INDOMÁVEL ✧ HOUSE OF THE DRAG...

By jhopiest

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INDOMÁVEL; a única palavra digna para definir os filhos da fênix ╾ Daenerys Velaryon era certamente a pior de... More

≭ INDOMÁVEL
⸻ graphics : almas indomáveis
ATO UM ⸻ PRIMAVERA DE NARCISO
❦ 01 : ❛Sombras do Passado❜
❦ 02 : ❛Casa do Dragão❜
❦ 03 : ❛Veneno da Safira❜
❦ 04 : ❛Belas Criaturas❜
❦ 05 : ❛Romeu e Julieta❜
❦ 06 : ❛Canto da Sereia❜
❦ 07 : ❛Rainha do Amor e Beleza❜
❦ 08 : ❛Vicissitudes❜
❦ 09 : ❛Câmara dos Sussurros❜
❦ 10 : ❛Conquista Digna❜
❦ 11 : ❛Pequenos Sinais❜
❦ 12 : ❛Eterno Deleite❜
❦ 13 : ❛Marés Ardentes❜
❦ 14 : ❛Inundação Valiriana❜
❦ 15 : ❛Legitimidade❜
❦ 16 : ❛Estilhaçados❜
⚘ EXTRA ▏ ❛Laços de Sangue❜
❦ 17 : ❛Arte do Caos❜
❦ 18 : ❛Língua do Diabo❜
❦ 19 : ❛Pacto da Ruína❜
❦ 21 : ❛Alma Profanada❜
❦ 22 : ❛Verdades Secretas❜
❦ 23 : ❛Sangue do Dragão❜
❦ 24: ❛Noite Estrelada❜
❦ 25 : ❛Doce Dissabor❜
❦ 26: ❛A Guarnição dos Dragões❜
❦ 27: ❛Inseguranças❜
❦ 28: ❛Valsa dos Corações❜
❦ 29: ❛Suplício Maternal❜
❦ 30: ❛Vingança Esmeralda❜
❦ 31: ❛Promessas Desfeitas❜
❦ 32: ❛A Bela e a Fera❜
ATO DOIS ⸻ SEMENTES DE ÉRIS

❦ 20 : ❛Baile das Donzelas❜

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By jhopiest

↳ ❝INDOMÁVEL ¡! ❞

bloody mary — lady gaga❜

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Ser a única herdeira mulher da Donzela Guerreira — uma das mulheres mais corajosas a existir —, carregar o sangue da fênix, montar uma das mais raras criaturas a existir dentre outros títulos cabíveis à Daenerys Velaryon incitaram em sua infância o anseio pela grandeza, batalhar em direção à seus objetivos, vendo-se desprezível ao não ser hábil para prosperar na arte amada de sua mãe: a luta. Os anos poderiam ter transcorrido, aprendido a adaptar seus talentos mas suas escolhas na infância impactaram sua juventude e moldariam seu futuro, ter voltado-se à estratégia salvaria seu pescoço.

Por tais razões, seus interesses pairavam aos papéis estabelecidos ideias para uma donzela: música, dança, pintura, poesia, bordado e aritmética — deve ser adicionado o desenvolvimento intelectual apurado ao deleitar-se no aprendizado político como história —, sem que percebesse, tornando-se o oposto de sua mãe em sua juventude.

Isso, é claro, afetou a escolha de donzelas ao seu redor como suas amizades femininas, forjando uma amizade com Rhaena e Helaena — as mais próximas ao seu redor durante a infância — mas, aos treze dias de nome, após a morte de seu pai, Príncipe Caspian, em que havia sido obrigada a viver no reino das Terras Médias, uma inesperada conexão forjou-se com Lady Baela Targaryen.

De todas as jovens de sua época, Baela destacava-se por sua personalidade, detentora de um âmago selvagem e livre, determinada e herdando a beleza inesgotável de sua mãe, unido ao temperamento ardente de seu pai, com o anseio dos dragões queimando em seu interior, preferindo voar com Moondancer às cordialidades políticas, o oposto de sua irmã gêmea, tendo sido criada por sua avó, Princesa Rhaenys.

Não apenas a Targaryen decidiu viver em Driftmark após o falecimento de sua mãe, Príncipe Baelon tomou a decisão de permanecer sob a alçada de seus avós, fazendo com que Daenerys se tornasse mais próxima de Baela por meio de cartas. Aprendendo seus gostos, dividindo os acontecimento de seus dias, descobriram ter muito mais em comum do que o laço de sangue, o temperamento indomável fluía distante de seus controles, coroando um vínculo único entre as duas jovens.

— Jace parecia muito atento ao que estava acontecendo, achei um absurdo — Baela começou a falar, enquanto arrumava-se junto à Daenerys para o Baile das Donzelas. Sua irmã, Rhaena, havia sido a primeira a retirar-se, enquanto as duas dividiram um momento de confidencialidade. — O caolho é mais atrevido do que eu pensei, como se não bastasse Vhagar, parece interessado em a conquistar.

Um riso prendeu-se sobre o rosto de Daenerys enquanto perfumava-se com a essência de óleos naturais, esforçando-se para não rir.

— Você deveria ter rejeitado — comentou Baela.

— Por que eu faria isso? — a Velaryon franziu o cenho.

