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Bởi dayligzt

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β€§β‚ŠΛš β€§β‚ŠΛš π€πœπ­ 𝐎𝐧𝐞 ˚ β€§β‚ŠΛš β€§β‚ŠΛš
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Bởi dayligzt

— Acho que Theodosia pedir uma reunião é um mau-presságio — Nestha murmurou conforme seguia com Azriel em direção a Casa da Cidade.

— Acho que qualquer coisa vindo dos Vanserras nesse momento é mau-presságio — Azriel retrucou, ouvindo um risinho escapar dos lábios da Archeron mais velha. Ela passou o braço pelo do Mestre Espião, cruzando-o com o dela enquanto caminhavam tranquilamente.

O treino das Valquírias tinha acabado há pouco tempo. Os dois se banharam antes de descer para se reunirem com parte do Círculo Íntimo na Casa da Cidade, onde os Samudras e Theodosia estavam ficando.

Cassian tinha assuntos importantes para resolver em Illyria, e já tinha partido. Elain passaria a tarde toda trabalhando na confeitaria dela. Morrigan não explicou o porquê de não ir para a reunião, mas Azriel acreditava que ela ainda não estava pronta para ver Eris como algo além de um inimigo.

Azriel não podia julgá-la. Se seu pai dissesse que não tinha culpa alguma quanto aos absurdos que os filhos causavam à ele na infância, também não seria capaz de simplesmente aceitar a justificativa e seguir em frente.

Quando os dois chegaram a entrada, entreolharam-se antes que Nestha batesse na porta. Não demorou muito para que passos apressados fossem ouvidos e a porta fosse aberta por Theodosia.

— Venham logo, venham — ela falava entusiasmada, pegando Nestha cuidadosamente pelo ombro para incentiva-lá a entrar —, vocês foram os últimos a chegar.

Theo também empurrou Azriel para dentro, fechando a porta em seguida. Indicou a sala de jantar, onde o desjejum estava sendo servido.

Já fazia uma semana desde que Theodosia estava em Velaris. Ele não tinha visto-a desde sua chegada. Mas as sombras costumavam passar informações sobre ela, mesmo sem que o Encantador pedisse.

Theo treinava combate com Nalu e Kai pela manhã, no quintal da Casa da Cidade. Durante a tarde, Lucien e Eris ajudavam-a com sua magia de fogo.

Ela não estava tendo muitos avanços com seus poderes até então, as sombras cochicharam para Azriel três noites atrás, enquanto ele estava no escritório da Casa do Vento. Theodosia só conseguia, no máximo, formar uma bola de fogo do tamanho de uma bolota de carvalho nas mãos e ao arremessa-lá, a chama se desfazia no vento em menos de três segundos.

O illyriano ordenou que as sombras parassem de mantê-lo informado sobre isso. Vigiar a evolução de Theodosia não fazia parte de seu trabalho e ele tinha mais no que pensar. No entanto, elas teimavam em dizer que os resultados da fêmea não estavam sendo promissores.

Como se elas se importassem com Theo.

Apesar de nenhum resultado grandioso nos treinos de magia, Theodosia estava de ótimo humor. Ela sorria conforme caminhava até a sala de jantar, onde todos já estavam sentados à mesa, tentando manter uma conversa casual, apesar da curiosidade para saber o que ela tinha a dizer.

Nestha se sentou entre Feyre e Amren na mesa. Feyre estava soltando um riso baixo com algum comentário de Kai. Ela parecia ser a que mais estava gostando da presença dos Samudras e de Theo. Nestha parecia não estar tão rabugenta com a Vanserra como no dia em que se conheceram, e até mesmo Amren não olhava para Theodosia com o costumeiro desprezo que tinha com outros desconhecidos.

Theodosia sempre teve esse dom de fazer as pessoas gostarem dela. Sempre foi capaz de aquecer o ambiente em que estava com sua simpatia natural. Sempre acabava sendo o centro das atenções, mesmo que não-intencionalmente.

O vestido da ruiva era de um tecido fresco e comprido, descendo até seus seus tornozelos pálidos. O tecido amarelo-canário era inteiramente bordado de flores delicadas de cabos compridos em verde e um vermelho leve. As mangas eram largas e ultrapassavam as alturas dos pulsos, em tom de preto. Uma fita preta estava amarrada em sua cintura, ajustando o vestido largo na região.

Não parecia uma princesa de uma corte tão rica quanto a Outonal. Apenas uma fêmea com um estilo divertido e confortável.

Havia um colar que descia até seu colo exposto com algumas pedrarias alaranjadas que combinavam com o par de brincos compridos. Os cabelos longos soltos e com tranças nas duas franjas, presas atrás da cabeça. O cheiro de azaleia e canela já invadiam as narinas de Azriel, mesmo a distância.

— Não vai se sentar? — Theodosia perguntou ao Encantador de Sombras antes de puxar uma cadeira para si mesma, entre Kai e Lucien, ficando de frente para Eris, que estava ladeado por Nalu.

Havia uma cadeira vazia do outro lado de Eris, que Azriel puxou para se sentar. Theodosia serviu a si mesma um pouco de ovo mexido e colocou um pedaço de pão no prato.

— Então — Feyre chamou, tentando puxar assunto com a antiga Princesinha das Chamas —, como vão as aulas de magia com Lucien e Eris?

— Ah, esse assunto está proibido na mesa! — Theodosia respondeu com aborrecimento, mas com um tom zombeteiro. Ela levou seu copo de vitamina de abacate aos lábios e deu um pequeno gole.

— Não seja tão dura consigo mesma, no início, eu também tive muita dificuldade em aprender a usar os meus poderes — Feyre falou com gentileza.

— Mas o problema é que eu já os tinha e era ótima com eles. Tenebrosamente ótima — Theo arregalou os olhos para dar ênfase a própria fala.

— Tenebrosamente modesta — Lucien zombou em um murmúrio, fazendo a irmã ao lado revirar os olhos com um sorriso no rosto.

— Você teve um pequeno avanço ontem, Theo — Eris provocou com um sorriso maldoso —, mostre para eles o que aprendeu!

— Por que não come um pouco mais, Eris? — Theodosia arrancou uma uva do cacho a sua frente e arremessou na direção do irmão, que foi certeiro ao deixar que a fruta caísse dentro de sua boca.

— Mostre, Theodosia — incentivou Feyre, sorrindo com sua gentileza.

Theo semicerrou os olhos para Eris antes de se voltar com frustração para Lucien ao lado, que estava tentando conter uma risada levemente diabólica. Ela suspirou, vencida, antes de se levantar e seguir até a dispensa.

