Vendido + Perdido

By iamnanaschue

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Vendido - (disponível agora no Spirit) Loui é um ômega, o que não o ajuda muito. O clã dos Dauphiné não é nad... More

capítulo 1 -Loui
capítulo 2-Stephan
Capítulo 3-Família Potterfield
capítulo 4 -Novo membro da família
Capítulo 5- Música dos noivos
Capítulo 6-Finalmente, casados!
Capítulo 7-Cegonha
capítulo 8-anunciação
capítulo 9-Vida de casado
capítulo 10 -Turbulências
capítulo 11-Fugir pra viver
Capítulo especial-A Fuga
capítulo 13
capítulo 14
Capítulo 15-Vadia Triste
capítulo 16
especial
Capítulo 17
Capítulo 18
PERDIDO
cap 1 - Inferno acima
cap 2 - Nós não precisamos dançar
cap 3 - a estrada pro inferno foi pavimentada em linha reta
cap 4 - adereços e caos
cap 5 - como gosto de cloro
cap 6 - meu imortal
cap 7 - eu desejo ouvir sua voz
cap 9 - sou apenas eu, desgraçado como eu
teaser
cap 10 - vamos fazer isso durar para sempre
cap 11 - o futuro está a algumas batidas de coração do desastre
cap 12 - eu morreria todos os dias para te encontrar
cap 13 - as vezes as paredes do quarto se tornam minhas únicas amigas
cap 14 - Viena espera por você
cap 15 - James Dean e Audrey Hepburn
especial - de Alfa para Alfa
cap 16 - Aguente Até Maio
cap 17- Não olhe Para o Passado com Raiva
cap 18 - as coisas que eu queria, apenas um final feliz (capítulo final)
agradecimentos
Nunca Se Esqueça de Mim (Miguel - Brian)

cap 8 - dormindo com sirenes

89 14 3
By iamnanaschue

Eita que a espera acabou!
Espero q vcs gostem desse capítulo pq eu chorei TANTO escrevendo ele que levei pra terapia kjkkkj

Acho que vou tentar manter as atualizações aqui toda quarta feira. Acham que vale a pena eu publicar em outras plataformas?

Vamo logo pro capítulo q vcs nn aguentam mais essa enrolação minha KJKKKKK

Bjo

(Edit: fiquei tao ansiosa que queria lançar o mais rápido possível. Enfim, aqui está!)
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/Alex/

Não havia tido mais contato com o garoto Nikolas após entregar o cheque em suas mãos e ele me dar o prazo de dois dias.

Estamos há quatro horas na delegacia. Minha mãe está olhando fixamente pro chão, enquanto Diana está sendo interrogada. Mamãe já havia sido interrogado, papai também. Agora só faltava eu.

Sabia que faltaria muito ainda para nos entregarem Brian, mas agora temos ideia da sua localização, uma confirmação de que está vivo e uma amostra viva do DNA de seu sequestrador no meu colo.

-Alexander Potterfield... Precisamos de uma amostra do DNA de Matthew. Segundo o depoimento de Diana. -Fala Billy. Billy era meu amigo de perícia. Ele estava sendo sutil. Eu sabia que se fosse outra pessoa, ele teria gritado comigo.

Me levanto com Matty no colo, dormindo tranquilo. Sigo Billy até a sala onde faríamos o exame. Deito o bebê na maca ainda dormindo. Billy abre uma agulha e fura o dedinho indicador de Matty, que acorda assustado e começa a chorar.

-Sh sh sh... -Falo acariciando os cabelos de Matty enquanto Billy coleta o sangue em um frasco de tipagem.

-Obrigado, Alex. Você sabe que a gente odeia ter que fazer isso... Sinto muito pela sua noiva...

-Não precisa. Ela me enganou. E entre ela e meu irmão, o sangue vem primeiro. -Falo pegando novamente o bebê chorando no colo. Tento o acalmar com sacudidas suaves.

-Se precisar tirar umas férias depois disso tudo...

-Acho que vou tirar depois que Brian estiver de volta. Já programei de irmos pra nossa casa de infância, céus ele adorava os cavalos... -Billy apoia a mão em meu ombro.

-Alex... Sobre isso... Não espere que ele vá ser a mesma pessoa que você conhecia. Estresse pós traumático e pânico são o mínimo que pode esperar da situação que ele ficou...

Suspiro.- Acho que estou preparado para cuidar do Brian pós sequestro. -Respondo por fim saindo da sala.

Volto para casa com mamãe e papai. Diana está sobre custódia na delegacia, e eu sinceramente, não tenho vontade de pagar qualquer fiança para ela.

