Por Oliver
Meg não me atende, não permitiu minha entrada em seu apartamento e tudo isso por ciúmes? Eu sei que fui um babaca ao negar seu pedido e, depois aceitar ir ao restaurante com Lauren, mas ela não poderia pensar um pouco no meu lado? Eu não fiz nada com Lauren, apenas mostrei o restaurante à ela... que merda!
Em minha cama, tento dormir, mas não consigo. Só vem Meg em meus pensamentos.
Fui ao apartamento dela inúmeras vezes, durante a madrugada, mas o porteiro seguiu à risca o pedido de Meg em não permitir subir. Liguei para seu celular, mas parece que me bloqueou, liguei para sua casa, mas ela não atendeu...
Com esses pensamentos, resolvo descer e ir para a academia e tentar relaxar um pouco.
Depois de me exercitar e tentar dissipar tudo que estou sentindo, tomo um banho, bebo apenas uma xícara de café e, ao olhar as horas, vejo que já são quase sete de manhã. Eu não dormi nada. Passei a noite em claro!
Me arrumo e vou para o trabalho.
Ao chegar no hospital, solicitam minha presença rapidamente na sala de emergência.
(...)
Saio de lá e encontro Lauren sentada, na cantina, chorando.
-Bom dia, Srta. Lauren!
Enxuga suas lágrimas e me cumprimenta.
-Bom dia, Dr. Windsor! Desculpe por não está em meu posto, mas eu precisava vir beber um suco de maracujá.
-O que houve, quer conversar?
-Meu namorado terminou comigo porque eu resolvi vir para Londres trabalhar. Ele não foi capaz de me compreender, sabe? Eu preciso do emprego, eu preciso me sustentar. Ele foi rude e frio comigo. Eu nunca passei por isso...
-Ei, acalme-se, sim? Veja bem, se ele terminou com você, talvez ele não a amasse o suficiente para não compreender sua situação, Srta Lauren. De repente, com o passar do tempo, as coisas podem mudar, podem se resolver...
Vejo quando ela limpa suas lágrimas.
-Obrigada, Dr.! Talvez o senhor tenha razão, mas agora acho que eu não o quero mais. Prefiro deixar o barco rolar.
-Faça aquilo que se sinta melhor, Srta. Lauren. Mas coloque seu bem estar em primeiro lugar sempre.
-Obrigada, mais uma vez.
A propósito, eu queria lhe pedir desculpas por ontem, no restaurante. Vi que a Dra. Megan não gostou de vê-lo comigo.
-Não se preocupe com isso, Megan e eu nos resolvemos depois. Nos conhecemos há muitos anos.
-São namorados? -demorei um pouco para responder, talvez Meg não queira que ela saiba agora, já que estamos indo com calma.
-Não, somos amigos de longa data e nos respeitamos, acima de tudo e qualquer coisa.
-Ah sim, entendi.
Conversamos um pouco mais até que ela se acalmasse, mas ela ainda chorava.
Meg chegou e foi completamente irônica e grosseira com Lauren, sem ao menos saber o que se passava com ela.
Depois de uma discussão calorosa, Meg terminou comigo. Mas não levei em consideração, mesmo com medo, acho que estamos de cabeça quente. É melhor conversarmos depois.
Respeitarei o tempo de Meg, mas não tem como deixar passar que meu peito está apertado.
(...)
Em minha sala, ouço três batidas na porta.
-Entre.
-Olá, Dr. Windsor!
Lauren entra com seu tablet em suas mãos.
-Se sente melhor? -pergunto à ela.
-Sim. E muito obrigada pela conversa de mais cedo.
-Por nada.
-Então, Dr! O que me trás aqui é para saber qual será o melhor horário para a sua viagem de amanhã, para Boston. Em sua palestra com o Dr. Benner.
-Como assim? Amanhã eu tenho uma viagem a fazer? -digo surpreso. Não sabia disso e Meg não havia me avisado. Mesmo não sendo sua obrigação, ela estava no controle de minha agenda.
-Sim. A assistente do Dr. Benner disse que ligou ontem à noite para a Dra Megan.
Meg não avisou sobre isso.
