𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐬 | 𝙱...

By aPandora02

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Conseguir um emprego como faxineira no maior centro executivo de direção da S.H.I.E.L.D. foi a luz no fim do... More

❗Importante❗
~ Personagens ~
1 - Alpine
2 - Socializar
3 - Traidor Entre Nós
4 - Invasão
5 - Socorro
6 - Confia Em Mim?
7 - Rodovia (Parte 1)
8 - Rodovia (Parte 2)
9 - Companheiro Caído
10 - Lado Errado
11 - Eu Sou Daiana...
(Parte 2) 1 - O Pacto
2 - Passado E Futuro
3 - Suspeitos
4 - O que aconteceu?
5 - Sujeito Mascarado
6 - Sacrifícios
7 - Dallas
8 - Visita Ao Pesadelo
9 - Ruínas De Um Homem
10 - Viva Por Mim
(Parte 3) 1 - O Que Acontece Depois
2 - Seguir Ou Não Seguir?
3 - Em Frente
4 - O Que Você Omite?
5 - O Passado Sempre Volta
7 - Um Novo Capitão América
8 - Digno
9 - Um Símbolo Ou Um Objeto?
10 - Um Quase
11 - Super-Soldados
12 - Convite
13 - Jantar
14 - Ameaça
15 - Ordens
16 - Zemo
17 - Madripoor
18 - Princess Bar
19 - Respira, Expira
20 - Brownie
21 - Certo ou Errado?
22 - Abra Os Olhos
23 - Dog Tag
24 - Crianças
25 - Pessoas Confusas
26 - Ponto Fraco
27 - Não
28 - Sem Fôlego
29 - Medo
30 - Silêncio
31 - Dor
32 - Liberdade
33 - Planos

6 - Bons Amigos

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By aPandora02

"As cicatrizes do seu amor lembram-me de nós

Elas me deixam pensando que nós quase tivemos tudo

As cicatrizes do seu amor me deixam sem fôlego

Não consigo evitar pensar que

Nós poderíamos ter tido tudo"

(Adele - Rolling in the Deep)

Leah era, definitivamente, uma pessoa completamente alheia aos assuntos sobre o que acontecia ao redor do mundo. Sua memória não parecia muito boa, por isso não se lembrava de já ter visto o rosto de Bucky em alguns jornais ou noticiários na televisão, e nem havia percebido que Daiana era a famosa Dama Mortal que lutou ao lado do Capitão América e ajudou a derrubar a HYDRA.

Em contraste, Melinda sabia muito bem quem eram ambos, tal como sabia que eram amigos devido a proximidade dos dois com Steve Rogers. Ao menos era isso o que a mídia dizia na época que lera a respeito. Mas diferente dos outros dois, Leah e o sr. Nakajima, era uma boa observadora. Portanto assim notando a tensão que havia entre os dois velhos amigos. Não sabia dizer o que era, mas a inquietação era quase gritante. Ficou bastante visível quando se encontraram, quando educadamente, de maneira relutante, ergueram a mão um para o outro prendendo a respiração e se afastaram tão rápido quanto um piscar de olhos, como se tivessem se queimado.

Estavam todos sentados em uma mesa próxima ao balcão de onde Leah eventualmente vinha, sentava-se e conversava um pouco antes de se levantar e ir atender alguém, pois o movimento naquela noite era pouco. Ainda assim não podia deixar de trabalhar para ficar papeando.

Ao seu lado, Melinda notava a perna de Daiana balançar enquanto seu pé freneticamente batia no chão por baixo da mesa desde que se acomodaram em um canto, próximos a mesa de sinuca ocupada por um casal alegre que certamente beberam um pouco mais que o adequado. As risadas altas e nem um pouco constrangidas passaram a irritar não apenas Daiana, que mantinha os olhos fixos no celular em sua mão, fingindo ter nele algo muito interessante que a afasta de suas companhias presentes. Qualquer coisa naquele momento era uma distração bem vinda para evitar os profundos olhos azuis que frustrados tentavam fazer o mesmo, mas sempre acabavam sendo atraídos para a figura feminina que se esforçava tanto para ignorá-lo. E ter ciência disso era ainda pior.

James queria ser capaz de dizer algo. As palavras, mesmo não sabendo quais, entalaram em sua garganta tornando-se desconfortável. As mãos quase formigavam com a vontade de saltar daquela cadeira, dar dois passos em sua direção e prendê-la num abraço apertado repleto de saudades.

