RUIN4S - O Novo Dono III

By targaryen11

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Saga Família Yssuz Ramon (Chuck) e Alice More

PRÓLOGO
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By targaryen11

Quem já jogou WAR , ou tem conhecimento de geografia, sabe que a Austrália fica num continente distante, Oceania.

São 24 horas de vôo, lógico que tem​ escalas.

Minha mãe está exausta e, uma hora, o jet leg ia bater.

Quando foi a noite, quando ela já tinha dado mil presentes, conversado aos montes, ela se retirou pra descansar.
Fiquei com ela em seu quarto, deitada ao seu lado. A pedido dela...

Eu sei que ela me ama, me ama muito, isso me emociona, não sou feita de ferro!

Há dois anos atrás, eu estaria colada com ela com uma força, como se pudesse entrar em seu coração, ou seu útero. Eu estou em seu coração, mas até então, não sabia que nunca estive no outro lugar.

Foram 2 anos de descobertas que me destruíram, construíram um novo eu, pra então, me destruir novamente.

Quando senti sua respiração mais pesada, levantei.

A cobri, com aquela sensação, metade amorosa, metade inquisidora.
Quem era aquela mulher?
Quem eu era?

Desci pro meu quarto, tomei coragem e liguei meu celular.
Como estava no silencioso, só via os pop ups surgirem.

Vou na janela da Safira. Nem leio as várias mensagens, sei que estou ausente.
Apenas ligo, pergunto se ela topa me encontrar no lugar de sempre.

Ela responde que sim e desligo.

Respiro fundo e olho pro quadro com minha foto. Aquela alice da foto não existe mais.

Tomo banho, visto qualquer coisa que encontro.
Short jeans, blusa grande da Adidas roxa , chinelo.

Passo uma base suave, pra cobrir as olheiras enormes que esses dias me trouxeram.

Pego a moto e desço.

Algo por volta das 22:30 hs.

O restaurante vegano ainda estava aberto, mas nesse horário, haviam pessoas bebendo chopp, uma música ao fundo. Pessoas se divertindo. Como haviam aquelas mesas de madeira altas , com bancos do lado de fora, e uma estava vazia, parei ali.

A Rocinha não para nunca.

Do outro lado da rua, do canal, o alvoroço de bandidos em suas motos. Reconheci o Motoboy, mas eu estava meio camuflada, já que á noite, todos os gatos são pardos.

A essa altura do campeonato, aqui na comunidade , já sabem quem eu sou. Entendo isso pelos olhares, cochichos. Mesmo assim, não me afeta...nunca afetaria, eu sou só mais uma! O único diferencial era a "sorte" de ter sido acolhida pela família mais poderosa do lugar.
Sorte?

Dependia do ponto de vista...

Como sempre, atraída, vejo a figura do Ramon sair de dentro do bar do outro lado.
Não sei o que temos...Mas o magnetismo me faz olhar exatamente na hora que ele sai, olhando pra mim, sentada aqui, sozinha , no banco de madeira.

Ele senta na moto, ao lado do Motoboy, que fala algo com ele, que abaixa a cabeça, ouvindo.

Um garçom se aproxima, me tirando daquela linha imaginária que faz a ponte entre nós dois. Eu e ele.

_Eu quero uma Heinneken, por favor! - Ele anota , e então... - Não! Me vê um suco de laranja puro!
O cara me olha, risca o papel e faz que sim com a cabeça.

Olho de volta, o Ramon liga a moto e vejo o Motoboy emparelhar com ele. Ele novamente ouve o que o amigo diz , baixa a cabeça e me olha. Cara fechada.
O farol apaga, ele desligou a moto, mas fica lá.

Uma imagem muito conhecida, vem caminhando sobre a rua. Linda, cabelos cheios, pele negra, cabelo branco, misteriosa como sempre.
Safira!

Ela vem acompanhando meu olhar e faz um pequeno movimento, olhando o outro lado da rua, então de novo pra mim.

Assim que chega, encosta no banco alto, faz sinal pro garçom que a vê. Quem não a veria?

Me olha, não diz uma palavra. O rapaz se aproxima.

_Água com gás, gelo e limão, por favor!

Ele sai.