— Por que você deveria aceitar dar seu favor a ele? — questionou um tanto inquieta. — Só porque Jace resolveu agir de forma ridícula irá se rebaixar ao nível dele? Poderia ter rejeitado dar o favor da prenda de Tylan Lannister e outros cavaleiros, seria mais digno do que se sujeitar a...

— Foi a primeira vez que Aemond lutou em um torneio — a princesa interrompeu, tendo o olhar atento da Targaryen. — Escutei dizer que ele despreza a ideia dos torneios, mas ele estava lá.

— Não me diga que....— Baela tomou um ofego suave. — Ele iria tão longe assim para provocar Jace?

Daenerys riu, não respondendo, decidindo voltar o foco à própria aparência, terminando de arrumar-se, conferindo os cabelos escuros como penas de corvo sobre um penteado belo e elegante em que a extensão de seus cabelos transbordava graça.

— Escutei boatos sobre como as casas parecem alvoroçadas para unir suas filhas donzelas com o solteiro filho mais velho da Rainha, Príncipe Aegon — um sorriso zombeteiro e maldoso brincou nos lábios da protagonista. — Se ela acha que unir seu filho bêbado será a solução, está muito enganada. Temo pela pobre coitada que deverá cumprir com seus deveres em torno da escória de sua existência, não acha Baela?

Ao contrário dela, Baela não sorriu.

— O que foi? — confusa, Daenerys questionou mas, a Targaryen havia notado como o comportamento sutil da Velaryon havia oscilado, sobre como parecia mais inquieta e paranóica que o normal, como a mera chegada de Elysabeth culminou em uma cascata de acontecimentos desde seu afastamento com Jace a uma pseudo aproximação ao redor de Aemond.

— Sabe muito bem — cruzando os braços, Baela falou.

Daenerys respirou fundo, sentando-se sobre uma das poltronas, com cautela pelo vestido azul mas, ciente de que, a Targaryen não desistiria em a interrogar até entender o que estaria acontecendo propriamente.

A Lady aproximou-se de si, seus olhos compreensivos e cautelosos.

— Diga-me o que está acontecendo. Sei que prefere contar com sua própria companhia mas não me parece uma situação à qual esteja sabendo controlar — a domadora de dragão fitou a prima com carinho, vendo os olhos de safira cogitarem, proferindo as próximas palavras com pesar: — Sei que a única pessoa que você se atrevia a falar era Aemond mas, ele não é mais seu amigo, tampouco deve ser confiado mas eu estou aqui por você.

A Princesa Serpente cravou seu olhar sobre a face de Baela, cogitando partilhar, seu interior envolto de diversas emoções diferentes, existia muito em sua língua — ela não negaria a dificuldade em falar —, por alguns segundos permaneceu sobre silêncio, em que os passos e comoção no castelo puderam ser ouvidos, a música branda, os servos movimentando-se e risadas junto à falas abafadas, descendo o olhar para o chão, deixando-se ser vulnerável, viu-se mais confortável, ciente de que a Lady manteria seus segredos à salvo.

— Dei minha donzelice à Jace — a confissão, ao contrário do esperado, arrancou um sorriso malicioso da Lady.

— Por que isso não me surpreende? — Baela indagou, vendo-a revirar os olhos, em uma risada fraca.

— Jace não me escuta de forma alguma, sempre foi dessa maneira com ele, quando ele acha alguma coisa, deve ser do jeito dele, mesmo que isso signifique que eu deva deixar de fazer alguma coisa — Daenerys exibiu seu descontentamento, fazendo uma pausa. — Ontem, Aemond fez um acordo comigo.

Baela arqueou a sobrancelha, desconfiada. — Acordo? É como fazer um pacto com o Diabo.

— Nós fingiremos um flerte durante o torneio, distante das propostas matrimoniais, até porque Aemond de alguma forma sabe sobre meu relacionamento com Jace, a vantagem mútua para nós é simples: Aegon estaria distante de mim — explicou Daenerys.

— Seja sincera Daeny, você e Aegon de alguma forma...— a indagação arrancou uma expressão de nojo da Princesa Serpente que negou veemente, arrancando um suspiro de alívio da Targaryen. — Por que então?

— Manipular Aegon é vantajoso, concedia-me informações sobre seus hábitos e mente, seus comportamentos, mesmo que ele se esforçasse para negar, conversas sutis e pretensões de Rainha Alicent sobre as entrelinhas. Jace me ajudava nisso, até que me fez parar com isso — a Princesa Serpente pausou ao fim, um tanto incerta se deveria confessar: — Embora, tenha descoberto uma coisa.

Baela atentou-se ao final, assentindo, um incentivo para que Daenerys continuasse a falar.

— Não contei a Jace. Na verdade, não contei a ninguém — a Princesa inquietou-se, a memória dos quadros com sua própria imagem, profana causava-lhe arrepios e um enjoo ao saber do propósito asqueroso. — Suspeito ser a motivação pela qual meu irmão pôde conquistar a 'boa vontade' de Rainha Alicent de absolver ou anular como prefira chamar o noivado entre Aegon e Helaena.

— Parece que ele ordenou a criação de pinturas de cunho libidinoso envolvendo-me para seu próprio prazer, não uma ou duas, diversas das formas mais...— Baela chocou-se com a confissão, envolvida em puro desgosto e ânsia de dilacerar o rosto de Príncipe Aegon.

