O Favorito do Destino

By nineksn

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Existem muitas histórias em que Harry volta ao tempo de Tom Riddle, então fica ou é mandado de volta. E esse... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capitulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capitulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Capítulo 91
Capítulo 92
Capítulo 93
Capítulo 94
Capítulo 95
Capítulo 96
Capítulo 97
Capítulo 98
Capítulo 99
Capítulo 100
Capítulo 101
Capítulo 103
Capítulo 104

Capítulo 102

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By nineksn

Harry sentiu um puxão familiar em seu braço que quase arrancou o chão sob seus pés em sua brusquidão.

Ele descobriu, muito rapidamente, que não gostava de ficar restrito a não se mover a mais de dez metros de distância de Tom.

Principalmente quando era o tipo de restrição em que só ele estava amarrado, não era como se estivessem algemados, ele não podia se afastar e forçar Tom a seguir simplesmente se movendo como o outro podia; o herdeiro da Sonserina era quem estava no controle.

Foi irritante.

A única vez que Harry escolheu para onde eles estavam indo foi quando ele deslocou Tom fisicamente com ele e, portanto, arrastou a restrição de dez metros também.

Os olhos de Tom se arregalaram em choque quando ele fez isso pela primeira vez, antes de se tornarem divertidos. Então ele firmou os calcanhares no chão para dificultar ao máximo para Harry. Idiota.

Depois de uma longa série de negociações e brigas, Tom o liberou temporariamente para o treino de Quadribol, com a promessa/ameaça de que colocaria a restrição novamente em uma hora. Harry cerrou os dentes, mas aceitou, e prontamente decidiu ver o que aconteceria se ele não voltasse em exatamente uma hora.

Agora ele sabia.

Seu braço estava queimando, literalmente puxando-o pelo campo para longe de onde ele estava conversando com os grifinórios após o término do treino de quadribol.

Felizmente, Harry normalmente passou tanto tempo com Tom que a maioria das pessoas não questionou sua proximidade repentina, ele explicou a situação para Hermione e Rony que ficaram irados, mas mais ninguém. Agora, porém, parecia que isso poderia se tornar um problema, pois não havia nada visível para explicar por que ele estava sendo arrastado pela escola, qualquer um podia ver claramente que ele não estava no controle do movimento implacável.

Harry realmente não estava ansioso para segunda-feira, e o consequente encontro com Dumbledore...especialmente porque ele provavelmente teria que recorrer ao já mencionado deslocamento físico para poder chegar lá.

Eles estavam indo para Little Hangleton mais tarde hoje, em cerca de meia hora, o que definitivamente não era o motivo pelo qual Harry estava tão inflexível em testar a coleira que Tom tinha nele.

Na verdade, meio que doeu, queimando. Ele estava a mais de dez metros, então qualquer força que Tom estivesse usando parecia estar rasgando seus ossos no esforço de trazê-lo de volta ao alcance.

Harry se sentiu como se estivesse em um tornado.

No segundo seguinte, sua cabeça estava girando e ele caiu no chão da Sala Comunal da Sonserina, reprimindo um gemido.

Harry abriu os olhos novamente para ver Tom olhando para ele, com uma expressão semi-divertida.

- Que diabos foi isso?- Harry exigiu.- Tenho certeza de que ninguém pode aparatar dentro das proteções de Hogwarts.

- Dumbledore pode.- Tom sorriu, oferecendo uma mão. Harry não aceitou, levantando-se ele mesmo, sentindo-se desconfortável com o modo como os Sonserinos o encaravam.- Você está atrasado.

- Eu não sou uma criança, você não pode me dar um toque de recolher.- disse Harry irritado.

Tom simplesmente arqueou as sobrancelhas em resposta, antes de se erguer de sua posição no sofá e se dirigir para a porta.

Harry o seguiu, não querendo ser arrastado novamente.

Nas primeiras vezes, ele tentou apenas ficar no local, mas sempre acabava avançando depois de dez metros.

A inquietação instalou-se em seu estômago. Ele realmente odiava aquele Cemitério.

Tom estendeu o que parecia ser o mesmo baralho da última vez, e Harry hesitou. Os olhos do herdeiro da Sonserina brilharam.

