DEGUSTAÇÃO - UMA MENTIRA PARA...

By Carlie_Ferrer

141K 14.5K 3K

Oláaaas, amoras minhas, como estão? Este livro já foi postado completo aqui e retirado. No momento, encontram... More

NOTA DA AUTORA
Capítulo 1 - O REENCONTRO
1 - SAMMY - PARTE 2
ÉDER
1 - ÉDER - PARTE 2
Capítulo 2 - A DESCOBERTA
2 - SAMMY - PARTE 2
ÉDER
2 - ÉDER - PARTE 2
Capítulo 3 - A MENTIRA
3 - SAMMY - PARTE 2
ÉDER
3 - ÉDER - PARTE 2
Capítulo 4 - O ENCONTRO
4 - SAMMY - PARTE 2
4 - SAMMY - PARTE 3
4 - SAMMY - PARTE 4
ÉDER
4 - ÉDER - PARTE 3
4 - ÉDER - PARTE 4
Capítulo 5 - O JANTAR
5 - SAMMY - PARTE 2
5 - SAMMY - PARTE 3
5 - SAMMY - PARTE 4
5 - SAMMY - PARTE 5
ÉDER
5 - ÉDER - PARTE 2
5 - ÉDER - PARTE 3
5 - ÉDER - PARTE 4 - FIM DA DEGUSTAÇÃO

4 - ÉDER - PARTE 2

1.3K 476 68
By Carlie_Ferrer

Oláaaas, amoras minhas, como estão?

Este livro já foi postado completo aqui e retirado. No momento, encontram-se apenas 5 capítulos para degustação.

Ele será repostado completo novamente, porém não há previsão de data.


Quando ela está prestes a partir, Brenda se aproxima de mim e pede para eu me despedir das duas, para que eu apareça ao lado dela, pelo menos fingindo que me importo. Inicialmente, eu não tinha a intenção de fazê-lo, mas algo me impulsiona a ir até a área social nesta noite fria me despedir da minha ex-mulher. Ela sugeriu uma passarela espelhada e arranjos incríveis para a minha noiva.

Sammy usa um vestido florido e botas. Seu casaco, como sempre, não parece quente o bastante para o frio que faz agora. Ela chegou logo após o almoço, não deve ter pensado que passaria tanto tempo aqui. Está ao telefone com alguém, e escuto o nome da filha: Anya. Sady sugeriu esse nome quando fizemos o primeiro teste de gravidez e nos apaixonamos por ele. A Anya dela agora não é minha também. Ela encerra a ligação dizendo que já está indo para a casa e vem se despedir.

— Você não tem casacos de verdade? Está sempre com essas coisas finas — comento evitando olhar para ela.

— Tenho, mas o sujei na sexta à noite e me esqueci de lavar.

Cerro as mãos em punhos e ela está sorrindo.

— Que pena, pois agora irá sentir bastante frio até chegar à sua casa — respondo e ela dá de ombros, como se não fosse nada demais. — Sua filha está bem? Está com sua mãe?

O sorriso dela some e sua expressão é estranha. Ela olha nos meus olhos, coisa que quase não faz, penso que é difícil para ela fazer isso. Mas está fazendo agora e há algo em seu olhar, uma tristeza profunda. Seus ombros parecem cair de repente e seus olhos enchem, tenho certeza disso.

— Você não sabe... — diz baixinho.

— Não sei o quê?

— Minha mãe não... — Parece difícil o que quer que ela vá dizer. — Ela não está mais aqui.

— Como assim não está mais aqui?

A conversa à nossa volta cessou, todos parecem estar prestando atenção em nós dois, ela percebe isso, ainda assim, aproxima-se de mim.

— Você se lembra da última vez que fomos visitá-la na prisão? Você percebeu que ela parecia diferente, não parecia mais ela. — Eu assinto, recordando que a sempre alegre e radiante Sady Ferraz estava triste e apagada, mas levando em consideração que ela estava presa injustamente, era compreensível que não estivesse feliz naquele ambiente. — Bem, um advogado muito competente assumiu o caso dela e entrou com um recurso contra a sentença. Ele conseguiu reduzir sua pena e ela foi libertada. Isso aconteceu logo depois de você ter ido embora, foi tudo muito rápido.

— Bom, isso é ótimo, não é?

— É, claro! Mas ela não era mais ela. E mesmo depois de estar livre, não voltou a ser ela. — Ela olha para as pessoas à nossa volta prestando atenção na conversa.

— Do que está falando, Sammy?

— Ela não conseguiu arrumar outro emprego por ter um histórico criminal e, aparentemente, perdeu a esperança. Ela foi se apagando aos poucos, desistindo, e... ela tirou a própria vida.

Ela diz rápido e tão baixo, que penso ter entendido errado. Mas as reações de Brenda e Carmela demonstram que não entendi. Ela disse isso mesmo. Disse que Sady tirou a própria vida. Não consigo reagir. Faço um gesto com a cabeça que nem percebo, apenas quando Oliver passa o braço em volta do meu ombro. Também não tenho mais forças e me sinto cair. Oliver me ampara, tudo parece confuso, a notícia cai como um peso em meu coração, deixando-me atordoado e triste. É difícil assimilar. Isso deve ser mentira. Sady não faria isso.

— Você está mentindo — acuso Sammy. — Só quer me ferir, está mentindo, Sammy.

— Quem dera eu estivesse. Ela está junto com meu pai, se quiser visitar o túmulo dela. Eu sinto muito.