Deixo as chaves na bancada enquanto tiro meus sapatos.

-Ei... Será que vocês podem passar o resto da noite aqui? -Pergunto meio envergonhado. Parecia uma criança falando aquilo. Mamãe sorri para mim segurando Matty. Papai acaricia seu ombro também com um sorriso.

-Claro, filho. -Papai responde com um sorriso. Suspiro aliviado.

-Vou tentar tirar as coisas de Diana. Vou deixar na porta dos pais dela amanhã...

-Não precisa se apressar com isso. Vamos te ajudar. Fique tranquilo. -Mamãe fala sacudindo Matty em um ritmo suave e constante para que ele caia no sono novamente.

-Mas eu preciso. Se eu não fizer agora, acho que nunca vou conseguir. -Confesso. Mal havia parado para pensar em como estavam meus sentimentos quanto a Diana em tudo isso. Estava quebrado. Com certeza, deixaria para chorar quando estivesse sozinho, o que não era o caso agora. Precisava ser racional.

Seguimos para dentro de casa e enquanto mamãe vai colocar Matty para dormir, sigo com papai para o closet. Abro uma mala de Diana e começo a arrumar as coisas dela ali dentro.

-Onde estão Mike e Anne? -Pergunto tentando tirar o silêncio enquanto ele pega outra mala em cima da prateleira.

-Ah, estão com Suzana. -Suzana sempre foi nossa babá. Cuidou desde Alice até Mike. Suzana vinha nas viagens de família, saía conosco nos restaurantes e além de ser nossa babá, era muito amiga de mamãe. Suzana estava lá no dia em que Brian sumiu. Suzana chorou no seu enterro simbólico e muito provavelmente estará lá quando ele chegar.

-Pai...

-Hm

-O que vamos fazer com a cova de Brian?

/Brian/

Me sentia fraco. Mal conseguia me levantar depois do chute. Catalina está em cima de mim, com um olhar brutal.
Provavelmente ela deve estar achando que sou um inútil.

E foi isso que ela fez.

Não sei quanto tempo se passou, mas estou de volta no porão. Deitado no colchão mofado. Sangue seco está grudado nas minhas pernas e mal consigo subir o tronco. É como se estivesse sendo esfaqueado a cada movimento que fazia.

Preferi ficar deitado, mas minha paz não durou muito tempo. Ouço passos no andar de cima. Alguém está gritando com Catalina no seu idioma e ela responde com raiva. Seus rosnados fazem meus ouvidos doerem, mas não mais do que um som.

Começa fraco. Meus olhos estão se fechando, pesados. Dou uma longa piscada de 5 minutos e agora estão mais altos. Estou semi-acordado. Mais alto.

Sirenes.

Pneus se arrastando no asfalto.

Passos rápidos, gritos desesperados.

Minha porta é trancada.

Vidro se estilhaçando

Sirenes.

Alguém correndo.

Um tiro.

Dois tiros.

Um tiroteio.

Sinto sono. Meus olhos se fecham novamente, embora o caos tentasse me acordar.

Sirenes.

Alguém mais está aqui.

Uma voz e a do homem que veio aqui mais cedo.

Estão o levando pra fora.

Sirenes.

Algo em meu coração se pesa. Sinto uma vontade de chorar do nada. E quando menos espero, minha porta é derrubada.

No alto da escada que me acostumei a ver Catalina, estavam 3 homens, de uniforme policial.

Acabou.

Suspiro aliviado enquanto um deles vem descendo as escadas.

-Brían Potterfield? -Pergunta o homem em um péssimo sotaque. Meus olhos se enchem de lágrimas. Finalmente ouvia o meu nome. Senti falta disso. Concordo com a cabeça enquanto chorava silenciosamente. -l-am găsit. Este el.

Os outros policiais começam a descer as escadas, enquanto o outro se agacha em minha frente

-Consegue se levantar? -Ele pergunta e eu nego suavemente com a cabeça. Ele suspira enquanto passa as mãos por trás das minhas costas. Sinto uma dor escruciante, mas não solto um grito sequer. Ele me levanta com facilidade do chão úmido, me levando para o andar de cima.

Olho para trás e vejo o corpo de Catalina estirado no sofá. Há um buraco de bala bem no meio de seu peito. Não consigo me sentir triste, mas também não consigo me sentir feliz com a morte dela.

Alguns policiais estão dentro da casa, eles circulam o andar debaixo e o de cima falando no idioma de Catalina.

Quando ele está se aproximando da porta da sala, vejo que esta está aberta.

A porta está aberta.