- Você realmente quer ver o que acontece se eu tocar em uma chave de portal e você não, enquanto mantenho uma restrição de dez metros em seu movimento?- O outro perguntou.

- Você acha que há uma...em Little Hangleton? Um...anel?- ele questionou.- Na Casa Riddle ou algo assim?

- Ou algo assim.- concordou Tom, sacudindo as cartas para ele com um toque de impaciência.

Harry suspirou, segurando, e então ele estava girando através da escuridão. Ele caiu no chão novamente pela segunda vez no espaço de dez minutos.

Desta vez, Tom não se preocupou em oferecer sua mão para ajudá-lo, apenas pondo-o de pé com um sorriso cheio de entretenimento.

- Cala a boca.- Harry rosnou.

- Eu não disse nada, querido.- Tom falou, lentamente.- Questão delicada?

Harry o empurrou com pouca força, por falta de resposta e para não observar onde eles estavam.

Tom riu, balançando a cabeça, antes de ficar sério.

Os dois olharam ao redor do cemitério em silêncio por um momento, e as memórias passaram diante dos olhos de Harry, vertiginosamente. Ele podia sentir o olhar de Tom como um peso físico. Da última vez, Tom estava distraído com seus próprios demônios, agora, ele estava aproveitando para analisar.

Harry abaixou a cabeça, pressionando as mãos nos bolsos em punhos brancos de tensão.

- Casa dos Riddle?- ele perguntou, sem esperar por uma resposta, caminhando em direção ao belo e abandonado edifício com um zumbido de pânico no ouvido.

Seu corpo parou na linha de dez metros e Harry cerrou os dentes enquanto lutava para se recompor ao se virar para enfrentar Tom.

- Se você está planejando me fazer ficar aqui...- ele começou a dizer, perigosamente.

- Lembranças só podem te machucar se você deixar.- Tom afirmou, tão suavemente. Harry engoliu em seco.

- É por isso que você supostamente escolheu esquecer as suas?- ele revidou, defensivamente.

- Harry.

Harry ficou quieto por um tempo, sem se desculpar, mas também sem insistir.

- Podemos apenas fazer o que viemos fazer aqui?- ele perguntou, finalmente.

Tom o estudou por uns segundos, então se virou e foi na direção oposta. Harry mordeu o lábio, mas correu para alcançá-lo, cautelosamente.

- Acho que não esconderia nada na velha Casa dos Riddle.- explicou Tom.- Não tem nada de valor para mim, e dificilmente acho que me daria mais laços com meu pai.

O escárnio praticamente escorreu da língua de Tom na última palavra. A testa de Harry franziu. Ele tinha tanta certeza de que era por isso que eles estavam em Little Hangleton, a menos que...é claro.

- Você acha que está na Casa Gaunt.- disse ele. Tom inclinou a cabeça em reconhecimento. Harry olhou para o outro, pensativo.

- Você ainda quer fazer isso?- ele questionou. Tom olhou para ele, a expressão sombria, e Harry rapidamente esclareceu.- Eu quis dizer seu pai. Você ainda quer...conhecê-lo?

O lábio de Tom se curvou, fino.

- Eu ainda quero matá-lo, você quer dizer? Sim. Se eu pudesse ressuscitaria seu corpo e alma neste segundo pelo prazer de torturá-lo até a morte novamente...isso te incomoda?

Harry pensou sobre isso. Isso o incomodou?

- Eu não gosto muito de tortura, ou assassinato, mas posso entender porque você pode...querer.- ele respondeu, cuidadosamente, sendo honesto.

Eles saíram do Cemitério, tomando um caminho que descia a colina e contornava os fundos da Casa dos Riddle. Harry podia, ao longe, ver algo como um barraco.

A...Casa Gaunt? Era perfeitamente possível. Sua garganta de repente se sentiu apertada. Esta foi a primeira visita de Tom? Ou ele tinha ido lá da última vez?

Harry não tinha certeza, mas podia ver facilmente o significado de Tom tê-lo trazido junto. O outro também estava permitindo esta caça a horcruxes, ao invés de fazer todos os esforços para detê-la.

- Você realmente nunca quis machucar alguém?- Tom perguntou, sua voz meticulosamente casual.- Fazê-los sentir a dor que causaram em você?

