Just a Year - (COMPLETA)

By alexia-macedo

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Rebeca mora em São Paulo e está no último ano do ensino médio. Tudo que ela quer é apenas aproveitar esse últ... More

Sinopse
Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6 (bônus)
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25 (Especial 6 mil leituras)
Capitulo 26
Capitulo 27
Capitulo 28
Capitulo 29
Capitulo 30
Capitulo 31
Capitulo 32
Capitulo 33
Capitulo 35
Capitulo 36
Capitulo 37
Capitulo 38
Capitulo 39
Capitulo 40
Capitulo 41
Capitulo 42
Capitulo 43
Capitulo 44
Capitulo 45 (Final)
EPILOGO
Agradecimentos
Novidades para os leitores!

Capitulo 34

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By alexia-macedo

Dois meses depois



Sinto meu coração acelerar ainda mais e o suor escorrer pelas minhas costas, braços e cada pequeno pedaço do corpo. O cabelo está grudado pela nuca e rosto. Minha boca seca solta suspiros ofegantes. Acelero um pouco mais os passos até sentir minha perna queimar tanto que sou completamente obrigada por meus instintos a parar.


Assim que meus pés começam a seguir um ritmo mais lento para parar, meu celular toca estridente. Olho para a tela e vejo que é a Penélope. Faz mais de dois meses que não converso direito com ela e não faço a menor ideia de quando foi à última vez que ela me ligou. Aliás, não sei quanto tempo faz que eu não falo com qualquer pessoa da escola, fora um "bom dia" e um aceno de cabeça com sorriso sem graça.


- Alô? - Atendo assim que tomo coragem e recobro o folego.


- É, oi. - Ela diz daquele jeito tímido dela que me faz querer rir um pouco. - Então... Tudo bem?


- Tudo Penny, e com você? - Digo tentando soar normal para ela. Meu coração está batendo acelerado, e nem é por causa da corrida. Eu não sei direito porque nos afastamos, ou melhor, por que eu me afastei dela, mas desconfio que seja tudo por culpa do Brian. Ou minha.


- Tudo. - Ela parece mais aliviada agora e parece até mesmo estar sorrindo. - Então, eu sei que você deve estar achando estranho eu estar te ligando agora, a gente tem andado distante e tal. Mas é que minha mãe resolveu fazer uma festa de aniversário pra mim e eu queria te convidar...


Meu coração acelera mais um pouco. Ouvir a voz suave da Penélope me faz ficar triste por ter esquecido ela e do seu aniversário. Ela sempre foi uma boa amiga, mesmo que nunca tenha sido tão próxima e saber que eu me afastei dela por causa de um garoto não me parece muito inteligente.


- Claro Penny! - Animo um pouco mais a minha voz para expressar minha real felicidade por ela ter se lembrado de mim e não ter feito como eu fiz. - Que dia e que horas?


- Vai ser sábado que vem, às oito da noite. Conto realmente com sua presença. Estou com medo disso ser um fracasso. Você sabe né, não sou muito popular. - Sua voz parece ficar mais fraca e triste e isso me parte ainda mais. Que droga Rebeca, como você pode ser tão estupida?!


- Pode contar, vou estar aí. E para de bobeira, aposto que vai bombar, todo mundo vai comentar dela na segunda, aposto.


- Espero que sim, obrigada Becky. Beijos.


- Beijo, tchau!


***

Vou correndo um pouco mais lentamente para minha casa, dessa vez um pouco mais feliz que antes. Faz tanto tempo que não falo com ninguém além da Vanessa, meu pai, a Babi e minha mãe! E eu nem ao menos sei o porquê de ter me excluído tanto.


Desde a festa do Brian que eu coloquei em minha cabeça que eu mereço mais do que isso. Mais do que alguém que me beija em um dia e no dia seguinte posta milhares de fotos no facebook com outra garota. Que se diz sensível e no minuto seguinte é o maior canalha. Eu mereço alguém que saiba o que quer, pois eu, agora, sei também o que quero. Mereço alguém que queira estar comigo e todo o pacote junto, incluindo as indecisões, confusões e melancolias. Não alguém que quer apenas o pacote alegria e diversão. Não sei ser metade. Ou é tudo, ou é nada.


E pelo que pude perceber, ele escolheu o nada. Meu nada.


Por isso me afastei. O dia da festa dele foi o suficiente para que eu notasse o quão estupida eu estava sendo ao me rebaixar daquela forma. Única vez que havia brigado foi na segunda série. Quando uma garota pegou o meu lápis de colorir sem minha permissão. Fiquei tão irritada que a xinguei (palavrão ao nível da idade, é claro) e então ela puxou meu cabelo.


