Suas malas já estavam prontas.
— Para onde você vai? — Layla perguntou assim que viu as duas malas de Skyler jogadas ao chão de sua sala.
— Comprei café. — Skyler entregou o copo na mão da amiga que estava com uma ruga no rosto sem entender toda aquela empolgação. — E aqui está a grana do aluguel atrasado.
— Uau. — Layla deu um longo gole no seu café para esconder seu sorrisinho. — Passou por cima do seu orgulho e pediu dinheiro emprestado para sua mãe?
— Claro que não. — Skyler riu como se a amiga tivesse contado uma piada. — Anda pega o dinheiro.
A mãe de Skyler morava nos Hamptons com sua nova família. Rachel Vardon-Martell-Cooper estava noiva de um ricaço dono de refinarias petrolíferas que eram avaliadas em milhões de dólares. Seu novo padrasto havia criado um império e foi por isso que sua mãe havia se interessado por ele.
Um homem quase tão rico e poderoso quanto seu pai.
Mas pedir favores para Sra. Vardon era o mesmo que assinar um pacto com o diabo.
— Você não precisa pagar aluguel. — Layla empurrou a mão da amiga. — Meu sofá está disponível para você sempre que quiser.
— Foi o adiantamento da Rolling Stones. — Skyler respondeu segurando a mão da amiga e entregando o dinheiro. — Pegue isso logo antes que eu gaste tudo em uma bolsa.
Layla riu.
— Essa grana foi por causa daquele seu artigo sobre a banda?
— Isso também. — Skyler deu de ombros. — Parece que gostaram tanto da minha avaliação que me mandaram para o show deles em Las Vegas.
— Vegas? — Layla abriu a boca surpresa. — Uau, você está ficando importante.
— É. — Skyler riu com a animação da amiga. — Tudo o que eu preciso fazer é assistir a um show ruim e depois escrever um artigo para a revista.
— Então eu estou falando com a nova queridinha da Rolling Stones?
— Não é pra tanto. — Skyler não queria se animar ou criar esperanças. — Eu ainda escrevo pequenos artigos que ficam na última página da revista.
— Eu adorei aquelas suas dicas sobre sexo oral. — Layla disse se referindo a ultima publicação da amiga. — Os caras precisam entender que não é nada fácil fazer um garganta profunda.
— Exatamente. É um conjunto de habilidades únicas que nós aprendemos para satisfazer esses idiotas e os homens ainda reclamam de fazer sexo oral em mulheres? — Skyler disse incrédula. — Eu recebo ameaças por causa desse artigo até hoje.
— Esse é o preço da verdade.
— Eu vou indo ou vou acabar me atrasando. — Skyler colocou a mochila nas costas e pegou sua mala de mão.
— Quando você volta?
— Em dois dias. — Skyler deu um beijo na bochecha da amiga. — Me deseje sorte.
— Boa sorte. — Layla disse acompanhando a amiga até a porta do apartamento. — E me consiga um autógrafo da banda.
— Você é fã do Winter Soldiers? — Skyler se virou para Layla totalmente surpresa com aquela revelação.
— Claro que não. — Layla fez uma careta ofendida. — Eu vou vender no ebay e conseguir uma grana.
— Acho que vou fazer o mesmo. — Skyler franziu os lábios. — Estou precisando de roupas novas.
— Você só precisa ligar pra mamãe.
— Vai se foder! — Skyler mostrou o dedo do meio e continuou seguindo seu caminho ouvindo a risada de Layla ficar cada vez mais distante.
Era difícil não pensar em como teria sido sua vida se tivesse seguido o sonho de sua mãe e entrado no negocio da família de seu pai. A família Martell eram conhecidos por serem os advogados mais requisitados da America.
William Martell era conhecido como o advogado dos sonhos de Hollywood.
Ele carregava em seu currículo inúmeras causas ganhas e o divórcio de Kim Kardashian e Kanye West.
Seu destino era ser mais uma advogada e se desse muita sorte, uma promotora pública mas Skyler nunca tinha se interessado pela advocacia e seu sonho era seguir uma carreira envolvendo moda e viver uma vida glamurosa e foi graças a esse sonho que ela foi chutada de casa.
Skyler admitia que era uma pessoa orgulhosa e mesmo depois do divorcio de seus pais há 5 anos, ela recusou a ajuda financeira de sua mãe.
E desde o dia ela saiu de casa, ela se recusou a usar o nome da família.
— Desculpe, Srta. Vardon. — A mulher entregou as passagens de volta na mão de Skyler. — Mas o vôo vai atrasar ao menos umas três horas.
— O que? — Skyler arregalou os olhos. — Eu preciso estar em um show daqui a sete horas.
