HOTEL CARO โ” gabigol

By ellimaac

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By ellimaac

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SALTO TEMPORAL
32 semanas de gestação

— MIKE!? — CHAMO pelo meu cachorrinho que estava correndo em direção ao mar até agora. — Vem, filho. Vamos entrar.

Como um bom doguinho, ele corre em minha direção e eu me abaixo, com certa dificuldade já que minha barriga a cada dia que passa fica ainda maior e dificulta a minha mobilidade. Pego o filhotinho no colo e dou uma espremidinha nele pois não aguento tanta fofura. 

— Você é a coisa mais fofa desse mundo — digo com a voz fina de criança.

Recebo uma lambida no maxilar pelo carinho no focinho e, então, começo a caminhar de volta para minha casa que era a poucos metros da praia, graças a Deus.

Não estou aguentando andar.

Completei 32 semanas na quinta-feira. Os dois pães que um dia já foram meus pés, não são os mais fortes do mundo e as caminhadas se tornaram tão torturantes que eu faço o máximo que consigo para evitá-las.

O problema é que eu amo o mar. Amo a praia, a brisa gelada de um sábado à tarde ou o cheiro da água salgada. Amo inclusive a sensação da água batendo nos meus tornozelos.

Isso aqui é minha paz. Meu refúgio.

Por isso me forço a vir até aqui todos os dias. Nem que eu venha me arrastando.

Eu nunca estou sozinha. Essa semana Dhiovanna ficou por aqui. Mas foi embora ontem de manhã. De volta para São Paulo e para os braços de seu homem. Ela me mata só de pensar que eu disse tal coisa. O relacionamento dos dois é puro cu doce misturado com falta de senso. E eu, infelizmente, a compreendo mais do que ninguém.

Hoje, eu não fiquei a mercê da solidão, graças a Deus.

Francisca, a cozinheira, ficou comigo o dia todo, mas foi embora já faz umas duas horas. Não vou segurar a mulher o sábado todo, né? Tenho que ter consciência das coisas. Ela tem filhos para dar atenção e alguns sobrinhos que são agregados a sua casa.

Com Mike no colo, volto para a minha mais nova casa.

Estou tendo a vida dos meus sonhos? Sim, caralho. Casa perfeita. Um namoro saudável. Se a gravidez estivesse sendo maravilhosa que nem nos filmes, tudo seria ainda melhor. Mas sou grata pelas coisas do jeito que estão e por eu ter uma vida estável finalmente.

Engraçado pensar que foi preciso tudo virar de ponta cabeça para que, enfim, desse certo. Foi preciso uma noitada com um rival.

Já faz algumas semanas que eu moro aqui na minha casa de praia. Bom, algumas semanas é piada. Quando vim para cá eu estava com 26 semanas recém completadas. Agora estou com 32 e pronta pra entrar no oitavo mês de gestação.

TEM NOÇÃO DISSO? Falta muito pouco pros meus filhos nascerem. A previsão é que venham dia 06 de julho. Mas por causa dos riscos, eu devo me preparar para o parto uma ou duas semanas antes.

Falta um pouco mais de um mês.

Por isso que ajeitamos a casa. Tivemos que preparar tudo pra vinda dos bebês mesmo que ainda faltem algumas semanas. Os riscos nos preocupam, sabe?

Trouxemos tudo da antiga casa pra cá, mas mantivemos os móveis porque a casa mobiliada é o charme do lugar. A única coisa que precisou de reforma foi o meu quarto. Colocamos uma cama king, ampliamos o closet e colocamos um lavatório com duas cubas no banheiro para facilitar o processo pela manhã, mesmo que Gabriel acorde muito mais cedo do que eu e a gente mal se veja.

Aliás, hoje eu nem o vi. Ele disse que precisaria treinar mais pro jogo de amanhã contra o Corinthians e para a Copa do Brasil que vai ter na quarta-feira. Um clássico Fla-Flu. Está explicado o porquê do desespero. O último confronto entre os dois times, rendeu a vitória do Fluminense e o título do Carioca numa virada histórica.