Passamos por ela e a luz do dia ofusca meus olhos. Me encolho nos braços do policial para meus olhos se acostumarem com a claridade, mas quando consigo ver, noto o porquê de ninguém ter me ouvido.

Estamos no meio do nada. A casa fica no meio de um alto milharal. A casa, aparentava ser uma casa comum. Pintada de laranja, com um piso de madeira na varanda da frente, uma garagem lateral com uma caminhonete azul estacionada dentro e...

A frente está coberta de carros de polícia.

Retomo meus sentidos quando uma lanterna está direcionada a meu olho. Estou em uma maca, amarrado até o pescoço com cerca de três médicos fazendo coisas diferentes em mim. Começo a me debater conta as amarras.

-Brian... Brian... Brian! -Um médico está chamando. Esse tem um sotaque bem mais suave que o policial- Por favor, é por sua segurança... -Ele diz colocando a mão em meu ombro.

É como se minha pele queimasse sob seu calor. Solto um grito visceral e me afasto o máximo que posso chorando compulsivamente.

Ele fala algumas coisas com seus parceiros de equipe e sou arrastado para dentro da ambulância, com a equipe se ajeitando a minha volta.

Quando as portas se fecham, sinto como se estivesse em um novo cativeiro. Grito, me debato, forçando as amarras como um animal de circo. Uma mulher está sentada ao meu lado. Ela pega um frasco e uma seringa, deixa o líquido correr para dentro e algo no meu subconsciente sabe que é para mim. Começo a me afastar para junto das paredes.

-NÃO, NÃO, NÃO, NÃO, NÃO- Vou ser dopado. Alguém vai abusar de mim novamente e eu nunca vou saber. Quando a agulha penetra minha jugular, tento gritar, mas o sono vem novamente e quando menos espero, estou apagado.

/Alex/

Depois de tanto arrumar as coisas de Diana, subitamente, mamãe entra no closet com o telefone em mãos e lágrimas no rosto. Ele atendeu meu telefone, mas não tenho problema com isso.

-Tá, tá. Obrigado. -Ele responde chorando

-Quem é? -Papai pergunta olhando pra mamãe

Mamãe desliga o telefone se escorando na parede, descendo em uma oração silenciosa. Suas mãos estão juntas enquanto ele sussurra agradecimentos.

Papai segura suas mãos com uma mão e a outra em seu rosto, forçando para que ele olhe para nós.

-Acharam ele, Stephan... Acharam meu filho. -Ele fala entre lágrimas. Papai o abraça com força

-Nosso filho, Loui. Nosso filho... -Papai fala, em seu tom, noto que ele está chorando também.

Olho para a janela suspirando aliviado. Lágrimas se formam no meu rosto e eu as deixo escorrer simplesmente.

-Estou indo pra delegacia. Vou esperar lá. -Falo abaixando a manga da camisa social. Nem Papai nem mamãe parecem ter entendido o que eu falei.

Chego na delegacia e vou correndo para o departamento de pessoas desaparecidas.

-Onde está Brian? -Pergunto assim que chego.

-Alex, respira. Ele estava em um hospital de Bucareste. Está no primeiro voo particular que saiu. Ele tem uma equipe médica com ele, não se preocupe.

Sabia que eram 10 horas de voo. Talvez, se tivessem um jato, 6 horas. Não conseguia esperar tudo isso.

Vou para o necrotério ler a ficha atualizável do caso dele. Por sorte, estou vendo ser editada pelo legista de Bucareste.

Com um desenho de um corpo humano, ele marca de amarelo os ossos quebrados. Duas costelas, alguns dentes, a clavícula esquerda, uma patela deslocada e um dos ossos do pé.

De vermelho, os cortes e hemorragias. Seus braços estão cobertos de vermelho, suas coxas, nas costas e nas nádegas.

De roxo, algo que ele chama de "espancamento?" Desce da base do cranio para as costas de Brian até abaixo de suas coxas.

Fecho meus olhos tentando imaginar como ele não estava.

Uma nova edição e em seu abdômen, pulsos e tornozelos, novas linhas e círculos roxos são destacados.

De azul, danos aos órgãos. Ele marca o pulmão direito, o útero, a base do estômago, as genitais, os rins e a traqueia.

Me seguro para não vomitar pensando que abusaram do meu irmãozinho mais novo. Tento não pensar em tudo que ele sofreu e ser o mais profissional possível, mas não consigo deixar de pensar no garotinho da foto em cima da minha mesa. De cabelos tingidos de preto, um sorriso adorável, as sardas em seu rosto combinando com os cílios ruivos nos olhos fechados. Cabelos ao vento pelo balanço...

