Aaron Miller
Talvez eu seja um completo fudido, na verdade, eu tenho certeza disso. Eu sou um completo bacaca, mas quem disse que eu me importo com isso? Eu só me importo com ela.
Tenho tudo que eu quero (ou quase), isso inclui garotas, bebidas, festas. O que mais um adolescente como eu poderia querer?
Ela.
Eu quero ela, minha melhor amiga, Annelise Sullivan.
De uns tempos para cá eu tenho sentido algo diferente. Cada vez que a vejo, meu coração dispara e eu fico meio bobo, sem saber o que dizer. É como se eu quisesse que ela fosse só minha. Eu quero ser o cara que faz ela sorrir todos os dias, que a abraça quando ela tá triste e que está sempre ali pra ela, não importa o que aconteça.
Mas, ao mesmo tempo, eu tenho medo de estragar nossa amizade. E se ela não sentir a mesma coisa? E se isso acabar nos afastando? É um risco que eu tô disposto a correr, mas confesso que dá um friozinho na barriga só de pensar nisso.
Ela é uma porra de uma perdição, ela é perfeita, e merece alguém perfeito como ela, não um quebrado fudido como eu, e infelizmente, eu tenho apenas que me contentar ouvindo suas histórias de romances com outros caras, enquanto tudo que eu mais quero é socar a cara de cada um deles e beijar essa maldita boquinha afiada, que tanto me provoca sem perceber.
Mas eu não posso estragar uma grande amizade por um sentimento tão bobo, não é? Talvez seja apenas tesão acumulado, mas de qualquer forma, ela é tudo que eu nunca poderia ter.
Ela é um anjo, a droga do meu anjo, e eu não aguento mais sentir isso, sinto que vou enlouquecer a qualquer instante.
Fui interrompido dos meus pensamentos quando Annelise entra em meu dormitório. Tão gostosa..
— Aaron.. – Ela estava com a voz embargada por conta do choro recente, seus olhos azuis estavam lacrimejando.
Que porra havia acontecido?!
Me levanto rapidamente da cama, e vou em direção a ela, puxando ela para um abraço quente e apertado. Minha primeira regra é proteger ela acima de tudo e todos.
— O que aconteceu, princesa? — acaricio os seus fios ruivos com uma mão, enquanto a outra pousava calmamente em suas costas.
— Aconteceu de novo, ele não me deixa em paz.. — Falou entre soluços. Eu já sabia o que havia acontecido, foi o babaca do Tompson, o capitão do time rival, os Falcons.
Ele não gostava de mim, e o sentimento era recíproco, e ele sabe que não vai conseguir me afetar diretamente, e por causa disso usa Annelise para me afetar, o que me deixa extremamente puto. Ela não tem culpa nenhuma dessas merdas, ele vive fazendo piadas com a mãe dela, que trabalhava em um cabaré. Além de fazer botar defeitos inexistentes em Anne.
Falava que ela era uma puta igual a mãe dela, e que queria comer as duas.
Eu já soquei tantas vezes esse filho da puta, que não sei como ele ainda estava vivo.
— Me desculpa por isso, vou resolver isso. — dei um beijo na cabeça dela, esse cara estava fudido no jogo de sábado, vou fazer questão de esmagar todos os malditos ossos do corpo desse infeliz, e depois fazer ele engolir um por um, até ele aprender a não mexer com a minha garota.
— Não é sua culpa, Aaron.
— Eu me sinto culpado.
Ela se afasta do meu abraço, e limpa seu lindo rostinho com a manga da sua blusa, me dando um sorriso e deixando um beijo rápido em minha bochecha.
— Você é o melhor amigo que eu poderia ter.
Porra, isso foi como uma facada no meu peito.
Claro, já estou acostumado com ela me chamando assim, mas de qualquer forma é um porre estar na Friendzone.
Apenas sorrio para ela sem mostrar os dentes e sem mostrar o quão afetado fiquei pelas suas palavras.
— Mas enfim, está preparado para o jogo de sábado? — Ela se senta na minha cama, mudando de assunto, mas eu queria mesmo que estivesse sentando em mim.
Era notável que ela ainda estava abalada pelo o'que o babaca havia dito, mas se ela prefere ignorar por enquanto, vou respeitar.
— Sempre estou. — pisco.
(...)