Ela olha novamente pra onde está Ramon, ao lado do Motoboy; então, pra mim.

_Merda! - Ela puxa a pedra preta pendurada ao seu cordão, que está grudada ao seu peito.

_O que houve? - Pergunto

_Me diz você, Alice! O que houve? - Diz, ainda segurando a pedra

_Como assim?

_Como assim? Por quê você some do nada? Por...- Ela olha pro lado - Por quê estamos aqui, sabendo que ele está logo ali?

O garçom traz nossos pedidos, e antes de derramar a água no copo com gelo e limão que ela pediu, engole parte do líquido num gole enorme, na garrafa mesmo. Eu observo, sem entender.

_Nossa...Você está...

_Queimando! - Ela me toca e eu sinto a pele dela arder na minha.

Ela deixa a garrafa na mesa e enxuga os lábios com as costas da mão; não para de me olhar - Você não está nada bem!

Ela afirma e eu bebo um gole cuidadoso do meu suco; coloco o copo cuidadosamente na mesa.

_Bebe mais um!

_Quê?! - Pergunto, sem entender

_Você tem sede, ele também!

Arregalo os olhos e me arrepio.

_Ele...Ele...Quem? - Pergunto, confusa. De quem ela estava falando?

Ela derrama o resto da água no copo e levanta a garrafa pro garçom ver que está vazia.

Para, me encara.

_O que houve, Alice? - Repete a pergunta.

_Pra te dizer o que houve comigo, preciso entender quem é você, quem é sua família e...Principalmente, o quanto de influência minha mãe têm sobre vocês!

Ela engasga com a água, limpa a boca mais uma vez

_Quê?

_Você me contou muito pouco sobre essa proximidade da minha família com a sua!

_Mas é isso, Alice, não tem mais nada e...
_Não mente pra mim! Não faz isso, não você! Eu tô cercada de mentiras, Safira! Eu tô por aqui de mentiras - Aponto pra minha garganta. - Minha mãe deu viagem pra vocês, pagou tua faculdade de moda! Colocou vocês aqui, numa casa maneira, eu vi, eu fui! Não me faça acreditar que vocês sempre estiveram aqui e ela fez " amizade" com moradores do nada...Não.. Eu conheço ela! Ela não é essa pessoa! E...E depois...

O garçom traz a outra garrafa d'água e eu paro de falar. Olho pro lado e vejo o olhar do Ramon em mim, ainda que ele quisesse disfarçar...nem eu , nem ele parávamos de nos olhar.

Olho pra Safira

_...E depois...Por quê nunca disse que seu irmão era soldado do morro?

Ela levanta, eu acompanho seus passos... ela vai até o balcão e volta com um cigarro aceso. Eu nem sabia que ela fumava!

Senta na minha frente.

Quanto mais sobre ela eu não sabia? Tão próxima á minha família e eu nunca , NUNCA, a conheci!
Lembro do encontro emocionante com a mãe dela...Foi longe de explicação...parecia alguém da...Família!

_Não é motivo de orgulho pra mim, ter um irmão, tão amado, envolvido - Ela aponta com o cigarro pra onde está a rodinha dos seguranças do ramon - Nessa vida!

Eu baixo a cabeça e sorrio; olho pro lado e então pra ela.
Me aproximo, encostando os ombros na mesa de madeira escura.

_Talvez... _ Friso os olhos e ajeito o cabelo _Talvez há uns anos atrás, você diria isso e eu engoliria...- Levanto a sobrancelha - Eu entenderia que ter um irmão nessa " vida" era algo difícil de aceitar...mas hoje? hoje não! - Volto a me encostar no curto pedaço de madeira do banco onde me sento.

_Me explica agora, como minha mãe, que protegeu tua família, te deu uma formação, deu a tua mãe enfermeira para tratar dia e noite...Ah, porque eu sei que não é teu salário que paga isso... Como minha mãe permitiu que teu irmão, jovem , ganhasse a vida portando um fuzil...Aliás...Fizesse parte da segurança do homem que ela odeia!

Ela volta a segurar o cristal negro, fita meus olhos como se quisesse me ler, ler minha alma. Eu era um livro aberto, ela poderia estar a vontade...Mas a minha resposta , ela teria que dar!

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