tempo chocados.

— Essa é uma missão fora da agência. — Abigail disse com um sorriso no rosto. — Um pedido pessoal meu.

— Não executamos pessoas. — Selene respondeu chocada com aquele pedido incomum.

— Vocês trabalham para mim, não é? — Abigail perguntou debochada. — Então vocês fazem o que eu mando.

— Não. — Selene respondeu fazendo Abigail arquear a sobrancelha. — Nós trabalhamos para a S.W.O.R.D.

— Esse homem é um terrorista. — Abigail disse mas Selene não iria mudar de opinião. — Matou mais pessoas do que eu posso contar.

— Eu não vou matar por você. — Selene respondeu irritada. — Se quiser pode me rebaixa ou me mandar embora da agência.

— Tem razão. Eu deveria deixar essa missão com um profissional. — Abigail sorriu de forma maliciosa. — Tenho certeza que o Soldado Invernal vai se dar muito bem nessa.

— Não, deixe comigo. — Selene respondeu com a voz firme.

— Uma rápida mudança de expressão. — Abigail debochou. — Você e o Walker vão partir em um jatinho amanhã.

— Não iremos desaponta-la. — Walker balançou a cabeça como um verdadeiro soltado e Selene precisou ficar em silêncio ouvindo tudo aquilo sem questionar.

[...]

— Onde você esteve com minha moto? — Bucky perguntou assim que viu Selene atravessar a porta segurando o capacete e uma caixa de papelão.

— O que está fazendo em pé? — Selene largou o capacete de qualquer jeito no chão e correu em direção a ele. — A Gina deveria estar cuidando de você.

— E ela cuidou. — Bucky respondeu erguendo sua mão de vibranium para segurar o rosto de Selene. — Você está bem?

— Sou eu quem deveria estar te perguntando isso. — Selene riu sem graça. — Sabe como foi difícil tirar a mancha de sangue do seu carpete? Você quase morreu.

— Eu te vi morrer. — Bucky disse fazendo Selene engolir seco.

— Sobre isso... — Selene riu se afastando. — Eu fiz uma tomografia hoje e acredita que o maldito microchip ainda está aqui dentro?

— O plano do Walker deu certo. — Bucky disse sem animação. — Ele salvou sua vida.

— Não, você salvou minha vida. — Selene respondeu fazendo Bucky balançar a cabeça em negação. — Salvou sim.

— Eu só não queria te machucar.

— Você não me machucou. — Selene insistiu. — Você salvou minha vida.

— E porque eu sinto como se tivesse feito algo errado? — Bucky perguntou e Selene foi até a caixa de papelão que tinha largado no chão a pegando e colocando sobre a mesa.

— Porque você não ocupa sua linda cabecinha com isso aqui? — Selene perguntou abrindo a caixa revelando várias pastas. — Encontrei a Vallery hoje.

Selene colocou o celular de Bucky sobre a mesa.

— Ela conseguiu esses arquivos de dentro da mansão do Fisk. — Selene disse e quando Bucky abriu a boca para falar algo, ela o interrompeu. — E sim ela está viva.

— A Vallery fez um trabalho excelente. — Bucky disse pegando uma pasta em sua mão sem ver o momento que Selene revirou os olhos. — Vamos ter muito trabalho pela frente.

— Você vai ter muito trabalho. — Selene o corrigiu. — A Agente Brand me designou para uma missão. Encontrar um informante da Polônia.

— Tudo bem, eu vou com você. — Bucky disse franzindo os lábios.

— Na verdade, eu vou com o Walker. — Selene disse vendo a expressão de Bucky mudar completamente. — Eu não tive escolha e você está ferido, seria loucura te levar a campo agora.

— Eu estou ótimo. — Bucky abriu e fechou a mão. — Viu só?

— Você precisa se cuidar e cuidar da Gina. — Selene disse séria. — Ou você esqueceu que ela está cuidando do diamante?

— Não vou deixar você ir sozinha.

— É tão fofo quando você tenta mandar em mim. — Selene mordeu o lábio inferior. — Mas eu não vou sozinha. Vou estar com o Walker.

— E isso é para ser algum tipo de consolo?

— Ele salvou sua vida. — Selene disse fazendo Bucky fechar a cara. — É difícil mas é a verdade.

— Isso não quer dizer que eu confio nele. — Bucky praticamente rosnou de raiva. — E você vai para uma missão em outro país com ele? Sem chance.

— Eu sei que você está preocupado mas isso pode ser bom. — Selene engoliu seco. — Tiraria a atenção dos caçadores de recompensa e podemos focar nisso.

Selene apontou para a caixa de arquivos.

— Um pouco de paz. — Selene deu de ombros. — O que acha?

— Não. — Bucky respondeu com uma carranca na cara e Selene precisou se segurar para não rir do mal humor dele.

— Eu também vou sentir sua falta. — Selene o abraçou descansando sua cabeça no peito dele.

E pela primeira vez Bucky retribuiu o abraço, afagando os cabelos dela sentindo o cheiro doce e perfumado dos fios macios e enquanto ele a tinha em seus braços, Bucky criava coragem para dizer que também iria sentir a falta dela.

NOTAS!!!!

Próximo capítulo vai ser focado nos dois sozinhos. O Bucky a solta com a Vallery no pé dele (rsrsrs) e a coitada da Selene tendo que aguentar o Walker falando besteira e sendo um pé no saco.... Mas acho que vocês vão gostar!

Até o próximo capítulo ❤️

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