— Quem sabe da próxima vez você compre uma passagem com antecedência. — A mulher riu de forma irônica fazendo sinal para a próxima pessoa da fila.
— Eu estou indo para Nevada a trabalho, Senhora. — Skyler disse de forma irônica pela mulher no guichê ter mais ou menos sua idade. — Me coloque em outro vôo.
— Sinto muito mas o próximo vôo está lotado. — A atendente começou a digitar algo no monitor. — Surgiu duas vagas na primeira classe.
A Rolling Stones jamais iria reembolsa-la por pegar um vôo na primeira classe.
— Esquece. — Skyler bufou dando as costas para procurar um lugar vazio e silencioso para se sentar.
Ao menos ela havia trazido consigo um livro para passar algumas horas.
LAS VEGAS, NEVADA
O relógio marcava, 19:45.
Não havia tempo para ir ao hotel se trocar ou fazer o check-in. Se Skyler quisesse chegar a tempo para fazer a entrevista com a banda e fazer seu chefe se orgulhar dela, ela precisaria correr diretamente para o estádio.
Foram quase 4 horas de espera e mais 2 horas de viagem dentro daquele avião, além de 347 paginas de um romance da Jane Austen.
O carro da empresa de aluguel não poderia ter sido pior, era um Mustang velho quase caindo aos pedaços, sem direção hidráulica e sem ar-condicionado e depois de ver aquele veiculo Skyler teve medo do que a esperaria no hotel que a revista havia reservado para ela.
Talvez ela estivesse exigindo demais ou talvez seu chefe fosse apenas um mão de vaca que continuava a tratando como uma estagiaria que escrevia artigos sem importância e redigia paginas mas ela trabalhava para uma das revistas de musica mais importantes do mundo.
Ela merecia um ar-condicionado.
Seu cansaço estava começando a fazer seus olhos pesarem e por sorte havia um starbucks há dois quarteirões do estádio.
Tomar qualquer bebida quente em Las Vegas seria o mesmo que cometer suicídio por isso um frappuccino com bastante cafeina e caramelo foi a escolha certa para aquele momento.
Dirigindo até a entrada do estádio, dois seguranças aparecerem pedindo para ela apagar os faróis e reduzir a velocidade.
— Estou com a Rolling Stones. — Skyler mostrou o crachá na entrada e o segurança fez sinal para que ela seguisse pelo estacionamento.
Havia poucos carros ali já que só quem tinha acesso a aquele estacionamento era funcionários e a equipe da banda.
Do lado de fora dava para ouvir o que parecia ser uma passagem de som.
Ela estava atrasada.
— Eu deveria ter me trocado na merda do avião. — Skyler esticou o braço para pegar sua mala no banco de trás.
Entrar para uma entrevista e um show usando um vestidinho floral, exclusivo da moschino seria totalmente anti-profissional e ninguém a levaria a serio mesmo que estivesse com o crachá da revista pendurado no pescoço.
Tirando o vestido e ficando apenas de calcinha e sutiã, Skyler optou por vestir primeiro a saia jeans que ia até mais ou menos metade de suas coxas e quando ela estava vestido a blusa social branca e fechando os botões, ela notou que havia um rapaz carregando o que parecia ser os instrumentos musicais parado bem em frente ao seu carro a admirando.
— O que foi? Nunca viu um par de peitos? — Skyler reclamou gesticulando para o homem sair da frente. — Anda vaza daqui!
O homem balançou a cabeça e seguindo o caminho para dentro do estádio como se nada tivesse acontecido.
— Tarado. — Skyler resmungou abotoando sua camiseta social deixando apenas dois botões abertos próximo ao decote e por cima dela vestiu a sua jaqueta de couro preta.
Olhando o relógio do seu celular ela percebeu que não teria tempo nem mesmo de passar um batom e se ela perdesse aquela entrevista, ela perderia seu emprego e então ela poderia dar adeus a sua bolsa da chanel.
Suas botas pretas combinavam com seu visual despojado e chique e ela nem precisou se dar ao trabalho e trocar de sapato ou colocar algum acessório. Suas roupas já chamavam bastante atenção e ela facilmente poderia ser confundida por qualquer tiete daquele lugar, exceto que provavelmente nenhuma delas usava uma bota original da Dior.
O estádio estava começando a lotar e mesmo dos bastidores, Skyler pode ver a imensidão de fãs se aglomerando no lugar.
— Caramba... — Skyler estava boquiaberta vendo a energia daquelas pessoas que estavam muito animadas mesmo sem ninguém no palco.
Puxando o canudo do seu frappuccino, Skyler começou a tomar a sua bebida.