Desde então aprendi a controlar minha raiva. Até que, sob o efeito de alguma coisa, ela se libertou da prisão e foi movida pela paixão sufocada e ira pela Cecilia. O final, eu prefiro não lembrar.


Agora tudo que tenho pensado é em terminar esse ano e poder voltar para São Paulo. A essa altura minha "carreira" (termo mais usado pela Vanessa para os pequenos trabalhos que eu faço) anda do mesmo jeito. Uma pequena campanha aqui e outra ali. Confesso que agradeço muito a Vanessa por me inserir nesse mundo. Vejo-me cada dia mais apaixonada por tudo isso. Sempre achei que carreira de modelo fosse a coisa mais fácil e fútil do mundo. Até entrar nesse mundo e me surpreender.


É preciso dedicação total e muitas vezes pode ser extremamente cruel. Ao ver uma foto tudo parece natural, prece que a modelo apenas parou ali em frente a câmera e fez aquele carão, mal se sabe quantas fotos foram necessárias para chegar naquela ali. Quantas poses foram feitas. Quantas vezes mudaram as luzes. Quantas vezes o fotógrafo teve que se ajustar.


Mas, apesar de admirar muito esse trabalho, ainda não tenho certeza se é isso que eu realmente quero para mim. Está certo que todos me apoiam (tirando meu pai, que ainda tem o sonho de que eu faça medicina/direito/engenharia), e que o trabalho de modelo é incrível, principalmente a parte de viajar e conhecer diversas pessoas. Mas não sei se eu me enquadro nesse perfil, até seis meses atrás nem imaginava que era possível eu ser modelo, justo eu, desengonçada e baixinha. Nunca havia me imaginado nisso, e ser jogada assim, parece, no mínimo, assustador.


- Já estava na hora né Rebeca! - A Vanessa se levanta assim que entro na sala, ela está com a mão no relógio e pela sua roupa percebo que devo ter esquecido alguma coisa. Faço uma careta e ela me olha com reprovação, seguido de um suspiro de decepção. - Você esqueceu, não foi? Eu te avisei tantas vezes!


- Algum jantar? - Pergunto e ela nega com a cabeça. - Reunião? - Novamente um aceno de reprovação. - Ensaio? - Mais um balançar de cabeças. Solto um suspiro frustrado. Minha memoria anda realmente muito ruim... AI MEU DEUS! - O aniversário do papai!


Sabe quando aquela pequena luz acende em sua cabeça e tudo parece acender junto? Foi exatamente assim, uma pequena que essa luz não trouxe uma ideia maravilhosa e que ela tenha acendido tão tarde.


- Não acredito que você esqueceu Becky! A festa é em uma hora e você ainda está parada aqui na minha frente com essa cara de arrependida. E pode ir correndo para o banheiro que ficar com cara de cachorro que acabou de comer as cortinas não vai adiantar nada. - A Vanessa tenta continuar brava, mas posso ver seus lábios se contorcendo em um pequeno sorriso.


Corro para o banheiro e algum minuto depois já estou com o cabelo arrumado (de um jeito louco, afinal ele ainda está um pouco molhado, a maior vantagem de estar com cabelo curto) e a maquiagem feita. A Vanessa escolheu a roupa enquanto eu estava no banho e o vestido preto fez um contrate perfeito com a maquiagem. De uns tempos para cá tenho me acostumado cada vez mais a usar maquiagem, roupas apertadas e saltos. Às vezes, até mesmo consigo me sentir confortável assim!


Saiu correndo (o máximo que consigo com esse salto) junto com a Vanessa, a festa era para ser uma surpresa, mas a essa altura não duvido nada que a surpresa seja nossa ao ver que meu pai já está lá.


Por sorte, quando chegamos, não há menor sinal dele. Mas há um sinal vibrante no meio da festa. Um sinal que tem um sorriso lindo, que é capaz de fazer meu coração disparar mesmo com tanto metros de distancia. Sorriso esse que faz com que toda a iluminação da festa e o jogo de luzes não passem de meros pisca-piscas em frente a essa espetáculo de luz e alegria.


O enorme sorriso é desfeito no instante em que aqueles olhos claros indecifráveis ficam sobre os meus. O que antes era um sorriso, agora se tornou um "O". Não é possível que ele esteja surpreso a me ver. Eu é que tenho que estar. Eu sou a filha do aniversariante. Não o Brian.