— O pior de tudo, é claro, não é Aemond como acredita. Embora devido a um acordo, ele pareceu ser o único a me compreender e ouvir, tudo o que eu mais desejava que Jace pudesse fazer. Eu amo Jace, querida Baela, com meus mais sinceros sentimentos, mas é tão humilhante vê-lo agir como um cachorro atrás daquela víbora, como se eu fosse....— Daenerys não pôde continuar, levando as mãos ao rosto, sentindo-se terrível mas, Baela tomou as mãos para si, dando-lhe um abraço apertado.

Embora a própria Targaryen estivesse debulhando no mais genuíno desgosto perante Elysabeth. Sua vontade era tomar seu dragão para incendiar os cabelos de Jacaerys. Ou até mesmo o lançar em um enxame de víboras para vê-lo pedir por ajuda se estava tão apreciador de animais peçonhentos como a Lady Hightower mas, conteve-se para que pudesse ajudar Daenerys, com uma expressão reconfortante.

— Aproveite essa noite, da melhor forma possível — Baela arrumou os cabelos de sua amiga. — Escutei dizer que um certo Príncipe de Dorne virá. Ele pode não ser o herdeiro da Casa Martell mas...

Um sorrisinho discreto surgiu no rosto de Daenerys com a sugestão de Baela para ela, que se divertisse, mesmo que, a Velaryon soubesse que após tais dias, um assunto inevitável surgiria em torno de sua mão, os questionamentos não seriam poucos.

Não apenas para ela.

Diante o majestoso baile, Príncipe Aragorn sentia-se sufocado com tamanhos olhares e insinuações, preferindo sair do Grande Salão para ir em busca de sua irmã mais velha, Princesa Daenerys buscá-la. Encontrando sobre a porta além da figura de Sor Lorcan e Sor Drystan, ninguém menos que seu irmão, Príncipe Baelon — a quem aguardava a noiva Baela —, esse que encarou-o ao vê-lo, instaurando um clima inquietante entre os dois.

Você não pensa sobre seu irmão? A pergunta de Lucerys surgiu na mente de Aragorn. Recordando-se claramente de como Arthur, seu protegido havia em poucos dias se tornado apegado a Baelon — toda vez em que o via parecia hipnotizado por suas palavras —, um tanto inesperado aos olhos do Westerling e embora o filho mais novo de Deianyra Velaryon não tivesse intenção alguma de se reaproximar do 'irmão' achou curioso a forma com a qual o pequeno comportou-se.

— Arthur perguntou sobre você — a fala repentina de Aragorn arrancou olhares de esguelha dos guardas juramentados que se entreolharam, claramente não esperando presenciar uma interação entre os dois príncipes.

— Quando puder, deixe-o me visitar, será bom fazê-lo ver algumas coisas diferentes — disse Baelon, forçando-se a não se sentir confuso pela interação com o irmão mais novo. — Por acaso ele vai vir para o baile também ou...

— Não, a mãe decidiu deixá-los com as governantas, assim como Viserys e Aegon — Aragorn explicou de forma sucinta, instaurando o silêncio mais uma vez, esse que havia sido, por sorte interrompido pela porta sendo aberta, revelando as duas jovens devidamente preparadas para a festividade.

— Meu Príncipe...— Baela, a primeira a sair, direcionou seu olhar um tanto apaixonado para o Westerling que sorriu, as covinhas apareceram, à medida que ele ofereceu sua mão, de forma cavalheiresca, esta muito bem aceita por Baelon que riu, apenas ao sair, reparou na presença do mais novo Príncipe. — Oh, veio buscar Daeny?

Príncipe Aragorn forçou um sorriso com a cena, confirmando. Ver sua paixão de infância, Baela por muito tempo havia sido uma faca de dois gumes mas, naquela noite, mesmo vendo-a trocar carícias e afeto com seu noivo, Príncipe Baelon, não surtiu efeito algum. 

Pôde ver sua irmã mais velha, Daenerys aproximando-se, trocando um olhar sutil com Baelon, até dar o braço para si, o cheiro agradável da irmã não poderia ser negado, Aragorn queria rir pensando no quanto tempo sua irmã deveria desperdiçar com seus rituais de beleza.

— Recuou em sua batalha política e veio pedir reforços, irmãozinho? — um sorriso sutil pairou no rosto de Daenerys, segurando no braço do irmão enquanto seguiam o caminho, seguindo o casal a frente alheios à conversa.

— Lidar com uma matilha de donzelas jogando-se sobre mim e Lordes amontoando-se sobre mim, como se eu fosse uma carcaça não é nada ideal para passar a noite — desdenhou Aragorn, respirando fundo enquanto traspassaram os corredores, ora cumprimentando figuras conhecidas. — É tão irritante quanto é para você.

Um riso surpreso esvaiu dos lábios rosados.

— Não gosta de ser cobiçado? — a pergunta da Princesa Serpente causou um riso. — O que foi?

— Agradeço aos deuses por ser o último herdeiro do trono das Terras Médias e desconsiderado em quaisquer linha de sucessão em Westeros — confessou Aragorn, ciente do custo que era lidar com a pressão de assumir as rédeas familiares. — Até que eu me lembro que sou o único filho solteiro.

Daenerys rolou os olhos, enquanto se aproximavam do grande salão.

— Deleite-se em não ser o único solteiro. As grandes estrelas dessa noite estão expostas como um nervo, Príncipe Jacaerys Velaryon e Príncipe Aegon Targaryen — consolou a Princesa Serpente, com um sorriso irônico, em escárnio ao adicionar: — Os grandes prêmios da noite.