Calleb e Nicolas não calavam a boca por um segundo, estavam tagarelando sobre a garota da vez.
É, eles curtiam o lance de compartilhar, e isso aí não é comigo, não gosto de compartilhar.
O que é meu, é meu.
— … E por isso eu acho que o Calleb é gay. — Virei meu rosto pique exorcista com as sobrancelhas arqueadas, de fato eu havia perdido boa parte da conversa.
— Pra você sim, meu loirinho! — Calleb falou debochando enquanto lançava um beijo no ar em direção ao Nicolas, que fez cara de nojo.
— Sai azar.
Revirei meus olhos, tudo bem que eles são escrotos na maior parte do tempo, mas de qualquer forma são meus melhores amigos, e eu gosto desse jeito deles.
Estava um pouco distraído mexendo no meu celular que nem percebi quando uma mão, muito macia por sinal, tampa meus olhos, me privando da visão.
Annelise, ella chega perto de mim com aquele sorriso maroto no rosto. Ela coloca a mão sobre os meus olhos e diz
— Adivinha quem é?
Eu juro, meu coração quase saiu pela boca naquele momento. Eu sabia que se eu tirasse aquela mão dos meus olhos, eu não conseguiria me segurar e a beijaria ali mesmo, na frente de todo mundo. Mas eu precisava me controlar, afinal, ela é minha melhor amiga e eu não queria estragar nossa amizade.
Então, com todo o esforço do mundo, eu respirei fundo e respondi com um tom brincalhão
—Hmm, deixe-me ver... Será que é a pessoa mais incrível e linda que eu conheço? — Ela riu e tirou a mão dos meus olhos, revelando aquele sorriso encantador que me deixa completamente sem chão.
Eu tentei disfarçar, fingir que estava tudo bem, mas por dentro eu estava em chamas. A vontade de beijá-la era quase insuportável, mas eu sabia que não era o momento certo. Então, continuei conversando com ela, tentando manter a calma e não deixar transparecer o que eu realmente sentia
É difícil, cara. É difícil demais estar tão perto dela, sentir o cheiro do seu perfume, ver aqueles olhos brilhantes e não poder fazer nada além de ser apenas o amigo.
Então, enquanto ela continuava falando, eu me segurei. Me segurei para não beijá-la ali mesmo, para não estragar tudo.
Olho para ela e reparo bem, era notável que ela não estava bem.
Ela estava com uma cara cansada e faminta. Fiquei preocupado na hora, sabe como é, não gosto de vê-la assim.
Calleb e Nicolas não estavam mais ali, deveriam ter saido mas eu não me dei conta.
Cheguei perto de Annelise e disse
—Ei, Anne, o que tá acontecendo? Você não comeu nada hoje? — Ela me olhou com aqueles olhos tristes e disse que estava sem apetite. Mas eu não ia deixar isso passar batido, nunca!
Então, eu perguntei o que ela tinha comido durante o dia e, para minha surpresa, ela disse que não tinha comido nada! Nada mesmo, mano! Fiquei chocado e ao mesmo tempo com o coração apertado. Como ela pode passar o dia inteiro sem comer?
Decidi que era minha missão do dia fazer com que a Annelise comesse alguma coisa. Fui até a lanchonete mais próxima e comprei um lanche bem caprichado para ela. Voltei correndo e entreguei nas mãos dela.
— Olha só, Anne, trouxe um lanche especial pra você! Tenho certeza de que vai adorar!
Ela sorriu timidamente e pegou o lanche. Começou a comer devagarzinho, mas eu percebi que ela ainda estava meio relutante. Foi aí que eu decidi usar minha habilidade de conversa persuasiva.
— Princesa, você sabe que eu me preocupo muito com você, né? E eu não vou sossegar até ver você comendo tudo isso aqui. Vamos lá, um pedacinho de cada vez!
Fiquei ao lado dela o tempo todo, encorajando-a a dar uma mordida, dizendo o quanto ela precisava se alimentar. Ela ficou meio sem jeito, mas acabou cedendo e começou a comer. Ver o sorriso no rosto dela enquanto saboreava cada pedaço do lanche foi recompensador, mano.
E assim, fiquei ao lado dela, incentivando, conversando e fazendo piadas para distraí-la. Aos poucos, ela foi se soltando e comendo mais. Eu estava tão feliz de vê-la se alimentando que nem percebi o tempo passar. E, no final das contas, ela comeu tudo! Foi uma vitória!