A princesa -ou pirata?- retornou para a sala de jantar com uma vasilha de vidro cheia de milho. Ela retirou os grãos e guardou-os na palma da mão. Com a outra mão livre, ela ergueu o dedo indicador, fazendo uma pequena chama aparecer na ponta.

Acima da concha formada pela mão esquerda, ela começou a circular o dorso dela com o pequeno fogo da mão direita, fazendo movimentos repetitivos por alguns segundos.

Nalu abriu a boca com surpresa quando viu um dos grãos saltar da palma da mão de Theodosia, esbranquiçado e quente, e cair em seu prato. De repente, inúmeros milhos estourados e brancos começaram a pular, caindo por cima da mesa.

Feyre estava com os olhos arregalados e tentando disfarçar a risada, Nestha estava abrindo um sorriso e Amren já estava com a língua afiada.

— É assim que vai matar Dastan Vanserra, menina? — Amren perguntou com os olhos semicerrados para Theodosia, os lábios franzidos.

— Theo pode servir alguns aperitivos aos guerreiros no campo de batalha, pelo menos — Eris provocou, pegando um dos milhos estourados da mesa para levar a boca.

— Comíamos muito isso na Corte Outonal quando jogávamos cartas — Lucien comentou com Theo ao pegar um dos milhos brancos e também comer.

— Chamamos de milho saltitante — Theodosia explicou com orgulho ao despejar o restante do tal milho saltitante em um prato vazio e colocar no centro da mesa.

— Eu nunca ouvi ninguém falar disso — Feyre comentou, ainda com um sorriso —, Nyx gostaria de ter visto.

— Cassian também — Nestha comentou com uma risada presa a garganta.

— Onde está o pequeno herdeiro da Corte Noturna? — Theodosia perguntou ao levar um milho saltitante a boca e sentar em seu lugar mais uma vez.

— Na escola, volta um pouco antes do almoço — Feyre explicou, seu sorriso se tornando um pouco tenso.

As sombras explicaram ao illyriano que Nyx estava um pouco difícil nos últimos dias. Desde que o pai teve que deixar Velaris, o sobrinho estava muito irritado e mau-humorado, fazendo inúmeras pirraças com Feyre. O que não era de seu feitio, pois o menino sempre foi educado, até educado demais para uma criança de oito anos.

— Bisbilhotar é feio, Encantador de Sombras — Theodosia repreendeu do outro lado da mesa, um sorriso zombeteiro nos lábios.

Como ela sabia que as sombras estavam falando com ele?

— E por que estamos aqui, afinal de contas? — Nestha perguntou à Theo. — Apenas para você exibir o seu truque com o milho?

— Na verdade, convoquei vocês para esse desjejum para fazer um comunicado — a ruiva respondeu, antes de, calmamente, levar o copo com vitamina verde-claro aos lábios e tomar outro gole.

— Que seria...? — Feyre quis saber.

Azriel observou Nalu e Kai trocarem olhares duvidosos. Eles também não sabiam do que se tratava. Lucien e Eris não olhavam um para o outro, ainda sem terem se entendido, mas também não pareciam saber a respeito do tal comunicado.

Mas as sombras se amontoaram ao redor da orelha direita de Azriel e contaram o que era.

Os lábios do illyriano se entreabriram com choque e espanto quando ele direcionou os olhos para Theodosia, que já sorria alegremente.

— Depois que tudo for resolvido, quando Beron estiver morto — Theo começou, olhando com tranquilidade para Feyre —, eu serei coroada a Grã-Senhora da Corte Outonal.

Eris se engasgou com o café que estava tomando e respingos do fluido mancharam a toalha de mesa branca. Ele olhou com descrença para a irmã.

— Você enlouqueceu?

— Estou perfeitamente bem — Theo respondeu simplesmente, antes de pegar um guardanapo rosa da mesa e jogar para Eris, do outro lado —, tem café escorrendo no seu queixo, querido irmão.

Feyre parecia incomodada pelo clima pesado que tinha recaído sob a sala de jantar. Nestha encarava Theodosia com desconfiança e Amren estava com uma sobrancelha negra arqueada, os olhos prateados semicerrados.

Lucien estava chocado, mas não tanto. Parecia a vontade com a situação, bebericando seu copo d'água enquanto olhava de Eris para Theodosia, entretido com a confusão dos Vanserras.

— Não pode pedir isso à Feyre — Eris alertou, antes de sorrir e indicar a Grã-Senhora —, já fiz um trato com ela e Rhysand para tomar o trono de Beron quando chegasse a hora.

— Então, desfaçam o trato. Além do mais, desde quando o Grão-Senhor ou a Grã-Senhora da Corte Noturna tem alguma jurisdição na Corte Outonal? Nenhum dos dois pode te entregar a coroa — Theodosia rebateu tranquilamente, antes de pegar um milho saltitante e levar a boca. Ela se virou para Lucien ao perguntar: — pode me passar o sal, Lulu?

— Seria uma honra, Grã-Senhora — Lucien assentiu com um sorriso perverso nos lábios, a provocação acertando Eris conforme passava despreocupadamente o saleiro para a irmã.

— Você não tem preparo para ser uma governante — Eris comentou entredentes, os olhos irritados observando Theo salpicar sal em cima dos milhos saltitantes. — Eu fui treinado para isso a vida toda.

— Você e todos os nossos outros irmãos — Theodosia finalmente pareceu se revoltar, a voz mais cortante —, porque Beron nunca me permitiu participar das aulas.

— Lamento por isso, Theo, mas eu sou o mais capacitado entre nós dois para o cargo. Você nunca estudou política ou geografia ou qualquer coisa necessária...

— Eu aprendo rápido. Além do mais, a Corte Outonal precisa de um governante capaz de defendê-la. E se você fosse essa pessoa, irmão, o Mestre Espião não teria me caçado até os confins do mundo para vir até aqui matar Dastan.

— Sou mais do que capaz de proteger a Corte Outonal — Eris exibia os dentes.

— Então, o que eu estou fazendo aqui? — Theo perguntou com as sobrancelhas franzidas com deboche.

Eris bufou, fechando os olhos e esfregando as têmporas. O silêncio tomou a mesa, sendo quebrado as vezes por Kai, que pegou o prato de milhos saltitantes e começou a comer, olhando para os Vanserras como se fosse uma peça teatral.

— Eu proponho o seguinte — Eris voltou a falar, parecendo mais calmo —, primeiro: matamos Dastan e Aidan. Se Beron morrer antes deles, não temos garantia de que a magia de Grão-Senhor não seja entregue a um dos dois.