Um riso soprado tintilou dos lábios do Westerling. Ele não era tolo. Diversos boatos corriam solto, o mais recente, infame de autoria do próprio Cogumelo — o bobo da corte inspirou-se após os eventos da abertura do torneio — inclusive insinuando sobre como os príncipes lutavam sobre os lençóis por uma chance de tomar a mão de Princesa Daenerys Velaryon

— Você é igualmente solteira, minha irmã — recordou Aragorn, para sua infelicidade, ressaltando: — A única princesa solteira, diria que isso a torna aos olhos dos lordes como um grande prêmio, não acha?

— Se um Lorde esforçar-se, terá de fazer mais que oferecer-me terras ou uma posição confortável, tampouco serei comprada ou vendida por sorte minha mãe deu-me autonomia para escolher com cautela minhas próprias opções, você também deveria usufruir de suas escolhas — contornando a situação, um tanto astuta, molhou os lábios, em um sorriso ladino: — Seja uma nobre ou não.

A garganta do Príncipe fechou por instantes, recordando-se de Diana. Sua situação era tão óbvia? Pensou o Westerling. Detinha muitos demônios sobre suas costas, mais do que poderia contar mas, o lapso de alegria cintilante que parecia Diana ao seu ver lhe parecia mais do que puro para ser maculado.

— Está insinuando que...— Aragorn nem mesmo pôde continuar com a protagonista revirando os olhos.

— Sabe exatamente sobre o que eu estou falando, você não é idiota — Daenerys soou como uma verdadeira figura materna mas, passou a mão com cautela nos cabelos do irmão, ajeitando-o. — Coloque um sorriso nesse rosto e vamos dar nosso melhor, maninho.

— Pelos Deuses, você é pior do que...— Aragorn calou-se com a presença de outros nomes, custando uma risada genuína de Daenerys enquanto aproximavam-se do Grande Salão.

Seus nomes foram anunciados, a postura impecável os tornaram perceptíveis perante as outras casas. Ao centro do Grande Salão, um enorme candelabro de ferro forjado pendia do teto abobadado, iluminando o ambiente com centenas de velas, lançando uma luz cintilante sobre os presentes. Os reflexos das chamas dançavam nas armaduras e nas joias dos convidados, a movimentação prontamente poderia ser perceptiva com reunido de nobres, serventes, donzelas, cavaleiros e músicos entoando melodias encantadoras, preenchendo o ar com sua harmonia e atmosfera repleta de divertimento e desafio.

— Sinta-se a vontade querida irmã, irei deleitar-me sobre os sabores de vinho, se precisar de ajuda, junte-se a mim para beber até o dia seguinte mas, pela sanidade mental que me resta, mantenha-se longe do montador da galinha dourada — o Príncipe Westerling referiu-se à Aegon, causando uma gargalhada genuína a Princesa que sentiu um beijo na bochecha de seu irmão, uma demonstração inocente de afeto.

Viu-o sumir entre os nobres, estes aos quais amontoavam-se, sobre o grande salão, uma conjuntura um tanto interessante. Para a Velaryon, era como um grande formigueiro, repleto de pequenas operárias, escravas do poder enquanto a Abelha-Rainha sentava-se sobre o centro, ao redor das de sua confiança — ou mais próximos —, destaca-se como os jovens eram os mais dispersos devido a motivação de seus pais.

Pôde ver suas figuras maternas, Deianyra Velaryon e Rhaenyra acompanhando Daemon, sobre a mesa alta, recebendo um sorriso sutil. Pela tradição, meramente as donzelas e cavaleiros solteiros e prometidos deveriam usufruir e explorar as margens da juventude durante a noite, por tratar de uma comemoração em nome das futuras gerações à guiarem Westeros.

Não à toa, como parte da tradição, em nome dos sete deuses da fé mais influente de Westeros, sete prometidos deveriam ser apresentados ao fim do festival, como símbolo da prosperidade.

Percorrendo seu olhar, em busca de rosto conhecidos, viu Lady Elysabeth trajada com um vestido preto — contrariando a própria casa — aproximando-se de Príncipe Jacaerys a quem desviou sua atenção do nobre ao qual conversava para a donzela. Do outro lado, quis rir soprado ao ver Príncipe Aemond ser encurralado por uma das diversas filhas de Borros Baratheon, a expressão de desconforto do Targaryen fez-a a sorrir, virando-se para tomar uma taça de prata e enchê-la de vinho apropriado para sobreviver ao baile infame.

Fingiu não notar o pupilo dos Lannister, Tylan — esse que a fitava ao lado de seu pai Jason —, ciente de que a casa dos leões não desistiria fácil da ideia de tê-la. Eles queriam se infiltrar sobre os lençóis dos dragões ou, em seu caso, de uma fênix em busca de poder.

— Princesa Serpente.

Uma voz masculina familiar, aveludada e digna de arrepios devido à rouquidão e charme retirou-a de devaneios, virando-se, pôde ver o rosto conhecido e traços dorneses tão charmosos quanto a postura flertiva, a pele beijada pelos raios solares, os trajes tradicionais da Casa Martell a emoldurar a figura cativante que era o terceiro filho homem do chefe de Lançassolar, o Príncipe Darius Martell.

— Príncipe Darius Martell.