— Não pode estar aqui em cima. — O segurança segurou o braço de Skyler quase fazendo-a derrubar o café gelado.
— Eu sou da imprensa. — Skyler mostrou o crachá pendurado em seu pescoço. — Rolling Stones.
— Estamos fazendo a passagem de som. — O segurança apontou para os homens que estavam ali com os instrumentos e Skyler reconheceu de longe o tarado que ficou a secando no carro. — Precisa se juntar aos outro no primeiro andar.
— Eu tenho uma entrevista marcada com a banda. — Skyler disse e o segurança riu debochado.
— Assim como todo mundo.
A banda era conhecida por nunca dar entrevistas, os rapazes eram muito reservados quando se tratava de falar sobre a vida pessoal e eles preferiam que as pessoas os conhecessem através das polêmicas envolvendo mulheres, bebidas e drogas.
— Boa sorte. — O segurança a guiou até o primeiro andar e aquele lugar parecia uma verdadeiro abatedouro com todo tipo de jornalista e influencer.
— Skyler Vardon? — A voz a chamava no meio da multidão e Skyler bufou de raiva porque era a segunda vez que tentava tomar seu frappuccino e não conseguia.
— Aqui. — Skyler ergueu a mão e ao ver quem a estava chamando ela engoliu seco.
Era Chace Crawford, o vocalista da banda que usava um colete de couro com vários colares e joias pesadas no pescoço lhe dando um ar de cara mau graças as tatuagens em seus braços e pescoço.
— Você é a tal jornalista? — Chace a olhou dos pés a cabeça. — Não se veste como uma.
— Pensei que você era uma velha enrugada e não uma gostosa peituda. — Stacee disse com o braço apoiado no ombro de Chace.
Skyler conhecia a reputação dos rapazes e não iria se deixar abalar pelos comentários machistas e sexistas.
— Estou aqui para a entrevistar vocês. — Skyler ergueu o crachá. — Fui enviada pela Rolling Stones.
— A entrevista não é com a gente. — Chace negou com a cabeça olhando para o amigo que estava rindo como se aquilo fosse a maior piada do mundo e que Skyler havia caído direitinho.
— Como assim? — Skyler nem teve tempo de reagir quando Chace e Stacee a seguraram cada um de um lado de seu braço a levantando como se ela fosse um totem de papel que não pesava nada.
As pessoas que estavam ali abriram caminho para que os dois pudessem passar enquanto carregavam Skyler que balançava os pés como se estivesse flutuando.
— Gente o que vocês estão fazendo? — Skyler revezava entre olhar para os dois homens e para o copo de bebida em sua mão.
A placa do camarim escrita "WINTER SOLDIERS" em dourado indicava que aquele lugar era restrito e frequentado apenas pela banda.
Sem dizer uma única palavra ou sem responder sua pergunta, os dois homens abriram a porta e a colocaram dentro daquele cômodo e fechando a porta.
— Tá legal, isso não tem graça. — Skyler girou a maçaneta mas a porta estava trancada. — Vocês deveriam largar a banda ridícula de vocês para abrir uma creche, seus cuzões.
— Você deve ser a Skyler do Rolling Stones. — A voz rouca do homem a fez sobressaltar e se virar no susto.
— Ai meu deus! — Skyler colocou a mão em frente ao corpo de Sebastian para que pudesse tampar toda a sua visão.
Sebastian usava apenas um shortinho de couro e um robe longo de seda que servia como roupão com o símbolo da banda. Seu corpo sarado delimitava bem suas suas tatuagens com os gominhos de seu abdômen e as duas pistolas tatuadas em cada lado do seu quadril devidamente apontadas para sua virilha.
Seu corpo estava brilhando de suor e Sebastian tinha um sorriso sacana nos lábios, por que era exatamente isso que ele esperava planejando aquilo.
— E ai.
— Você poderia vestir uma roupa? — Skyler perguntou. — Por favor.
— O que foi? — Sebastian perguntou com uma ruga na resta.
— Sabia que isso é assédio? — Skyler perguntou olhando para o teto tentando focar em qualquer coisa que não fosse o homem seminu na sua frente. — Não pode aparecer desse jeito para uma entrevista.
Sebastian franziu os lábios e olhou para o próprio corpo como se estivesse debochando da mulher.
— De que jeito? Eu estou vestido. — Sebastian deu de ombros.
— Será que você poderia vestir alguma coisa? — Skyler perguntou tentando não parecer rude já que estava em desvantagem trancada naquele cômodo com ele.
— Está melhor assim? — Sebastian perguntou e só agora Skyler havia notado que ele tinha fechado o seu roupão.
