HOPELESS | BUCKY BARNES

By tomcruisre

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Buscando se encaixar em sua nova vida, Bucky se vê perdido tentando se recuperar das memórias e das lembrança... More

⍟ ᴘᴇʀsᴏɴᴀɢᴇɴs
⍟ sᴏᴜɴᴅᴛʀᴀᴄᴋ
ᴘʀᴏ́ʟᴏɢᴏ
01. ᴇɴᴄᴏɴᴛʀᴏ
02. ᴛᴇsᴛᴇᴍᴜɴʜᴀ
03. ᴅɪᴀᴍᴀɴᴛᴇ
04. ᴄᴏɴᴛᴀᴛᴏ
05. ᴅᴇsᴏʀᴅᴇᴍ
06. ᴇsᴘɪᴀ̃ᴏ
07. ᴀɴᴛɪ-ᴠɪᴅᴀ
08. ʀᴇғᴏʀᴍᴀ
09. ʙɪɴɢᴏ
10. ᴄᴏɴᴠɪᴛᴇ
11. ᴅɪsғᴀʀᴄᴇ
12. ᴇᴄʜᴏ
13. ʙᴜɴᴋᴇʀ
14. ᴛʀᴀɪᴄ̧ᴀ̃ᴏ
15. ʟɪᴍɪᴛᴇ
16. ᴄᴏɴғɪssᴀ̃ᴏ
17. sɪɴᴛᴏɴɪᴀ
18. ᴛᴇᴍᴘᴇsᴛᴀᴅᴇ
19. ᴘʀᴏᴘᴏsᴛᴀ
20. ᴠᴇʀᴍᴇʟʜᴏ
22. ᴍɪssᴀᴏ
23. ʙʙᴄ ɴᴇᴡs
24. ᴏʙsɪᴅɪᴀɴᴀ
25. ʀᴇᴄᴏᴍᴘᴇɴsᴀ
26. ᴄᴀᴄ̧ᴀᴅᴏʀ
27. ᴀɴᴇʟ
28. ᴄᴀʀᴛᴀs
29. ᴀᴛʀᴀsᴏ
30. ᴅᴇᴍᴏʟɪᴅᴏʀ
31. ʀᴇᴠᴇʟᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ
32. ғᴇsᴛᴀ
33. ᴅᴇsᴛɪɴᴏ
34. ᴀᴘᴀɢᴀ̃ᴏ
35. ɪɴᴛᴇʀʀᴏɢᴀᴛᴏ́ʀɪᴏ
36. ᴠɪʙʀᴀɴɪᴜᴍ
37. ᴅᴇᴠᴏᴄ̧ᴀ̃ᴏ
38. ᴛʜᴜɴᴅᴇʀʙᴏʟᴛs - ᴘᴀʀᴛᴇ 1
39. ᴛʜᴜɴᴅᴇʀʙᴏʟᴛs - ᴘᴀʀᴛᴇ 2
40. ᴄᴏɴғʀᴏɴᴛᴏ
41. ᴍᴇᴍᴏ́ʀɪᴀ
42. ᴜʟᴛɪᴍᴀᴛᴏ
43. ᴘᴇʀɪɢᴏ
44. ᴘᴀssᴀᴅᴏ

21. ʙᴇʟʟᴇ ʀᴀᴠᴇ

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By tomcruisre

Como sempre fazia pela manhã, Bucky saiu para caminhar vestindo um casaco moletom e um boné na cabeça para que não pudesse ser reconhecido mas aquilo parecia uma tarefa difícil já que pela primeira vez ele estava sendo reconhecido na rua graças a matéria no clarim diário.

Sorrisos e acenos não eram exatamente parte da rotina de Bucky e muito menos ver seu rosto estampado em panfletos como um super herói.

Mas parecia que o jornal que o chamava de herói estava competindo com a revista Time! onde Wilson Fisk dava uma entrevista falando sobre seu projeto de caridade que foi arruinado graças a tragédia que aconteceu no seu prédio de pesquisa.

Desde o incêndio Fisk não parava de dar entrevistas e sair em jornais e revistas falando sobre o crime de Nova Iorque.