Ela retrucou, com um sorriso sutil sobre os lábios, atenta ao que o homem lhe diria. Não havia dúvidas que Darius era mais velho que os príncipes, deveria ter no mínimo cinco anos a mais que si mas, de alguma forma, o tornava mais desejável — da forma mais carnal possível —, uma diversão palpável aos olhos de safira.

— Parece que as marés estão atribuladas — o comentário de Darius fez-a arquear a sobrancelha. Inclinou-se sutilmente para explicar, lançando um olhar nada discreto para as duas pontas, ou melhor, os dois príncipes em lados opostos com donzelas ao seu redor. — Sua situação está complicada.

— Elabore.

Daenerys percebeu a direção em que ele olhava. Questionando-se se ele teria o atrevimento de trazer o assunto à tona ou qual seria a extensão de sua percepção.

— Carrego muitas experiências no quesito amoroso, minha princesa. Pelo que parece, vossa alteza tem muitos admiradores, mais do que pode contar, a ponto de não saber nem mesmo onde está o seu coração — a constatação de Darius balançou-a mas, em um senso inquietante ao vê-lo completar: — Seus sentimentos parecem repartidos.

— Como vê isso? Baseado em quê, Príncipe Darius? — atreveu-se a indagar, dessa vez, alheia ao redor, focada apenas no homem, com interesse sobre como o Martell parecia simplificar mais do que deveria.

— É visível em seus olhos, esses olhos de oceano — Darius riu ao fazer uma pausa. — Eles são como...

— Safiras? — um sorriso pequeno surgiu no rosto de Daenerys.

— Qual dos Príncipes homenageou-a dessa forma? — perguntou o Martell.

— Por que acha que algum deles tenha me dito isso? — retrucou ela.

O Príncipe Dornês inclinou-se em sua direção, os presentes repararam na direção, na situação incomum que seria a única filha de Lady Deianyra Velaryon — da Casa de Driftmark — estar ao redor e com olhos flertivos ao redor de uma das serpentes do deserto, as quais haviam sido meramente convidadas devido a influência das Terras Médias, em uma ação de diplomacia promovida por Rei Viserys.

— Embora queira a raptar para as areias quentes de Dorne e torná-la minha princesa, compreendo ser uma ação irracional. Acima disso, prefiro a posição de expectador de um bom drama e pelo que me parece — teria sido um cortejo? Daenerys não soube identificar mas a oferta de amizade pareceu explícita ao sorriso vindo do moreno ao continuar. — Posso dar-lhe um conselho?

Os olhos violáceos de Jacaerys flagraram a figura masculina ao redor de Daenerys. Ele queria falar com a mesma desde o incidente do torneio mas, devido os nobres e outras particularidades, não teve a chance, ver a Velaryon de longe, fez com que o Príncipe entendesse os motivos pelos quais diversas vezes sentia-se na necessidade de protegê-la, era como se todos quisessem tê-la para si mas, o senso de que ela era sua arrastava-se sobre Jacaerys mas a ameaça de que poderia perdê-la sussurrava em seu ouvido.

— Um conselho sincero é como um presente, é aceito de bom agrado — disse Daenerys.

— Houve muita controvérsia em atrever-me a pisar em Porto Real. A história dos Martell e Targaryen não é nada bela mas, a existência de vosso pai, o falecido Príncipe Caspian conquistou uma bandeira de paz — a seriedade na voz de Darius fez a mesma notar que a menção de seu pai não havia sido acidental, existia verdade. — Sabe que não será mantida por muito tempo.

— Una dos líderes, um irá tentar devorar o outro, é a ordem natural das coisas. A Casa Targaryen é uma sobrevivente e conquistadora. A Casa Martell é insubordinada e detém a força do deserto — proferiu Daenerys, seguindo a linha de raciocínio do mesmo. — O fogo tende a destruir a todos.

Darius apreciou o pensamento da protagonista. Reparando em como ela diminuiu seu tom de voz, dizer tais coisas destoava-se à sua persona mais meiga e encantadora e o Martell reparou nas diversas camadas aparentes na Princesa Serpente.

Os dragões voam sobre os céus, cospem fogo mas, as fênix iluminam o caminho. Garanto à você, Daenerys das Terras Médias, vejo em seus olhos que também é insubmissa, imbatível e inquebrável.

Um sorriso genuíno, repleto de apreciação havia sido dado pela jovem, recebendo um copo de vinho do homem que observou de esguelha a figura de Príncipe Jacaerys Velaryon caminhando na direção deles e, para alertar a Princesa, olhou sutilmente e a própria separou-se do dornês. Como um verdadeiro golpe em seu estômago, Daenerys deu as costas para ele, caminhando na direção de Príncipe Aemond, este que estava recostado sobre uma das pilastras parecendo aguardá-la.

Jacaerys travou sua mandíbula descrente, esforçando-se para manter sua postura.

— Parece ter encontrado o apoio ideal, Princesa Daenerys — Aemond caçoou ao vê-la aproximar-se, cutucando seu orgulho por vê-la conversar com Príncipe Darius. — Ou admirador.

— Estava se vendendo para uma das filhas de Lorde Boros em busca de uma aliança? — a indagação arrancou um olhar de desgosto de Aemond. O Targaryen havia sido obrigado por sua mãe a cumprimentar as filhas do Baratheon. — Oh não, não me diga que uma delas o rejeitou? Bom, ao menos poderá tentar novamente, as donzelas possuem o costume de crer terem o poder de transformarem o sapo em um príncipe.

