Na manhã seguinte ainda virado da caótica noite anterior, Louis perseguiu cada passo de Harry, observando-o de longe com olhos afiados e atentos. O jovem de olhos verdes ainda exibia sua beleza esplêndida, mas Louis notava que algo havia mudado. Ele estava mais pálido, com olheiras sob os olhos e parecia ter perdido peso.
Louis observava Harry com devoção. Tomlinson avistou o mais novo sair de casa, usando uma jaqueta de couro preta, calças jeans justas e botas Chelsea, combinando elegância e rebeldia em um único look. Seu cabelo longo e ondulado caía despretensiosamente sobre os ombros, dando-lhe um charme a mais. Enquanto Louis o seguia, notou que Harry estava mais distraído do que o habitual, olhando para o nada com frequência, como se estivesse perdido em seus próprios pensamentos. Ele caminhava pelas ruas movimentadas de Londres, mas parecia estar em um mundo à parte.
[POV: Harry Styles]
Ao chegar na sede da Evening Standard, Harry notou imediatamente que algo estava acontecendo. Havia um movimento atípico na redação, com várias pessoas andando de um lado para o outro, fazendo ligações frenéticas e trocando informações rapidamente.
Ele se dirigiu ao seu local de trabalho e logo foi chamado pelo chefe para uma reunião urgente em sua sala. Preocupado com o que poderia estar acontecendo, Harry entrou na sala do chefe e foi recebido com um semblante sério e preocupado.
— Harry, precisamos que você redija uma matéria urgente para a próxima edição — disse o chefe, entregando-lhe um envelope com informações. — Trata-se da apreensão de uma grande carga de cocaína que ocorreu ontem à noite. Foram 200kg de cocaína, avaliados em £5 milhões de libras.
Harry ficou surpreso com a gravidade do assunto e com a magnitude da apreensão. Ele sabia que esse tipo de notícia era importante e delicada, e precisava ser tratada com cuidado. Passou um bom tempo fazendo pesquisa e algumas ligações para detalhar melhor o caso.
Sentando-se em frente ao computador, Harry começou a digitar a reportagem:
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**Título: Grande Apreensão de Cocaína em Londres**
Na noite de ontem, uma operação policial bem-sucedida resultou na apreensão de uma grande carga de cocaína no Porto de Felixstowe. Foram encontrados 200kg da droga, avaliados em £5 milhões de libras, em um casco de navio no porto da cidade.
As autoridades ainda estão investigando a origem da droga e a identidade dos responsáveis pelo contrabando. Essa é considerada uma das maiores apreensões de cocaína já registradas na história do país.
O Comissário de Polícia, John Anderson, fez uma declaração à imprensa nesta manhã, afirmando que essa operação foi resultado de um trabalho de inteligência e investigação de longa data. Ele também enfatizou o compromisso da polícia em combater o tráfico de drogas e garantir a segurança da população.
A apreensão causou impacto no mundo do crime organizado, e especula-se que possa estar relacionada a uma disputa territorial entre traficantes rivais. As investigações continuam em andamento, e a polícia prometeu que os responsáveis serão levados à justiça.
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Harry finalizou a reportagem, sentindo a responsabilidade do que estava escrevendo. A apreensão daquela quantidade de cocaína tinha repercussões sérias e ele sabia que a matéria seria lida por milhares de pessoas.
Enquanto enviava a reportagem para a revisão, Harry não podia deixar de sentir o peso do que estava acontecendo ao seu redor. Ele se perguntava se aquela apreensão tinha alguma relação com o comportamento estranho de Christopher nos últimos dias, mas preferiu não alimentar esses pensamentos. Ele escutou algumas ligações estranhas entre Christopher e um tal de Nick, o novo sócio do estúdio de tatuagens do namorado.
A verdade era que Harry estava preocupado e confuso. O misterioso homem que apareceu em sua vida de forma inesperada ainda ocupava bastante espaço em sua mente. Harry segurava o cartão preto entregue por Louis no restaurante há alguns dias. Ele encarava o objetivo questionado se deveria procurá-lo ou não. Sinceramente, Harry não sabia o que esperar. Ele apenas tinha a certeza de que algo muito estranho estava acontecendo. Inocentemente, Styles não fazia dimensão da gravidade de tudo que o envolvia.
Harry saiu do prédio da Evening Standard, com a intenção de pegar o metrô para voltar para casa, já que Christopher estaria atolado de trabalho no estúdio de tatuagem e não poderia buscá-lo naquele dia. Era um final de tarde nublado em Londres, e o clima parecia refletir a confusão em sua mente. Ele estava prestes a dar o primeiro passo em direção ao metrô quando avistou Louis, parado na porta do prédio, com um sorriso falso no rosto.
Louis fingiu surpresa ao ver Harry ali. — Oh, Styles, que coincidência encontrá-lo aqui!
— Eu sei que está me seguindo, Louis. Te vi hoje cedo no cruzamento da Auriol Street. Você não é tão discreto quanto pensa- diz Harry desviando o olhar de Louis com uma postura inexpressiva.
— Realmente sou bonito demais para passar despercebido. - profere Louis com um sorriso encantador evidenciando ruguinhas abaixo de suas têmporas.
— Bastante humildade também como podemos ver. - o de olhos verdes fala revirando os olhos.