-Srta Lauren, pode confirmar minha presença e a sua também.
-Minha?
-Sim. Como minha assistente, você precisa me acompanhar nessas conferências. Algum problema que não possa ir?
-De maneira nenhuma. Há uma outra coisa. Um senhor chamado Aaron, me ligou confirmando a desistência de uma festa que ocorreria em uma boate. Ele disse que a Srta Megan, ontem à noite para desfazer o contrato com eles.
O que? Não acredito que Megan fez isso! Tudo isso por ciúmes? Ela poderia ter me fodido e a porra da confraternização é feita todo ano para os funcionários. Que inferno!
-Ok, Srta. Lauren. Pode sair, por favor. Se alguém quiser falar comigo, transfira a ligação. Se alguém quiser entrar, me ligue para saber se eu quero ou posso liberar, sim?
-Certo. Até mesmo se for sua amiga?
-Sim! -digo seco.
-Com licença, Sr!
Assim que Lauren sai, ligo para Benner e ele confirma que avisou Meg sobre a conferência em Boston e Aaron disse que Meg ligou ontem a noite e avisou sobre a desistência da festa.
Mas que porra que está acontecendo com Meg? Ela está com raiva e quer foder com a minha vida?
Ligo para Lauren e peço a ela que tente novamente reservar o espaço para a festa e confirmar nossa presença em Boston.
Graças a Deus ela conseguiu.
Lauren me liga e diz que Meg está pedindo para entrar. Na certa, sabe que pisou na bola e veio se retratar.
Puro engano...
Depois de uma discussão bem calorosa, Meg desmente tudo que Lauren me disse, mas tudo leva a crer que Lauren diz a verdade. Depois, com mais calma, irei procurar saber disso, novamente.
Depois de muito falarmos, vejo Meg retirando de seu dedo, o anel que dei à ela em sua formatura e é aí que me cai a ficha a de que o nosso fim é pra valer.
Ao vê-la saindo por aquela porta, muitas lembranças me vem à mente. Não somente lembrança como namorados, mas de toda nossa história. Será que eu estou errado? Darei um tempo para que ela pense melhor e eu também.
Eu estou me sentindo o maior filho da puta que possa existir nesse mundo. Quando Meg citou o caso de Armie, um cara que ela ficou no passado e me comparou à ele, me senti um merda, porque lembro de acolhê-la e da vontade que tive de encher sua cara de porrada por ele ser um idiota com Meg. E hoje ela sai dessa sala, chorando pelo mesmo motivo. E quem merece umas belas porradas sou eu!
Vamos dar tempo ao tempo.
(...)
O dia correu rápido e não fui solicitado em nenhuma cirurgia. Mas sempre saía de minha sala para poder tentar encontrar com Meg, mas eu não a vi em canto nenhum.
-Harry, viu Meg por aí?
Harry olha em minha cara, me fuzilando com os olhos.
-Cara...se eu fosse Meg, nunca mais olharia em sua cara! - diz bastante sério.
-O que? -digo confuso.
-Isso mesmo que você ouviu, Oliver. Sou teu amigo e tenho a obrigação de lhe dizer a verdade e você é um otário! Meg conversou com Mariah e, cara, você pisou na bola feio com ela. Como que você dá créditos para alguém que chegou agora e deixa pra trás quem esteve ao seu durante anos? Meg está chateada e ela tem toda a razão!
Se toda essa desconfiança e desrespeito que teve com Meg, fosse para outra pessoa, seria completamente considerável. Mas você fez isso com aquela que sempre o considerou seu protetor, sua base. Você vacilou feio com elaz, Oliver!
-Se eu já estava me sentindo mal, agora eu estou pior ainda! - digo e abaixo minha cabeça.
-Você não está se sentindo pior do que ela, Oliver, tenha certeza disso. Além do psicológico abalado, Meg está na emergência agora. E não está como médica, mas sim como paciente... Ela está lá por algo que você a causou! -diz, completamente irado e eu não tiro sua razão!
-O que? O que aconteceu com Meg? -Sinto meu corpo inteiro estremecer.