Deveria ter sido uma provocação barata e ofensiva mas Aemond acabou por sorrir, ele não admitiria mas gostava daquilo, ao menos, era uma forma de estar ao lado de Daenerys. Ele sentia-se fora do eixo e inquieto por seus próprios sentimentos e anseios — esses que não compreendia ao certo — mas, atreveu-se a não pensar adequadamente e agir por seus impulsos sobre aquele acordo.

— Você não me parece diferente das donzelas nesse sentido — a acusação arrancou um olhar mortal da protagonista. Aemond zombou ao continuar: — Querendo transformar o Jacaré em um Príncipe.

Ela revirou os olhos com o trocadilho, tendo em vista que era o apelido usado pela princesa para provocar Aemond — uma alcunha criada pelos dois para se referirem ao Velaryon — mas, o Targaryen pôde vê-la rir escondido, mesmo que fingisse ter se irritado consigo.

O breve momento havia sido interrompido quando Daenerys viu Jacaerys convidar Elysabeth para dançar consigo, sua expressão oscilou e a falta de resposta fez com que Aemond seguisse o olhar, com um riso incrédulo. Jacaerys o recordava de seus tempos mais novos novamente. Havia muitas razões pelas quais Daenerys costumava ter dificuldades para resolver conflitos e a maior delas era sua persistência e teimosia, ver como o Príncipe agia parecia dar-lhe mais combustível.

— Príncipe Aemond não irá convidar-me para dançar? — Daenerys indagou, virando-se para o Targaryen.

— Eu não danço — a fala causou uma confusão mental. Apesar de não ter vê-lo dançar desde quando eram crianças, não era o caso. Aemond não falava sério, queria que ela o persuadisse para dançar, mesmo que fosse totalmente errado: — Se quiser, se humilhe para Jace e arrume sua situação.

A Princesa controlou-se para não gargalhar. Encarou o arredor, em especial, alguns dos jovens cavaleiros, sua mente borbulhando com diversas ideias de uma só vez.

— Tudo bem — a falta de insistência arrancou uma expressão de surpresa de Aemond.

— Bom...eu não achava que se humilharia tão fácil por um homem, princesa — o comentário do Príncipe Targaryen arrancou um sorriso vindouro de Daenerys. Ela virou-se sua expressão dissimulada ser mais do que um estímulo para empurrar Aemond para seu limite.

— Pelo contrário, meu príncipe — atreveu-se a dizer, fitando-o com certo apreço, a tensão pairando entre os dois, em uma diversão oculta, como uma competição atrevida. — Existem muitos homens se humilhando, tudo que preciso fazer é olhar em suas direções.

Ela aproximou-se, fitando-o, Aemond sentiu o cheiro agradável, ao qual atreveu-se a querer mais perto de si, os impulsos nos confins de sua mente, enviando impulsos para seu corpo, suas emoções traindo sua racionalidade com os olhos de safira devorando-o.

— Duvida de mim, Aemond? — ele não duvidava, essa era a questão. O Targaryen olhou por seu ombro, notando alguns o encararem, seja por desdém ou incredulidade.

Surpreendeu-a ao aproximar-se, igualmente pouco importando-se com as etiquetas sociais. Em seu ouvido, atreveu-se a sussurrar, a voz quente beijando seu ouvido: — A Rainha da Beleza e do Amor não encontrará dificuldades mas poderá dançar com seu companheiro pensando nele ou estará ocupada com a mente no bastardo, agindo de forma suja para o provocar?

Ela viu-se provocada, da pior forma possível, reparando nas próprias atitudes e em como Aemond despertou o pior em si, o ego sendo despedaçado. Foi, nesse instante, em que Daenerys Velaryon travou contato visual, mais do que deveria, não detendo nenhuma mentira em sua língua, sentindo-se profundamente atiçada.

— Não farei isso por ele, não é ele que está aqui comigo, ou é? — a fala deixou Aemond desconcertado, mais tenso do que deveria. Ela sorriu, aproveitando-se da guarda abalada dele para continuar: — Mais cedo, quando me deu uma rosa azul, passou dos limites. Para a corte, nós estamos flertando e quando eu estiver valseando com tantos pretendentes diferentes, será você a ser recordado como o príncipe que perdeu a oportunidade de dançar comigo, um frouxo.

O Targaryen tencionou a mandíbula, desejando desesperadamente beijar os lábios, tão próximos do seu mas, ele limitou-se a fitar os olhos, descendo sua visão aos lábios por curtos segundos antes de vê-la sorrir, distanciando-se de si.

Toda a atenção da corte voltava-se para o evento incomum, Príncipe Jacaerys Velaryon dançando com Lady Elysabeth Hightower. E, totalmente, tornou-se explícito aos olhos de Aemond uma constatação ridícula: Jacaerys poderia ter cogitado que tomando outra donzela para si, ele teria Daenerys de volta.

Ele não a conhecia propriamente? Aemond quis rir, observando o gênio indomável de Daenerys enquanto ainda via-se caindo no abismo de suas palavras rondando sua mente.

Feito o feitiço de uma sereia, ao levar seus olhos cor de safira na direção de Tylan Lannister — o herdeiro do Lorde Lannister —, capturou de imediato sua atenção, bastou piscar duas vezes para ter o loiro em sua direção, um sorriso pequeno formou-se em sua face, tendo sido convidada para uma dança, uma surpresa mais do que controversa, tendo em vista a pequena fênix emaranhando-se a um leão, dançando como se tivesse genuíno interesse.

