𝗻𝗲𝘃𝗲𝗿 𝗴𝗼𝗻𝗻𝗮 𝗯𝗲 𝗮...

By pronsgs

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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ╰ i'll hold you 'till ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤthe hurt is gone . . . Frederick era um homem que havia sofrido co... More

ㅤㅤ꧞ ⚔ 𝐢𝐧𝐭𝐫𝐨𝐝𝐮𝐜𝐭𝐢𝐨𝐧 !! ꕀ
ㅤㅤ꧞ ⚔ 𝐞𝐩𝐢𝐠𝐫𝐚𝐩𝐡 !! ꕀ
───── • 𝗉𝖺𝗋𝗍 𝗈𝗇𝖾:.
𝟬𝟬𝟬.ㅤ› 𝗣𝗥𝗢𝗟𝗢𝗚𝗨𝗘 . . .
𝟬𝟬𝟭.ㅤ› traffic jam . . .
𝟬𝟬𝟯.ㅤ› the friendly policeman . . .
𝟬𝟬𝟰.ㅤ› tell it to the frogs . . .
𝟬𝟬𝟱.ㅤ› the center for disease control . . .

𝟬𝟬𝟮.ㅤ› welcome to atlanta . . .

616 79 45
By pronsgs

CAPÍTULO 002 !! ꕀ
bem-vindos a atlanta

ㅤㅤAs primeiras semanas no acampamento haviam se passado; algumas tarefas estavam sendo divididas, e haviam turnos para vigias serem feitas sob o trailer do Senhor Horvath. Apesar de nenhum infectado ter conseguido chegar até ali, eles precisavam se previnir.

Até então não haviam ocorrido brigas e nem maiores problemas; apenas Merle, que quis começar uma discussão com o "líder" do acampamento, mas logo seus irmãos lhe impediram e mandaram calar a boca. E não era a primeira vez que o homem havia sido um idiota, mas Frederick preferia ignorar do que bater boca com o mais velho - pois sabia que seria em vão -.

Daryl outra vez havia o trazido de volta para seu lado do acampamento, após Merle fazer algumas graças. O mais velho ficou com uma cara amarrada e fazendo algumas reclamações, as quais não eram a primeira vez:

ㅡ Ainda acho que devíamos meter fogo e sair daqui. - Merle resmungou.

ㅡ E ir para onde, cara?! - Fred o perguntou, já cansado daquela conversa.

ㅡ Fort Benning. Ouvi o Senhor Mandão falando de algumas bases militares por aquele lado.

ㅡ Ele não tem certeza disso. - o mais novo continuou, ainda comendo sua comida enlatada. ㅡ Seria arriscar uma chance em vão.

ㅡ É? E o que temos a perder, cara?! - Merle rebateu. ㅡ Prefere isso, ou ficar aqui brincando de casinha com esses otários?!

ㅡ Escuta, Merle! - Frederick bateu seu talher com força no fundo da lata, se irritando.

Os mais novos, que prestavam atenção na discussão, se assustaram levemente e trocaram um discreto olhar, ouvindo Fred completar em seguida:

ㅡ Você quer ir? Vai! Se acha que não tem nada a perder, eu vou entender se quiser partir. Mas eu vou ficar, 'tá legal? Não estou pensando na minha proteção ao ficar aqui, e sim neles... - apontou para os garotos, Sabrina e também Muffin. ㅡ Não vou arriscar minha família e sair por aí no meio daquelas coisas para chegar em um lugar que não tenho certeza que é real, está bem? E outra... acha mesmo que se essas bases militares existirem eles vão deixar qualquer um entrar de bom grado? - completou, suspirando e encarando o irmão por um tempo.

Daryl suspirou fundo, trocando seu olhar entre os dois irmãos, enquanto ainda mastigava sua própria comida. Viu a tensão que havia ficado entre os dois, e como Merle dizia com seu olhar que gostaria de continuar a bater boca e talvez acertar uns socos em Fred - e o Dixon que observava quis acreditar que o mais velho apenas não fez aquilo pela presença das crianças naquele momento -; O mais novo, ao contrário, apenas o ignorou e voltou a sua atenção para o que fazia antes.