— E quanto a Ravi e Perseu? — Theodosia perguntou.

— Lucien não te contou? — Eris apontou para o ruivo ao lado da fêmea. — Ele e o Grão-Senhor da Corte Primaveril mataram Ravi e Perseu.

— Nossos irmãos estão mortos? — Theo se virou para Lucien, e depois de vê-lo assentir, deu de ombros. — Sempre pensei que o primeiro de nós a morrer seria Lucien.

— Obrigado por tanta consideração — Lucien rebateu, as sobrancelhas franzidas.

— Pode me culpar? Você era o mais odiado de nós — Theodosia defendeu seu ponto de vista. — Mas fico feliz que tenham sido aqueles dois idiotas a serem mortos.

— Continuando — Eris interviu olhando de Lucien para Theodosia —, depois que estiverem mortos, finalmente podemos assassinar Beron...

— E quanto a Lucien? — Theo interrompeu.

— Lucien não te contou? Ele é filho de Helion — Eris respondeu, apontando para o herdeiro da Corte Diurna. — Nossa mãe e Helion são parceiros, a propósito.

— Tudo faz sentido agora! Por isso seu cabelo brilha! Achei que a minha cabeça estava me pegando uma peça quando eu vi você parecendo uma lamparina — Theodosia esbravejou, batendo o punho na mesa e com os olhos arregalados. Compreensão na voz quando se virou para Lucien. — Você é um bastardo! Por isso Beron te desprezava tanto!

— Mais uma vez, obrigado por tanta consideração, Theo — Lucien respondeu com uma lufada de ar resignada.

— Certo — Theo assumiu uma postura séria, voltando-se para Eris com olhos determinados —, se Lucien é filho de Helion, logicamente não é um filho legítimo do Grão-Senhor da Corte Outonal.

— Ele é um bastardo — Eris assentiu.

— O que significa que ele não tem direito ao trono — Theodosia balançou a cabeça, concordando com si mesma. — Não precisamos matá-lo.

— Lucien pode ser poupado — Eris concordou.

— Obrigado por tamanha consideração — Lucien sorriu com sarcasmo antes de bebericar o copo d'água mais uma vez.

— Quando Beron morrer, vemos quem a magia escolherá. Quem tiver o poder do Grão-Senhor, fica com o trono — Eris concluiu. — Me parece justo.

Theodosia pensou por um momento antes de assentir.

— Sim, é justo — ela disse.

— Se você se tornar Grã-Senhora, quero ser o segundo no comando. Seu braço direito — Eris barganhou, a mão estendida para a irmã a sua frente.

— Vou pensar no seu caso — Theo sorriu antes de apertar a mão dele.

— Não vai me pedir algo para o caso de eu me tornar o Grão-Senhor? — Eris quis saber, arqueando as sobrancelhas enquanto Theo soltava sua mão e se levantava da mesa.

— Eu sei que não será — Theodosia dispensou a ideia com um gesto de mão, o sorriso ainda em seus lábios.

Ela começou a pegar os pratos para recolher a mesa, e memórias começaram a invadir a mente de Azriel, tão nítidas que era como se estivessem acontecendo bem a sua frente.

"Theodosia e Azriel estavam recolhendo a mesa de jantar juntos na cabana da Vanserra, depois de uma refeição sofisticada -e desastrosa.

O Encantador de Sombras tinha ficado responsável por assar o faisão, mas o macho era muito melhor em caçar do que em preparar o alimento. A carne ficou seca demais e o illyriano errou a medida dos temperos, principalmente quando recheou o pobre animal com Pimenta do Outono, a pimenta mais ardente de Prythian que só crescia na Corte Outonal.

Enquanto Azriel transformou o faisão em uma catástrofe culinária, Theodosia preparou o melhor creme de abóbora já feito e o souflê de chuchu que estava surpreendentemente delicioso.

Assim que a Princesinha das Chamas deu a primeira garfada no seu pedaço de faisão, fez uma careta assustadora. Ela levou a mão a boca tentando disfarçar, esforçando-se para conseguir mastigar a carne.

— Está delicioso, Az — Theo conseguiu murmurar ao engolir o que restara em sua boca.

— Sua mentirosa — Azriel rebateu com um sorriso fracassado antes de servir um copo d'água para a fêmea —, um dia vou ser o mestre da culinária, você verá.

— Melhor se manter focado em aprender espionagem — Theodosia tomou toda a água antes de fazer mais uma careta, o gosto ainda forte em sua língua —, para o bem de todos, você tem que ficar o mais longe possível da cozinha.

Depois de terminar o jantar e recolher a mesa, os dois limparam as louças e guardaram, e deitaram na cama com as barrigas cheias de souflê e creme de abóbora.

— Céus, ainda bem que não sinto frio. Com a barriga cheia desse jeito, sentindo um ventinho gelado, eu provavelmente hibernaria feito um urso e só sairia dessa cabana no fim do inverno — Theodosia comentou, afagando carinhosamente a própria barriga levemente inchada pós-jantar.

Azriel soltou um riso, puxando cuidadosamente a fêmea pela cintura. A ruiva se espreguiçou antes de apoiar a cabeça no peito do illyriano, respirando com força o cheiro dele.

— Qual animal você gostaria de ser? — Theodosia perguntou de repente. A camisa cinza que vestia -uma peça de roupa que roubara de Azriel- ficava enorme no corpo magro da fêmea. As mangas compridas sobrando nos pulsos dela e o tecido terminando quase abaixo de suas coxas. Era tudo o que ela vestia, a propósito.

— O que? — Azriel franziu o cenho levemente, observando-a sentar por cima do quadril dele. As ondas curtas e cobreadas do cabelo dela um pouco embaraçadas brilhando graças a luz da lareira.

— Nunca pensou que tipo de animal você seria? Você é tão esquisito! — Theodosia esbravejou com os olhos arregalados, antes de abrir um sorriso ao senti-lo começar carícias delicadas nas coxas finas dela.

Sorriso bonito.

As sombras elogiaram Theo para Azriel, cochichando nos ouvidos do macho.

— Qual você seria, então? — O Encantador de Sombras perguntou com uma das sobrancelhas arqueadas. O par de olhos de avelã brilhando de devoção ao vê-la levar a mão ao queixo e cutucar a pele, como quem estivesse pensando.

— Um passarinho. Se tivesse asas, como você... — ela aproveitou a oportunidade para se curvar e arrastar o dedo na asa esquerda de Azriel, aberta na cama.

O illyriano fechou os olhos, apertando um pouco mais forte as coxas da fêmea, a sensação do dedo delicado de Theo em sua asa causando arrepios em sua pele. Quando abriu os olhos, viu um sorriso satisfeito no rosto da fêmea, feliz com a própria provocação.