Isso surpreendeu a todos, inclusive os verdes, incrédulos, mas, para ela, não passou de uma mera dança, escutando as investidas do leão orgulhoso e fingindo entreter-se completamente.

Jacaerys soube, seu tiro saiu pela culatra ao vê-la, isso é claro, porque por vezes — de forma sutil — ele notou que não era para ele que Daenerys encontrava-se com o olhar, era Aemond.

Ela não parou em uma mera dança, dando-se ao luxo de ter cinco diferentes parceiros de dança. Um sorriso pretensioso pairou nos lábios de Aemond ao reparar sua estratégia: por ser um homem orgulhoso, decidiu dançar primeiro com Tylan Lannister, atrevendo-se a lançar um olhar sutil para Sor Willem Blackwood, filho de Lorde Blackwood — esse que detinha uma aparência rústica mas com charme digno dos antigos deuses — causando risadas genuínas na princesa com cortejos, seguindo para o cobiçado Allerick Breesbury, um antigo amigo de infância e o filho mais novo de Lorde Breesbury.

— O que ela está fazendo? — Rhaena, um tanto preocupada perguntou. Ao seu lado, Lucerys fitou de esguelha seu irmão mais velho, Jacaerys continuava a dançar com Elysabeth, provavelmente pararia na terceira dança devido seu hábito de dançar junto de Daenerys apenas três vezes.

— Está aproveitando, não é assim que devemos nos comportar em bailes? — Baela soltou um sorriso radiante, querendo controlar-se para não rir, Baelon franziu o cenho para sua noiva. — Vamos dançar também, Bael!

Oh, mas Daenerys aproveitaria muito mais. Seus olhos travessamente percorreram o arredor após dançar com Allerick Breesbury e chocaram-se com Príncipe Aegon. Uma ânsia em sua goela foi superada pelo olhar de Jacaerys — como se estivesse a desafiando — e, ela sorriu na direção do Targaryen, o instante em que os verdes se entreolharam.

Sua quarta dança, quebrando a regra havia sido com Aegon, mesmo ignorando o cheiro de álcool, divertiu-se ao sentir-se como uma verdadeira sereia, deleitando-se na própria liberdade. Em sua última e quinta, sendo dada para o infame Príncipe Darius Martell, o dornês que abertamente pediu uma dança com um sorriso, ciente de que estava participando de mais um ato da Princesa Serpente.

— Pensei que só dançava três vezes, minha princesa — sussurrou ele, rente à seu ouvido, com um ar de diversão pairando no ar.

Daenerys cedeu-lhe o melhor dos sorrisos, como uma criança travessa, envolvendo-o em uma bela encenação, digna para causar os mais infames rumores e olhares cortantes.

— Algumas vezes, devemos ser insubmissos às nossas próprias regras — a eloquência e atrevimento arrancou a satisfação do Martell que riu, ao vê-la cinicamente adicionar: — Estou certa?

Do outro lado, Jacaerys Velaryon afastou-se de Elysabeth — deixando a Lady confusa mas na companhia de outras donzelas —, tomando uma taça de vidro em mãos, com vinho, esforçando-se para não quebrar em suas próprias mãos com a sensação insuportável formando-se, não reparando ter decidido estar ao lado justamente de Príncipe Aemond, o Targaryen que sorriu de lado ao notar.

Ao contrário de Jacaerys, Aemond não tinha ciúmes, mas um senso de orgulho, mesmo sem notar. Ele soube que para a corte, era uma demonstração de poder, notória influência, Daenerys gritou como poderia ter quem quisesse aos seus pés, e mais explícito do que isso, as valsas tornaram claro como o Príncipe e a Princesa Velaryon estavam disponíveis à cortejo, distanciando-se dos rumores de que noivaram secretamente.

— Não irá dançar com sua Rainha da Beleza e do Amor? — Jacaerys atreveu-se a indagar a Aemond, os dois lado-a-lado, a voz claramente banhada a cobiça, irritação. Pingos de vinho sobre a garganta deixou-o mais corajoso do que deveria e o Targaryen soube ao vê-lo dirigir-se para si.

Ele agradou-se pela reação de Jace.

— Não irá dançar com sua Princesa Serpente? — Aemond devolveu, a tensão pairando no ar no instante em que eles trocaram olhares. Em escárnio, o Príncipe adicionou: — Como um verdadeiro Príncipe Velaryon que é.

Os olhos violáceos eram cortantes, perfurando-o. Os dois estavam ao fundo de todos, ninguém deu-os atenção, quem sabe, tenha sido esse o motivo pelo qual Aemond atreveu-se a aproximar-se, inclinar-se na direção de Jacaerys, a aura ameaçadora mas provocativa, evocando a tensão eletrizante, mais do que isso, inapropriada.

— Parece muito interessado, até mesmo pediu sua prenda — observou Jacaerys, desviando o olhar sutilmente ao vê-la sorrir para o dornês. — Mais do que se atreveu a demonstrar.

— Achou minha prima de seu agrado, sobrinho? — devolveu Aemond, com um sorriso ladino. — Sempre demonstrou tanto apreço por ela, tem sido dessa forma desde que éramos crianças.

O Velaryon calou-se, de alguma forma, ele repetia as palavras de Daenerys de forma diferente.