- Claro que sim. Isso não significa que eu aprove minhas próprias ações.

Tom fez um barulho no fundo da garganta, algo como descrença, mas não exatamente.

- Você nunca deixa de me surpreender.

Harry virou a cabeça ao ouvir isso, observando Tom atentamente, genuinamente surpreso com a declaração, tanto pelo conteúdo quanto pela confissão direta. Suas sobrancelhas arquearam ligeiramente em questão.

- Você é tão...eu diria inocente, mas não é bem a palavra.- Tom murmurou.- Também não é puro, duvido que nos daríamos tão bem se você fosse realmente o menino de ouro que muitos afirmam ser.

- Inocente?- Harry estava cético.- Não sou inocente.

- Não, você não é.- Tom concordou.- É por isso que eu disse que não é bem a palavra certa.

- Tom Riddle, não sendo eloquente sem esforço pela primeira vez, este dia deveria ser marcado na história.- disse Harry, secamente, principalmente para tentar aliviar a intensidade do olhar de Tom.

Não teve efeito, exceto por um familiar sorriso malicioso sendo dirigido a ele.

- A maioria das pessoas não consegue viver o que você viveu e ficar perto de mim enquanto permanece tão totalmente...bom. É notável.

- Você vai me fazer corar.- Harry falou, levianamente, sentindo-se desconfortável com esse elogio atípico.- Eu pensei que você não acreditasse no bem, no mal e em toda a moralidade intermediária?

- Eu não.- respondeu Tom, lançando-lhe outro olhar de soslaio.- E eu nunca posso ter certeza se quero esmagar essa sua característica ou preservá-la.

- Não pense muito sobre isso, você pode se machucar em território desconhecido.- disse Harry.

Os lábios de Tom se curvaram novamente. Eles estavam a meio caminho da cabana agora; um nó se formou no estômago de Harry.

Ele se perguntou se era por isso que Tom estava falando tanto...nenhum deles queria ficar sozinho com seus pensamentos no momento.

- Diga alguma característica que você gosta em mim.- Tom exigiu.- Se esses pensamentos são tão fáceis para você expressar?- Harry quase congelou com o inesperado da pergunta.

- Uh...- ele lambeu os lábios secos, repentinamente desajeitado, com medo do que o outro poderia tirar de suas palavras, e com medo de revelar demais.

- Ai.- Tom brincou, aparentemente tomando sua falta de resposta imediata como um insulto.- Agora isso dói.

- Você sabe muito bem que é brilhante, dificilmente precisa de mim para inflar seu ego ainda mais.- Harry murmurou. Tom era um gênio, poderoso, talentoso, espirituoso, carismático...

Tom pareceu sentir a mudança em sua emoção, e o encarou curiosomente. Harry revirou os olhos.

- Eu pensei que você odiasse falar sobre sentimentos.- ele resmungou.

- Não.- Tom deu de ombros, ainda avaliando-o.- Eu odeio falar sobre meus sentimentos e sentimentos em geral, os seus, não tenho nenhum problema.

- Sorte minha.

- É sua própria culpa.

- Como assim minha culpa?- Harry ficou boquiaberto.- Porque eu sou interessante ou o que quer que seja?

- Essencialmente, sim.- Tom sorriu para ele.

- Cuidado com seus pedestais. Eu ouso dizer que você vai ficar entediado logo.- Harry respondeu levemente.

- É isso que você acha?- A voz de Tom ainda era igualmente casual, mas havia um indício de algo diferente também.- Não me faça retirar minha opinião sobre sua inteligência com tais comentários estúpidos.

Houve um silêncio. A Casa Gaunt de repente parecia muito mais próxima.

- Por que você se importa tanto com o que as pessoas pensam de você?- Tom perguntou depois de um tempo.

- Eu não me importo.- Harry franziu a testa.- Eu sou um grifinório que anda com os sonserinos, vamos...

- Você não suporta a maneira como todo mundo automaticamente nos simplifica como um casal, com base em evidências subtextuais...- Tom interrompeu, pensativo.- Mas quando você não se sente confortável, você adere às mesmas restrições e regras que afirma não gostar.- Tom olhou para ele.- Resumindo, você se preocupa com o que as pessoas, a sociedade, pensa. Por quê? Realmente não cabe a você fazer isso.