Penso em Brian e como ele está agora.

Uma nova edição e o legista registra uma marca em seu pescoço. Céus... O que fizeram com Brian?

Na ficha discursiva, ele relata de confusão mental, crise de pânico e que Brian não tinha consentido a avaliação de um obstetra.

Sofreu um aborto? Aquilo queima meus olhos em dor. Saber que meu irmãozinho além de ter tido um filho que estava comigo, poderia ter estado grávido de outra criança e talvez te-lo perdido.

Mais algumas frases digitadas e ele afirma que Brian estava sedado para a viagem.

Agora era só esperar...

-Alex! -Fiquei esperando atualizações até cair no sono. Glória estava me acordando. Levanto a cabeça olhando pro relógio. Haviam se passado 8 horas. -O que está fazendo aqui?

-Estava lendo a ficha de Brian...

-Alex, não precisa mais. Ele chegou. Vai pra lá! -demoro a processar suas palavras, mas saio correndo quando as entendo, dirigindo cegamente para hospital de meu pai.

Ao chegar lá, consigo ter um vislumbre de Brian. Médicos estão correndo com uma maca onde ele está deitado imóvel. Seu rosto não mudou nada. Embora tenha olheiras, nenhuma mudança é tão drástica quanto seus cabelos. O preto os deixou completamente, deixando-os até a cintura e ruivos. Ele está sujo de poeira e tem sangue na sua camiseta que um dia foi branca e azul. Seus braços estão a mostra e cobertos de cortes profundos, sem calças, apenas com uma cueca grande demais para seu corpo que havia perdido no mínimo 20 quilos. Sangue cobria suas pernas alvas.

Vou correndo atrás e sou barrado na porta da sala de cirurgia, onde eles entram e me deixam na sala de espera. A emoção era tanta que mal notei mamãe, papai, Suzana e as crianças sentados nas cadeiras atrás de mim.

Mamãe está paralisado. Papai acaricia sua mão com lágrimas no rosto. Suzana abraça firme Mike enquanto eu me aproximo deles, me jogando na cadeira em lágrimas.

O que fizeram com Brian?

Ficamos horas no aguardo, até que nem eu nem Papai nos aguentamos. Vamos diretamente a sala de preparação para cirurgia. Nunca havia gostado da área de operação, mas tinha uma licença para operar vivos.

Lavamos as mãos em silêncio, colocamos jalecos, capotes, luvas, toucas, máscaras e entramos juntos.

Entramos esterilizando as luvas e calçando um novo par por cima. O abdômen coberto de hematomas está aberto. Os médicos estão serrando uma costela calcificada no lugar errado e prendendo as quebradas no lugar certo, enquanto a ventilação mecânica não é suficiente para dar vazão a seu pulmão frágil e punturado com uma das costelas rompidas.

Uma das medicas da cirurgia está falando com meu pai. Me aproximo para entender o que eles estão dizendo.

-Não vão precisar remover então?

-Não. Ele está perfeitamente vivo.

-E um aborto?

-Senhor, não é mais possível agora... Brian além de frágil, já passou de 14 semanas. O embrião está perfeitamente formado.

Céus. Meu sobrinho sobreviveu aos horrores que Brian sofreu. Brian não teria que retirar o útero e quando acordasse, acordaria com a surpresa de que teria de parir outra criança.

Aos 21 anos. Após 6 anos em cativeiro. Filho de seu abusador.

Olho mais para baixo e consigo ver que agora limparam seus ferimentos. Em um canto da sala, está dentro do lixo a velha camiseta. Abro a sacola e a pego na mão. Em algumas partes, o tecido estava tão gasto que parecia uma renda fina. Deposito-a novamente. Brian vai querer roupas. Talvez pintar o cabelo... Será que ele ainda gosta das camisas dele?

Me aproximo da mesa e cirurgia e faço um carinho sutil em seus cabelos. Seu reflexo é subir os olhos para mim. Sorrio com o ato dele e me mantenho ali por um tempo. Até que, se encaminhando pro final da cirurgia, o anestesista me garante que ele me ouve.

-Bry, já está acabando aqui... Vou te buscar suas roupas. Fique tranquilo. Você está bem. -Beijo sua testa com a máscara e em seguida saio da sala de cirurgia apenas com o objetivo de ir para casa.

Na rota pra fora do hospital, sou parado por mamãe no corredor.

-Alex! Como ele está? -Mamãe me pergunta sério.

-Está muito bem. Estão suturando ele agora. Foram duas costelas quebradas, uma estava pressionando o pulmão e...

-O que mais?