— Você recepciona todas as jornalista desse jeito? — Skyler perguntou olhando bem para o rosto de Sebastian que estava ocupado admirando o corpo dela.
— Só as que usam mini saia. — Sebastian respondeu de forma sacana.
Aquilo estava longe de ser uma mini saia mas Skyler precisava ser profissional para realizar a entrevista e aquilo significava não xingar ou rebater qualquer coisa que aquele homem dissesse.
Sebastian Stan tinha uma reputação de dar inveja, enquanto seus amigos e colegas de banda se envolviam em polêmicas envolvendo drogas e destruição de propriedades, Sebastian era conhecido apenas por ser envolver com diversas mulheres e se envolver com todo tipo de escândalo sexual desde nudes a sextapes vazadas.
— Eu fui enviada pela Rolling Stones. — Skyler colocou sua bebida em cima da mesa e abriu a bolsa para pegar sua caderneta. — Eu tenho algumas perguntas prontas e prometo que não vou demorar.
— Não, não, não... Esquece essa merda. — Sebastian negou com a cabeça fazendo Skyler parar o que estava fazendo com a caderneta na mão. — Vocês jornalistas são todos iguais. O que você realmente quer perguntar?
— Eu quero perguntar o que está escrito aqui ou eu não teria anotado isso. — Skyler disse e Sebastian puxou a caderneta da mão dela.
— Como você se vê daqui a 10 anos? Qual seus planos para o futuro da banda? — Sebastian riu debochado ao ler as perguntas. — Ta vendo só? É por isso que eu não dou entrevistas. Vocês são todos iguais... Com suas perguntinhas chatas e sem graças que faria qualquer um dormir.
Sebastian jogou a caderneta no lixo que ficava ali fazendo Skyler respirar fundo.
Nada de xingamentos.
— Por que não pergunta o que realmente quer perguntar? — Sebastian se sentou em uma poltrona olhando para Skyler e aquilo parecia mais um desafio do que um encontro profissional.
— É verdade que transou em uma cabine de avião com a atriz Kelly Grace e que os dois foram detidos em um vôo comercial para Dubai? — Skyler perguntou séria. — O mesmo vôo que tinha 5 crianças a bordo e uma congregação da igreja.
— Essa parte final é mentira. — Sebastian riu passando a mão pelo rosto. — Os tabloides inventam de tudo mas eu não sei por que está me perguntando isso.
— A Kelly Grace foi a inspiração para a música A Girl With A Blue Bikini?
Sebastian sorriu por que agora sim ela tinha feito uma pergunta interessante.
— Por que não se senta? — Sebastian perguntou apontando para o sofá que ficava na sua frente.
— Vai responder minha pergunta? — Skyler perguntou cruzou os braços sem paciência.
— É uma boa pergunta. — Sebastian puxou um cigarro colocando entre os lábios o acendendo em seguida. — Mas eu não vou responder.
— E porquê não? — Skyler estava começando a perder a paciência e aquele cheiro de nicotina estava lhe deixando nervosa. — Pensei que estava cansado das perguntas chatas e sem graça.
Seus adesivos de nicotina tinham acabado há uma semana e ela não havia comprado mais nenhum porque achava que seu vício em cigarros tinha ido embora e realmente tinha, até ver alguém fumando bem na sua frente.
— Porque eu não quero. — Sebastian riu soltando a fumaça devagar. — É simples.
— Só isso? Por que você não quer responder?
— A música é especial e muito pessoal. — Sebastian segurava o cigarro entre os dedos e Skyler seguia o movimento de sua mão com os olhos. — Por isso meu refrão foi adicionado a canção. Não foi um show de egocentrismo como você disse no seu artigozinho, foi apenas um pedaço de mim eternizado na música.
— Espera um pouco... — Skyler sacudiu a cabeça. — Isso tudo é por causa da review no metacritic?
— Porque mais seria? — Sebastian perguntou dando uma risada sarcástica. — Não achou que gostamos da sua crítica e por isso te chamamos aqui, achou?
Sebastian tragou novamente o cigarro.
— Aposto que te dei a oportunidade da sua vida te chamando pra essa entrevista, não é? — Sebastian parecia estar se divertindo em humilhar a mulher daquele jeito.
Mas aquela tinha sido a gota d'agua para Skyler.
— Então você planejou isso tudo pra me convencer a mudar a nota? — Skyler perguntou espremendo os lábios para não rir.
— Vamos ser sinceros, não é? — Sebastian riu. — Você não entende nada de música.
— E você entende? — Skyler se sentou na cadeira cruzando as pernas. — Você foi creditado na música como compositor mas é estranho pensar que alguém como você saiba rimar alguma coisa, já que não é inteligente o bastante para receber que não tem afinação para cantar um refrão de uma música.