Na verdade, admitiu para si mesmo, Barnes sabia exatamente o que queria dizer, e principalmente fazer. Queria prendê-la contra seu corpo e em seu ouvido lhe dizer com o peito um pouco mais aliviado, que ele havia conseguido. Que estava curado. Que durante todo aquele tempo que passou em Wakanda, não teve um dia sequer em que a principal motivação dele para se recuperar o quanto antes não fosse para poder voltar para ela, dessa vez sem correr o risco de machucá-la. Ele se submeteu a toda aquela dor e distância entre eles para poder ser melhor não apenas para ele, mas principalmente para ser um pouquinho mais digno de estar, se não com ela da forma que desejava, então ao menos ao seu lado.

Queria dizer que não havia sido fácil, mas estava curado e que agora eles podiam seguir de onde haviam parado. Poderiam tentar realizar os planos que foram interrompidos pela crueldade do destino, que poderiam ser felizes juntos e criar Alpine, porque ele adorava gatos... mas não. Não podiam. O dourado e grosso anel brilhante em seu dedo anelar na mão esquerda, que constantemente era o foco de sua atenção seguida de uma profunda pontada no peito e um revirar no estômago, lhe dizia que Daiana já conseguira conquistar tudo o que eles sonharam, mas não com ele. Agora era outro que ocupava o lugar que deveria ser seu, e ele sequer podia culpá-la por isso.

Sabia perfeitamente que fora ele quem a mandara seguir em frente e viver sua vida sem se sentir presa de alguma forma, mas nem por isso doía menos. Nenhum deles esperava que James fosse se recuperar tão rápido. Se fosse o caso, ela o teria esperado?

Aquele maldito anel brilhante, que certamente valia muito mais que seu próprio apartamento de aluguel atrasado, foi o que o impediu de ir até ela tão logo pôde voltar para o mundo. Daiana foi sua primeira busca quando voltou para a sociedade, e também a mais decepcionante. Ela estava bem, dizia a si mesmo tentando se confortar, mas tudo o que aquilo lhe causava era uma profunda dor no peito, porque ela estava bem e não era com ele. Então lhe deu as costas e teve uma atitude mais sensata: deixou-a viver a felicidade que merecia sem sua presença para lhe trazer más lembranças e possíveis futuros problemas de algum inimigo que ele tenha feito como Soldado Invernal. Convencer a si mesmo que assim era melhor para ambos, era de longe uma das piores torturas.

Aquela quase noite, porém, não era como imaginavam o reencontro. Na verdade, não imaginavam ou esperavam que fosse acontecer, principalmente tão cedo e de repente. Ao menos teriam se preparado psicologicamente para este evento antes de ficarem cara a cara com o outro e em uma distância tão curta.

— Bucky, esta é a minha mais nova amiga. Ela é muito bonita, não acha? — A voz arrastada do visualmente mais velho presente o tirou do devaneio, fazendo-o piscar algumas vezes antes de limpar a garganta seca para lhe responder:

— De fato — baixo, foi tudo o que conseguiu dizer mexendo-se desconfortável no assento, e esticando a mão sobre a mesa para tomar um gole generoso da bebida gelada que desceu queimando por sua garganta.

Daiana não pôde impedir que seu coração batesse um pouco mais rápido com aquelas rápidas e curtas palavras, ditas de maneira tão seca. Seu estresse estava no último. Odiava que estivesse tendo aquelas reações por causa de sua presença, mas se auto confortou afirmando mentalmente diversas e diversas vezes que estava apenas nervosa por causa de tudo o que passaram e pelo o que estava inacabado.

Não era porque nutria resquícios de sentimentos além de admiração e amizade.

Não, claro que não.

— Eles já se conhecem, sr. Nakajima — avisou Melinda, pousando o copo sobre a mesa logo em sua frente.

— Se conhecem? — Surpreso, o grisalho intercalou o olhar entre seus amigos, que não pareciam confortáveis naquele momento.

— É uma longa história — Bucky se limitou a falar, fazendo um gesto com a mão que indicava um pedido para deixarem aquele assunto de lado.

— Ah — exclamou a outra um tanto animada, ignorando completamente seus desconfortos —, mas nós temos a noite toda — sorriu sem ser retribuída. — Na verdade, a Daiana fala muito pouco sobre sua vida antes de tudo. Ela sempre foi muito quieta? Como vocês se conheceram? — Entrelaçou os dedos e pousou o queixo sobre eles, com os cotovelos apoiados na mesa, os olhos piscavam curiosos na direção do homem de jaqueta de couro e poucas palavras.

Bucky deu um profundo e pesado suspiro que fez subir e descer seus ombros largos antes de satisfazer bem pouco a curiosidade da recém conhecida:

— Foi numa noite — pela sua voz era notável como ele tentava fazer parecer que o assunto tinha pouca importância, mas algo em seu semblante o denunciava um ator não tão bom. — Estava chovendo...