Não saí do lado dela até que ela terminasse tudo. Queria ter certeza de que ela estava bem e que tinha se alimentado o suficiente. Afinal, é minha melhor amiga, e eu me preocupo com ela.
Ela me olhou com gratidão nos olhos.
— Você é o melhor amigo que alguém poderia ter. Obrigada por se importar tanto comigo.
(...)
Meu dragão já estava alimentado, agora era hora de ir treinar, os Falcons não sabem oque os aguarda.
Aqui estou eu, tentando me segurar para não beijar minha melhor amiga. É uma verdadeira tortura.
— Você realmente precisa ir treinar agora? Não pode ficar mais um tempinho comigo? —Ela me pergunta, com aquele tom manhoso que só ela sabe usar
Eu juro que meu coração quase saiu pela boca naquele momento. Eu queria tanto beijá-la, sentir seus lábios nos meus, mas eu me segurei. Respirei fundo e respondi, tentando disfarçar a minha vontade louca de agarrá-la ali mesmo
— Ah, você sabe como é, tenho que me manter em forma para os jogos, né? Mas prometo que a gente se vê depois.
Ela fez um biquinho, como se estivesse contrariada, mas eu sabia que era só uma brincadeira. Ela sabia que eu tinha responsabilidades com o time e respeitava isso. Mas, caramba, como é difícil resistir a essa tentação!
Enquanto eu me afastava, pude sentir o cheiro do perfume dela no ar, e isso só aumentava a minha vontade de beijá-la. Mas eu me segurei. Me segurei porque sei que não é o momento certo. Preciso ser forte e esperar o momento certo para revelar meus sentimentos.
Então, aqui estou eu, lutando contra essa vontade insana de beijar minha melhor amiga. Mas uma coisa é certa, quando esse momento chegar, eu vou aproveitar cada segundo ao lado dela. Até lá, vou continuar me segurando e esperando o momento perfeito para finalmente mostrar o que sinto..
(....)
Era em torno das quatro horas da tarde, o campo de treinamento estava agitado com a energia dos jogadores, O sol estava brilhando fortemente, iluminando o campo enquanto os atletas se preparavam para um treino intenso.
O treinador, o senhor Maxwell Grant, um profissional experiente e dedicado, se reuniu com nós no centro do campo. Ele compartilhou sua visão para o treino e enfatizou para gente importância do trabalho em equipe, disciplina e determinação
Olhou para mim e bateu no meu ombro.
— Confiamos em você, capitão. — Sorri com isso.
— Com garra e determinação! — Eu começo o bordão do time, todo começo de treino era assim.
— Somos imbatíveis! — Todos gritam juntos. — ThunderBolts!
O aquecimento começou com alongamentos e exercícios de mobilidade para preparar os jogadores para a atividade física intensa que estava por vir. Os jogadores se moviam em sincronia, focados em se aquecerem adequadamente e evitar lesões.
Após o aquecimento, o treinador dividiu a equipe em grupos para trabalhar em diferentes aspectos do jogo. Um grupo se concentrou no aprimoramento das habilidades de lançamento e recepção, enquanto outro grupo se dedicou a aprimorar as técnicas de bloqueio e defesa.
Todos nós nos empenhamos ao máximo, buscando aperfeiçoar nossas habilidades individuais e contribuir para o sucesso coletivo da equipe. Maxwell observava atentamente, fornecendo orientações e corrigindo técnicas quando necessário.
Em seguida, chegou a hora de praticar jogadas ensaiadas. Nós se alinhamos no campo, seguindo as instruções do treinador. Repetimos as jogadas várias vezes, aprimorando a sincronia e a precisão dos movimentos.
O treinador também organizou simulações de situações de jogo para testar a capacidade dos jogadores de tomar decisões rápidas e estratégicas. Eles praticaram jogadas ofensivas e defensivas, enfrentando desafios simulados para desenvolver sua inteligência tática.
Durante todo o treino, a nossa equipe se apoiava mutuamente, encorajando e motivando uns aos outros. A camaradagem era evidente, e os jogadores entendiam que o sucesso dependia do trabalho em equipe e da confiança mútua.
O treino chegou ao fim com uma sessão de condicionamento físico. Corremos em sprints, realizamos exercícios de agilidade e resistência para fortalecer nossos corpos e aumentar nossa resistência.