— Uau. — Sebastian arregalou os olhos surpreso.
— Sem contar com esse seu visual patético de estrela do rock. — Skyler riu. — Não estamos mais nos anos 80, sabia? Sua banda tem visual próprio, o Chace apesar de usar o clássico punk dos anos 2000 ainda consegue ser sofisticado e ter uma identidade visual e o Stacee poderia começar uma carreira solo amanhã se quisesse... O cara tem talento.
— Engraçado você falar sobre isso quando se veste como uma tiete de banda. — Sebastian deu uma tragada no cigarro e soltou a fumaça devagar. — Aposto que deve estar usando uma calcinha com o meu rosto nela.
— Vai se foder!
— Você não foi justa naquela crítica e eu estou aqui te dando a chance da sua vida. — Sebastian disse com um sorriso no canto dos lábios. — Você muda a avaliação e eu te dou uma exclusiva para a banda.
— Eu só tenho essa opção? — Skyler perguntou e Sebastian balançou a cabeça concordando.
— É a melhor que você vai conseguir.
— Um minutinho. — Skyker se levantou de onde estava sentada e foi até a mesa onde sua bebida já estava completamente derretida.
Tirando a tampa da bebida, Skyler se aproximou ficando de frente a Sebastian que até então não tinha entendido a verdadeira intenção da mulher que virou o copo com o frappucino na cabeça dele.
— Pegue a sua proposta e enfie no meio do seu rabo. — Skyler disse largando o copo vazio no chão enquanto Sebastian se levantava incrédulo com o que tinha acabado de acontecer. — Você quer uma avaliação boa?
Skyler riu.
— Aqui vai uma avaliação boa. Sua nova música é um lixo. — Skyler segurou firme a alça de sua bolsa. — E pra sua informação Home Sweet Home foi a única música boa que vocês lançaram.
A porta já estava destrancada e ao abri-la, Skyler deu de cara com Chace e Stacee encostados na porta enquanto riam sem parar do amigo.
Eles haviam escutado toda a conversa e visto o exato momento que Skyler jogou a bebida na cabeça de Sebastian pela fechadura da porta.
— Meu conselho pra vocês é... — Skyler disse firme olhando para Chace. — Nunca deixem aquele cara perto de um microfone de novo.
— Você vai ficar para o show? — Chace perguntou sem conseguir parar de rir.
— Infelizmente é o meu trabalho. — Skyler deu as costas e saiu deixando os dois homens chocados.
Ver Sebastian coberto de frappuccino era uma imagem que jamais sairia de suas mentes.
— Cara... — Stacee não conseguia parar de rir vendo Sebastian limpar o chatilly e o creme do rosto com uma toalha.
— Se aquela vagabunda acha que isso acabou ela está muito enganada. — Sebastian riu debochado. — Ah, mas ela vai retirar aquela nota do site.
— Já era, cara. — Chace esticou o braço para tocar no ombro do amigo mas o doce da bebida começou a grudar em seus dedos. — Parece que alguém gozou em você.
Stacee caiu na gargalhada ao ver a cara de Sebastian.
— Vamos abrir o show com Home Sweet Home. — Sebastian disse jogando a toalha no rosto de Chace.
— O que aconteceu com A Girl With A Blue Bikini? — Chace perguntou confuso já que aquele show serviria como divulgação do novo single.
— Confia em mim.
O show tinha sido um sucesso e os fãs foram a loucura quando Sebastian se juntou a Chace para cantar o refrão de Home Sweet Home e ouvir aquela música na voz dele foi algo diferente.... Skyler tinha que admitir que ali, Sebastian Stan tinha acertado em cheio.
Ao sair do estádio que estava começando a ficar vazio, Skyler deu a partida em seu carro e ligou para o hotel para confirmar sua reserva já que aquele era o único momento livre que tinha.
— Como assim minha reserva foi cancelada? — Skyler segurava firme no volante enquanto falava no viva voz do celular com a gerente do hotel.
— A cidade está cheia de turistas por causa de um show local e como sua reserva não foi confirmada repassamos para outra pessoa.
E novamente o Winter Soldiers tinha acabado com mais um pouquinho da sanidade que lhe restava.
— Ótimo e você conhece mais algum hotel ou pousada na cidade que tenha ainda tenha vagas? — Skyler perguntou sem paciência mas antes que ela pudesse xingar ou dizer algo uma fumaça começou a sair do capô do carro alugado.
— Vai ser difícil encontrar algo tão em cima da hora.
— Eu vou desligar. — Skyler nem ouviu a resposta da mulher quando desligou o celular.