Crimes esses financiados por ele.

Ao atravessar a esquina, Bucky pode ver Selene descarregando o seu carro tentando tirar uma caixa que era muito maior que ela de dentro do porta malas.

— Deixa que eu te ajudo. — Bucky se aproximou segurou a caixa sem nenhuma dificuldade.

— Eu senti falta dos seus músculos. — Selene sorriu dando um longo suspiro e passando a mão pela testa para tirar o suor. — Essa é a última.

— Você poderia ter pedido minha ajuda. — Bucky disse subindo as escadas como se estivesse segurando uma pena.

— Eu te chamei mas a porta do seu quarto estava trancada e eu pensei que pudesse estar dormindo. Eu não sou uma mal educada. — Selene disse indo até a caixa de correio para pegar a correspondência. — Droga!

— O que foi? — Bucky perguntou virando o rosto ao vê-la xingar.

— É da S.W.O.R.D. — Selene balançou o envelope preto com a logo da agência. — Nos enviaram nossa primeira missão.

— Pelo correio?

— Esperava um pombo correio? — Selene debochou destrancando a porta do apartamento fazendo Bucky travar ao ver tantas caixas espalhadas pela sua sala.

— Eu sei que você detesta bagunça mas prometo que vou arrumar tudo. — Selene disse ao ver a expressão nada boa de Bucky que forçou um sorriso tentando não surtar com aquilo.

— Sem problema. — Bucky colocou a caixa no chão e engoliu seco dando uma olhada ao redor.

Aquela bagunça estava deixando-o com claustrofobia. Como alguém tinha tanta coisa guardada? Era estranho pensar que todos os seus objetos pessoais e de valor caberiam facilmente em uma mochila pequena.

— Vamos ouvir. — Selene tirou de dentro do envelope um pen drive plugando-o ao seu laptop.

Uma tela azul apareceu e Selene digitou seu nome e em seguida o de Bucky.

Sejam bem-vindos agente Ackard e Agente Barnes... — A voz robótica dizia de forma clara. — Sua missão caso deseje aceita-la...

— Como se nós tivéssemos escolha. — Selene disse debochada pegando o lixeiro da cozinha e colocando ao lado do laptop deixando Bucky confuso.

É recuperar os dados sobre um dos nossos antigos agentes que foi roubado e está localizado em um prédio no centro de Manhatthan. — De repente a tela do tablet mudou mostrando a localização do lugar. — Joe Caruso está de posse dessa informação e se recusa a cooperar com a agência e é trabalho de vocês se infiltrar e recuperar essas informações.

Selene jogou a cabeça para trás bufando de tédio, ela detestava esse tipo de missão.

Se vocês forem pegos as agência negará qualquer envolvimento nessa missão e vocês serão considerados inimigos do estado.

— Não se preocupe, é protocolo padrão. — Selene disse ao ver a cara de Bucky. — Eles gostam de causar um pouco de pânico para ter certeza que vamos fazer o trabalho.

— Essa mensagem se auto destruirá em cinco segundos. — Antes que a mensagem terminasse Selene desplugou o pendrive e jogou dentro do lixeiro.

— Você pode pegar um copo de água? — Selene perguntou com a voz calma.

— Pra que? — Bucky perguntou e então uma pequena explosão fez o lixeiro começar a pegar fogo indicando que o pen drive havia se auto destruído.

— A S.W.O.R.D não deixa pontas soltas. — Selene pegou o copo da mão de Bucky despejando dentro do lixeiro apagando o fogo. — Vai precisar se acostumar com isso.

— De quem é os dados que vamos recuperar? — Bucky perguntou e Selene deu de ombros sem se importar.

— Outra coisa que precisa aprender. — Selene deu uma piscadela. — Nada de perguntas.

— E você aceita essas ordens sem questiona-las?

— Agora entende por que eu não queria você metido nessa? — Selene perguntou dando um sorriso fraco. — Trabalhar para a S.W.O.R.D é o mesmo que vender a alma para o diabo, você faz coisas questionáveis e não pode voltar atrás.