-Selena e Mariah foram com ela até a emergência para lhe aplicarem uma medicação e um sedativo. A deixaram de repouso por uns instantes. Ela chorava inconsolável e reclamava de cefaléia e falta de ar. A pressão aumentou, mas agora está tudo sob controle.
Não pode ser. Eu sou o culpado por isso e tenho essa noção. Eu preciso ver Meg, eu preciso me desculpar!
-Em que ala ela está, Harry? Eu quero ver Meg e quero vê-la agora!
Harry me segura.
-Mais um conselho: é melhor não ir. Você vai piorar as coisas. É duro dizer, meu amigo, mas a última pessoa que ela quer ver agora é você!
-E eu vou deixar a mulher que eu amo numa maca de hospital, sendo que eu fui o causador disso, Harry? Eu vou deixar a Meg ir embora da minha vida tão facilmente? - falo e minha voz sai mais alta que o normal.
-Irmão, você fez isso no momento em que você descredibiliza Meg e ainda age completamente grosseiro com ela na frente de sua assistente, que ao meu ver, é a causadora de tudo isso, mas você não enxerga o que está na sua cara! Você deixou que ela escorresse por suas mãos. Agora, deixe que ela descanse e arque com as consequências de suas ações.
Vá viajar que Mariah e Selena ficarão com ela. Qualquer coisa eu te aviso!
-Harry, ela está dormindo? - pergunto nervoso e angustiado.
-Sim, está sedada. Selena achou melhor, para que ela se acalmasse.
-Certo. Eu irei até a porta apenas para vê-la. Mas não falarei nada. Me diga apenas em que ala ela está. Do contrário, eu olharei ala por ala e por você sabe que eu sou capaz de fazer isso!
-Ala sete, quarto oito, Oliver. Não faça nada que prejudique ainda mais o estado de Meg. Você já causou danos demais à ela...
Saio correndo até o elevador e, ao chegar no quarto onde Meg está, vejo a porta entreaberta e Mariah e Selena ao lado dela.
Meg está com o rosto inchado e o nariz vermelho, provavelmente pelo choro e está dormindo. E eu não posso entrar para falar com ela... Que merda!
Não sei explicar o que eu estou sentindo nesse momento. Tenho vontade de entrar e segurar sua mão e lhe pedir perdão por minhas atitudes imaturas e por deixá-la nesse estado. Vê Selena e Mariah ali, me deixa confortável de que ela está sendo bem cuidada, mas em meus pensamentos, Meg estaria melhor comigo, mas me lembro que sou o causador de tuda de sua dor. Portanto, o melhor lugar que Meg deve está, nesse momento, é longe de mim. Infelizmente... Eu sou um grande otário!
Selena me olha e consigo ver que ela me repreende apenas com seu olhar. E ela não está errada. Se tem alguém errado nessa história, sou eu! E vou vou correr atrás do meu prejuízo, nem que seja a última coisa que eu faça na vida.
Pego o seu anel, que está em meu bolso, o beijo e em pensamento, peço para que Meg se recupere logo.
(...)
Já estou pronto para pegar o jatinho, mais uma noite em claro. Passei a noite no hospital, caso Meg precisasse de mim, mas sei que a única coisa que ela quer é ficar longe, mas fiquei aqui, ainda assim.
Fui em casa rápido, me arrumei e peguei um táxi até o aeroporto, onde esperava por Lauren.
Ela chegou um pouco atrasada. Mas levarei em consideração. Mas já a deixei ciente de que não gosto de atrasos.
Já sobrevoando, penso em Meg e ligo, mas continuo bloqueado. O anel que dei à ela, está em minhas mãos e eu não paro de olhar para ele.
-Esse anel deve valer uma nota, não é mesmo? - diz Lauren, me fazendo sair de meus pensamentos.
-Na verdade, a dona desse anel vale muito mais do que qualquer coisa que possa existir. -digo e minha mente ainda vagueia pensando em Meg.
Se arrependimento matasse, eu já estaria morto!
Ligo para Harry, que ficou em meu lugar e pergunto sobre Meg. Ele diz que ela está melhor e já está trabalhando. Pedi à ele que a dispensasse hoje, para ela descansar, mas ela negou.