— Se tivesse asas, como você — repetiu ela, ainda deslizando o dedo pela asa dele —, e fosse pequenininha, poderia ir onde quisesse e passar despercebida. Iria viver de frutinhas e minhocas e bicar pessoas aleatórias só para me divertir.

— Você seria um passarinho perverso — Azriel concluiu, espelhando o sorriso dela, as mãos entrando por baixo da camisa vestida por Theo e pousando nos quadris. — O que acha que eu seria?

Theodosia pensou por um momento, analisando Azriel com olhos minuciosos.

— Um corvo.

— Um corvo? — O macho franziu o cenho com confusão. — Não um morcego? Olhe só as minhas asas, pareço mais com um morcego.

— Você não seria um morcego — Theodosia balançou a cabeça. — Seria um corvo. Você é inteligente, canta...

— Corvos não contam — Azriel interrompeu.

— Corvos imitam vozes, então, se ele ouvir alguém cantando, pode muito bem cantar! — Theodosia defendeu, os olhos semicerrados. — E, principalmente, porque existem muitos mitos sobre corvos, de que são seres maus e pertencentes a feiticeiros assustadores!

— Pertenço apenas a você — Azriel murmurou, um sorriso discreto nos lábios ao vê-la sorrir grande e se curvar para deixar um beijo em ambas as bochechas do macho.

— Apesar dos mitos negativos a respeito dos corvos — Theo continuou —, eles, na verdade, são animais brincalhões e empáticos. Você é um corvo.

— E você é perversa. Está mais para um dragão cuspidor de fogo do que um passarinho.

— Então, eu posso ser um passarinho cuspidor de fogo. Não vou abrir mão de ser um passarinho! — Theodosia avisou.

— Está bem, então, meu passarinho de fogo — Azriel tirou uma das mãos da cintura de Theo para segurar o rosto dela, firmando a palma contra a bochecha avermelhada e quente.

A Princesinha das Chamas já estava ficando mais quente e vermelha, e Azriel sabia que não tinha sido pela comida apimentada.

Ela se curvou mais uma vez, deixando um beijo demorado nos lábios de Azriel. Um sorriso zombeteiro se formou nos lábios rachados.

— Meu corvinho — Theo murmurou com os lábios colados aos dele, soltando uma risada ao ver Azriel bufar e rolar os olhos para cima.

Um riso alto e esganiçado escapuliu dela quando o Encantador de Sombras inverteu as posições, deitando-a na cama apenas com o movimento da mão que estava no quadril dela. Eles ainda tinham algum tempo até que Theodosia precisasse voltar para o Palácio da Outonal, e o illyriano tinha grandes planos para ela."

— Azriel — Feyre chamou ao levantar —, vamos? Preciso discutir algumas coisas com você no escritório da Casa do Rio.

Foi quando o Encantador de Sombras se deu conta que ficou preso nas próprias lembranças por tempo demais. Nestha já estava se levantando para ir embora, Amren já tinha deixado a casa.

— Vamos te esperar no quintal, Theo — Lucien avisou enquanto Eris já seguia para a porta que dava acesso aos fundos da casa —, para o treino de hoje.

— Já estou indo — Theodosia avisou, terminando de guardar as louças usadas no desjejum, enquanto Kai lavava mais alguns copos e Nalu passava um pano por cima da mesa, limpando as migalhas que sobraram ali.

Azriel notou como eles tinham uma dinâmica própria, Theodosia e os Samudras. Os três trabalhavam em conjunto, conversando e zombando uns dos outros. Como se os Samudras fossem tão família de Theo quanto os Vanserras.

— Theo, precisamos conversar — Nalu falou para a ruiva quando se aproximou dos outros dois, na cozinha.

Azriel se levantou finalmente e acompanhou Feyre até a porta. A Grã-Senhora já tinha saído, mas o Encantador de Sombra permaneceu parado na soleira por mais um momento.

— Tem certeza de que os treinos de magia não estão causando nada? — O Capitão do Demônio do Mar perguntou. A voz preocupada.

— Você sempre foi cheia de energia mas... está ainda mais animada desde que começou os treinos — Kai observou, usando um tom sugestivo.

Azriel conseguiu ouvir uma bufada de Theodosia.

— Só estamos preocupados com você, querida — Nalu explicou. — Se estiver sentindo que está entrando em uma crise...

— Eu estou bem! — Theo esbravejou, antes de soltar uma risada. Ela bateu os pés pela cozinha, finalmente aparecendo no campo de visão de Azriel. — Agora, se não se incomodam, preciso treinar.

Theodosia estava seguindo em direção ao quintal dos fundos quando viu que Azriel permaneceu na porta, observando-a. O rosto antes um pouco estressado e eufórico suavizou, até que ficou tenso.

Ela cruzou a sala em passos largos antes de alcançar o Encantador de Sombras e, sem dizer nada, fechou a porta, deixando-o fora da casa.

Azriel deu um passo para trás, ainda encarando a porta fechada. Theodosia escondia algo, algo tão profundo e sério que as sombras recusaram-se a contar.

— Az? — Feyre chamou mais uma vez, um pouco impaciente.

Feyre passou a semana toda se esforçando para ser gentil. Desde a partida de Rhys, a Grã-Senhora estava ocupada o tempo todo, tendo que cuidar da Corte Noturna e do filho sozinha. Estava sobrecarregada e cansada, mas sempre determinada a cumprir com os deveres com graça e atenção.

O Encantador de Sombras a acompanhou até a Casa do Rio em silêncio. No caminho, pensou em Elain. Os dois, apesar de dormirem no mesmo quarto todas as noites, mal estavam se falando.

Nenhum dos dois voltou a mencionar a possibilidade de Azriel se livrar das sombras permanentemente. Mas era um assunto que precisava ser cutucado e esclarecido. Falaria com Elain durante o jantar, na Casa do Vento. Ou tentaria, pelo menos.

Era tão difícil para Azriel conseguir se expressar. Opinar em estratégias de guerra e espionagem era muito mais simples do que sobre o que ele sentia.

Quando a Grã-Senhora e o Mestre Espião chegaram na casa da primeira, seguiram até o escritório. Com Nyx na escola, a casa estava silenciosa, sem os falatórios do menino sobre algum livro curioso ou pedindo para que a família se reunisse para um jogo de adivinhações ou cartas.