— E por que continua fazendo isso? — Bucky perguntou e quando Selene abriu a boca para responder ele a interrompeu. — E por favor, não me diga que não teve escolha.

— Eu não tenho escolha. — Selene disse e Bucky imediatamente fechou a cara, ele estava cansado de todo aquele mistério. — Se eu falasse você não acreditaria em mim, então acho que vou precisar te mostrar.

[...]

O lugar não era nada como Bucky imaginava, principalmente depois de ler a placa "Belle Reve Hospital Psiquiátrico" assim que estacionou a moto em frente aqueles muros altos e assustadores. A clínica na verdade parecia uma enorme prisão e assustadora como uma mansão mal assombrada.

— Por que estamos aqui? — Bucky perguntou acompanhando os passos de Selene que seguia em passos firmes pelo corredor como se já estivesse familiarizada com o lugar, por outro lado Bucky parecia curioso com aquele lugar olhando para os lados desconfiado.

Selene parou de andar de repente fazendo Bucky quase tombar com o seu corpo.

— Por ela. — Selene sorriu ao ver o enfermeiro se aproximar empurrando uma cadeira de rodas.

Uma mulher de cabelos grisalhos e olhos verdes estava ali sentada com um olhar vazio como se não tivesse ninguém lá dentro, como uma casca vazia e era notável sua semelhança com Selene.

— Bucky, essa é minha mãe.

— Sua mãe? — Bucky não conseguiu esconder a surpresa de ouvir aquilo sair da boca de Selene. — Pensei que sua mãe estivesse morta.

— E ela está. Pelo menos é mais seguro assim. — Selene segurou a mão da mulher mostrando a cicatriz em formato horizontal em seus pulsos. Lorraine Ackard havia tentado se matar há quase quinze anos atrás e as cicatrizes estavam ali para provar isso. — Ninguém sabe que ela está viva, exceto por mim e por você.

— Não contou ao Sam? — Bucky perguntou e Selene negou com a cabeça. — Nem ao Steve?

— Minha prioridade era mante-la em segurança. — Selene disse olhando para Bucky que tinha seus olhos fixos em Lorraine. — Para o mundo a Canário Negro morreu em combate, como a heroína que ela era.

Selene respirou fundo, falar sobre aquilo era doloroso demais.

— Mas quando o Ultron resolver vazar informações sobre os vingadores, além de expor minha identidade ao mundo ele também a expos a localização da minha mãe que na época estava em um asilo de Manhatthan. — Selene sentiu os olhos encherem de lágrimas. — E quando a notícia do suicídio vazou, eu preferi que ficasse do jeito que estava. Ao menos morta, ela estaria segura.

— Por que?

— O Fisk arruinou a vida da minha mãe, tirou toda a sanidade dela e a deixou assim... — Selene sentiu seus lábios tremerem. — Minha mãe se foi para sempre.

— Por isso você está atrás dele? Por vingança? — Bucky perguntou sentindo que tudo agora fazia sentido.

— Vai me culpar por isso? — Selene apontou para Lorraine. — Olha só pra ela. Acha que eu deveria esquecer o que o Fisk fez e fingir que nada aconteceu?

— O que ele fez para deixa-la assim? — Bucky perguntou mas parecia que Selene não queria tocar nesse assunto— Você sabe o que aconteceu?

— Não os detalhes. — Selene disse se ajoelhando ao lado da cadeira de rodas. — Eu acho que ela vai levar esse trauma para o caixão. Talvez seja melhor assim... Não sei o que faria se eu soubesse o que ele fez com ela.

Bucky abriu a boca para perguntar sobre mas resolveu se calar por que ele entendia que falar sobre um trauma era delicado demais.

— Minha mãe desapareceu em uma missão para a S.H.I.E.L.D no verão de 2007, algo envolvendo tráfico de armas na fronteira do México. — Selene disse sentindo sua voz falhar. — A equipe inteira foi encontrada alvejada no deserto mas sem sinal da minha mãe. Os meses foram se passando e parecia que a agência tinha desistido de procurar, alegaram que talvez algum animal selvagem tivesse desaparecido com o corpo mas tudo envolvendo esse caso era muito estranho... Era uma missão simples, interceptar traficantes de armas e minha mãe era uma mulher treinada, assim como toda a equipe e por isso eu resolvi investigar por conta própria.