(...)
Em Boston, chegamos ao hotel e entrego a chave para Lauren e me encaminho para minha suíte. A palestra começa em algumas horas.
Desfaço minha mala e procuro saber de Meg, por Harry, e ela ainda está trabalhando. Meg é teimosa! Era para ela estar de repouso e ela está lá trabalhando.
Já no auditório, assistindo a palestra, vejo alguns rostos conhecidos, mas não há nada de novo aqui. São apenas métodos que eu já sei e, diria até métodos antigos pra mim. Por que será que fui chamado para uma palestra assim? Depois falarei com Benner. Ele sabe que não tenho tempo para palestras como essa. Tem algo errado aí...
Ao fim da palestra, resolvo ir ao bar e tomar um whisky, para tentar relaxar um pouco. E acabo me lembrando das vezes em que Meg e eu íamos para os pubs, somente pra jogar sinuca e beber whisky. Sempre a minha melhor companhia. Meg, eu a amo tanto...
-Posso me sentar aqui? -pergunto Lauren.
Respiro fundo, porque eu queria mesmo era ficar com minha Meg, mas já que ela não está aqui, eu queria ficar sozinho, mas não serei deselegante.
-Sim.
-Obrigada.
Lauren acena para o garçom e pede uma dose dupla de whisky. A única mulher que faz isso é Meg... acabo me lembrando que tudo começou em um bar de hotel e uma dose dupla de whisky. Que merda de vida!
-O que achou da palestra? -pergunta Lauren.
-Uma total perda de tempo... -digo sem tirar meus olhos do meu copo.
-Por que? - pergunta Lauren. Acho que ela não percebeu que eu não estou afim de conversas. Meg sempre soube quando eu estava bem ou não. Sempre soube quando eu estava puto e queria ficar calado...
-Porque não houve nada naquela palestra que eu já não soubesse. Total perda de tempo. E achei bem estranho o Benner me convidar para esse tipo de palestra, sabendo que meu tempo é escasso.
Percebo que ela me olha meio surpresa e assustada. Aí tem coisa e, cada vez mais me sinto um merda por não ter dado voz à Meg!
Queria mesmo era estar em casa, deitado com minha Meg e escutando suas piadas ácidas, seus disparates, seus elogios sem pudor...
-Mas Dr, estamos em um hotel bem bacana e acho que pode ser proveitoso para nós dois. O que acha? -diz e põe sua mão sobre a minha. - Dr, eu ouvi dizer que você é um homem solteiro e que adora mulheres do meu padrão... podemos deixar essa viagem mais interessante, principalmente essa noite. Você me defendeu perante a sua amiga, sinto que você se interessou por mim...
É sério essa merda que eu estou ouvindo? Tiro sua mão de cima da minha, viro meu copo de uma só vez e olho sério para ela. Meg estava certa e eu, um baita de um filho da puta e idiota!
-Lauren, que história é essa de que eu gosto de mulheres do seu padrão? De onde você tirou essa história? - a instigo para saber onde isso vai parar.
-Bem, eu escutei pelos corredores do hospital. - disse, me olhando com ar sedutor, que não faz cócegas em mim.
-Sugiro que se quiser ser efetivada, não fique de fofocas pelos corredores. E parece que você se recuperou após o fim do seu namoro, não é mesmo? -digo e sinto o whisky descendo amargo por minha garganta.
-Sim, me recuperei porque você estava ao meu lado. Como está aqui, agora. E não me arrependo de ser solteira agora...
-Que bom que não se arrepende, porque minha atitude idiota e imatura, de ser grosseiro e de tê-la defendido naquela cantina, sem necessidade alguma, me custou o fim do meu relacionamento. E não só um relacionamento de amizades... E antes que me pergunte, Meg não é apenas minha amiga de anos, Meg é a mulher da minha vida. Meg é minha namorada!
Ela me olha meio espantada.
-Desculpe por isso, mas achei que pudéssemos ter um final de noite bacana... em meu quarto. - diz com uma voz melosa, que chega aos meus ouvidos me irritando.