Fluminense deu uma de Palmeiras e meteu logo quatro no jogo de volta.

Assim que piso em casa sou surpreendida com as malas no Hall de Entrada e com as três pessoas invadindo meu lar.

— Esse portão é chique demais, não sei fechar, não — diz meu pai enquanto apertava inutilmente o controle do portão.

— Mãe! — exclamo, fazendo a mais velha notar a minha presença e vir correndo em minha direção com os braços abertos. — Pensei que só viriam amanhã.

Coloco Mike no chão que começa a correr pra longe e me aproximo da minha família.

— Seu pai estava com saudade e decidiu antecipar a viagem.

— Saudade da minha princesinha — o velho me abraça também, mas com muito mais cuidado do que minha mãe. Acho que ele pensa que eu sinto dor com qualquer tipo de contato.

Depois que eu fiquei internada, as preocupações de todos duplicaram. Meu pai só está sendo um pouco extremo em achar que sou sensível que nem vidro fino.

— Como você está?

— Hoje está tudo bem e calmo.

— E a pressão, filha? — Minha mãe pergunta.

— Nunca mais subiu desde aquele dia.

— Ainda bem — ela olha pra cima, num gesto de agradecimento divino. — E os bebês?

— Meus palmeirenses aqui já estão pulando de ansiedade pelo jogo de hoje contra os peixes? — Meu pai abaixa a cabeça e toca em minha barriga redonda. Estou de cropped, minha pele está totalmente exposta. — Nossa, filha, sua barriga está enorme.

— Não é mesmo, pai? Os bebês ganharam muito peso nessa última semana. Fiquei besta quando subi na balança.

— Quantos quilos 'cê 'tá?

— 75 redondo. Eu nunca tive esse peso. Engordei 20 quilos e eu estou entrando no oitavo mês ainda.

— Que gorda — zomba Lucas. Reviro os olhos pra ele, mas aceito seu abraço e o beijo que deposita em minha bochecha. — Fala ai, meus parcinhas. — Ele cutuca minha barriga e eu sinto um pouco de cócegas. — Quem de vocês está gordo pra cacete? Aiii.

Lucas geme e pelo tapa que minha mãe dá com gosto na cabeça dele.

— Olha a língua, garoto.

— Desculpa — ele alisa a região do tapa com uma careta.

— Não quer ele pra você, Luanna?

— Oxi, mãe. Vai me doar, é?

— Você 'tá acabando com o pouco de paciência que me resta, Lucas. A casa da sua irmã é grande, dá pra você ficar aqui, é bom que você ajuda no que for necessário.

— VOU MORAR COM O GABIGOL!??? — O adolescente falta infartar de felicidade.

— Viu? Pode ficar — minha mãe faz uma careta, empurrando Lucas em minha direção que está com o sorriso mais feliz do mundo. — Ele quer ficar por aqui mesmo e como ele me enche o saco o dia inteiro, vai ser uma alegria ficar sem ele por uns dias.

— Nossa, véia, pensei que me amasse.

— Me chama de velha de novo e você vai ver o meu grande amor por você, moleque.

O garoto encolhe os ombros e pelo bem da própria vida, sai de mansinho antes que comece a apanhar da mãe.

— Bom. Chegaram bem na hora do jogo — digo, me referindo ao jogo do Palmeiras que vai começar daqui a pouco.

Palmeiras e Santos, um bom clássico pra passar num sábado a noite, onde irei me aconchegar no sofá com um balde de pipoca em cima da barriga redonda e relaxar, vendo meu time ganhar dos peixes.

— Francisca fez sopa, eu posso esquentar pra gente comer assistindo ou posso fazer pipoca — eu quero pipoca, mas como estou com visitas, faço o que eles desejarem.

— Nada disso — meu pai passa o braço pelos meus ombros e começa a me arrastar junto com ele até a sala de televisão porque pode acreditar essa casa aqui é tão grande que tem sala pra tudo. — A gente dá um jeito na comida depois, filha. Você vai sentar e descansar.