— Quantos anos você tinha?

— Isso não é relevante. — Selene soltou a mão de Lorraine se levantando e ficando de frente a Bucky. — Descobri que as armas foram compradas pelo Fisk que até então era apenas um ricaço qualquer de Nova Iorque e quanto mais eu investigava mais sujeira eu encontrava. As armas que ele comprava era para distribuir para a bandidagem, ele criou um império financiando a violência e o crime na cidade. Na época ninguém acreditou em mim, exceto o Fury que me ouviu e liderou uma equipe de resgate. Encontraram a minha mãe quase um ano depois, como um animal dentro de uma gaiola e desse jeito.

— Eu sinto muito. — Bucky sabia bem o que era viver enjaulado e talvez o melhor para Lorraine fosse se desligar de tudo.

— As sessões de terapia não estavam ajudando e eu estava cansada de vê-la definhar desse jeito. — Selene fungou sentindo suas lágrimas escorrerem pelo seu rosto. — Eu fui idiota em a levar para casa e isso quase custou a vida dela. Eu tomei uma decisão estupida... E vê-la tentar tirar a própria vida na minha frente foi...

As lágrimas não paravam de rolar nem por um minuto e foi só quando Selene soluçou sem conseguir se controlar que Bucky a puxou para um abraço tentando acalma-la.

O coração de Selene nunca esteve tão acelerado e ela agarrava firme a jaqueta dele tentando se controlar e fazer a dor que estava sentindo ir embora, ela odiava tocar nesse assunto por isso nunca havia contado nada a ninguém.

— O Fisk precisa pagar pelo o que fez. — Selene disse com a voz abafada enquanto soluçava no ombro de Bucky.

— E ele vai pagar pelo o que fez. — Bucky respondeu fazendo carinho nos cabelos de Selene. — É uma promessa.

— Você não pode contar para ninguém sobre isso. — Selene se afastou passando a mão pelo rosto. — Principalmente sobre a minha mãe estar viva.

— Agora eu entendo por que você mentiu. — Bucky olhou para a mulher na cadeira de rodas que continuava ali com o olhar vazio. — Está tentando protege-la, não é?

— A S.W.O.R.D é dona desse lugar e é ela quem mantem minha mãe no anonimato. — Selene disse pegando Bucky de surpresa. — Aqui dentro ela não é Lorraine Ackard, a Canário Negro. Aqui ela é apenas Jane Smith e tem sido assim desde o BLIP.

— Mas você foi blipada. — Bucky disse com uma ruga na testa. — Como ela veio parar aqui?

— Acho que no fundo eles sabiam que tudo voltaria ao normal. Por isso eles se auto denominam departamento de observação e resposta a mundos sencientes. — Selene deu um sorrisinho sem animo.

— Não pode deixar essa agência controlar você.

— Enquanto minha mãe estiver viva e aqui dentro. — Selene olhou ao redor. — Eu sou um peão para eles e foi por isso que aceitei ir a público a favor do Walker. Eu nao queria trair o Sam, mas fui obrigada. Eu falei sério quando disse que não tive escolha, eu amava o Steve mas minha família vem em primeiro lugar.

O mesmo enfermeiro que tinha acompanhado Lorraine apareceu na porta do recinto dando duas batidas na porta para chamar a atenção dos dois.

— O tempo de visita está acabando.

— Você se importa se... — Selene disse olhando para Bucky que imediatamente entendeu o recado.

— Eu te espero lá fora. — Bucky respondeu dando as costas e sendo acompanhando para fora pelo enfermeiro.

Toda aquela revelação havia sido bastante esclarecedora e agora Bucky estava se sentindo mal por todas as vezes que havia chamado Selene de traidora ou duas caras. A chantagem da S.W.O.R.D chegava a ser desumana principalmente por se tratar de Lorraine, uma ex-agente da S.H.I.E.L.D que precisava de segurança já que aparentemente Wilson Fisk continuava sendo uma ameaça para ela e para Selene.