O carro parou de funcionar de repente e por sorte ela conseguiu conduzi-lo até o acostamento para evitar um acidente.
Não havia explicação nenhuma para o que tinha acontecido e Skyler não fazia a menor ideia do que poderia ter causado aquilo com aquele carro velho e ao ligar para a agência de aluguéis a única coisa que eles resolveram foram lhe dar um reembolso e um vaucher para o próximo aluguel.
E quando o reboque chegou, eles a deixaram plantada no meio daquele estrada para pedir carona.
O seu dia não poderia ficar pior.
Skyler estava sentada em cima da própria mala esperando qualquer pessoa aparecer e ao ver os dois faróis se aproximarem ao longe ela levantou e esticou o braço para pedir carona.
Um ônibus grande e luxuoso parou bem em frente a ela e ao notar o nome escrito na lateral do veículo ela rolou os olhos.
— Olha só o que a maré trouxe pra mim. — Sebastian deu um sorrisinho sarcástico ao vê-la ali parada no meio do nada. — Está precisando de ajuda?
— Meu carro quebrou. — Skyler disse olhando a movimentação dentro do ônibus.
— É uma pena. — Sebastian fez biquinho. — Talvez tenha mais sorte da próxima vez.
— É a gostosa do café. — Chace disse acenando com a cabeça para Skyler que fez o mesmo a contra gosto depois daquele comentário. — Sobe ai.
— O que? Não! — Sebastian puxou o amigo pela jaqueta. — Essa vagabunda detonou o nossa música.
— E várias outras revistas. — Chace disse dando de ombros. — Relaxa, nossa música é boa.
— Saiu novas críticas? — Sebastian parecia surpreso.
— Saiu. — Zoe, a acompanhante de Chace respondeu. — Vocês estão vermelhos no metacritic.
— Pra combinar com essa sua boca gostosa. — Chace disse beijando os lábios da mulher que usava um batom vermelho escarlate.
— Obrigada pela carona. — Skyler subiu no ônibus com suas malas agradecendo ao motorista que agora já tinha fechado as portas e dado a partida.
O sorriso de agradecimento de Skyler tinha sumido ao ver os 5 homens ali acompanhados, cada um com uma mulher no pescoço.
— Vocês eu não conheço. — Skyler disse tentando ignorar aquele desconforto dos olhares voltados para ela. — São as novas dançarinas da banda?
Skyler riu da própria piada mas todos parecia estar em outro mundo, talvez pelas drogas ou pelo sexo explícito que estavam fazendo ali.
— Vai um tapinha? — Stacee perguntou estendendo o cigarro de maconha para Skyler que negou com a cabeça.
— Não valeu. — Skyler respondeu e ao ver o olhar de julgamento sobre ela, sua única reação foi pensar em uma desculpa esfarrapada. — Eu sou vegana.
— Ahhh... — Um coro respondeu a fazendo se segurar para não rir.
— Essa é a Julie, Tiana, Brenda, Mary e aquela lá com o Sebastian é a... — Chace estalou os dedos tentando lembrar o nome da mulher.
— Stella. — A loira se levantou em um pulo segurando um copo de bebida rosa estendendo a mão para cumprimentar Skyler. — E você quem é?
— Ninguém importante. — Skyler respondeu.
— Se vai ficar no nosso ônibus acho bom começar a tratar bem nossas convidadas. — Sebastian disse alfinetando Skyler que forçou um sorriso para a loira na sua frente.
— Me chamo Skyler.
— Sky? — Uma das mulheres levantou o rosto depois de ter aspirado uma carreira de pó. — Como a bebida?
— Talvez você esteja pensando isso por que seu cérebro derreteu de tanta cocaína. — Skyler forçou um sorriso.
Chace começou a rir como se tivesse acabado de ouvir a piada mais engraçada do mundo por estar chapado e por não conseguir parar de rir nem por um segundo, ele acabou arrancando uma risada de todo mundo.
O ônibus deu uma freiada brusca fazendo a bebida que estava na mão de Stella cair por inteiro na roupa de Skyler e sua blusa que antes era branca estava totalmente rosa.
— Foi mal. — Stella fez uma careta. — Eu preciso de outra bebida.
Sebastian espremia os lábios se segurando para não rir da situação. Ele parecia o único sóbrio ali já que a maconha demorava para fazer efeito.
Em contra partida, Skyler estava com ódio nos olhos acompanhando os passos de Stella que estava no frigobar pegando o licor de framboesa.
— Inacreditável. — Skyler tirou a jaqueta que estava usando para não suja-la ainda mais.