— Então, Az — Feyre disse com uma voz cansada, apesar de um sorriso gentil no rosto ao dar a volta pela mesa para sentar em seu lugar costumeiro. Puxou uma fita de cetim do bolso das calças de moletom e prendeu o cabelo em um rabo de cavalo. — Quais informações sobre a Corte Outonal você conseguiu reunir durante a semana?

— Muitas, na verdade — Azriel se silenciou por um momento, sentando-se de frente para a fêmea —, Aidan, o General, está reunindo feéricos-menores de todas as regiões da Corte Outonal e enviando-os para a Casa na Floresta. Ao que parece, Brynjar Njord encontrou uma fórmula para torná-los mais fortes e poderosos. Em uma escala muito menor que o poder de Dastan, mas ainda assim, prejudicial à nós.

— Aidan e Brynjar estão criando um exército — Feyre concluiu com certo temor —, o que acha que eles querem com isso? Acha que vão atacar a Corte Noturna?

— Provavelmente, mas os resultados que o Mestre de Armas quer obter ainda estão longe de acontecer. Ele está mais focado em outro projeto — Azriel respondeu com a voz dura de sempre, mas tentando exibir uma expressão suave para a amiga.

— Sabe algo sobre esse projeto? — A Grã-Senhora perguntou, apoiando as mãos por cima da mesa.

— Minha sombras não descobriram o motivo pelo qual ele está montando esse... maquinário — Azriel escolheu as palavras para definir o objeto. — É um pouco confuso, uma engenhoca que mistura aparelhagem com magia. Um poder destrutivo e fatal.

— Então, temos que tomar essa invenção dele — Feyre respondeu, mas franziu o cenho ao ouvir um resmungo do Encantador de Sombras.

— Essa é nossa vantagem: ele ainda não construiu. Faltam duas peças para completar o objeto. Se conseguirmos elas antes de Brynjar...

— Ele não conseguirá concluir a bugiganga dele — Feyre sorriu, os olhos azuis-acizentados se enchendo com um pouco de esperança. — Sabe onde as peças estão?

— Estou trabalhando nisso — Azriel garantiu.

— Não temos tempo a perder — Feyre se levantou da mesa, um pouco ansiosa —, por favor, localize as peças para que elaboremos uma estratégia de como obtê-las antes que seja tarde. Quanto mais rápido determos Beron, mais rápido Rhys volta para casa.

Azriel assentiu ao ficar de pé. Observou Feyre dar a volta pelo escritório para pegar alguns documentos nas estantes, depois, se virou para pegar outros nos armários.

— Acho que seria tolice perguntar se você está bem — Azriel murmurou, observando-a andar pelo escritório de um lado para o outro.

— Eu dou conta — Feyre retrucou com um pouco de acidez, enfiando os papéis em uma grande bolsa de couro antes de colocá-la no ombro.

— Eu sei que dá — Azriel respondeu, vendo-a deixar a sala e seguir pelo corredor. Ele acompanhou-a.

— Tenho uma reunião com o banqueiro de Velaris. Mais tarde vou á Illyria para uma reunião. Acredita que os Lordes de Guerra querem que revoguemos a nova lei contra a mutilação das asas das fêmeas? — Feyre soltou um riso de escárnio e descrença conforme seguia para a saída da casa.

— Eles vão acabar aceitando, uma hora ou outra — Azriel comentou, saindo da Casa do Rio junto com a Grã-Senhora —, illyrianos são cabeça dura.

— Eu sei bem — Feyre rebateu com um sorriso maldoso ao fechar a porta, Azriel retribuiu com um de seus sorrisos suaves e discretos.

[...]

O Mestre Espião estava no escritório da Casa do Vento, analisando os papéis com as informações que obteve a respeito de Brynjar e seus planos, tentando desvendar as peças que faltavam em sua invenção.

Sombras serpenteavam pelo cômodo, escapando da Casa do Vento pelas janelas para irem em busca de respostas mais esclarecedoras para o Encantador delas.

Passos foram ouvidos do corredor antes que o cheiro de Cassian fosse reconhecido. O General abriu a porta, enfiando a cabeça para dentro e olhando o irmão com sobrancelhas franzidas.

— Esteve enfurnado nesse escritório o dia inteiro, não é? — O illyriano perguntou com um muxoxo.

— Como adivinhou? — Azriel rebateu com um tom indiferente, sem tirar os olhos dos papéis por cima da escrivaninha de madeira escura.

— Pelo amor da Mãe, vá tomar um banho antes de descermos — Cassian zombou, torcendo o nariz com reprovação.

— Descer? — Azriel finalmente ergueu os olhos para o Comandante Geral. — E por que desceríamos?

— A princesa convidou a todos para jantar — Cassian explicou —, para comemorar a futura morte da família dela, acho. Ela tem um humor meio sórdido.

Azriel não podia ir até a Casa da Cidade. Desde que soube que tinha algo estranho acontecendo com ela, que havia algum segredo, seus pensamentos voltavam para o momento em que ela fechou a porta na cara dele, constantemente. Theodosia sabia que ele podia descobrir o que era e estava evitando mantê-lo por perto. Mas então, por que incluí-lo no jantar? Para não criar suspeitas?

Estar no mesmo cômodo que a antiga Princesinha das Chamas era horrível. O laço de parceria vivo entre os dois desorientava as emoções e pensamentos do Encantador de Sombras, ele ficava preso dentro da própria cabeça e esquecia do mundo ao redor. Estar perto dela era perigoso.

Azriel se levantou, guardando os documentos na primeira gaveta da escrivaninha antes de deixar o escritório ao lado de Cassian. Os dois se separaram quando foram para os devidos quartos.

Elain estava no quarto, escolhendo um vestido para usar do armário. Enrolada apenas em uma toalha e com o cabelo castanho preso em um coque, seus olhos de corça se voltaram para o illyriano que havia acabado de entrar.

— Tem que se aprontar, Az. Para não nos atrasarmos para o jantar — Elain avisou, tirando um vestido rosa e bordado com flores brancas e violetas. Colocou a roupa por cima da cama para começar a escolher um par de sapatos.

— Eu não vou — Azriel disse, antes de dar um passo à frente —, acho que poderíamos aproveitar que Cassian e Nestha vão descer para jantarmos aqui, sozinhos.

— Seria indelicado sermos os únicos a não ir ao jantar — Elain rebateu com a voz baixa, pegando sapatilhas cor-de-rosa que combinassem com o vestido.

— Precisamos conversar, Elain — Azriel murmurou, observando a fêmea se desenrolar da toalha para começar a colocar o vestido.

Ele se aproximou, se colocando atrás da Archeron para abotoar o vestido. Ela aceitou a ajuda com um sorriso pequeno, mas quando Azriel estava terminando de prender o último botão, uma sombra acidentalmente roçou a pele da fêmea, fazendo Elain saltar de receio e dar um passo para longe das mãos do illyriano.