— Não estava chovendo — Daiana, que muita atenção dedicava à voz que um dia tristemente imaginou nunca mais poder ouvir, não se conteve em corrigir de forma curta e direta, olhando para unhas numa tentativa de impedir seus olhos que ameaçavam traí-la e buscarem os dele como dois ímãs fortemente atraídos um pelo outro.

— Havia recém parado de chover — elevou um pouco sua voz para corrigir a ambos e Daiana mordeu o interior de sua bochecha para evitar que deixasse escapar uma fraca risada. — Eu estava voltando para casa quando ouvi um grito pedindo ajuda.

— Eu não gritei — desta vez ergueu a cabeça, finalmente fitando-o com um forçado ar de indignação e olhos semicerrados, o desafiando a contrariá-la.

Como ocorrera anteriormente, por alguns segundos uma corrente elétrica invisível atravessou-os de maneira avassaladora, expulsando de ambos os pulmões da dupla o ar por entre os lábios. Os corações acelerados batiam em sincronia.

Imediatamente recuperando a consciência do ambiente em que estavam e com quem estavam, Bucky piscou rapidamente algumas vezes, permitindo-se envolver naquele ar um pouco mais leve que se formava, expulsando as nuvens pesadas que pareciam rodeá-los minutos atrás desde que se reencontraram. Então, num tom divertido, disse:

— Tremia como vara verde de tanto medo — provocou, seu olhar se fixando no dela, envolvendo-os em uma bolha de descontração e humor que dissipou totalmente todo o receio e sentimentos negativos que antes os envolvia, quase como se nunca tivessem se separado e fossem bons velhos amigos conversando animadamente sobre o passado enquanto bebiam algumas latas de cerveja.

Poderiam fingir que eram isso se Steve e Sam também estivessem presentes, e apenas eles.

— Eu estava encharcada — defendeu-se erguendo o dedo em sua direção e uma sobrancelha. — Tremia de frio. E não gritei coisa alguma — insistiu com um pequeno sorriso que ameaçava a qualquer momento se transformar em uma gargalhada.

— Então meus sentidos auditivos me pregavam uma peça naquela noite — recostando-se de forma mais despojada em seu assento, um meio sorriso curvou seus lábios, aumentando ao vê-la revirar os olhos com as bochechas coradas.

— Eu poderia sozinha ter cuidado perfeitamente bem daqueles vermes — com uma arrogância forçada e claramente teatral, ergueu ainda mais o queixo, como se o comentário dele tivesse ofendido profundamente o seu ego enorme.

E ambos sabiam perfeitamente que não, ela não podia ter se livrado daquela confusão sozinha. Não naquela época, pelo menos. Aquela Daiana era completamente diferente da mulher que é hoje, e não apenas fisicamente. Completamente diferente do que viria a ser assim que a HYDRA cruzasse seu caminho.

— Não sei como — ajeitou sua posição na cadeira, com diversão brilhando em seus olhos tornando-os ainda mais bonitos sem aquela nuvem de preocupação que antes parecia agarrar seus ombros e força-lo para baixo num estresse sufocante. Porque esse era o efeito que a presença de Daiana ainda tinha sobre ele: poderia levá-lo da mais profunda agonia ao mais caloroso paraíso. Por alguns instantes Daiana se viu distraída e presa em seu olhar. — Não havia nenhuma vassoura por perto — completou sem perder o humor.

Tomada pelo impulso, Daiana ergueu a mão sobre a mesa e alcançou o pote de amendoins em seu centro, que servia de petisco para o pequeno grupo, jogando um em sua direção sem muita força, pois não tinha intenção de machucá-lo ou algo assim. O pequeno alimento lhe atingiu a face, mesmo que ambos soubessem que os reflexos de Bucky eram perfeitamente capazes de desviar a tempo, mas ele se deixou ser atingido. Risadas compartilhadas ecoaram sobre o barulhento local que parecia se encher mais a cada minuto. Não que os dois naquele momento se importassem com qualquer um ao seu redor que não fosse um ao outro.

— Mas como assim vermes? — A voz de Melinda trouxe de volta a atenção para ela, que apesar da diversão em sua face, não escondia o temor do que a frase da amiga poderia implicar e diversos cenários nada agradáveis se formaram em sua mente. — Alguém te machucou?

— Eu estava andando sozinha na rua e já era noite — iniciou sua explicação para tranquilizá-la. — Eu não deveria, mas naquela noite consegui escapar do orfanato por algumas horas. Na época, mulheres não tinham muitos direitos e o machismo era ainda mais predominante do que hoje. Sempre andávamos em companhia de alguém, mas nunca sozinhas — por distração, começou a girar o copo entre os dedos. — Tive o azar de além da chuva, ter sido abordada por uns caras que queriam me assaltar, mas também pareciam ter outras intenções — como o assunto claramente não apenas incomodava a ela, mas também a todos, finalizou brevemente. — Resisti e bem neste momento o Sargento James Barnes surgiu virando a esquina e vindo ao meu resgate — tentou, com um tom mais leve e um sorriso nos lábios, tornar aquele relato não tão pesado e desconfortável quanto realmente era.