— Um balão. — Julie tirou uma das decorações que estava no teto e começou a jogar pra cima enquanto Stacee tentava puxa-la de volta para o seu colo. — Você está escondendo o que ai...
Quando Julie se sentou no colo de Stacee, o balão em sua mão estourou fazendo o glitter prata que estava dentro atingir completamente Skyler e a bebida doce e alcolica faz questão de servir de cola para aquele glitter.
Sebastian não se aguentou e caiu na gargalhada chamando a atenção dos amigos e Chace finalmente parou de beijar a Zoe, mostrando o rosto completanente marcado pelo batom dela.
— Parece que um unicórnio gozou em você.
Skyler bufou de raiva e foi até a sua mochila passando por todos eles que mudaram o foco dela como se estivesse ocupados demais com as drogas e as mulheres.
Pegando um punhado de roupa, ela foi atrás de banheiro mas procurar algo naquele ônibus parecia uma tarefa impossível e Skyler havia encontrado tudo, até mesmo um quarto mas não havia encontrado um banheiro.
Voltando para onde a banda estava reunida, Skyler parou bem ao lado de Sebastian que estava com a mulher sentada em seu colo.
— Algum problema? — Sebastian perguntou virando o pescoço em direção a Skyler enquanto Stella continuava o apalpando sem nenhum pudor.
— Aparentemente você é o único sóbrio desse lugar. — Skyler disse debochada tentando não se incomodar com o fato da mulher estar se esfregando nele de forma obscena. — E eu preciso saber onde fica o banheiro.
— Na suíte. — Sebastian respondeu sem dar muita importância voltando a beijar a mulher.
Skyler respirou fundo e cutucou o ombro dele para chamar atenção.
— O que foi agora?
— Onde fica a suíte? — Skyler perguntou como se fosse obvio que ela não conhecia nada daquele ônibus.
— Um minutinho. — Sebastian deu um beijo longo e demorado em Stella e se levantou erguendo a mão pedindo para que Skyler fosse na frente.
O ônibus deu mais uma freada e Skyler quase caiu no chão mas foi amparada por Sebastian que havia segurado o seu braço a mantendo em pé.
— Cuidado, princesa. — Sebastian disse em um tom debochado. — Até parece que nunca andou de ônibus.
Aquela era uma meia verdade.
Skyler detestava andar de ônibus e ainda usava o carro que havia ganhado de aniversário de 16 anos.
Uma BMW M3 de 1998.
— Aqui a suíte. — Sebastian disse sem paciência. — Não é tão difícil.
— Não tem nenhum banheiro aqui. — Skyler entrou dentro do cômodo olhando ao redor e não havia nem um sinal de uma porta ou algo que se parecesse um banheiro.
Sebastian foi até a porta do armário abrindo e revelando o banheiro.
— Isso é um banheiro? — Skyler estava horrorizada vendo que na verdade o armário era um banheiro e a porta só servia para enganar as pessoas.
— Nunca esteve em um banheiro antes? — Sebastian perguntou a seguindo entrando dentro do cômodo. — Essa é a pia, uma privada, um espelho e essa é a porta que abre e fecha.
Quando Sebastian fechou a porta a maçaneta ficou na sua mão.
— Mas que porra... — Skyler arregalou os olhos e correu até a porta tentando abri-la sem sucesso. — Você trancou a gente aqui dentro, seu idiota?
— Claro que não, isso sempre acontece. — Sebastian respondeu despreocupado tentando manter a calma.
— E mesmo assim você fechou a maldita porta? — Skyler perguntou — Você tem algum neurônio funcional? Ou usou tanta cocaína que seu cérebro derreteu?
— O que tinha naquela sua bebida? — Sebastian perguntou debochado. — Café solúvel de megera?
— Você trancou a gente dentro de um banheiro e agora a culpa é minha? — Skyler perguntou sem entender a calma de Sebastian.
— Relaxa, alguém sempre aparece.
Skyler bufou de raiva e se virou indo até a pia vendo o seu estado.
A bebida rosa havia manchado toda a sua blusa social e o glitter estava grudado no seu cabelo e pescoço e realmente parecia que um unicórnio havia gozado nela.
E pensar sobre isso a fez rir.
— Você poderia se virar, por favor? — Skyler perguntou mas Sebastian não moveu um músculo.
Se virando de costas para ele, Skyler abriu os botões de sua camiseta e a tirou pegando um lenço de papel para limpar seu pescoço e colo.
Ainda encostado na porta do banheiro, Sebastian ficou em silêncio admirando as costas dela e na tatuagem que ela tinha na costela que parecia uma frase em outra língua.
— Droga... — Skyler estava na pia tentando tirar a mancha da sua camiseta mas era tarde demais.