Eles continuram naquele profundo silêncio, apenas com os sons de suas latas sendo esvaziadas e bocas em movimento. Aqueles eram um de seus últimos enlatados; a comida estava chegando ao fim, assim como água e outros itens. Já começaram a racionar há dois, e sabiam que logo teriam que fazer algo para conseguirem mais itens de sobrevivência.

Não eram apenas os Dixon's quem haviam percebido aquilo, as demais famílias no acampamento já haviam comentado sobre como suas coisas estavam acabando.

ㅡ Pessoal... - Shane chamou a atenção, após se levantar no meio do acampamento. Assim que todos se viraram em sua direção, ele continuou: ㅡ Como sabem, nossas comidas estão acabando. E tempos pouca munição, que não seriam suficientes para uma caçada na floresta, já que usamos boa parte dela nos infectados que apareceram no começo da colina.

Nenhum infectado havia alcançado o acampamento, mas isso porque haviam sido eliminados no meio do caminho. Alguns solitários já haviam sido encontrados pela floresta, próximo ao riacho e também na estrada da pedreira. Não um número para se alarmarem, por isso ainda continuavam "tranquilamente" naquele lugar.

ㅡ Por isso - Shane continuou. ㅡ, acho que precisamos começar a planejar uma ida até a cidade, em busca de suprimentos. - disse o policial. ㅡ Então... se houver voluntários...

ㅡ Eu posso ir. - um rapaz levantou a mão, ficando um pouco sem jeito ao ter tantas cabeças viradas em sua direção. ㅡ Conheço Atlanta, sou rápido e sei ser silencioso, posso entrar sem aquelas coisas me verem.

ㅡ E você sabe usar uma arma? - Shane perguntou.

ㅡ Ãh... não. - antes de contradições, o rapaz completou: ㅡ Mas isso não é necessário! Posso levar uma pá ou outra coisa comigo, apenas para manter os bichos longes o suficiente. - e ele ainda achou necessário dizer: ㅡ Vou ficar bem.

Fred o observou. Se lembrava vagamente do asiático se apresentando como Glenn na primeira semana de acampamento. Ele era alguém prestativo e realmente ágil, e obviamente nunca havia segurado em uma arma antes. Se sairia bem em Atlanta se tivesse um pouco de sorte.

ㅡ E vai sozinho? - Shane perguntou. Glenn deu de ombros, concordando como se não visse o problema. ㅡ Uma pessoa não vai conseguir trazer muitas coisas. E se muitas daquelas coisas aparecerem, isso também vai ser um problema para você. - o Walsh completou o olhando, mas logo se virando para os demais em sua volta como sugestão.

Ninguém mais havia se manifestado para a missão.

Houve um grande silêncio, e trocas de olhares nervosas uns com os outros. Ninguém exatamente estava achando empolgante ir até a cidade de Atlanta; não sabiam o que encontrariam por lá, mas devido ao ataque de bombas e depois os infectados na rodovia, sabiam que não encontrariam boas coisas na capital.

Fred estava em silêncio como os outros, mas, diferente deles, estava pensativo. Olhava para Glenn, vendo como o rapaz estava começando a se arrepender de se voluntáriar, depois de seu cérebro trabalhar nas palavras anteriores do Walsh. O Dixon realmente não achava que o asiático teria muitas chances sozinho em Atlanta, mesmo o quão rápido ele fosse.

Involuntariamente sua cabeça se virou levemente para o lado, e ali ele encontrou Dominic já lhe encarando. Por um momento, pareceu que o mais novo pôde ler os pensamentos do pai; ele deu um pequeno sorriso, fazendo um leve sinal na direção dos outros com a cabeça. Fred suspirou fundo, se virando para ali e anunciando:

ㅡ Eu vou com ele. - Fred tentou ignorar as pessoas que não se esforçaram em esconderem suas surpresas, e continuou: ㅡ Eu sou caçador, sei me virar nessas situações que precisa de silêncio. Também tenho uma arma branca, e uma de fogo, caso as coisas saíam de controle. - explicou.