Ao final do treino, estávamos exaustos, mas satisfeitos com o progresso que havíamos feito. O treinador reuniu a equipe novamente, elogiando o esforço e a dedicação de cada jogador.
Ele enfatizou a importância de levar o aprendizado do treino para os jogos, lembrando-os de que o trabalho árduo nos treinos se traduziria em sucesso no campo.
Todos deixaram o campo de treinamento com um senso de propósito renovado, prontos para enfrentar os desafios que viriam pela frente. Todos nós sabíamos que o treino intenso e a preparação meticulosa os colocariam em uma posição de vantagem para alcançar seus objetivos e alcançar a grandeza no futebol americano.
(...)
Após um intenso treino de futebol americano, me encontro no vestiário, ainda sentindo a adrenalina correndo pelas minhas veias. Como capitão do time, sinto a responsabilidade de liderar meus companheiros e garantir que todos estejam focados e motivados.
Enquanto me sento no banco, observo meus colegas de equipe, exaustos, mas com um brilho nos olhos. Cumprimento cada um deles, elogiando seu desempenho e destacando os pontos positivos do treino. É importante reconhecer o esforço de cada jogador e incentivá-los a continuar dando o seu melhor.
Enquanto conversamos, compartilhamos nossas impressões sobre o treino. Discutimos as jogadas táticas, analisamos nossos erros e acertos, e traçamos estratégias para melhorar nosso desempenho. Como capitão, encorajo meus companheiros a se expressarem, valorizando suas opiniões e ideias.
Enquanto me reidrato e me alongo, sinto uma sensação de união e determinação. Somos uma equipe, uma família, e estamos dispostos a nos apoiar mutuamente para alcançar nossos objetivos. Discutimos os desafios que estão por vir, as próximas partidas e como podemos nos preparar melhor para enfrentá-las.
Apesar do cansaço, sinto uma chama ardente dentro de mim. Como capitão, é meu papel liderar pelo exemplo, mostrar dedicação e comprometimento. Sei que meus companheiros de equipe estão olhando para mim em busca de inspiração, e isso me motiva a me esforçar ainda mais.
Estou exausto e coberto de suor. Dirijo-me ao vestiário, ansioso por me refrescar e relaxar. Enquanto entro no chuveiro, minha mente é tomada por pensamentos da minha melhor amiga, por quem sou profundamente apaixonado.
A água quente cai sobre meu corpo, aliviando a tensão dos músculos cansados. Fecho os olhos e deixo a água massagear cada parte do meu corpo, enquanto minha mente vagueia para os momentos que compartilhamos juntos.
Enquanto a água escorre pelo meu rosto, imagino seu sorriso radiante e seus olhos brilhantes. Lembro-me das conversas profundas e das risadas compartilhadas, das aventuras que vivemos juntos. Cada gota que cai parece trazer à tona os sentimentos que guardo por ela.
Com o sabonete em mãos, começo a ensaboar meu corpo, mas minha mente está em outro lugar. Sinto a espuma deslizar suavemente sobre minha pele, mas meus pensamentos estão focados nela. Imagino como seria tocar sua pele macia, perder-me em seus abraços e beijos.
Enquanto lavo meu cabelo, a espuma escorre pelo meu rosto, mas minha mente está imersa em memórias e fantasias. Penso em como seria compartilhar momentos íntimos com ela, em como seria acordar ao seu lado todas as manhãs, em como seria construir um futuro juntos.
À medida que enxáguo o sabonete e o xampu, permaneço sob o chuveiro, deixando a água cair sobre mim. Sinto uma mistura de emoções - alegria, esperança, mas também uma pontada de incerteza. Será que ela sente o mesmo por mim? Será que nossos sentimentos podem ir além da amizade?
Enquanto desligo o chuveiro, sinto-me vulnerável e exposto. Envolvo-me em uma toalha e me olho no espelho. Vejo um reflexo de um coração apaixonado, cheio de sonhos e desejos. Mas também vejo um rosto determinado, pronto para enfrentar qualquer desafio que o amor possa trazer.
À medida que me visto com roupas limpas, me preparo para deixar o vestiário.
Estou exausto, mas também animado com o que está por vir. Sei que temos um longo caminho pela frente, mas estou confiante de que, juntos, podemos superar qualquer desafio que o futebol nos apresentar.