-Lauren, a única forma dessa noite terminar perfeita, seria se minha Meg estivesse aqui comigo. Portanto, sugiro que pare com suas investidas agora mesmo. - digo mais exaltado. -
Eu não estou buscando por mulher e muito menos por sexo fácil!
E se você quiser se manter na vaga, por favor, se respeite como mulher e respeite os limites de nossa relação, que são baseadas apenas em patrão e funcionária.
-É que eu pensei que depois de eu conseguir resolver as merdas que Meg fez em sua agenda, depois de nosso almoço e de você me defender, achei que estivesse interessado por mim.
Peço mais uma dose de whisky.
-Sabe, Lauren, depois de eu ter machucado Meg e ter sido um idiota com ela e vê o meu namoro ir pro ralo, estou começando a pensar se Meg realmente cometeu aqueles erros. Meg já ficou responsável por coisas muito maiores e não houve uma só vez que ela tivesse errado. E, mais uma coisa, tenha mais respeito quando se referir à Meg.
Agora, mais do que nunca, tenho certeza de que não foi ela quem fez "merda" em minha agenda. Mas não se preocupe, irei descobrir isso o quanto antes.
Sua expressão muda.
-Claro que foi ela, o nome dela estava lá. Você mesmo entrou em contato com Benner e com Aaron e eles lhe confirmaram que foi ela.
Viro meu copo novamente e me levanto.
-É isso que eu irei saber. Qualquer mulher poderia ligar e se passar por Meg. E eu fui um imbecil de não ter pensado nisso antes. Mas nunca é tarde para admitir e reparar nossos erros, não é mesmo?
-Fique mais um pouco, não suba agora. Vamos beber mais alguma coisa... - põe sua mão sobre a minha, novamente.
Retiro minha mão, de maneira mais ríspida.
-Eu vou subir e sugiro que você faça o mesmo. De manhã cedo estarei voltando para Londres.
-Mas ainda tem mais um dia de palestra. Como irá embora antes de assistí-la?
-Lauren, não é querendo ser soberbo, mas eu sou o presidente de um hospital de referência e não preciso ficar aqui perdendo meu tempo com uma palestra para iniciantes e nem flertes baratos. Se quiser, pode continuar aqui e assistir o restante da palestra!
Tenha uma boa noite!
-Me espere que eu vou subir com você.
-Não! Não vai. Nós não estamos no mesmo andar, não pegaremos o mesmo elevador por conta do número dos nossos quartos e mesmo se fosse, eu não aceitaria. Já lhe disse, a única mulher a qual eu pertenço e que aprecio a companhia, é Meg!
Deixo o dinheiro no balcão e vou para minha suíte.
Tomo um banho gelado para relaxar meu corpo. Coloco uma calça de moletom preta, ligo o ar e me deito. Se Meg estivesse aqui, certamente estaria reclamando que o ar está gelado demais...
Já está tarde em Londres, ligo para Harry para conversar e ter notícias de Meg. Aproveito e faço um pedido para ele, que me atende prontamente.
Conto para ele tudo que Lauren me disse.
-Será que ainda te resta dúvidas de que Meg não mentiu para você? Porque, em momento algum, eu duvidei de Meg. E se você tivesse escutado o que ela tinha para lhe dizer, quando escutou Lauren ao telefone?
-Você está correto, eu já nem tento e nem quero me defender. Eu só quero é fazer com que Meg veja que eu errei, eu quero mostrar à ela que fui um tolo, um idiota.
-E você pode fazer isso. Tenho uma idéia, mas não sei se dará certo. Mas você terá que ser forte e seguir o que eu disser. Tudo bem?
Ele me conta sua idéia e, mesmo achando clichê e arriscado, eu quero arriscar. Eu não tenho mais nada a perder.
Pergunto sobre Meg, ele me diz que ela está melhor.
Conversamos um pouco mais e aviso que pela manhã estou voltando para Londres e ele concorda que é a melhor decisão que eu tenho a tomar.
Nos despedimos e espero que dê tudo certo.
Em meu celular, olho as fotos de Meg comigo. Antes e depois de nosso namoro. Comparado à outras fotos, eu sou um cara completamente diferente com Meg. Ela me completa...