Não questiono. Apenas deixo que ele me conduza e cuide de mim.

Pensei que o jogo iria começar às 19, mas só se inicia às 21.

Então eu fico ali batendo um bom papo com minha família até a hora do jogo. Lucas até aproveitou pra esquentar um pouco de sopa pra si mesmo.

Enquanto conversamos aproveito para pegar as roupinhas que comprei em sites de bebês as quais chegaram hoje pela manhã e mostro aos meus pais.

Comprei uns macacões, pijaminhas e roupas de inverno porque os meninos vão nascer justo em julho. Tenho que estar preparada para à friaca.

Comprar roupinhas e acessórios para os bebês se tornou meu novo hobby. Sou apaixonada pelas fofuras que fazem em miniatura. Mostro tudo pro Gabriel quando ele chega. Queria que ele escolhesse comigo, mas não o culpo pela vida agitada que leva.

Me dou conta da ausência de Gabriel e até verificaria as mensagens, mas meu celular está lá em cima e eu não estou nem um pouco afim de subir essas escadas.

O jogo começa pra alegria dessa família palmeirense. Mas eu preferia que não tivesse começado. Que jogo feio do caralho. Poucas oportunidades, muita marcação e nada de contra-ataque.

— Ah, vai tomar no cu, Dudu! — Dou um salto do sofá, puta pelo gol que ele perdeu. — Puta que pariu, como é possível?? Que zika do caralho é essa?

— Calma, Lu — meu pai e Lucas estão segurando meus ombros e me forçando a sentar de novo, mas é minha mãe que está pedindo calma. — Olha os bebês.

— Do jeito que eu 'tô nervosa, essas crianças vão nascer agora!!

— Luanna — meu irmão falta me afundar no sofá. — Sossega a bunda nesse sofá, mulher. E deixa meus sobrinhos bem quietinhos no forninho.

— Porra de jogo feio — fico indignada. — Como que perde um gol feito desses, minha gente? Meu Deus.

Não é de hoje que o Dudu anda perdendo gol. O cara está zikado.

O jogo continua do mesmo jeito. Feio. Parado e com nenhuma grande oportunidade.

— Ah, vai se foder! — Pulo do sofá de novo e dessa vez ninguém me segura, está todo mundo de saco cheio depois desse empate ridículo do caralho. Vontade de meter um soco na cara de todo mundo. — Fizeram porra nenhuma! Nenhum de vocês. Ainda bem que o Gustavo 'tá de fora. Se não eu ia ligar pra ele agora e xingar até perder a voz.

Santo Deus, que ódio.

— Cheguei na hora errada? — Gabriel pergunta brotando na sala de repente e fazendo meu coração parar com sua presença.

Mesmo assim, estou puta demais e nem consigo olhar pra ele.

— Sim! — Exclamo, ainda olhando pra maldita televisão e com o dedo do meio bem erguido pra torcida do Santos aparecendo na tela. — Jogo ridículo. Estressante. Perdemos uns gols feitos.

— Nem pode falar do Flamengo depois dessa, preta.

— Puta que pariu, Gabriel! — Lucas exclama de repente, me assustando com seu xingamento inusitado. — O que foi que você fez?

Olho para Gabriel finalmente e, então, entendo o que meu irmão está falando.

— Não acredito! — Arregalo os olhos, vendo o cabelo dele. — Foi por isso que chegou tão tarde! Que surpresa do caralho!

— Gostou? Fiz pra você. Depois daquela declaração de amor ao meu cabelo de 2021, eu tive o dever de voltar com tudo, não?

— Porra — me aproximo dele só para tocar e ter certeza que é real. — Puta merda. Eu amei, Gabriel! Meu Deus. — Chega meu coração acelerou de emoção e surpresa. — Era tudo que eu queria depois desse empate.

O abraço espontaneamente, onde por impulso ele segura minha cintura e me aperta meio sem jeito por causa do volume gigante em nosso meio.

Mesmo assim, aproveito a oportunidade para passar os dedos pelo cabelo e me sentir a mulher mais realizada do mundo.