Sady foi o mais próximo a uma mãe que tive. Mesmo depois de tudo, ela me confortou com um abraço e me desejou boa sorte. Ela era a própria personificação da alegria, sua risada alta, escandalosa até. Seu jeito incomum e acolhedor. Alguém como ela não teria um fim como esse. Não é justo.

— Oliver, leve a Sammy em casa, por favor — peço e ele concorda.

Brenda nem questiona desta vez. Percebo que ela está ao meu lado, segurando minha mão, algo que eu nem havia percebido. Sammy segue Oliver, mas olha para mim até desaparecer de vista. Se ela soubesse...

Nos últimos dias, desde que Sammy voltou para minha vida, tenho questionado a decisão que tomei, mesmo sabendo que não havia outra escolha. E me pego imaginando como seria se, depois que eu concluir minha vingança, um milagre a fizesse me perdoar. Não que eu acredite que isso possa acontecer, mas tê-la de novo por perto fez meu coração voltar a bater. E agora, mais do que nunca, entendo que não há futuro entre nós. Nunca houve. Preciso me afastar dela, definitivamente, preciso cortar essa coisa que começa a crescer dentro de mim, que parece trazer a vida de volta quando ela está perto, porque não mereço isso.


Na manhã seguinte, dirijo-me ao bosque onde o pai de Sammy e Sury foi sepultado tantos anos atrás. Ele não teve a chance de conhecer Sury, e as lembranças de Sammy sobre ele são escassas. Sinto um misto de ansiedade e esperança de que tudo seja apenas uma mentira cruel e vingativa por parte de Sammy. Desejo ardentemente chegar lá e encontrar apenas a lápide de Yan Ferraz Lima. No entanto, ao chegar ao local, vejo a lápide ao lado: Sady Ferraz. Sammy não mentiu. A realidade se impõe diante de mim, trazendo consigo uma onda de emoções avassaladoras.

— Você prometeu, Sady, disse que tudo ficaria bem. Então por que fez isso?

Nem sei quanto tempo passo aqui questionando alguém que não me dará qualquer resposta, sentindo uma dor que não será consolada. As dores que tenho sentido não têm consolo. Nenhuma delas.

— Você prometeu! — cobro assim mesmo.

Uma mão toca meu ombro com cuidado e a voz de Sammy diz:

— O que ela te prometeu?

Não consigo olhar para ela, em vez disso sinto-me travado aqui, por seu toque. Eu deveria dizer toda verdade. Enfrentar de uma vez seu ódio, afinal, eu o mereço. O lugar onde estamos agora é a maior prova disso. Mas escolho ser egoísta.

— Que cuidaria de você — respondo. — Ela prometeu, Sammy.

— Ela cuidou o quanto pôde.

— Não, você não entende... — Não foi o que combinamos. Ela não cuidou como combinamos.

— Não a culpe. Talvez ela não tivesse consciência que estava tão perto do seu limite — ela diz e se afasta, tirando a mão do meu ombro, o calor dos seus dedos me deixando e entendo o que disse.

Acho que posso entender isso.

— Você quer falar com ela, não é? Eu estou indo — digo me levantando e finalmente a observo.

O sol banha os cabelos castanhos de Sammy, que agora estão compridos. Eles dançam ao vento no local elevado onde estamos. A luz solar também se reflete em seus olhos, tornando-os mais claros e brilhantes. Sammy é tão bela que rouba a graça de qualquer cenário. Embora estejamos em um cemitério, localizado em um bosque com uma vista serena e deslumbrante de vegetação e montanhas, não é necessário apreciar a paisagem para encontrar beleza e serenidade em meio à dor da perda. Sammy irradia essa beleza e calma. Eu estava perdido por muito tempo quando a vi pela primeira vez. E lembro-me exatamente de como me senti: fascinado e tranquilo, como se tudo estivesse bem e fizesse sentido.

— Você realmente gostava muito dela — ela observa. — Sinto muito não poder te consolar.

— Acho que você tem o direito de estar surpresa por isso — constato. — Não sinta por mim, Sammy, eu não mereço seus sentimentos. E já estou habituado a dores inconsoláveis. Nada pode me consolar.

Viro-me e a deixo ali. Saio pelo portão por onde entrei, observo os carros estacionados, mas não me lembro onde deixei o meu. Não consigo chorar. Meus olhos enchem, a dor me sufoca e não transborda, mas fica presa aqui dentro como um castigo. Tenho que acomodá-la em algum lugar entre outras dores inconsoláveis que também carrego aqui. Há dias em que elas se tornam combustível para que eu siga com minha vingança. Há dias, como hoje, em que elas me fazem sentir toda a culpa, mas essa culpa ainda me instiga a vingar-me. E há Sammy, essa dor à parte, a maior dor, a mais perigosa, porque me faz querer desesperadamente o impossível. Não posso desviar do meu propósito, e Sammy me distrai dele. 

Continue Reading

You'll Also Like

551K 35.1K 84
Moana aos 17 anos se vê sequestrada por um cara totalmente desconhecido Onde o mesmo meteu na cabeça que moana pertence a ele e que sempre pertenceu...
42.9K 2.5K 63
Jade Carter é uma adolescente normal, mas sua vida começa a dar errado quando os pais mandam sua filha para um colégio interno rígido. As coisas come...
15.4K 894 38
Sophia de 24 anos está com a data do seu casamento marcada com Beck de 26 anos Mas oque Sophia não sabia é que Beck tem um irmão gêmeo o amalucado...
643K 7.2K 5
Até onde uma obsessão, um desejo descontrolado e até mesmo assustador, pode te levar? Cassandra cresceu em uma família conservadora que era regida...