— Ah, não... — Selene se aproximou devagar vendo Bucky perdido em pensamento sentado em sua moto esperando por ela. — Você está fazendo aquela cara.

— Que cara? — Bucky estava com uma ruga na testa.

— Eu não quero que sinta pena de mim. — Selene encontrou os olhos de Bucky, ele entendia bem do que ela estava falando por que normalmente era assim que as pessoas olhavam para ele. — Se quiser sentir algo, sinta raiva e canalize isso para o idiota do Fisk.

— Pode ter certeza que eu não estou sentindo pena de você. — Bucky respondeu com a voz firme olhando dentro dos olhos de Selene que nem se quer piscava.

O olhar dele sempre a fazia tremer.

— Para! — Selene colocou a mão em frente ao rosto dele. — Você está me olhando com pena.

— Não estou não. — Bucky riu achando graça quando Selene fez biquinho emburrada. — Sobe, vamos para casa.

— Eu preciso de uma bebida. — Selene disse subindo na moto e apoiando as duas mãos no ombro de Bucky. — Algo bem forte, o que acha?

— Tem certeza? — Bucky perguntou olhando de relance para Selene e tudo o que ele queria perguntar era se ela estava bem mas sabia que se perguntasse isso, ele provavelmente acabaria surdo ou alvejado. — Tudo bem, você me diz para onde.

O bar que os dois acharam era do tipo que era muito mal frequentado com motoqueiros tatuados e prostitutas que ficavam na porta esperando pelo próximo cliente mas parecia que aquele era o único bar aberto aquela hora do dia.

— Nem escureceu ainda e já tem gente desmaiado na mesa? — Selene riu ao ver um homem debruçado na mesa com um copo de cerveja na mão.

— Por que estamos aqui? — Bucky perguntou apoiando o braço no balcão enquanto seus olhos passeavam pelo salão de olho em cada pessoa que estava ali.

Qualquer movimentação estranha ou olhar torto, Bucky estaria preparado.

— Por causa da bebida barata, é claro. — Selene esticou o braço fazendo sinal para o barman enquanto Bucky mantinha seus olhos no lugar ouvindo as pessoas cochichando sobre os dois.

Aquele é o Soldado Invernal. — Bucky olhou bem para o homem que estava no fundo do bar sem se intimidar com todos aqueles olhares. — E a Canário está com ele.

— Será que não tem ninguém aqui? Eu só quero uma garrafa de tequila. — Selene insistiu em chamar a atenção do barman que tinha uma tatuagem de dragão no pescoço e não parecia nada satisfeito em ver os dois ali.

— Desculpe, não servimos super heróis aqui. — O barman disse fazendo Selene franzir o senho e piscar algumas vezes.

— Bom, talvez você devesse colocar uma placa assim eu não perderia meu tempo aparecendo nessa espelunca de lugar. — Selene disse então o barman apontou para a placa onde havia o pôster dos vingadores com um X e uma faca encravada. — Poderia ser uma placa maior.

— Algum problema? — Um rapaz alto se aproximou devagar dos dois e Bucky nem se quer moveu um músculo encarando o homem alto e mal encarado.

— Não, já estávamos de saída. — Selene se levantou do banco que estava sentada mas antes de seguir até a saída, Bucky a segurou pelo braço a impedindo de se afastar.

— Ela quer uma garrafa de tequila. — Bucky disse olhando para o barman que cruzou os braços.

— Barnes, está tudo bem. — Selene deu dois tapinhas no ombro dele mas Bucky parecia estar ocupado demais encarando o homem como se estivesse prestes a mata-lo e realmente estava.

— Eu não vou me importar de matar todo mundo nesse bar para conseguir uma bebida. — Bucky disse com a voz séria fazendo o rapaz desviar o olhar por alguns segundos. — E então?

Fazendo sinal com a mão para o barman, o rapaz pegou a garrafa de tequila e colocou em cima do balcão.