Na verdade, não é de se admirar que ele esteja aqui. Do jeito que eu conheço a Vanessa ela deve ter chamado o prédio inteiro e metade da cidade. O Brian começa a andar em minha direção. Ai caramba, ele está vindo em minha direção! ELE VAI VIM FALAR COMIGO!


Olho para os lados buscando uma saída, um buraco em que eu possa pular ou um armário para ir pra Nárnia, mas não há nada. E no momento em que ele para na minha frente é que realmente tudo deixa de existir.


É como se ele fosse minha zona gravitacional agora e meus instintos mais traiçoeiros insistem que eu caia em seus braços, que nossas bocas se toquem. É como se tudo dentro de mim conspirasse contra minha parte sã. Todos os desejos mais loucos são despertados com aquele olhar que pode derreter o mais gelado coração.


- Você está completamente incrível! - Ele diz, por fim. Seu olhar se fixa segundos a mais sobre a fenda do meu vestido e, apesar dele não ser tão aberto assim, sinto-me completamente exposta. Um frio percorre minhas costas e eu sei que não é apenas por conta do vestido que sobre apenas a metade dela. O olhar dele me faz gelar. E queimar. Ao mesmo tempo. Essa é a maior loucura que pode existir.


- Obrigada Brian. - Forço um sorriso confiante e tento esconder da melhor forma possível (que está ao meu alcance, pelo menos) todos os efeitos que ele causa em mim. - Você também está ótimo.


- Andou sumida. - Ele me diz e abre um pequeno sorriso. Que merda! Será que ele não pode fazer uma cara feia para quebrar esse encanto idiota que se instalou em mim? Com essa cara fica difícil fingir que ele não me causa nada! - Muito trabalho?


Ele começa a andar e então me olha por cima do ombro, como em um convite para acompanhá-lo. Olho para trás e novamente não há saída. Consigo reconhecer alguns rostos aqui e ali, mas nenhum deles são respostas boas o bastante para me deixarem escapar. Então começo a segui-lo, até que nossos passos estão acompanhados.


- Moro no mesmo prédio que você e estudo na mesma escola. - Digo em resposta. Ele solta um pequeno riso debochado e para de andar quando chegamos à janela do salão. Parece uma cena de filme, a luz da lua bate em nosso rosto, um vento faz com que eu sinta frio e estremeça um pouco.


- Você sabe o que eu quis dizer.


- Perfeitamente. - Me viro para frente e vejo o jardim logo embaixo. O clima parece tenso e eu encontro dificuldade em respirar, em parte pelo frio que faz, mas a maior razão mesmo é a forma como tento me controlar perto dele, para que não perceba o esforço que faço para ficar, no mínimo, normal.


- Olha, eu sei que não tenho as melhores atitudes. E que eu fui e sou sempre um idiota com você. - Ele começa a dizer após um tempo e faz meus olhos arderem um pouco. Merda de lagrimas! Não caiam! Não caiam! - Mas é que eu...


- Brian, por favor, não! - O corto no meio da frase e respiro fundo, em seguida levanto minha cabeça e me atrevo a olhar em seus olhos, torço para que eu consiga falar sem derramar lagrimas e não fazer papel de boba enquanto tento ser uma mulher bem resolvida. - Eu já sei de cor o que você vai falar e poderia repetir de trás pra frente. E sinceramente, não adianta nada você vim me falar essas coisas. Não adianta agir como arrependido, pedir desculpas, se lamentar. Porque, por mais que eu queira novamente acreditar em tudo isso, eu sei que no final dessa noite, depois de me beijar e encher meu coração de esperanças, é pra ela que você vai correr. Porque você é covarde o bastante para saber que é mais seguro ficar com alguém que não te desperta sentimentos, apenas desejos. E sinceramente, eu não sou a Dorothy e não vivemos no mundo do Magico de Oz.


Respiro fundo e me viro. Olho pelo canto dos olhos e percebo que ele ainda está parado, da mesma forma que estava há alguns minutos atrás. Sinto meu rosto queimar, mas ao mesmo tempo meu coração está mais leve, como se um enorme peso tivesse sido tirado. Como se, despejar tudo o que sinto, tivesse me deixado mais leve e segura. Respiro fundo novamente e vou te encontro ao meu pai, que a essa altura, já chegou.

___________________________________________________


Ei gente!! Espero que vocês tenham gostado desse capitulo, estava com saudades de escrever aqui, e continuo. Por isso escrevi esse pequeno capitulo, mas ainda nao estou de volta, portanto pode ser que eu demore algumas semanas para postar novos capítulos, expliquei tudo na pagina anterior! Espero que compreendam, não esqueçam de comentar e votar, isso me ajuda a saber o que estao achando e o que esperam da história!

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