— Obrigada pela ajuda, mas é melhor você começar a se aprontar — ela avisou, passando uma fita branca pela cintura para fazer um laço, ignorando o primeiro comentário de Azriel.

Ele conseguiu compreender sem dificuldade que Elain não estava interessada em conversar, pelo menos não naquele momento. Azriel assentiu levemente antes de seguir para o armário para pegar suas roupas e seguir para o banheiro.

Depois que os dois estavam vestidos -Elain e seu vestido, Azriel com uma camisa de mangas compridas em um tom de vinho, calças escuras-, seguiram para a sala de estar, onde Cassian e Nestha estavam esperando-os.

— Podemos ir? Eu estou com fome — Cassian disse, as sobrancelhas se franzindo ao olhar para a feição tensa do Encantador de Sombras. — Mas que cara é essa, irmão? Parece que ao invés de um jantar, está indo para um velório.

— Tipo isso — Azriel murmurou baixo demais para que Cassian conseguisse ouvir, mas o General o conhecia bem demais para saber que havia algo errado.

— Vamos — Nestha indicou o terraço, olhando do parceiro para Azriel, também conhecendo-o bem demais para saber que havia algo errado.

Elain estava com os cabelos soltos, uma presilha de borboleta prendendo as franjas torcidas atrás da cabeça. Ela assentiu para a irmã com um sorriso pequeno antes de seguir em passos largos para fora da sala. A Archeron mais velha a acompanhou, deixando os dois illyrianos sozinhos.

— Problemas no paraíso, Az? — Cass abriu um sorriso debochado para o irmão.

Azriel semicerrou os olhos para o macho antes de soltar um resmungo e caminhar atrás das fêmeas, que já estavam chegando ao terraço.

Não demorou muito para que os quatro descessem e voassem para a Casa da Cidade -Cassian e Azriel carregando as irmãs Archerons nos braços. Quando aterrissaram no jardim, encontraram com uma Morrigan empertigada e tensa, encarando a porta fechada.

— Mor — Cassian foi o primeiro a chamar, se aproximando da fêmea preocupada e abrindo um pequeno sorriso —, está tudo bem?

— Não — Morrigan resmungou, cruzando os braços antes de suspirar —, mas eu não posso me esconder para sempre.

Azriel lembrou de quando as sombras comentaram que Mor passou a semana inteira evitando passar pela Casa da Cidade, onde Eris costumava estar, ajudando Theo com sua magia.

Olhando para Azriel por trás do ombro, depois para as Archerons, Mor passou as mãos pelo cabelo, arrumando as mechas loiras antes de fechar uma das mãos em punho e bater na porta.

Theodosia abriu a porta com um grande sorriso no rosto. A pele estava avermelhada, e de onde estava, Azriel conseguia sentir o calor que o corpo pálido emanava.

O vestido laranja-vivo só destacava ainda mais a pele avermelhada. O decote que descia até o meio dos seios havia pequenas flores ligadas umas as outras ao fim dele, deixando-o sútil e gracioso. Mangas compridas como sempre, deixando a vista apenas as pontas dos dedos de Theodosia. O vestido fresco e leve tinha um cinto de flores em púrpura, amarelo e verde, acentuando a cintura fina.

O cabelo ruivo estava preso em um longo rabo de cavalo, algumas tranças finas unidas a ele. Parecia um penteado levemente desajeitado, como se Theodosia tivesse decidido de última hora que faria e não se importasse de deixá-lo perfeito.

— Venham — Theo indicou que entrassem, os lábios não estavam com uma coloração intensa, mas estavam com uma sútil diferença, como se tivesse passado neles algum fluido que desse mais brilho a boca.

Cassian de um pequeno sorriso gentil a Mor antes de passar por ela e entrar na casa primeiro, dando-a mais tempo para se preparar para o que viria. Nestha também entrou.

— Ainda não nos apresentamos — Elain disse ao se aproximar de Theodosia, uma feição gentil tomando as maçãs do rosto da fêmea —, sou Elain, uma das irmãs de Feyre.

Theo pareceu ficar um pouco mais quente e avermelhada, os olhos azuis-turquesa concentrados nos olhos castanhos da Archeron, sem mover um único centímetro na direção de Azriel. A ruiva abriu um de seus sorrisos calorosos.

— Sou a Theo, é um prazer — Theodosia respondeu.

— Você é uma princesa, não é? Devo... fazer uma reverência ou algo assim? — Elain quis saber, antes de se virar para Azriel atrás de seu corpo para que ganhasse uma resposta de um dos dois.

— Ah, por favor, não! Não há nenhuma princesa aqui — Theodosia disse eufórica, ainda sorrindo ao tocar no ombro de Elain para fazê-la finalmente entrar na casa. — Sou só a cozinheira de vocês hoje.

— Vamos, Az — Elain chamou, vendo que ele ainda estava parado a frente da porta.

Azriel olhou para a companheira por um momento antes de abrir um suave -e tenso, talvez?- sorriso para ela. Quando entrou, o rosto endureceu ligeiramente, os olhos encontrando os de Theodosia.

— Boa noite — ele cumprimentou com a voz dura.

— Boa noite. Vão lá sentar logo — Theo mandou com diversão, empurrando Azriel pelo ombro para que seguisse Elain de uma vez.

Theo parecia incomodada -a pele vermelha e o calor de seu corpo a entregaram-, mas não tinha deixado a situação acabar com o seu humor caótico de sempre. Estava sorrindo e sendo a fêmea divertida que sempre fora.

Azriel e Elain sentaram-se entre Cassian e Amren. O General estava acompanhado de sua parceira e a Imediata, de Mor. De frente para o Encantador de Sombras estava Theodosia, puxando a cadeira para sentar-se, ficando entre Lucien e Kai. O herdeiro da Corte Diurna estava ao lado do pai, que tinha deixado a própria corte para poder conhecer a meia-irmã que o filho tanto amava.

Feyre estava sentada na ponta da mesa esquerda, com Nyx bem ao seu lado, quieto e com um semblante triste. Nalu estava na ponta direita.

Apesar das preocupações de Mor, Eris não estava presente. Por algum motivo, deixou Velaris assim que o treino de magia de Theo chegou ao fim.

— Vamos começar com as entradas — Theodosia avisou, ficando de pé para poder servir os pratos. Pegou o prato de Kai com a mão esquerda e usou a direita para segurar uma espátula de madeira —, eu experimentei essa comida quando estávamos em uma ilha fora do continente, uns anos atrás. Chamam de quesadilla.