ㅡ Se não for problema para nenhum dos dois a companhia um do outro. - Shane olhou diretamente para Glenn, que prontamente negou. Depois, viu Fred apenas lhe encarando, e soube entender seu silêncio. ㅡ Ótimo! Podemos fazer uma lista de coisas, e depois vocês saem quando estiverem prontos. - o policial concluiu, logo se movendo.

Fred observou o grupo se dispersando, antes de virar de volta para os que lhe acompanhavam, já sabendo as reações que encontrariam. Apenas Merle parecia realmente indignado e incrédulo naquele momento, logo o abordando:

ㅡ Prefere não se arriscar, huh?!

ㅡ Isso é diferente está bem? - o mais novo disse simplesmente, encarando Merle se afastando deles. Fred se virou para o outro irmão mais velho: ㅡ Algo para dizer também?

ㅡ Tenho. Vê se faz essa busca valer a pena e me traga uns pacotes daqueles meus amendoins favoritos. - Daryl disse, colocando a própria crossbow nas costas. ㅡ Eu vou caçar uns esquilos enquanto isso. Vocês dois vêm? - perguntou para Bryan e Sabrina, enquanto já ia caminhando até a floresta.

Daryl esteve tentando ensinar aquela dupla a caçar durante os últimos dias. Na maioria das vezes voltava dizendo que eles ficaram tagarelando a maior parte da caminhada, atrapalhando seu trabalho, mas era bom ver os mais novos contando com empolgação o que haviam feito - e também tendo algo para se distrair durante aquele tempo -.

ㅡ Sem pressão... - Bryan começou para o pai, antes de ir atrás do tio: ㅡ Mas é bom você voltar. E com alguma coisa legal para mim!

ㅡ Pode deixar, Bry. - Fred sorriu, logo vendo o mais novo lhe abraçando com força e rapidamente.

ㅡ Amo você! - gritou, saindo aos tropeços atrás de Daryl, com Muffin logo atrás de si.

Fred o observou com um pequeno sorriso nos lábios, enquanto respondia o filho em seus pensamentos. Pelo canto dos olhou viu Dom parado ao seu lado, também observando divertido o irmão.

ㅡ Algum pedido também? - Frederick perguntou, se virando de frente ao primogênito.

ㅡ Só que você se cuide, velho. - Dominic sorriu com o canto dos lábios, vendo o pai revirar os olhos.

ㅡ Até mais tarde, garoto. - Fred disse, batendo na aba do boné vermelho do filho, antes de se afastar do mesmo.

Carregava apenas sua crossbow enquanto ia em direção de Shane e Glenn, que estavam reunidos com Dale e Lori em um capô de um carro.

ㅡ Dixon. - Shane o cumprimentou, antes de falar: ㅡ Aqui está a lista de coisas que mais precisamos. O bom é que não precisamos preocupar com a água, já que podemos pegar a do riacho e ferver para usar.

ㅡ Aqui tem uma ferramenta para ajudar vocês abrirem alguma porta, se precisarem. - Dale entregou um alicate para Glenn.

ㅡ Qual é a sua? - Shane perguntou para Fred, apontando para a arma em seu coldre.

ㅡ Uma pistola automática calibre trinta e oito. Tenho um pente praticamente cheio, usei apenas uma vez desde o começo. - o Dixon explicou. ㅡ Não tenho licença, será que isso pode dar algum problema? - debochou, olhando para a lista em suas mãos para disfarçar seu riso anasalado.

ㅡ Quando as leis voltarem a existirem, provavelmente. - Shane também usou o humor.

ㅡ Acho melhor irmos agora, não? - Glenn sugeriu. ㅡ Podemos usar a tarde para vascular o maior perímetro, antes de perdermos o sol.

Todos ali concordaram. Shane disse para usarem o seu carro, já que ainda tinha muita gasolina, então a dupla foi até ele. Fred logo ligou o veículo, saindo da área do acampamento sem olhar outra vez pelo retrovisor.