-Como assim?

-Se fosse só isso, não teria demorado tanto lá dentro, Alex.

-Certo... Ele não precisou remover o útero. Nem poderia agora. Mãe, parabéns, você vai ser avó de novo. Brian está de algo próximo de 16 semanas. -O rosto de mamãe se converte em surpresa.

-Su... Ele está grávido. -Mamãe fala com horror.

-Quem? Alex? Ele não pode ele... ah. Brian... Céus... menino Brian... -Su encosta a cabeça na parede triste. -Não é como se ele já não tivesse sofrido demais... Ele é um pouco mais velho do que você era quando teve Alex...

Mamãe está negando com a cabeça- A diferença é que eu tinha Stephan. Eu estava apaixonado por Stephan. Éramos casados, tínhamos estrutura e planejamos...

Apoio minhas mãos nos ombros de mamãe
-Eu sei que pode parecer difícil, mas sabe o que era mais difícil? Eles acharem Bry com vida e ele fez isso. Bry é uma pessoa incrível, que aguentou muito e se o babaca fez isso, nós vamos apoiar ele na decisão que ele tiver. Se ele resolver criar o filho, nós vamos apoiar ele, estar presentes, levar a criança pra limpeza no dentista ou pra passear no parque, fazer festinhas de aniversário e principalmente animar Brian quando ele estiver para baixo. Se ele resolver doar a criança, vamos manter a privacidade dele, o anonimato, dar o apoio psicológico, garantir que a criança seja adotada logo... Agora eu estou indo apoiar meu irmão e não sei aonde minhas irmãs estão nesse momento que não aqui. Estou indo para casa de vocês, vou buscar as roupas que Brian costumava vestir, fazer o ambiente o mais familiar possível para ele e... Ver se meu irmãozinho está o mais confortável possível. -Minhas palavras pairam pelo ar enquanto saio do hospital direto para o meu carro.

/Brian/

Tenho algumas lembranças de um médico vindo analisar minhas genitais. Quando ele tenta abaixar minha cueca, grito e chuto o homem mesmo estando sedado e lento. Diferente de Catalina, ele entende que tem que se afastar. Durmo de novo.

Algo como um pouso me acorda, sinto a pressão sob meus pulmões e começo a tossir audivelmente.

Acordo novamente com uma mão sob meus cabelos. Tento abrir os olhos pesados e na pequena fenda que abro, vejo alguém de máscara, touca, e capote cirúrgico. Pera, o que? Estou em cirurgia? Devo ter perdido meu bebê... Por isso Catalina me trancou de volta no porão e agora ela conseguiu clandestinamente me levar em um hospital. Fico curioso pra saber o que ela inventou...

-Bry, está acabando aqui... Vou te buscar suas roupas. Fique tranquilo. Você está bem. -É Alex. Sinto um beijo na minha testa. Quero gritar e falar que não precisa. Que estou feliz que o pesadelo acabou, mas não consigo. Pelo canto do olhar, consigo ver ele saindo da sala.

Acordo novamente assustado. O porão está diferente. O quarto tem paredes listradas de azul. Tem uma coberta por cima de mim. Abro meus olhos por completo em silêncio e olho a estampa. É minha coberta cinza de entrelaçados. Olho para mim mesmo e estou vestindo uma blusa limpa do Three Cheers for Sweet Revenge. Como era possível...? Quando meus olhos encontram os de minha mãe olhando fixamente pra mim, começo a chorar.

Ele se aproxima da minha cama colocando a mão sob minha testa.

-Ei ei... Que saudade, meu amor... -Mamãe fala acariciando meus cabelos. -Você está com um pouco de febre... como se sente? -Ouço sua voz mas mal consigo responder. Olho para ele com lágrimas nos olhos. Era real?

-Morri? -Pergunto em um tom baixo. Minha voz está mais baixa do que nunca. Não lembrava como formulava uma frase completa. Seu sorriso fica triste.

-Não meu filhote... Você está em casa... você foi tão corajoso... -Ele afasta uma mexa de cabelo dos meus olhos- Agora foca em se recuperar, meu amor... -A porta se abre. Papai está sorrindo. Desvio o olhar um pouco assustado. Ele se aproxima e aí entendo o que ele está falando.

-Como está o nosso milagre? Hm? -Ele pergunta. Mais lágrimas correm do meu rosto.

-Ele está bem. Meio febril... acha que podemos dar um antitérmico? -Mamãe responde por mim.