— E como você aprendeu a fazer? — Feyre quis saber, um sorriso nos lábios, apesar dos olhos estarem focados no filho tristonho, preocupação inundando os olhos dela.

— É uma das coisas que eu gosto de fazer quando o Demônio do Mar encosta em um lugar que nunca visitei. — Theo explica quando serve o prato de Nalu e o entrega. Pega o de Mor em seguida. — Eu passeio pelos lugares para conhecer a história e a cultura, e experimento os pratos tradicionais. Acabo gostando tanto de alguns que aprendo a receita para poder continuar comendo depois de partir.

O prato que Theo estava servindo ao grupo era feito de tortilha de trigo recheada com queijo, com algumas verduras e temperos, incluindo uma pitada de Pimenta do Outono.

— Elain também gosta de cozinhar — Feyre comentou, indicando a irmã, as bochechas da fêmea ruborizaram levemente.

Theo olhou de uma para a outra por um momento, a pele ficando ainda mais avermelhada. Mas a ruiva apenas abriu um sorriso ainda mais caloroso ao entregar o prato de Mor e pegar o de Elain.

— Eu sou melhor fazendo doces. Abri uma confeitaria há alguns anos — a Archeron explicou para a Vanserra, os olhos castanhos erguendo-se para os azuis com simpatia.

— Na próxima, eu faço o prato principal e você a sobremesa, então — Theodosia respondeu ao entregar o prato. — Vai ser bom dividir a cozinha com alguém que realmente saiba alguma coisa. Kai mal sabe espremer uma laranja para fazer suco.

— Isso não é verdade — Kai resmungou com a boca cheia de quesadilla.

— Azriel também é bom na cozinha — Elain comentou com um sorriso, antes de partir um pedaço da quesadilla e levar a boca.

— É mesmo? — Theo pergunta com um sorriso, mas sua garganta parecia seca, o som saiu levemente áspero aos ouvidos, se é que tal coisa era possível. Ela pegou o prato a frente de Azriel para servir também um pedaço.

— Alguns séculos atrás eu não era muito bom — o Encantador de Sombras disse baixinho —, mas comecei a praticar.

— O creme de abóbora dele é ótimo — Elain disse com um pequeno sorriso, olhando de soslaio para o illyriano.

Theodosia estava erguendo o prato de volta para o macho, e por reflexo, Azriel esticou o braço para pegá-lo, mas a ruiva afastou o prato rapidamente, coçando a garganta e pegando o prato vazio de Cassian e substituindo pelo o que estava em suas mãos.

Theo entregou o prato vazio a Azriel, sem dizer nada, para que ele se servisse sozinho. Afinal, se Theo o entregasse a comida, estaria aceitando uma parceria que fora fadada ao fracasso há muitos séculos.

Vanserra não comentou mais nada conforme servia os pratos dos demais. O Mestre Espião percebeu como a louça que ela tinha entregue para ele estava quente, apesar da fêmea tê-la segurado só por alguns segundos.

Azriel serviu a si mesmo quando Theodosia voltou a sentar. Kai passou o braço pelas costas da cadeira da fêmea para se aproximar e sussurrar algo ao ouvido dela, alguma bobagem que a fez rir e rolar os olhos para cima.

Todos conversavam e elogiavam a quesadilla, Theo esperando que terminassem de comer para servir o prato principal. Ela e o Imediato do Demônio do Mar mantiveram uma conversa animada, trocando farpas e brincadeiras que só os dois podiam entender.

Azriel estava odiando o nó que formava em sua garganta, o bolo em seu estômago. Ele não se importava com quem Theodosia mantinha conversas ou não. Não se importava por saber que ela não se dava ao trabalho de olhar para ele por mais de cinco segundos.

E no entanto, conseguia sentir o laço que estava preso a ele e ligava-o a fêmea do outro lado da mesa. Conseguia senti-lo ali dentro, apagado e frágil, mas pulsando levemente entre os dois, resistindo a todo o tempo em que estiverem distantes, resistindo a toda mágoa que Azriel guardou por ela nos últimos duzentos anos.

As sombras estavam sussurrando informações demais em seus ouvidos, e ele mal conseguia ouvir a conversa do grupo ao redor da mesa. Deixou as mãos por cima das pernas, escondendo-as ao sentir os dedos começarem a escurecer.

Eris não veio ao jantar porque...

Nalu fugiu da Corte Estival quando...

— Azriel?

Ele conseguiu ouvir a voz de Elain sussurrar, distante e frágil aos ouvidos perturbados do illyriano, mas conseguiu senti-la afastar-se um pouco quando as sombras começaram a perambular ao redor da cabeça dele mais avidamente.

— Azriel — a Archeron chamou mais uma vez, um pedido para que controlasse as sombras.

Theodosia tem crises toda vez que...

— Azriel — Elain chamou mais uma vez.

Desde que começou a treinar a magia, Theodosia está...

As risadas de Theodosia e Kai, junto com todos os sussurros incessantes das sombras e os chamados de Elain começaram a fazer a cabeça do Mestre Espião latejar.

Ele estava com os olhos fechados esfregando as têmporas, tudo ao redor estava barulhento demais. Azriel mal conseguia compreender tudo o que estava acontecendo ao seu redor quando ergueu a cabeça e focou os olhos em Kai, o rosto duro ao vê-lo apertar o braço ao redor dos ombros de Theodosia.

— Pare de agarrar a minha parceira — a voz de Azriel soou mórbida.

Todos ao redor da mesa ficaram em completo silêncio. Kai congelou no lugar, os olhos se enchendo de choque antes de ódio tomar seu semblante. Ele soltou Theo apenas para apontar na direção do Encantador de Sombras.

— Ela não é nada sua — o Imediato cuspiu as palavras.

Lucien e Nalu estavam com os olhos focados em Theodosia, preocupação velada em seus rostos, aguardando por uma reação da fêmea. Azriel não precisou de nenhum sussurro das sombras para entender que eles já sabiam sobre a parceria.

Feyre e Nestha estavam com os olhos em Elain, também preocupadas com a reação dela. Elas não sabiam sobre a parceria. Ninguém do Círculo Íntimo sabia. Azriel sequer contara que era amigo de Theodosia, muito tempo atrás.

— Pelas tetas da Mãe — Nyx murmurou baixinho com aquela voz infantil, cortando sua quesadilla educadamente, os olhos disparando de Azriel para Theodosia.

Cassian estava olhando para o irmão, tensão em seu semblante, agora compreendendo porque parecia que Azriel estava indo para um velório e não para um jantar.