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Diferente de Fred, Glenn esteve olhando o acampamento pelo retrovisor até o momento que ficou fora de seu alcance. Assim que estavam na metade da decida, e o lugar foi dificultado de se ver, o asiático suspirou e se ajeitou no banco. Claramente estava um pouco nervoso, mas tentava se controlar.

Ele tentou evitar, mas não conseguiu conter sua vontade de olhar na direção do Dixon. O viu concentrado no caminho em que faziam; um braço estava apoiado na janela do carro, e com o outro virava levemente o volante para as curvas e pequenos buracos pelo caminho. Seus pensamentos pareciam distantes, e o Rhee se perguntou sobre o que tanto seriam.

ㅡ Cara, vai ficar me encarando o caminho todo?

Fred perguntou de repente, assustando Glenn. Ele se virou para o asiático, com um sombrancelha erguida e os lábios tremendo com o riso que se esforçou em segurar, e o viu se ajeitando rapidamente no banco e se virando outra vez para frente. O Dixon soltou um riso nasal, se virando novamente para estrada, mas pela lateral da visão viu o companheiro lhe olhando outra vez e finalmente perguntando:

ㅡ Porque você se ofereceu para vir?

O mais velho lhe olhou novamente pelo canto dos olhos, antes de rapidamente disfarçar. Suspirou, também ajeitando sua posição no banco e agora com as duas mãos no volante, e se fez a mesma pergunta. Não soube exatamente responder, porque ele próprio não sabia o real motivo de ter se voluntariado.

ㅡ Você não duraria dois minutos lá. - ele disse, usando o sarcasmo para fugir da pergunta.

ㅡ Qual é! - Glenn franziu o cenho, e realmente parecia ofendido. ㅡ Não sabe disso. Eu conheço Atlanta, isso é verdade! Saberia arranjar um jeito de andar por lá.

ㅡ É claro. - Fred sorriu. ㅡ Eu só vim porque ninguém mais se voluntariou, e Shane estava certo quando disse que só uma pessoa não traria coisas suficientes para todos.

ㅡ O que acha dele? Shane. - Glenn perguntou depois de mais um tempo. ㅡ Acho que ele assumiu as coisas meio que naturalmente, por ser policial, não?

ㅡ É, deve ser. - Fred respondeu. ㅡ Eu nem sei o que pensar dele. Talvez ele esteja fazendo uma boa coisa, mas se todo esse poder sair do controle... juro que não vou ficar quieto. - ele se virou para o rapaz. ㅡ Não sigo ordens, sabe? E acho que ali estão todos tentando sobreviver, ninguém precisa ser melhor que ninguém.

ㅡ Tem razão. - Glenn concordou. ㅡ Sabe... preciso te pedir desculpas. No começo eu julguei você e seus irmãos. - ele confessou, realmente parecendo envergonhado. ㅡ Mas, acho que Merle é o único que pode dar um pouco de trabalho, né? Você e os outros são gente boa.

ㅡ Merle é um caso que nem a gente conseguiu entender ainda, cara. - Fred respondeu. Ele riu, logo completando para Glenn, que também dava uma pequena risada: ㅡ E meus únicos irmãos ali são ele e Daryl. Dominic e Bryan são meus filhos. E Sabrina não é família de sangue, mas está com a gente, e acho que agora faz parte disso também.

ㅡ Espera, Dominic e Bryan...? Uau! - Glenn olhou impressionado para Fred, que apenas não parou de sorrir. Gostava daquelas boas reações diante daquela informação. ㅡ É você que está muito conservado, ou...?

ㅡ Completei trinta e dois em janeiro. Fui pai na adolescência. - Fred confessou. Seu sorriso se tornou apenas com os lábios juntos, e ele não olhou novamente para Glenn ao dizer: ㅡ Um passado meio turbulênto, e uma longa história... sabe?

ㅡ Entendo. - Glenn disse, voltando-se a olhar para frente. ㅡ Só queria dizer que sinto muito pela sua companheira.

ㅡ Não estávamos mais juntos há anos. - Fred ponderou antes de responder. ㅡ Criei os dois sozinho.