— Por conta da casa. — O barman disse praticamente espumando de raiva chamando a atenção de Selene que até então estava boquiaberta com a resposta de Bucky. — E não voltem mais aqui.

— Aceitamos a bebida e estamos caindo fora. — Selene pegou a garrafa e puxou Bucky pela jaqueta que ainda estava encarando o homem na sua frente como se estivesse esperando por uma briga.

Ao chegarem do lado de fora Selene deu uma risada alta e nervosa.

— Conseguiu a bebida que queria? — Bucky perguntou olhando para Selene que estava praticamente abraçada a garrafa de tequila.

— Você ia matar por uma garrafa de tequila de $19,99? — Selene não conseguia parar de rir, talvez fosse a adrenalina.

— O que? Não! — Bucky franziu os lábios balançando a cabeça. — Pareceu que eu estava falando sério?

— As vezes você me assusta pra caralho mas dessa vez você me deixou com tesão. — Selene disse e então piscou algumas vezes. — E eu falei isso em voz alta.

— Falou.

— Tá legal, temos bebida de graça e agora precisamos de um lugar legal com música bacana e pessoas divertidas para conversar.

— Você quer ir para um bingo? — Bucky perguntou totalmente em choque por Selene estar mesmo propondo algo assim.

Selene caiu na risada achando que aquilo era uma piada mas Bucky nunca esteve falando tão sério em sua vida.

— Essa foi boa! — Selene olhou para os lados antes de atravessar a rua. — Você é engraçado, Barnes.

— Pra onde vamos? — Bucky perguntou a seguindo até um beco mal iluminado onde havia um conjunto de apartamentos.

— Primeiro, nós vamos detonar essa garrafa juntos. — Selene disse abrindo a garrafa com certa dificuldade por causa do lacre. — Depois nós resolvemos nossa próxima parada.

— Você espera me embebedar com isso? — Bucky negou com a cabeça. — Eu nem sei se consigo ficar bebado.

— Ao menos finja, Barnes. — Selene disse entregando a garrafa nas mãos de Bucky e dando impulso para subir em uma escada velha e enferrujada que dava para a cobertura de um prédio.

— Já esteve aqui antes? — Bucky perguntou subindo naquela escada sem muita dificuldade.

— Não, nunca e você? — Selene perguntou finalmente chegando no último degrau e passando a perna por cima da barreira de proteção.

Selene se sentou com as pernas balançando em direção a avenida movimentada de costas para Bucky que se aproximava com os olhos fixos no final do por do sol.

— Você parecia ter bastante experiência pensei que era seu lugar especial. — Bucky disse se sentando ao lado de Selene que estava com a mão estendida para pegar a garrafa.

— Eu tenho bastante experiência em invasão de propriedades privadas e eu não tenho essa coisa de lugar especial. — Selene disse dando um gole na bebida. — Eu só queria um lugar calmo onde eu pudesse beber em paz ou pelo menos um lugar onde você não ameaçasse ninguém de morte.

Selene sacudiu a cabeça.

— Isso não foi uma crítica. — Selene riu. — Nunca deixe de ameaçar caras grandes e maus.

Ouvir aquilo fez Bucky rir baixinho, parecia que Selene estava atropelando as palavras para não mostrar o quão nervosa estava por estar tão próxima dele mas seu coração batendo forte em seu peito não negava isso.

— Como você está? — Bucky perguntou fazendo Selene franzir o senho. — Prometi para mim mesmo que não faria essa pergunta estupida mas preciso ouvir de você que está tudo bem.

Em silêncio Selene deu mais um longo gole na garrafa de tequila tentando criar coragem para responder aquilo.

— Estou. — Selene meneou a cabeça. — Eu acho que vou ficar.

Aquela resposta não pareceu convencer Bucky.

— Eu não imaginei que me sentiria tão bem falando sobre isso, passei anos da minha vida sozinha e sem ninguém. — Selene bebeu novamente fazendo Bucky tirar a garrafa das mãos dela. — Estou aliviada mas é assustador pra caralho.

— Depois que recuperei minhas memórias eu procurei minha irmã. — Bucky disse com a voz rouca encarando a garrafa na sua frente. — Ela estava em um asilo no Queens, demorei muito para criar coragem e encontra-la mas ela faleceu antes que eu pudesse me despedir.