— Alguém como você teria mais do que sorte em tê-la consigo mas, sorte pode acabar da noite para o dia, sei disso mais do que ninguém — Aemond lembrou-se da provocação de Jace ao beijar Daenerys e o encarar descaradamente. — Princesa Daenerys certamente parece ser mais do que você consegue lidar se não for mais astuto mas, quem sabe, seja exigir muito de você.

Jace riu soprado, mesmo com seu sangue fervendo diante da declaração do Targaryen.

— Sei o que sente por ela não é desprezo, mesmo que negue, você não soube superar de forma alguma a ausência dela mas, se está agindo dessa forma por alguma vingança meticulosa, não acredite que sou estúpido a ponto de não perceber que está a usando enquanto será você a se afundar — Jacaerys cuspiu as palavras, sem remorso algum.

— Geralmente sou eu a agir como a fera ao redor dela, não é? — Aemond deu um sorriso pretensioso, os boatos surgiam e incitavam o caos. — Mas não sou eu que está sendo cruel a ponto de fazê-la confiar em um inimigo.

O Targaryen inclinou-se à seu ouvido, seus olhos ainda vidrados em Daenerys dançando com Darius: — Você pode beijá-la, tocar seu corpo mas, no fundo sabe que nossos olhos ainda se cruzam, independente do motivo e isso o afeta profundamente.

Ao afastar-se, sorriu em uma falsa expressão amigável, ciente de que suas palavras afetaram Jacaerys da cabeça aos pés, por inseguranças as quais nem mesmo ele estava consciente antes de Aemond ter dito.

— Aproveite a companhia de minha prima durante o torneio porque certamente aproveitarei a companhia de Nerys — atreveu-se a usar o apelido de infância, ao qual ele, apenas Aemond usava, por fim adicionando, com ironia: — Não há dúvidas que está fazendo uma decisão muito sábia, meu sobrinho.

Assim, Príncipe Aemond saiu, com o fim da valsa dançada por Príncipe Darius e Daenerys, sobre as palmas animadas, deixando Jacaerys com vinho em suas mãos e o gosto agridoce da verdade, da mentira e confusão perfurando sua mente, a incredulidade e incerteza. Persistia descrente que uma criatura como Elysabeth poderia ser atroz como Daenerys alegava, suspeitava profundamente de como Aemond afetou a mente da Velaryon tanto quanto o ciúmes e irritação se apossaram de si.

Um par de olhos esverdeados, dotados de fome por poder, por caos devorou a cena, a conversa misteriosa dos dois príncipes, sendo ninguém menos que Lorde Larys Strong, um tanto fascinado perante o turbilhão de sentimentos, incitando ideias venenosas, essa que atenuou-se a cada instante do baile.

De acordo com Cogumelo, no entanto, o estopim do baile — um dos maiores escândalos descritos pela corte — no qual os historiadores entram em conflito para desvendar a verdade entre as diversas versões e controvérsias, isso porque Rainha Alicent decidiu indagar despretensiosamente para Príncipe Aegon — seu filho mais velho — se alguma das damas apresentadas teriam capturado sua atenção e o próprio ergueu sua taça, atraindo atenção de todos, homenageando e agradecendo as casas pela presença, uma ação estranhamente cordial vindoura dele, até que, ele arruinou tudo:

— Embora as belas damas aqui apresentadas, é meu dever, como um sincero Príncipe, declarar que apenas uma mulher, uma bela donzela à qual casaria-me, à qual devo toda minha afeição desde a minha tenra infância em que a vi, Princesa Daenerys Velaryon.

Os que ouviram, entraram em genuíno choque, havia sido uma proposição, uma declaração de uma só vez, causando um escândalo imediato. A fala caiu na graça de todos, uma confissão pública do futuro Rei Aegon, o Usurpador, seria um grande motivo para que as suspeitas sobre o incidente naquela noite ter sido orquestrado pelos verdes.

Isso porque, Daenerys Velaryon detinha poder sobre os homens, mais do que isso, de todas as donzelas, seria ela — definitivamente — a estar marcada nas páginas de fogo e sangue da Dinastia Targaryen, envolta de tramas políticas de verdes e pretos mas, naquela noite, conquistou um de seus maiores inimigos durante os eventos seguintes: Larys Strong.

✧˚ · ↳ ❝ [𝐍𝐎𝐓𝐀 𝐃𝐀 𝐀𝐔𝐓𝐎𝐑𝐀] ¡! ❞✧˚ ·

[01] — Espero que tenham gostado, tivemos um capítulo bem frenético, eu diria. O que estão achando das interações do nosso querido Aemond e da Daenerys? E essa tensão rolando entre o Jace e Aemond?

[02] — O desquerido do Aegon arrumando problema, muitas coisas irão acontecer com essa mera manifestação dele, fiquem cientes disso e guardem essa informação na cabeça. 

[03] — Por fim, devo avisar que o próximo capítulo é bem tenso, se você é sensível a um dos gatilhos mencionados nos avisos — no começo da fanfic — aconselho que tome muito cuidado ou pule, teremos uma dose de violência e um incidente ao qual eu diria muito traumático que irá afetar a fanfic mas, acredito eu que, as pessoas que leêm fanfic do universo de asoiaf/hotd/got estão 'acostumadas' com isso, certo? De todo modo, quis avisar.

✧・゚: *✧・゚:*

Data de Postagem: 08/07/2023

Contagem de Palavras: 6.000

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