O licor de framboesa não iria sair.
— Por que deu aquela nota ruim no metacritic? — Sebastian perguntou encostado na porta de braços cruzados olhando para ela.
— De novo essa historia? — Skyler encontrou os olhos dele pelo espelho.
— O lead single está em primeiro lugar nas radios americanas e conseguimos chegar no top 100 da billboard. — Sebastian disse animada. — Porra, a ultima vez que uma banda de rock conseguiu tal feito foi em 1991 com o Nirvana.
— Você precisa começar a aceitar criticas negativas, cara. — Skyler riu se apoiando na pia. — Quando o New York Post der uma nota baixa para o seu album você vai fazer o que? Incendiar o prédio com todo mundo dentro?
— Eles já deram. — Sebastian disse com uma carranca na cara. — O que tem de errado com a música?
— O que? — Skyler franziu o senho confusa com aquela pergunta.
— Anda, me diz qual o problema. — Sebastian insistiu em perguntar.
— Eu só acho que manter essa vida de cara mau e estrela do rock delinquente é bastante ultrapassada.
— Espera um pouco. — Sebastian piscou algumas vezes desacreditado no que tinha acabado de ouvir. — Você está me dizendo que deu nota baixa na critica por causa das nossas polemicas?
— Eu não disse isso.
— Você acabou de dizer. — Sebastian disse se aproximando de Skyler tentando intimida-la. — Isso me parece meio pessoal... Eu te neguei algum autografo? O Chace te abandonou em algum quarto de hotel?
Skyler fez uma careta ao ouvir as suposições absurdas de Sebastian.
— Já sei... Foi o Fergus.
— Agora você está sendo machista. — Skyler disse em um tom calmo para que ele não perdesse a cabeça com ele de novo.
Até porque estava trancada com ele naquele banheiro.
— Você está descontando na minha banda alguma frustração pessoal sua e eu quero saber o porquê. — Sebastian disse apoiando as duas mãos na pia prendendo o corpo de Skyler junto ao seu para que ela não fugisse.
— Já parou para pensar que você e sua banda só são muito ruins no que fazem? — Skyler perguntou olhando dentro dos olhos azuis de Sebastian.
— Não... — Sebastian curvou os lábios em um sorriso. — Aposto que levou um fora de algum roqueiro bunda mole e agora não consegue ouvir um solo de guitarra sem se derreter todinha.
— Se não se afastar eu vou chutar as suas bolas e você vai sair daqui dentro de uma ambulância. — Skyler forçou um sorriso e Sebastian ergueu as duas mãos em rendição se afastando de Skyler antes que ela cumprisse aquela ameaça.
Sem paciência para ficar dentro daquele cubículo com Sebastian, Skyler começou a esmurrar a porta e pedir por socorro na esperança de sair dali antes que homem resolvesse tentar acertar o nome do cara que havia partido o seu coração.
— Que merda! — Skyker xingou rouca depois de ter gritado a plenos pulmões.
— Não adianta, os caras estão ocupados. — Sebastian parecia estar conformado que ficaria preso ali até o resto da viagem.
— E a sua acompanhante? — Skyler disse desesperada. — A loirinha? Qual o nome dela?
— Eu não faço ideia.
— Não sabe o nome... Você estava com a língua dentro da garganta dela. — Skyler disse incrédula e Sebastian deu de ombros.
— Se está tão interessada deveria perguntar você mesma o nome dela, Skynet. — Sebastian disse e Skyler respirou fundo ao vê-lo chamar daquele jeito.
— Eu até perguntaria o nome dela se eu não estivesse presa aqui dentro com você. — Skyler praticamente cuspiu as palavras. — E meu nome é Skyler.
— Tanto faz. — Sebastian caminhou até a privada levantando a tampa.
— O que está fazendo?
— Mijando. Você quer segurar meu pau? — Sebastian perguntou olhando por cima do ombro mas Skyler apenas deu as costas para não ver algo que não deveria. — Foi o que pensei.
O resto da noite seguiu com os dois trancados dentro daquele banheiro até chegarem na ultima parada onde o motorista, o único sóbrio ali dentro notou a falta do baterista da banda.
— Eu espero nunca mais ter o desprazer de cruzar com você. — Skyler disse colocando sua mochila nas costas para ir embora.
— Digo o mesmo, vadia da Rolling Stones.
☆ ☆ ☆ ☆ ☆
NOTAS!!!
O capitulo ficou um pouquinho grande mas como no próximo temos um salto temporal de duas semanas eu não quis dividir ele em dois.
Espero que tenham gostado e ai? O que acharam da Skyler? Quero saber a opinião de vocês!