— Sinto muito. — Selene sentiu seu coração se apertar no peito ao ouvir aquilo.

— Eu nunca contei isso para ninguém. — Bucky respondeu. — Nem para o Steve.

— Fico feliz que tenha confiado em mim para contar o seu segredo. — Selene segurou a mão de Bucky que estava apoiada no parapeito ao lado do seu corpo.

— Digo o mesmo. — Bucky respondeu virando o rosto vendo Selene tão próxima a ele.

Seu primeiro instinto foi se inclinar em direção a ela para beija-la, sentindo a respiração pesada de Selene bater contra o seu rosto, Bucky desceu seu olhar para os lábios entre abertos e convidativos dela que pareciam querer aquele toque tanto quanto ele.

O coração de Selene estava acelerado e seu corpo tremeu quando sentiu o nariz de Bucky roçar o seu ao se aproximar para beija-la.

— A bebida está acabando. — Selene se afastou de repente deixando Bucky atordoado. — Acho melhor a gente comprar mais e dessa vez em outro lugar. Não quero ter que limpar o sangue das minhas botas.

A única coisa que Selene queria no momento era afogar suas mágoas em bebida e sexo por que era exatamente isso que ela fazia para tentar se esconder dos fantasmas de seu passado mas fazer isso com Bucky seria difícil principalmente depois de ter chorado em seus braços naquela tarde.

Por sorte ou azar, os dois encontraram uma boate há alguns quarteirões dali e muito bem movimentada. O som alto e as luzes piscando fizeram Bucky travar na entrada da boate, ele detestava esse tipo de ambiente.

— Anda logo! — Selene segurou a mão dele o puxando para que conseguissem atravessar a multidão sem se perderem.

Os dois haviam detonado a garrafa de tequila antes de entrarem no lugar, bebida essa que não causou o mínimo de efeito em Bucky que havia entornado mais da metade somente para que Selene não entrasse em coma alcoólico por uma bebida barata que se compra em loja de departamento.

— Você está bem? — Selene perguntou no ouvido de Bucky que se inclinou em direção a ela para responder.

— Por que estamos aqui? — Bucky perguntou confuso.

— É simples! Sexo resolve todos os problemas, certo? — Selene apontou para a multidão. — Vamos flertar com desconhecidos.

— O que? — Bucky pareceu tomar um choque ao ouvir aquilo.

— Se você quiser continuar transando comigo vai ter que seguir as regras. — Selene deu de ombros mostrando o quanto estava falando sério.

— Que regras? Você está bêbada e não sabe do que está falando.

— A regra do sexo casual. — Selene respondeu rindo como se tivesse acabado de contar uma piada. — Eu beijo alguém, você beija alguém... Eu beijo duas pessoas...

— Eu te beijo duas vezes. — Bucky respondeu e Selene imediatamente o afastou.

— Não é assim que funciona. — Selene tirou as mãos de Bucky de seu corpo. — Eu não posso deixar você entrar.

— Do que está falando? — Bucky perguntou mas Selene apenas pegou sua bebida e saiu atravessando a multidão para dançar com o primeiro desconhecido que aparecesse e não demorou muito para que isso acontecesse.

Aquela pergunta ainda continuou martelando a cabeça de Bucky "Eu não posso deixar você entrar". O que exatamente aquilo queria dizer?

Bucky não tirava os olhos de Selene dançando com aquele desconhecido que parecia cheio de mão boba se esfregando nela a cada batida da musica e ao vê-lo apalpar a bunda da mulher sem nenhum pudor, Bucky se sentiu no dever de intervir.

Agarrando a mão do homem e a torcendo para trás, Bucky o tirou de cima de Selene que o impediu de arrancar o braço do pobre rapaz.

— Está maluco? — Selene segurou Bucky fazendo-o solta-lo.

— Esse cara te desrespeitou.

— Do que está falando? — Selene o empurrou para que se afastasse do rapaz que estava assustado no chão. — Eu acho melhor você ir embora.