Eu 'tô só aquele áudio: fode a minha boceta, seu filho da puta. Deixa sua marca de tapa na minha bunda.

Se tinha como esse homem ficar ainda mais gostoso, acabou de acontecer. Meu Deus do Céu. O cabelo loiro platinado que com certeza precisará de um corte químico daqui uns meses. Mas que o deixa tão gostoso que eu tenho vontade de arrastá-lo lá pro nosso quarto e sentar até o priquito fazer bico.

Pena que eu estou grávida e capenga. Não tenho força nem pra andar, quem dirá pra sentar num macho.

— Até os meninos gostaram — digo ao me referir a bagunça que se tornou a minha barriga uma hora dessas. — Seus filhos amaram o loiro pivete.

— Quando eu 'tô loiro, exquece! — Gabriel debocha, levando uma mão à minha barriga e fazendo um carinho, seus olhos brilham e ele fica radiante ao olhar para o volume. — Quando o papai 'tá loiro, esquece.

— Agora fodeu a porra toda mesmo — meu irmão brinca, se colocando em pé ao nosso lado e até diria que está olhando apaixonado para o meu namorado. — Gabigol loiro, terror dos rivais.

— Puff — meu pai bufa, se mantendo sentado no sofá e fazendo todo mundo olhar com dúvida para ele. — Terror de ninguém mais. Já foi se o tempo.

— Toma cuidado seu Zezo, Palmeiras e Flamengo se enfrentam em julho. Será que vou meter dois gols em vocês de novo?

Meu pai solta uma risada genuína.

— Que seja, assim se repetirá. Quem foi o vencedor do último confronto mesmo, meu filho?

— Vai debochar mesmo depois desse empate ridículo contra o Santos, sogrinho?

— Você, como flamenguista, não pode falar muito da gente, né? — Vou ter que concordar com meu pai, mas tanto Lucas quanto eu nos mantemos em silêncio. — Você vive uma fase maravilhosa e o Flamengo então. Por que mandaram o Dorival embora mesmo hein? Apesar que com o VP já 'tava bom. O cara perdeu cinco taças, isso é uma grande marca. Ninguém bate essa meta, não em tão pouco tempo.

— E o mundial, hein, seu Zezo? — Gabriel provoca com uma mão na cintura.

— O que eu não tenho ou o que você nunca viu?

— Meu time é campeão — ele ri.

— 'Cê nem nascido era, garoto. Nunca comemorou esse título. Aquela taça toda empoeirada que você não viu sendo levantada.

— Chega de ficar se cutucando, vocês dois! — Minha mãe joga uma almofada na cara do meu pai e entrelaça o braço com o meu e o de Gabriel ao mesmo tempo. — Que tal a gente esquentar a sopa?

— Eu topo, Dona Rita — Gabriel se anima. — Estou faminto.

— Eu tam... — Nem consigo terminar de falar ao gemer e levar uma mão à barriga por isso.

Ah, não. Que merda de dor foi essa agora?

— Que foi? — Gabriel é o primeiro a perguntar.

Meu pai levanta rapidamente e fica de frente para mim, assim como Lucas. Todos com as mesmas expressões de susto e preocupação.

— Uma pontada, bem aqui — aliso a região abaixo do umbigo.

— Contrações?

— 'Tá muito cedo — a dor passa, mas o medo se instaura em meu peito. Ah, porra, mais um problema agora, não.

— Deve ter sido por causa do jogo — minha mãe me tranquiliza. — Você exagerou, minha filha. Vamos comer e a gente mede sua pressão. Se a dor continuar a gente vai no hospital. Tudo bem?

A calma dela é essencial para que o pânico não se instaure entre nós. Mas não foi o suficiente para não me deixar em alerta. Mesmo assim a sigo até a cozinha e espero a sopa esquentar enquanto minha mente vai longe com as paranoias.

E saiu o capitulo do loiro pivete!! Dei uma adiantada no tempo da fic porque estava ansiosa.

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