ㅡ Oh... Oh! - Glenn disse. ㅡ Coisa demais para meu limite, certo? Desculpa. Eu vou calar minha boca... - ele parecia constrangido ao dizer.

ㅡ Não esquenta, cara. - Fred soltou um fraco riso, mas logo ficou sério outra vez para completar: ㅡ Sim, talvez tenha que se controlar um pouco, mas não fico constrangido com isso. Apenas foram algumas das coisas que passei quando moleque.

ㅡ Coisas pessoais, e eu me intrometi. - Glenn disse. ㅡ Realmente sinto muito!

O tempo da conversa foi suficiente para chegarem em Atlanta, já que não estavam tão longe. Logo Fred estava dirigindo pela via vazia da rodovia, quando respondeu o Rhee:

ㅡ Não precisa sentir, está bem? - ele o olhou rapidamente. ㅡ Esqueça isso, e prometo que também faço isso.

ㅡ Tudo bem. - Glenn disse com um pequeno sorriso, ainda parecendo sem jeito.

Frederick parou na entrada da cidade, que naquele momento estava silenciosa e deserta. Os dois desceram do carro observando em sua volta; alguns dos prédios estavam danificados, haviam destroços e lixos por toda aquela avenida, e muito sinal de destruição causada por fogo. Mas, ainda muito queito e sem sinal de qualquer civilização.

ㅡ Acho melhor seguimos a pé. - Fred murmurou. Seu instinto e seu nervosismo no momento pareciam lhe ordenar a falar baixo.

ㅡ Tem um mercado naquela rua. Nós podemos seguir por esse beco para chegar na porta dos fundos. - Glenn sinalizou, enquanto começavam andar.

Os dois homens foram agiram ligeiramente ao atravessarem aquela rua, logo entrando no beco em frente. Passaram por ele pulando os lixos espalhados, e também ignorando um errante que estava prensado entre uma parede e a caçamba de lixo.

Antes de finalmente atravessarem outra rua, no final do beco, Glenn - que estava na frente - usou seu braço para impedir Fred de continuar andando. Os dois pararam bruscamente e correram para se esconderem atrás de outra lixeira.

ㅡ Mas que...? - Frederick sussurrou, se esticando para espiar aquela rua.

Ela estava infestada de doentes, que circulavam aleatoriamente por ela. Seus grunhidos agora ficaram claros para os homens, que os observavam passando em sua frente com seus pés arrastados e ritmo lento. Era como um cardume, que faziam tudo em sincronia.

ㅡ Como vamos passar?! - Glenn perguntou.

Antes que o Dixon pudesse responder, os dois se assustaram com um alto barulho vindo do final daquela rua. Não puderam ver do que se tratava, mas perceberam que, em um movimento sincronizado, todos aqueles 'bichos' foram atraídos pelo som e estavam se virando em direção do mesmo.

Fred e Glenn caminharam alguns passos, até conseguirem se esconderem na parede para visualizar a rua. Agora os infectados circulavam uma grande placa quebrada no chão, que aparentemente havia caído da fachada de uma loja danificada.

ㅡ São atraídos pelo som! - Glenn concluiu, parecendo também surpreso.

ㅡ E o cheiro. - Fred disse.

ㅡ Como sabe?

ㅡ É óbvio, não? - explicou: ㅡ Nós não cheiramos a cadáver. E para eles isso significa que somos carnes frescas.

ㅡ Faz sentido. - Glenn concordou.

ㅡ Vamos. - o Dixon deu um toque em seu ombro, e logo os dois correram aquela rua.

Entraram pela porta dos fundos em uma mercearia, e usaram suas lanternas no lado de dentro. O lugar estava bastante revirado, mas ainda abastecido. Muitas prateleiras cheias e com produtos em ótima conservação. E até então, nenhum errante parecia estar vagando por ali.

ㅡ Vamos pegar apenas o que precisamos e cair fora. - Fred disse, puxando um carrinho para ele e outro para Glenn.

Sem enrolação, os dois começaram a pegar itens de higiene, comida enlatada, pilhas novas e curativos básicos que haviam naquela mercearia. Tudo o que podia ser aproveitado foi colocado em sacolas, que logo dividiram para poderem sair do mercadinho.