— Selene...

— Agora! — Selene exclamou e Bucky engoliu todo a sua raiva e seu orgulho e deu as costas saindo dali mas não por que ela havia mandado mas por que ele temia que pudesse extrapolar com o babaca que havia apalpado a bunda dela daquele jeito.

Subindo em sua moto, Bucky deu a partida dando uma última olhada para a entrada da boate na esperança que Selene mudasse de ideia no último segundo e se juntasse a ele mas isso nunca aconteceu.

A atitude de Selene de afasta-lo só provava que ela não estava pronta para se abrir com ele e criar uma intimidade e Bucky parecia entender exatamente o que ela estava tentando fazer já que aquilo era algo que ele costumava fazer. Afastar as pessoas.

Enquanto estava perdido em seus pensamentos dirigindo a moto em alta velocidade totalmente distraído a ponto de não ver o exato momento que uma mulher carregando uma sacola de papel atravessou a rua quando ele dobrou a esquina. Para não atropelar a civil que atravessava a rua ele fez uma manobra apoiando o pé no chão segurando firme a moto fazendo o pneu de trás derrapar.

— Vallery? — Bucky reconheceu a mulher que não tinha nem se quer movido um músculo com todo aquele caos.

— Bucky? — Vallery pareceu surpresa ao vê-lo ali. — Você quase me atropelou.

— Desculpe, eu sinto muito. — Bucky apoiou o descanso da moto e desceu se aproximando dela com cuidado. — Você se machucou?

— Não e você não me machucaria nem se quisesse. — Vallery riu como se tivesse contado uma piada.

— Claro. — Bucky sorriu sem graça ao perceber que sua preocupação era totalmente em vão. — Desculpe por isso, eu não te vi.

— Tudo bem. — Vallery respondeu abraçando a sacola de papel enquanto olhava para Bucky que parecia totalmente alheio do mundo.

Seu pensamento ainda estava com Selene naquela boate.

— Eu não queria abusar mas o que acha de me dar uma carona? — Vallery perguntou dando de ombros. — É o mínimo que pode fazer por ter me dado um bolo e quase ter me atropelado.

— Eu sinto muito por isso, eu não quis...

— Você já se desculpou três vezes em um minuto. — Vallery riu fazendo suas covinhas aparecerem na bochecha.

— Desculpe. — Bucky riu e abaixou a cabeça ao perceber o que tinha acabado de fazer. Se desculpado pela quarta vez. — Sobe ai.

— Obrigada, eu moro há alguns quarteirões daqui e eu não quero arriscar quebrar todos os ovos quando algum maluco em uma moto aparecer do nada. — Vallery disse se apoiando no ombro de Bucky para subir na moto. — Eu estou brincando.

— Se eu me desculpar de novo vai parecer muito desesperado? — Bucky perguntou olhando por cima do ombro.

Uhum.

Ao estacionar em frente ao apartamento que Vallery havia informado, Bucky resolveu criar coragem de chama-la para sair.

— Obrigada pela carona e cuidado na próxima vez. — Vallery disse em um tom divertido. — Não vai querer ver sua moto destruída.

— Espera! — Bucky chamou a atenção de Vallery que girou no calcanhar se virando para ele. — O que acha de tomar uma cerveja?

— Agora? — Vallery arqueou as duas sobrancelhas surpresa.

— Isso, assim eu me desculpo pelo bolo que te dei. — Bucky apontou para o bar que ficava quase em frente ao apartamento dela. — Aquilo parece um bar.

— A essa hora o happy-hour já acabou. — Vallery disse fazendo Bucky abaixar a cabeça sem jeito depois de receber um fora. — Que tal amanhã?

— Amanhã?

— É, você sabe onde eu moro. — Vallery disse dando de ombros. — Só não me dê outro bolo.

NOTAS!!!

E ai? O que estão achando? Me desculpem a demora para postar capitulo mas eu tive um bloqueio criativo, seria muito importante se vcs comentassem e falassem se estão gostando ou o que esperam para o futuro 👀👀👀 Principalmente com a nossa querida Vallery dando as caras assim.

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