-Com certeza. Está com dor?-Nego sutilmente com a cabeça- está confortável? -Concordo. Por que papai está sendo tão gentil? Ele se aproxima de mim hesitante que eu deixasse, mas deixo ele acariciar meus cabelos. Nessa hora, noto que um dos meus braços está em uma imobilização. Tento sentir o resto do meu corpo e sinto curativos colados em meu abdômen, uma imobilização em meu pé e faixas em volta dos meus braços e das minhas coxas. Tem um curativo em cima da marca de Catalina.

Catalina está morta. Meu bebê também. Suspiro abaixando a cabeça. Eles já devem saber que perdi a criança. Por isso não estão falando nada.

-Bry. Posso liberar a visitação? Seus irmãos estão lá fora. Quem você quer ver primeiro?

Abro a boca pra falar, mas nenhum som se forma. Mamãe tem uma ideia melhor. Ele entra em meu campo de visão mostrando as duas mãos para mim.

-Filho, a Su. -ele mostra a mão esquerda- ou um de seus irmãos?-Ele me mostra a direita. Hesito um pouco em escolher, mas mamãe me garante que ninguém vai ficar chateado com a minha escolha. faço muita força e toco em sua mão direita.

-Certo. Quer ver Julia ou outra pessoa?-Confirmo na outra pessoa. -Quer ver Alice ou outra pessoa? -confirmo novamente na outra pessoa. Papai parece surpreso e orgulho de como mamãe se comunica comigo. -Certo, você quer ver Alex ou outra pessoa? -Confirmo em Alex- Alex? -confirmo novamente- Certo. Vamos chamar ele.

Papai em prontidão sai do quarto me deixando sozinho com mamãe.

-Alex nunca desistiu de te encontrar, sabia? -Ele me confessa- Ele entrou pra polícia por sua causa. Ele falava todos os dias de você, sabia? Ele que escolheu agora as roupas que você gostaria. Você ainda gosta dessas? -Confirmo com a cabeça que sim. Mamãe abre um sorriso apoiando a cabeça em cima da minha -Ah, eu sabia... -Suas mãos descem até minhas bochechas e suavemente ele as acaricia. -Você está muito parecido comigo, senhorzinho... -Sorrio para ele mantendo os olhos entre abertos. -É tão bom te ter de volta... A gente sonhou todos os dias com isso. Você fez tanta falta...

-Eu que o diga. -Alex está na porta, apoiado ali. Em suas mãos, está meu bebê. Meu bebê chora olhando para mim. O reconheço na hora e começo a chorar. Estico meu braço bom indicando para traze-lo ate mim. Alex sorri trazendo o bebê chorão.

Alex o posiciona ao meu lado, e ignorando a dor, me posiciono de lado para ficar de frente com meu filho. Ele sobe instantaneamente em meu peito e choro silenciosamente agradecendo aos céus por ele estar bem. Vincent está mais gordinho, está vestindo uma linda jardineira preta com uma blusa listrada por baixo. Seu abracinho suave era exatamente como eu me lembrava. Ele se aconchega passando as mãos por meus cabelos. Ignoro completamente a dor no ombro e no abdômen o deixando ali em cima de mim. Logo, ele para de chorar. Murmuro uma música baixinho para ele enquanto acariciava suas costas.

-Como você está, Bry? -Alex pergunta rompendo o silêncio. Abro novamente para falar mas mamãe consegue entender meus sinais novamente.

-Ele ainda não falou mais do que uma palavra. Ele está tentando. Perguntas de sim e não estão funcionando melhor, não é, filhote? -Mamãe pergunta e eu concordo com a cabeça.

-Ah, entendo.-Alex sorri- Senti falta de você, seu pirralinho mimado. -Não posso não rir dessa situação. Meu filho está rindo também. Subitamente, me vem a consciência de que perdi meu outro bebê. Olho tristemente para além de Vincent. -Você gosta de ser mãe, Bry? -Sua pergunta quase não faz sentido. Olho pensando um pouco -Bry... Quando você chegou aqui, você tinha um sangramento muito grande... Foram investigar e...

-Eu ia ter outro bebê. -Completo a frase. Alex parece surpreso em ouvir minha voz.

-Ah, que bom que você sabe. Bry, eu lamento muito... -Começo a chorar, sabia o que ia vir depois. A notícia que meu bebê não resistiu. -Sh sh... Vai ficar tudo bem. Se você quiser botar pra adoção, nós vamos te apoiar...-Não ouço o resto de sua frase. Meu bebê estava vivo. Desço a mão para alem de Vincent e localizo minha barriga. Sorrio subindo a blusa e acaricio feliz.

-Alex... Bry está feliz. -Mamãe observa. Concordo bruscamente com a cabeça olhando para ele. Alex suspira tranquilo.