Ao saírem, foram notados pelos errantes anteriores, mas Fred apenas disse para Glenn seguir até o carro sem olhar para trás. Os dois correram de volta por aquele beco, carregando suas sacolas e também esperando estarem fugindo dos infectados.

Chegaram ao carro minutos depois, e logo o bagageiro foi aberto para colocarem suas coisas. Fred olhou para trás e notou que nada haviam os seguido até ali. Porém, antes de entrar no carro, um som chamou sua atenção; Glenn foi quem anunciou:

ㅡ Ouviu esses tiros?!

Frederick parou para ouvir com mais atenção. Claramente ouviu os tiros, gritos por ajuda, e grande concentração de grunhidos de errantes. Toda confusão não estava distante dali, e no máximo estava vindo do quarteirão em frente.

ㅡ Podemos ir ajudar! - Glenn disse. Fred olhou para ele com o cenho franzido.

O homem iria retrucar, mas o Rhee já havia alcançado a pá que colocou a pouco no maleiro do carro, e estava começando correr em direção dos sons. Frederick o olhou com indignação; bateu com força a porta e soltou um palavrão, alcançando sua pistola e saindo correndo atrás do asiático.

ㅡ Tem muita coragem para um japonês, viu. - o Dixon disse, quando agora corria bem atrás do outro.

ㅡ Sou coreano! - Glenn corrigiu.

ㅡ Tanto faz! - Fred rebateu.

Os dois viraram nesse instante em uma esquina, ofegando com a cena. Haviam centenas de doentes por ali, um grupo do triplo maior que o da rua em que estavam, vindo há poucos metros. E ali, logo em sua frente, havia uma dupla caída e tentando se soltar de meia dúzia dos podres; alguns deles, finalizados, já estavam caídos ao lado do casal.

Glenn não pensou duas vezes antes de dar um golpe no errante que segurava a perna da moça, e Fred logo deu um tiro limpo nele. Em seguida, direcionou seus tiros para os infectados que rodiavam o garoto. Sem esforços todos estavam finalizados, e o Dixon abaixou sua arma.

ㅡ Vamos! Vamos! - ele gritou, vendo a moça ajudar o mais novo, claramente machucado, a se levantar. Glenn também a ajudou.

Fred correu na frente deles, disparando contra os errantes que surgiam dos becos e ruas paralelas. Enquanto isso, o grupo maior dos podres ainda os seguiam, estando cada vez mais próximos.

ㅡ Esperem, eu cuido deles. - a desconhecida disse, enquanto arrancava algo do casaco.

Ela puxou sem dificuldades o pino de uma granada, a jogando no meio daquele grupo. Segundos depois veio a explosão, que destruiu parte do grupo e atrasou os demais, enquanto eles aceleram sua corrida e chegaram outra vez no carro.

ㅡ Porque não usou aquilo antes?! - Fred perguntou.

ㅡ Queria que eu matasse meu irmão e eu?! - a mulher rebateu. O Dixon bufou.

Todos entraram no veículo, e sem esperar mais nada, Frederick saiu cantando pneu no asfalto, deixando Atlanta novamente para trás.

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Algum tempo de viagem havia se passado, e Fred ainda continuava olhando para a dupla no banco de trás do carro. Também trocava olhares com Glenn, claramente dizendo que ele quem precisava fazer alguma coisa. Ao entrarem na estrada para o topo da pedreira, o asiático suspirou e finalmente quebrou o silêncio:

ㅡ Eu sou o Glenn. - disse, se virando no banco. Continuou: ㅡ Esse é o Frederick, ou Fred. Nós temos um acampamento! Há mais pessoas, comida, e água. Podem ficar o tempo que quiserem, e aposto que serão bem-vindos.

ㅡ Tem mais gente viva?! Uau! - a moça parecia surpresa. ㅡ Parece bobo se surpreender com isso, mas desde o começo não vemos ninguém vivo. Não verdadeiramente pelo menos. - ela explicou.

