Capítulo 38

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Uma grande sensação de inquietação tomou conta do estômago de Harry. Isso não significava que Tom realmente se tornou Voldemort, independentemente de suas próprias tentativas de impedi-lo? Ele se sentiu mal.

Ou isso significava que Harry havia feito a diferença, e é por isso que alguém achou por bem apagar a memória do jovem Lorde das Trevas para ter certeza de que a história ainda aconteceu da maneira que deveria?

No entanto, Tom garantiu que sua memória e mente não podiam ser adulteradas...afinal, quando Harry tentou há tanto tempo atrás, foi um fracasso total. Mas e se o próprio Tom fizesse isso? Então funcionaria...por que Tom faria isso?

Talvez Harry estivesse tirando conclusões precipitadas. Oh Deus, talvez ele não estivesse! Hermione sempre disse que Tom pode não apreciar tudo o que vem sendo forçado a sentir.

- Eu disse que você não queria saber.- disse Tom, em uma voz casual. Harry olhou para cima para ver o outro o observando de perto, a intensidade do olhar desmentindo sua maneira indiferente.

- Bem.- ele encolheu os ombros, para uma ilusão de confiança.- De qualquer forma, é apenas uma teoria. Nós dois sabemos que você nem sempre está certo, por mais que tente insinuar o contrário.

Tom sorriu brevemente, sem alegria.

- Também não estou sempre errado.- ele rebateu suavemente. Harry apertou a mandíbula, desviando o olhar.

- Dane-se o destino.- Harry declarou.- Ele é uma cadela mimada de qualquer maneira.

O sorriso se tornou apenas um pouquinho mais genuíno. Houve uma pausa desconfortável que ambos se esforçaram para varrer antes que o silêncio se tornasse muito obstrutivo.

- Oclumência.- Tom declarou, mesmo quando Harry perguntou simultaneamente:

- Posso abrir?- Tom franziu ligeiramente a testa.- O Lembrol.- ele esclareceu.- Quero dizer, se soubermos disso de antemão, certamente podemos influenciar os eventos a nosso favor?

- Não.- disse Tom.

- Como assim não?- Harry lutou para modular seu tom de voz, sabendo que só perderia sua posição nessa discussão se começasse a gritar como uma criança em um acesso de raiva.

- Quero dizer, não, você não vai interferir nisso.- Tom o encarou com olhos escuros.- Coisas horríveis acontecem com aqueles que se intrometem com o tempo, Harry.

- Não te impediu.- ele retrucou.

- Bem.- Tom sorriu friamente.- Você não sou eu...mas se está tão incomodado, por que não pede a Draco para roubá-lo para você? Vocês dois são bons amigos agora, certo?

O sangue de Harry esfriou, gelo se contorcendo em seu estômago como vermes nevados.

- Draco? Draco Malfoy? Desde quando sou amigo do furão?- ele respondeu, tentando blefar, rindo como se a própria ideia fosse ridícula. O sorriso de Tom se alargou.

- Harry...- ele começou.- Eu cresci para trabalhar com...como você os chama mesmo...malditos Comensais da Morte traidores, você realmente acha que não estou ciente de tudo o que acontece ao meu redor? Muito menos no meu próprio círculo?- Tom perguntou delicadamente.

A risada de Harry desapareceu, embora ele mantivesse suas feições inexpressivas.

- Você tem um histórico de sabotagem.- continuou Tom.- Você honestamente acredita que eu não presto atenção em suas atividades?

Qualquer sorriso havia desaparecido do rosto do outro agora, enquanto Tom o observava atentamente. Harry não conseguia pensar no que ele poderia estar procurando, embora estivesse cheio da terrível suspeita de que estava sendo testado para alguma coisa. Depois de um momento de silêncio, ele percebeu que essas perguntas provavelmente não tinham sido retóricas, na verdade, esperava-se que ele respondesse.

- Eu pensei que você ficaria aborrecido se pensasse que Malfoy e eu estávamos contra você.- Harry respondeu cuidadosamente, erguendo as sobrancelhas.

- Preocupado com o destino do seu furão de estimação?- Tom questionou friamente em troca. Harry franziu a testa ligeiramente.

- Sabe, Draco estava apenas fazendo o que um bom amigo deveria fazer. Ao contrário de você, devo acrescentar...então, sério, você não tem o direito de fazer nada, considerando que é o bastardo que apagou minha memória e que criou todo o problema de por que eu precisaria do Lembrol em primeiro lugar.- disse Harry, furioso.- A propósito, ainda não te perdoei por isso.

- Sim, estou ciente.- o herdeiro da Sonserina respondeu, parecendo um pouco entediado.- Por que você acha que ele ainda está vivo?- Tom fez uma pausa, inclinando a cabeça pensativamente.- Você realmente fica terrivelmente enfadonho quando está de mau humor.

Harry resistiu à vontade de ficar boquiaberto.

- Tenho certeza de que Malfoy achará seu aparente desejo por minha companhia uma razão muito reconfortante para sua existência continua.- ele brincou, incapaz de se conter.- Considerando como você tem mais mudanças de humor do que uma adolescente.

Tom fez uma careta para ele, ameaçadoramente, pela comparação, antes de sua expressão clarear.

- Talvez você devesse ser mais legal comigo então.- ele sugeriu. Harry revirou os olhos.

- Sempre sou legal com você.- respondeu, embora sentido uma pontada de desconforto com as palavras.

- Harry, você é um idiota sabotador e desrespeitoso. A maioria das pessoas se pergunta por que eu te tolero.

- É porque eu sou incrível.- disse Harry sabiamente. Tom arqueou as sobrancelhas.

- Continue dizendo isso a si mesmo.- ele falou, lentamente.- Qualquer coisa que te ajude a dormir de noite.

- Oh, eu vou continuar dizendo a mim mesmo, honestidade e tudo isso. Você está com um ciúmes insano porque nunca poderia se comparar.

- Não, duvido que conseguiria.- Tom sorriu.- Eu nunca cairia tão baixo.

- Ai.- Harry estremeceu, zombeteiramente.- Isso corta fundo, Riddle, bem aqui.- ele colocou a mão no coração.- Sério, talvez eu nunca me recupere da pura sagacidade de suas farpas.

- Não se preocupe, a maioria das pessoas não conseguem.

- Uau, isso é incrível...acho que realmente vi sua cabeça inchar um pouco aí...

- Cala a boca, Harry.

Foi só muito mais tarde, quando ele estava deitado na cama, seus colegas de quarto dormindo profundamente em seu sono ao lado dele, que Harry percebeu como Tom havia desviado com sucesso a conversa do Lembrol.

O Favorito do DestinoWhere stories live. Discover now