-Céus, pirralho... Você não cansa de me surpreender não é? Vamos fazer de tudo pra que vocês sejam muito felizes. -Ele beija minha testa. -Matty não está pesado não? -Inclino a cabeça confuso. Demoro a entender.

-Seu bebê, filho. -Quando mamãe me diz isso entendo.

-Vincent... -Respondo olhando pro meu bebê.

-Ah, me desculpe, maninho. Chamávamos ele de Matty, mas vamos chamar como você quiser. Você quer que chamemos de Vincent? Vamos chama-lo assim. -concordo com a cabeça. -Alice falou que só acredita vendo que você está realmente aqui. Quer tirar uma selfie pra ela? -Concordo sorrindo. -Então tá.

Alex pega o que eu imagino que seja seu celular. A logo marca da Apple continuava igual ao meu novíssimo IPhone 7, mas esse tinha 3 círculos na traseira. Quando Alex vira o aparelho para mim, vejo que não tem mais botão algum ali no meio. Sorrio para a tela vendo meu reflexo pela primeira vez em tanto tempo. Tenho um olho levemente arroxeado. Vincent também aparece na foto olhando para além. Alex está sorrindo para a câmera e mamãe se ajeita para aparecer ao meu lado. Noto pela câmera como nosso tom de cabelo está igual.

Vejo que ele está mandando no grupo de família. Indico que quero escrever e ele me passa o aparelho. É maior do que eu imaginava. Digito um "Alice, você realmente não acreditou que eu estava aqui? Pois eu estou XD" e passo o celular de volta para Alex que abre um sorriso, clicando em um ícone azul ao lado da imagem.

-Ela vai estar pulando de felicidade...

-Ah, sim, ela tá. -Papai aparece na porta. -Brian, não fica com Matty no colo... Ele pode machucar sua clavícula sem querer, filho, abrir um ponto...

-Stephan, o nome dele é Vincent. -Mamãe corrige. -E deixa o menino. Ele ficou tanto tempo sem a mamãe dele... -Mamãe fala acariciando os cabelos de meu filho.

-Ah, certo... Desculpa, filho. -Papai sorri se aproximando. - Está todo mundo ansioso pra te ver. Você quer fazer isso? -Papai pergunta se posicionando na ponta da cama. Penso um pouco e sorrio confirmando com a cabeça. -Hm, okay. Mas depois você vai tomar um sorvete e descansar. Alex vai levar Vincent pra casa e você vai dormir, viu mocinho?

Boto minha mão sob o corpinho de Vincent olhando bravo

-Hm, pai... Acho melhor deixar-mos Bry escolher. -Alex me estende duas mãos. - Você quer que eu leve Vincent para casa e traga ele no primeiro horário de visita ou quer um berço para ele passar a noite com você? -Escolho sem hesitar a segunda opção. Alex olha pra papai sorrindo vitorioso. Papai suspira e coça o queixo

-As vezes eu acho que vocês estão conspirando contra mim, sabe? -Rio junto com Alex e ele estende a mão para que eu batesse. Bato com um sorriso. -Tudo bem. Vou pedir pra subirem com um da maternidade, ok?

-Olha as vantagens de ser filho do dono... -Alex fala rindo- Seu pirralho mimado! -Ele cutuca meu braço com cuidado e rio, mostrando a língua pra ele. -Ih, Pirralho mimado, tá vendo isso? Vai deixar, mãe?

-Respeita seu irmão, Alex. -Mamãe fala com um sorriso para mim.

-Meu menino! -Su da um grito da porta. Sorrio para ela enquanto ela se aproxima. -Aí, Brian... Onde que você se meteu, meu amor? Você fez tanta falta... -Su fala sorrindo.

-Fica tranquila Su, ele está bem. -Mamãe fala sorrindo.

-Eu achei que eu nunca mais ia te ver... Você sabe que eu tô velha. Imagina se eu morro sem te ver? Ah não, eu volto dos mortos igual um zumbi pra te ver, meu menino. -Sorrio para ela enquanto ela passa as mãos por meus cabelos. -Você tá tão lindo... Você é a cópia exata da sua mãe. Aqui. -Su vasculha a bolsa e tira uma foto antiga. Mamãe está na borda da piscina de casa com um bebê no colo. Tem protetor solar mal espalhado por seu rosto.

-Meu Deus, Suzana... De onde você tirou isso?

-Ah, do meu álbum de infância né. -Alice passa pela porta. Agora seus cabelos tem mexas loiras no meio do preto -Foi um pesadelo não te ter em casa, irmãozinho. -Alice se aproxima sinto que todos eles estão temerosos de se aproximar.