ㅡ Estavam o tempo todo em Atlanta? - Glenn perguntou. Fred os observou por um segundo através do retrovisor, antes de voltar a atenção para a estrada.

ㅡ Estávamos com nosso pai. - o garoto disse. A moça desviou o olhar, fingindo estar verificando seu curativo. ㅡ Ele era policial e conseguiu nossa entrada para Atlanta, principalmente por estar doente. Mas ele virou uma daquelas coisas e logo depois Atlanta foi borbadeada. Apenas pudemos nos esconder e tentar sobreviver de algum jeito.

ㅡ Sinto muito. - Glenn murmurou, quebrando o silêncio desconfortável que ficou.

ㅡ Está tudo bem. - a moça tentou sorrir e agir fortemente. ㅡ Aliás, eu sou Rebecca Barnes, e esse é meu irmãozinho Vicent.

ㅡ Irmãozinho... - Vicent estalou a língua, revirando os olhos para a irmã. ㅡ Já tenho dezenove anos!

ㅡ Mas continua sendo sete anos mais novo, assim, meu irmão mais novo. - Rebecca sorriu, com um pouco de sarcasmo. ㅡ E obrigada por nos ajudarem naquela emboscada. - disse aos outros dois.

ㅡ Não foi nada. - Glenn sorriu.

Frederick o observou, logo também olhando pelo retrovisor, onde percebeu que Rebecca correspondeu ao sorriso. O Dixon soltou um riso anasalado, balançando levemente a cabeça, enquanto entrava finalmente outra vez no acampamento.

Logo ao estacionarem, algumas pessoas os cercaram com curiosidade. E ao perceber que Fred e Glenn não estavam sozinhos, Shane se aproximou um pouco mais depressa e começou a encará-los em busca de respostas. E o Rhee quem começou a explicar:

ㅡ Esses são Rebecca e Vicent. Eles são irmãos e estavam em Atlanta. Precisavam de ajuda, e nós os ajudamos.

ㅡ Muito prazer. - Rebecca estendeu a mão para o homem. ㅡ Nosso pai era um policial também, e vou entender sua desconfiança, senhor.

ㅡ Shane. Nada de formalidades aqui. Sejam bem-vindos! - o Walsh disse, sorrindo e também pegando na mão da moça. ㅡ E como está Atlanta? - perguntou aos quatro.

ㅡ Pior do que imaginávamos. - Fred, que descarregava o carro, respondeu. ㅡ aquelas coisas estão por todos os cantos.

ㅡ A coisa está bem feia mesmo. - Glenn logo completou. ㅡ Eles são atraídos pelo som e seu cheiro, e é difícil andar por lá por causa disso.

ㅡ Se não tiver cuidado, um grupo grande pode te cercar, e aí... - Vicent suspirou ao final, deixando sua frase incompleta mas compreensível.

ㅡ Bem, espero que não precisemos voltar até lá tão cedo. - Shane disse.

ㅡ Talvez não precisem, mas vão querer. - Rebecca disse, conseguindo a atenção dos outros. ㅡ Há uma loja de armas próximo ao lugar que fazíamos acampamento. Está bem saqueada, mas ainda com muitas coisas que podem nos interessar.

Glenn e Fred trocaram um olhar, em seguida olhando para Shane. O Dixon suspirou, ponderando por um segundo, mas finalmente dizendo:

ㅡ Podemos voltar amanhã. Pegamos algumas coisas, por segurança para as próximas vezes que precisarmos voltar e ir mais fundo na cidade.

ㅡ Certo, vocês decidem. Sabem como está a situação por lá. - Shane disse.

ㅡ Vou com eles, mostrar o caminho. - Rebecca disse, logo se virando para o irmão, que estava prestes a protestar: ㅡ Nem tente, Vinnie! Não vou te deixar ir para lá nesse estado.

ㅡ Não pode me obrigar a ficar aqui. Eu tenho dezenove anos, tomo minhas próprias decisões, Becca! - ele olhou em desafio para a irmã, que sustentava seu olhar. O garoto suspirou fundo, assim que a viu cruzar os braços. ㅡ 'Tá bom! - o Barnes suspirou derrotado.