— Desde quando você sabe que são parceiros? — A voz de Amren parecia tenebrosamente curiosa. Ela levou a taça de sangue aos lábios, os olhos prateados passando de Azriel para Theodosia.

Elain estava imóvel ao lado do Encantador de Sombras. O único sinal de que estava viva era o coração batendo disparado. Os olhos estavam concentrados na quesadilla pela metade em seu prato.

Theo não respondeu a pergunta de Amren, apenas continuou com a pele ficando cada vez mais vermelha conforme servia para si um copo d'água. Antes que levasse aos lábios, o vidro estourou em suas mãos, os pedaços espalhando por seu colo e na mesa.

— Theo! — Nalu chamou preocupado, olhando para a fêmea que estava começando a suar.

— Desde quando você sabe que são parceiros? — Amren repetiu a pergunta, esticando o corpo para poder encarar Azriel.

— Faz dois séculos que sei — Azriel ralhou nervoso, os olhos disparando com ira para a fêmea —, mas isso não te diz respeito.

— Você quem começou o escândalo, menino. Não pode me culpar pela curiosidade — Amren responde com displicência, tomando mais um gole de sangue.

As narinas de Elain inflaram antes dela arrastar a cadeira para trás e se levantar, dando a volta pela mesa e seguindo para fora da casa em passos largos e sem dizer uma palavra.

Azriel respirou fundo, piscando repetidamente antes de se levantar. De soslaio, observou Theodosia continuar em silêncio, tirando os cacos de vidro de cima de seu colo com a ajuda de Lucien e Kai. O illyriano seguiu em passos apressados para fora da Casa da Cidade.

— Elain — Azriel a alcançou quando a Archeron estava deixando o gramado da Casa da Cidade. A voz mostrava urgência —, Elain...

— Você ao menos cogitou me contar que a sua parceira estava aqui? — Elain esbravejou, os olhos com um misto de raiva e tristeza. — Pelo menos pensou em me contar que esse tempo todo sempre soube quem era sua parceira?

— Eu pensei que nunca mais veria Theodosia de novo — Azriel explicou, mas não parecia ser justificativa suficiente. Elain ainda parecia magoada e o illyriano entendia o motivo, mas as vezes era tão difícil conseguir expor as palavras que ficavam guardadas...

— Ela está aqui há uma semana. Você mente para mim faz uma semana — Elain rebateu, o colo ruborizado de raiva. Azriel deu um passo para frente, ela se afastou.

— Não queria que isso se tornasse grande coisa. Já temos outros assuntos que precisamos discutir — Azriel murmurou —, não queria adicionar mais um.

Elain ficou em silêncio por um momento, abraçando o próprio corpo e focando o olhar na calçada. Quando ergue os olhos castanhos para Azriel, estavam cheios d'água.

— Esse tempo todo, você falava que a minha parceria com Lucien era um engano, sendo que mantinha em segredo a sua própria.

— Porque sua parceria com ele é um engano, assim como a minha e a de Theodosia — o Mestre Espião disse ao se aproximar de Elain e, cuidadosamente, segurar em seu rosto com ambas as mãos. — Nós dois estamos em parcerias erradas. Não vê como faz sentido?

— Não parece fazer tanto sentido assim — Elain murmurou baixinho, encarando os olhos de avelã. As sombras ainda estavam agitadas e ela se encolheu quando sentiu o roçar frio de uma delas tocar seu rosto.

Elain deu um passo para trás, para longe das sombras e de Azriel, mordiscou o lábio inferior antes de respirar fundo.

— Você ainda a ama? — Elain quis saber. — Você ainda ama Theodosia?

— Eu não via Theodosia há duzentos anos — Azriel respondeu.

— Não foi o que eu perguntei — Elain retrucou, o olhar firme dessa vez, um olhar que era muito raro vindo dela, sempre gentil ou envergonhada.

Azriel se concentrou em buscar palavras em sua mente, pensar em alguma frase plausível, mas tudo girava e ele não sabia o que dizer. Ficou em silêncio.

— Você me ama? — Elain perguntou.

— Elain, é claro que...

— Vou reformular a pergunta — a fêmea se aproximou, os olhos semicerrados e o corpo tenso. — O que você ama em mim, Azriel?

— O quê? — O Encantador de Sombras piscou devagar para a Archeron.

— O que você em mim? O que você ama na pessoa que eu sou hoje. Não estou falando da fêmea de oito anos atrás. — Ela deu mais um passo à frente, o corpo bem próximo ao dele. — O que você ama em quem eu sou hoje?

Azriel abriu a boca, mas a garganta estava seca. Ele fechou, os olhos disparando de um lado para o outro pelo gramado, as sombras espiralando ao seu redor, porém não sussurrando nenhuma sugestão do que ele pudesse dizer.

— Essa é a sua resposta — Elain sussurrou com um sorriso apático. Os olhos de corça encarando-o com tristeza antes dela se virar e seguir pela rua.

— Elain — Azriel chamou com a voz embargada, dando um minúsculo passo para frente —, onde está indo?

— Para casa — respondeu ela simplesmente, seguindo pela calçada iluminada por postes de luzes fae.

— Posso voar com você até a Casa do Vento — ele sugeriu com gentileza, apesar de nervosismo.

— Vou dormir na Casa do Rio hoje — Elain não olhava para ele, apenas continuava a caminhar, a voz diminuindo conforme se distanciava.

— Posso te acompanhar até lá — ele disse educadamente, as sombras cobrindo-o como um manto protetor quando Elain suspirou com frustração e cansaço.

— Obrigada, Azriel — a fêmea finalmente olhou-o por trás do ombro, mas não havia nada em seu rosto que o fizesse sentir melhor. Ela parecia chateada e magoada ao dizer: — prefiro ir sozinha.


‧₊˚ Esse foi o capítulo de hoje, gente! E aí, o que acharam?

‧₊˚ Confesso que não me sinto à vontade colocando confusão com TheoxAzrielxElain, mas vai ser importante para o enredo e não vai passar dos limites. Podem ter certeza que a última coisa que eu quero é criar uma relação de rivalidade entre as duas.

‧₊˚ Apesar de não conseguir imaginar Elain e Azriel como um casal, eu adoro ela. Espero conseguir trazer para a estória um pouco de como eu imagino o desenvolvimento dela.

‧₊˚ Estamos chegando em um dos capítulos mais APOCALÍPTICOS que eu escrevi, e eu tô TÃO animada para vocês lerem, sério. Mal posso esperar para domingo que vem.

‧₊˚ Por hoje, é isso! Até logo!

——— F. 10 de setembro de 2023.

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