- Não...?- Harry questionou.

- Para um defensor da liberdade, você é muito obcecado por limitações.

Harry procurou por uma boa maneira de explicar isso, mas não conseguiu encontrar uma, e suspirou.

- Liberdade e bravura.- afirmou ele, enquanto se aproximavam de um jardim degradado com um portão quebrado que estava em frangalhos.

- Com licença?

Ele não olhou para Tom, estranhamente agora achando mais fácil se concentrar na Casa Gaunt na frente deles.

- Traços que eu...admiro em você. Liberdade e Bravura.

Ao contrário de Tom, só porque Harry acreditava na liberdade e na falta de limitações, não necessariamente significava que ele era corajoso o suficiente para se livrar de tudo o que havia sido instilado nele durante anos.

Ele invejava muito Tom por sua...facilidade consigo mesmo, mesmo que essa facilidade viesse na forma de tendências psicopáticas.

Harry praticamente podia sentir Tom tentando entender seu processo de pensamento, enquanto os dois olhavam para a cabana, sem entrar, as mãos apoiadas no portão como se fossem empurrá-lo para abri-lo.

No final, Tom não disse nada e eles entraram.

***********************

Tom entrou na casa, imerso em pensamentos e feliz por estar assim, porque era melhor do que estar aqui. Foi...um desastre.

Godric's Hollow pode ter caído em ruínas, mas isso se devia a algo mais nobre, e a própria casa possuía qualidades resgatáveis de riqueza e elegância. O que não era o caso desse barraco, e Tom não conseguia entender como seu eu mais velho o achara especial o suficiente para querer esconder uma parte de sua alma nele.

Ele supôs que era a ligação com sua mãe e seus ancestrais da Sonserina, sua família, mas...

Tom olhou para Harry, avaliando sua reação.

Este não era um lugar ao qual Tom gostaria de estar associado, mas ele estava, pelo menos, confiante de que Harry não iria revelar o conteúdo desta viagem a ninguém.

Tom podia sentir resquícios de sua própria magia pelo ar. Ele apertou abruptamente a restrição de dez metros em Harry, fazendo com que o outro tropeçasse alguns passos para trás e o encarasse.

Tom não prestou atenção.

- Cuidado.- alertou.- Este lugar está repleto de magia negra. Haverá armadilhas.- Ele observou o chão.

Harry parecia ligeiramente apaziguado por não estar sendo puxado sem motivo.

- Eu sei. Eu posso sentir.- Harry murmurou, os olhos vasculhando a cabana.

Havia camadas de poeira por toda parte, potes e panelas rachados e uma poltrona virada. Tom cerrou os punhos ligeiramente.

Que decepção.

Como eles ousam permitir que a antiga e aristocrática família Perevell e Sonserina caia em tal ruína e decadência? Foi patético. E embaraçoso.

Talvez fosse por isso que a horcrux estava escondida aqui; Voldemort era insano o suficiente de acordo com os padrões de Harry para escolher um lugar onde a Horcrux provavelmente nunca seria procurada, já que as pessoas pensariam que ele não gostaria de relacionar sua alma a um lugar tão miserável.

Dumbledore não presumiria de imediato que a Casa Gaunt tinha importância.

Essa era só mais uma divergência entre Tom e Voldemort. Tom nunca teria pensado em guardar sua Horcrux aqui. Se fosse apenas por segurança, ele poderia simplesmente enterrar a coisa, e certamente não daria uma Horcrux para alguém como Lucius Malfoy, mesmo que ele tivesse passado o objeto para Abraxas.

- Sente a magia ou a Horcrux?- Tom perguntou a Harry.

O outro garoto olhou para ele, assustado, e Tom esperou pacientemente. Harry engoliu em seco, um horror em seus olhos que estava sempre presente quando se tratava do tópico dos fragmentos de sua alma.

- Ambos.- Harry respondeu, a voz quase um sussurro.- Muito disso vem do mesmo lugar.

- O chão.- afirmou Tom. Harry assentiu. Ele andou para frente, varinha na mão, mantendo Harry por perto.

- Aqui.- Harry sussurrou, desnecessariamente...mas Tom também sabia que Harry não era burro o suficiente para pensar que tinha que apontar isso verbalmente como teria feito com qualquer outra pessoa...menos conectada.