Tomlinson caminha lentamente encurtando a sua distância com a do ondulado. Toca com suavidade em seus braços, ato o qual emite uma onda de choques por toda derma. Os lábios finos e rosados de Louis se aproximam mais do que deveria do ouvido direto de Harry.
— Me daria a honra de sua companhia para apreciar um chá? - Louis fala baixo, quase em um sussurro. Os olhos azuis gravavam cada traço e micro expressões de Harry.
Nenhum dos dois saberia descrever o que ocorria ali. Styles está inebriado com a aproximação repentina. Louis dá um passo para trás, a fim de manter uma distância mais segura de Harry.
— Então o que me diz? - Pergunta Louis enquanto o verde e azul se cruzam de maneira hipnotizantes.
A cafeteria Café Nero era um local acolhedor e aconchegante, decorado com tons suaves de azul e branco. Mesas de madeira rústica estavam dispostas ao redor do ambiente, acompanhadas por cadeiras confortáveis. As paredes eram decoradas com quadros vintage e pôsteres de bandas icônicas dos anos 60, incluindo os Beatles. Uma luz suave iluminava o espaço, criando uma atmosfera tranquila e convidativa.
Enquanto sentavam-se em uma das mesas próximas à janela, a música "Don't Let Me Down" dos Beatles tocava suavemente no ambiente. Harry e Louis compartilhavam um olhar cúmplice, ambos apreciando o som nostálgico da banda britânica.
— Os Beatles são incríveis, não é? — comentou Louis, sorrindo. Aquele maldito sorriso com ruguinhas.
Harry assentiu, enquanto cantarolava baixinho a parte da música que estava tocando: "Don't let me down, don't let me down, nobody ever loved me like she does, ooh, she does, yeah, she does". — Sim, são definitivamente uma das minhas bandas favoritas. Suas músicas são atemporais.
A garçonete, uma mulher simpática com um sorriso caloroso, interrompeu o momento dos dois e perguntou gentilmente: — Vocês já decidiram o que vão pedir?
Harry olhou para o cardápio rapidamente e disse: — Eu vou querer um chá de frutas vermelhas, sem açúcar, por favor.
Louis respondeu: — Eu vou querer dois hash browns e um café, por favor.
Enquanto a garçonete se afastava para preparar os pedidos, Harry perguntou de forma acusatória — Vamos logo Louis, o que você quer comigo?
Louis morde passa a língua entre os lábios discretamente, segura um sorriso e observa a obra prima em sua frente, o escaneando de cima embaixo. Em seguida, manteve o seu olhar azulado firme e sedutor, mas não respondeu nada de maneira verbal.
— Como você mesmo sabe, eu namoro Louis. - diz Harry dando um corte no de olhos azuis sabendo muito bem para onde aquele conversa se encaminharia.
Tomlinson engole seco, vira-se levemente para a janela e discorre — A carga era de 15 milhões de libras e não 5 milhões como na reportagem.
— O que você quer dizer com isso, Louis? — questionou Harry, nervoso e intrigado ao mesmo tempo.
Louis suspirou, parecendo um tanto cansado. — Quer dizer que aquela carga de cocaína era minha, Harry. E o desgraçado do seu namoradinho armou pra mim.
As palavras de Louis caíram como uma bomba nos ouvidos de Harry. O choque e a confusão tomaram conta de seu rosto, enquanto ele tentava processar aquela revelação chocante. O homem que estava na sua frente, com aquele sorriso sedutor, era o mesmo que havia tido a carga de cocaína apreendida pela polícia?
— Eu não entendo, Louis... — balbuciou Harry, buscando palavras para expressar sua incredulidade. — Você é um traficante?
Louis suspirou novamente, com uma expressão pesarosa. — Sim, Harry, eu sou. Eu sou o chefe da maior organização criminosa da Europa. E o seu namoradinho... bem ele é um criminoso de merda que quer um pedaço do meu império.
Harry estava atordoado com a revelação, sem conseguir acreditar que o homem por quem havia se sentido atraído era um criminoso perigoso. Muito menos que o homem, aquele que o chamava de amor, com quem dividia o teto era traficante. Ele lembrou das ligações suspeitas entre Christopher e Nick, e tudo começou a fazer sentido. Christopher estava envolvido naquele mundo obscuro e havia entregado Louis para a polícia.
— E o Rio ou Christopher? Nem sei como o chamar...— perguntou Harry, com lágrimas nos olhos.
Louis delicadamente esticou seus dedos o levando até o rosto de Harry, tocando aquela pela macia e leitosa. — O Rio é um desgraçado que sempre esteve atrás de mim. Ele quer controlar tudo, inclusive a rota do meu tráfico. E agora, com essa apreensão, ele está tentando me derrubar de vez. Entende que eu não posso deixar isso baroto, não é mesmo minha princesa?
— Então é essa a hora que você me mata por vingança? - Harry pergunta olhando para o chão. Sinceramente morrer ou viver naquele momento para Harry não fazia diferença alguma. Christopher já tinha matado as partes mais bonitas dele por diversas vezes.
— Não, princesa. Eu jamais faria qualquer mal a você. - Louis fala firme, mas sinceramente não convence Harry. O mais novo está com medo, assustado e paralisado.