Frederick aproveitou o final da discussão para sair dali. Pegou sua parte dos suprimentos e se aproximou da onde o acampamento de sua família estava armado; Merle estava sentado em uma cadeira de praia, e observava a cena anterior.

ㅡ Está quente, e achei apenas uma, mas é para você apenas não dizer que não pensei em você durante essa busca. - o mais novo debochou, ao se aproximar e tirar algo da sacola em sua mão para o irmão.

Merle observou a garrafa de cerveja estendida para si. Ele olhou para Frederick e soltou um riso, revirando os olhos e pegando a bebida, fingindo agradecer ao levantá-la levemente. O mais novo sorriu, seguindo até sua camionete. Olhou para a cabine, franzindo o cenho levemente em confusão ao ver que Dominic cochilava atrás do banco do motorista, com uma revista em quadrinhos aberta em cima do peito.

Fred deu dois toques no vidro, vendo o garoto despertando assustado. Mas, ao ver o pai, Dom deu um pulo no banco e sorriu, logo abrindo a porta para trocar um toque de mãos e abraço com o mais velho.

ㅡ Você 'tá bem, velho? - perguntou o garoto, enquanto se espreguiçava preguiçosamente.

ㅡ Estou. - Fred respondeu. ㅡ Os outros ainda não voltaram?

ㅡ Não até agora. - Dominic disse, apontando para a orla da floresta.

Os dois se viraram para o local, vendo Daryl saindo dali com a crossbow nas costas e Sabrina e Bryan lhe seguindo de perto. Assim que viram Fred, os mais novos saíram correndo ao seu encontro.

ㅡ Estiveram esse tempo todo caçando? Aprenderam como se faz então, huh? - o Dixon lerguntou.

ㅡ Eles pegaram o jeito. - Daryl disse ao se aproximar. ㅡ Só precisam aprender a controlar a língua, para as presas não saírem correndo.

Todos soltaram fracas risadas - até mesmo Merle não se controlou -. Daryl foi guardar os esquilos que conseguiram, enquanto Fred contava como havia sido em Atlanta e o encontro com os Barnes; aproveitou também para entregar os doces que encontrou para os filhos.

ㅡ Vamos voltar amanhã. - ele anunciou sem rodeios, pegando todos de surpresa. ㅡ Rebecca parece saber um lugar para conseguir armas.

ㅡ Confia nesses dois? - Dominic perguntou. Ele estava observando de longe os irmãos Barnes.

Fred parou ao lado dele com o cenho levemente franzido; seguiu seu olhar e parou na cena dos novatos. Rebecca fazia um curativo melhor na perna do irmão com a ajuda de Lori. Glenn, Sahne e Dale estavam junto a eles, e pareciam interagir com os Barnes.

ㅡ Bom - começou Fred. ㅡ, são gente tentando sobreviver como nós, garoto. - olhou para o filho, que se virou para também lhe olhar. ㅡ Parecem ser do tipo confiável, realmente acredito nisso. Mas se não forem, pensaremos em algo para fazer. - e tocou no ombro de Dominic, como sinal de encerramento para a conversa.

Fred se virou e voltou a se sentar junto aos outros. Dominic continuou por mais alguns segundos na sua posição, olhando para os dois novos membros do grupo. Precisamente olhava para Vicent, pensando que algo no garoto ainda não havia lhe convencido que aquela não era uma boa idéia.

𓂃 。゚ㅤnotes of author !

glenn e fred o tipo de amizade
que representa fielmente o
"golden vs gato preto" KKKKK

vocês vão amar eles.

a interação dos Dixon's e
o fred com seus filhinhos 🩹❤

E MAIS!!! rebecca e vicent
foram apresentados e fica
a questão: dom está certo
em pensar que o vinnie é
alguém para se desconfiar
ou isso é apenas o começo
de um enemies to lovers? 🙈

Espero que tenham gostado.
Até o próximo capítulo! ❤

𝐟𝐢𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐚 𝐬𝐚𝐥𝐯𝐨 🧟‍♂️

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