Abro a boca e começo a tentar formular uma frase

-Eu... Não mordo, irmã. -Falo pausadamente sorrindo. Mamãe começa a rir e Alex também. Su olha pra mim com um sorriso.

-Tá certo... Vou botar isso na sua porta. -Fala papai pegando uma canetinha e indo até o quadro. Ele bota nos recados um "eu não mordo" começo a rir, mas logo me vem uma tosse. Alice pega Vincent do meu colo enquanto Alex e mamãe me ajudam a sentar melhor até parar de tossir.

-Quer água?-Mamãe pergunta quando paro. Concordo com a cabeça. Na hora, papai já está com um copo e um canudo em mãos. Mamãe pega e bota o canudo no copo para que eu tome. Tomo a água toda do copo em quase um gole. -Eita... Quer mais? -Nego com a cabeça.

Assim o dia vai se passando. Meu tio Marcus é a última visita da noite. Meus tios Dean e Daniel me trouxeram um bichinho de pelúcia que deixei no bercinho de plástico de Vincent. Agora, estamos eu e Alex no quarto.

Alex se ofereceu pra ser meu acompanhante durante a noite, o que me faz me sentir mais seguro. Quando a noite cai, o medo também me vem. Conforme o quarto vai ficando escuro, começo a me sentir ansioso. Alex percebe e vem cuidadosamente até a beira da minha cama.

-Bry. Vem, vamos pro banho. Não fique assim, tá? -Concordo com a cabeça, deixando ele abaixar a grade lateral da cama. Ele me pega no colo com facilidade me colocando em uma cadeira de rodas, indo até o banheiro.

Com muito cuidado, ele remove a imobilização de malha do meu braço. Uma dor aguda percorre meu ombro, mas não digo nada.

-Nossa, durão. -Alex fala- Ano passado eu quebrei um osso da clavícula e só de mexer parecia que eu ia morrer. Você com ela estilhaçada fica tranquilo...

Seu comentário ajuda a me distrair enquanto ele me ajuda a tirar a camisa. Rosno um pouco para tirar, mas ele é paciente e cuidadoso. Quando chega a hora de tirar a calça, chio mais.

-Ei ei... O que foi? Ah não. Na camisa devia estar doendo mais, Brian, sem essa. Você é durão, lembra disso. -Sorrio deixando-o tirar. Ele tira minha calça de moletom com cuidado e em seguida segue para a ridícula fralda geriatrica. -Posso? -Ele pergunta. Começo a chorar lembrando que nunca me perguntaram se podiam nos últimos anos. Mas Alex estava sendo gentil. Alex é meu irmão. Alex não vai me machucar.

Me convenço disso e quando me sinto preparado, confirmo com a cabeça. Ele começa a desfazer as ataduras das minhas pernas com habilidade revelando a inúmera quantidade de cortes ali. Afasto o olhar e ele segura meu rosto.

-Ei. Tá tudo bem. Você ainda é lindo. Eu não quero perder meu melhor amigo de novo, tá? Só me promete que isso acabou.

Não consigo prometer, mas Alex suspira compreensivo tirando as dos meus braços também.

Com muita habilidade, ele me levanta e me coloca na cadeira de banho do hospital. Estou tremendo, mas ele logo consegue água morna. Gosto da sensação que tanto senti falta. Relaxo completamente enquanto suas mãos gentis espalham o cheiroso sabonete por meu corpo.

Deixo ele lavar meu cabelo e enxaguar com cuidado para que nada escorresse pro meu rosto. Suas mãos são gentis quando ele cobre minha testa para que não caísse shampoo em meus olhos.

Quando ele termina de me dar banho, ele me enrola na toalha e começa a me vestir de novo, agora com um pijama novo de moletom. Tinha o cheiro de casa. Quando acho que acabou, Alex surge com um espelho e um secador de cabelo em mãos. Seguro o espelho com o braço bom enquanto ele seca meus cabelos habilidoso.

-O cabelão combina com você. O que acha de manter? -Ele me pergunta quando termina de secar. Sorrio com ele me direcionando pro quarto.

Alex reforça meus curativos, botando de volta a imobilização do braço. Estou cansado. Vincent dorme tranquilo ao meu lado. Sorrio para ele me acomodando na cama.

-Boa noite, Bry. Eu espero acordar amanhã e isso não ser um sonho. Eu te amo, tá? -Alex fala desligando a luz e caminhando até mim. Ele dá um beijo em minha testa e se deita no sofá.

Eu também não quero que isso seja só um sonho.

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