Então, Harry estava falando para preencher o silêncio e, portanto, deve ter ficado inquieto.

Foi por causa da Magia Negra? Ele podia estar sendo afetado por isso. Harry ainda tinha alguma leveza nele para criar aquele cinza único que Tom nunca tinha visto em mais ninguém.

A maioria das pessoas tinha afinidade com as Trevas ou com a Luz, era raro ter afinidade com ambas, muito menos uma forte. Ele presumiu que Harry herdou as fortes capacidades de luz de sua ascendência, e a fome e o talento para as trevas do próprio Tom. Um sorriso curvou seus lábios brevemente.

Essa era uma distração agradável de se contemplar, mas Tom não podia se dar ao luxo de se distrair agora, então baniu o pensamento para mais tarde.

Ambos se agacharam, Tom fez uma careta para a imundície enquanto Harry parecia não se incomodar com ela. Eles estudaram o que deveria ser uma tábua solta por um momento.

- Acho que não podemos simplesmente pegar a coisa...é um anel, não é?

De fato era, embora Tom estivesse curioso para saber como Harry saberia disso, e o que exatamente ele sabia sobre o anel em questão.

- Pertenceu aos irmãos Perevell.- disse ele, observando o comportamento de Harry.

Aparentemente, ele não sabia de nada. E nem deveria, a menos que Harry tivesse lido os contos de fadas originais, antes de serem distorcidos pela tradução e pelo desejo de adequação familiar.

Harry estava aqui pela Horcrux, Tom estava ciente disso, mas ele mesmo estava aqui por algo mais...a Horcrux era muito mais que isso.

Voldemort deve ter esquecido junto com todo o resto, o que, Tom poderia dizer, foi um desperdício total de tudo o que ele aprendeu e pesquisou enquanto estava aqui no futuro.

Harry presumiu que Tom estava apenas se divertindo, despreocupado com qualquer coisa parecida com trabalho...mas isso não era bem verdade.

Ele tinha alguns projetos próprios e um plano em andamento no qual esses projetos se encaixavam. Harry era o projeto número um e, talvez, de certa forma, sempre seria.

Garoto Dourado era um constante trabalho em andamento, pois Tom ainda não podia reivindicar compreensão completa, o outro o surpreendia com bastante frequência.

Ficar entediado? Altamente improvável. Que coisa ridícula para se dizer.

Eles estudaram o chão por mais um tempo, e Tom cautelosamente estendeu a mão com sua magia, e estava correto ao assumir que as proteções não o atacaram.

Ele estava grato por Harry não ter tocado nas defesas muito profundamente, tinha a sensação de que o grifinório não possuiria a mesma imunidade.

- Não toque na magia.- Tom murmurou, sabendo que Harry era capaz de agir de forma bastante imprudente.

- Eu não ia, eu posso sentir isso me ameaçando só por chegar tão perto...

- Você não está feliz por eu ter vindo? Seria muito mais difícil se você estivesse sozinho.- disse ele secamente.

As proteções reconheceram Tom, e o chão deslizou. Por um momento, os dois apenas olharam para o anel.

A Pedra da Ressurreição.

Tom tropeçou na história por completo acidente, mas...isso o fez pensar.

A Pedra da Ressurreição trouxe de volta a alma dos mortos, o corpo podia ser reanimado como inferius, e a Horcrux garantiu a alma no mundo, ancorada ao passado.

Claro, Harry pode não ficar feliz em deixar seus amigos desaparecerem no esquecimento da inexistência, e a magia envolvida seria complexa e provavelmente não do gosto dele se sua reação às Horcruxes fosse tão terrível.

Mas...ele superaria isso, certo?

Ele se acostumou a estar no passado antes.

Seria perfeito se funcionasse, Tom poderia fazer o que quisesse e ter Harry. Isso era muito melhor do que o plano de Harry que, na melhor das hipóteses, ou assim parecia, o libertaria e destruiria Harry.

O outro provavelmente criaria confusão se soubesse sobre o plano, então Tom simplesmente não contaria a ele.

Até o final do ano, tudo deveria estar concluído.

- Como vamos pegar o anel?- Harry perguntou.

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