Em meus pensamentos, minha única vontade é que Meg saiba que eu a amo e que sem ela, não existe Oliver.
E pensando nela, acabo pegando no sono.
Vejo que o telefone do quarto toca, quando eu atendo, era o balconista do bar, falando que a Lauren estaria bastante alcoolizada e sem condições de andar. Digo que não irei descer, pois estou ocupado.
Respiro fundo e resolvo descer para vê isso com meus próprios olhos.
Ao chegar no bar, a ouço sendo grosseira com o balconista.
"-Eu te dei um bom dinheiro para mandá-lo descer. Era para ser ao menos convincente, seu babaca inútil."
-Vejo que se recuperou bem de sua bebedeira, não é mesmo, Srta. Lauren? Não precisava ter se dado ao trabalho de dar seu dinheiro ao balconista. De qualquer maneira, eu não desceria para ajudá-la. Só desci para me certificar de algo... À propósito, sou neurocirurgião e não babá. -cruzo meus braços e ela me olha espantada.
-Eu só queria mais um tempo com você, Oliver. -Diz e se aproxima.
-Mais uma investida sua e você será demitida antes mesmo de ser efetivada! Estarei às oito da manhã na recepção, Srta. Lauren.
-Boa noite, Dr. Windsor!
Eu ia dispensar seus serviços, mas acho que ela será útil sob meus olhos... Algo está errado e eu vou descobrir!
Acordo, arrumo minhas coisas e desço para a recepção, ao chegar, a vejo no telefone com alguém. Me aproximo devagar.
"-Ele é irresistível, mas estou sendo forte e cumprindo meu papel. E parece que tudo está saindo como planejado. Falta pouco para o meu xeque-mate...tenha paciência e apenas confie em mim. Eu não tenho culpa dele querer ir embora antes do tempo..."
Do que será que ela está falando?
Não me contenho e vou até ela, que fica branca como cera.
-Tudo planejado e falta pouco para o seu xeque-mate? Há algo a me dizer sobre isso, Srta Lauren? -com minhas mãos apoiadas em minha cintura, indago.
Vejo que ela fica sem palavras, mas acaba respondendo e com o rosto surpreso.
-Dr, eu estava falando com uma amiga, que morava perto de minha casa, em Miami. E quando me referi ao que o senhor escutou, foi referente ao meu trabalho. Está saindo como eu planejava, no quesito de dar o meu melhor e o xeque-mate seria a minha contratação.
-Certo... Chamarei um táxi para você.
-Não iremos no mesmo táxi?
-Não! Assim como também não iremos no mesmo voo. Suas passagens já estão em seu e-mail. Seu voo sai em uma hora!
-Oliver, posso saber o porquê disso? - pergunta e vejo que está irritada.
-Na verdade, não! Minha obrigação, como seu patrão, é custear suas despesas e é o que eu estou fazendo. É melhor se adiantar para não perder seu voo, porque eu não irei pagar por outro!
Já a caminho de Londres, penso no plano louco de Harry, tomara que dê certo. Aproveito o tempo livre e planejo tudo.
(...)
Chego em Londres e vou direto para o hospital.
Encontro com Harry no caminho e o agradeço por cuidar de tudo por mim.
-Harry, obrigado por assumir o meu lugar aqui!
-Sabe que pode contar comigo.
-E Meg?
-Está se sentindo melhor, mas ainda triste. Ela não queria comparecer à festa de amanhã, mas as meninas a convenceram.
-Ótimo! Agora é rezar para chegar amanhã e eu poder vê minha Meg!
Que saudades que eu estou dela. Saudades de dormir com seu corpo colado ao meu, dos seus beijos, das suas piadas ácidas, de seu jeito único de ser...
Estou com medo de tê-la perdido para sempre. Quero me desculpar com ela. Ela tinha total razão... tive empatia por uma desconhecida e não tive pela minha garota. Dei créditos a uma desconhecida, mas não dei à ela o direito de resposta. Fui grosseiro e desconfiei dela.
Eu sou um merda de um cara babaca!
Perder Meg seria minha ruína!