— Como um príncipe num cavalo branco? — Apaixonante como era, e fanática por filmes, séries e livros clichês românticos, intercalou o olhar sedento por mais detalhes da história dos dois.

— Estava mais para um pinscher com raiva e sem focinheira — não resistiu em brincar olhando diretamente para Barnes com os olhos provocativos que o fizera semicerrar os dele, mirando-a em desafio ou ameaça. Um quase imperceptível sorriso o tornava um pouco menos ameaçador.

Não soube identificar qual dos dois, mas seja lá qual era, lhe causou arrepios... que ela certamente não deveria sentir... naquele sentido...

— Eu deveria tê-la deixado cuidar sozinha da situação — cruzou os braços, ressaltando os fortes bíceps perceptíveis mesmo sob os tecidos que os cobriam, mesmo um deles sendo de metal.

Daiana conhecia bem a força que aquele homem possuía e descaradamente sua mente voltou-se a curiosidade de saber se por baixo da blusa ele ainda mantinha o físico do qual se lembrava bem. Imediatamente piscou os olhos para dissipar tais pensamentos caluniosos vindos de uma mulher casada.

Seu marido também tem um ótimo físico, Daiana. Repreendeu-se.

Não lhe passou despercebido a maneira como o sorriso antes quase imperceptível, agora, mesmo com os lábios selados, estava praticamente escancarado em sua face, olhando-a com diversão e pôde identificar também satisfação. Barnes notou, com contentamento, como a atenção da mulher se demorou sobre ele quando fez aquele movimento. Isso significava que ele ainda possuía algum efeito sobre ela, não é?

— Sua consciência não o deixaria — num sopro de voz, tentou se recompor sem atrair desconfiança.

— Então admite que sou um cavalheiro? — A encurralou com aquela pergunta, que a faria contradizer o que disse segundos atrás.

Daiana prendeu o lábio inferior entre os dentes para se impedir de rir e jogar o restante daqueles amendoins nele, sem esperar que o imperceptível e inocente gesto atrairia a atenção dos olhos treinados de Barnes, que neles se perderam por alguns instantes. Da mesma forma que ela fitara seus braços e peito há poucos instantes, ele agora se via preso naqueles lábios entre os dentes alinhados, cujo sabor ainda permanecia em sua memória. Foi de repente tomado pela curiosidade de saber se o gosto deles permanecia o mesmo ou haviam mudado durante aquele período de tempo.

— Não — teimosa, respondeu em discordância após alguns segundos quando finalmente conseguiu se recuperar daquele olhar de tirar o fôlego. — Mas algo do tipo — deu de ombros fingindo ser pouca coisa.

— Mais uma rodada para nós — a voz alegre de Leah soou em suas costas e antes de pudesse se virar para conferir, uma bandeja redonda pairava na altura de seu rosto entre ela e Melinda, enquanto mais cervejas eram depositadas na mesa.

— Lemar vai me matar — um riso desesperado acompanhou o resmungo de Melinda, acompanhando com os olhos os movimentos de Leah que, um tanto alterada, gargalhou deixando a última lata e deu dois tapinhas em seu ombro.

— Só se vive uma vez, mulher.

— E estes são conselhos a se dar a uma mulher casada e com filhos? — Um tanto perplexa, mas ainda assim rindo achando um pouco engraçado, virou o rosto para encará-la antes que se afastasse outra vez.

— Uma mulher casada, com filhos e estressada que precisa relaxar de vez enquando— atirou-lhe uma piscadela.

— Uma mulher estressada que ainda assim ama e respeita o marido e os filhos — corrigiu com uma sobrancelha erguida.

Leah revirou os olhos antes de assentir.

— É por isso que não irei me casar.

Então se afastou, deixando-os outra vez.

— Ah, e por falar em marido e filhos — Melinda virou-se para os dois homens no outro lado da mesa, pronta para começar a reclamar da sua suposição de seu marido estar lhe escondendo algo junto de John, marido de Daiana. — Vocês acreditam que o cretino do meu querido marido pode estar... — calou-se quando o celular começou a tocar sobre a mesa. — Só um instante — pediu atendendo a ligação.

Para não atrapalhá-la, todos se mantiveram calados até que a mulher finalizasse, se entretendo com os petiscos, bebidas, a televisão ligada do outro lado do salão em algum filme qualquer que ninguém de fato prestava atenção. Bucky e Daiana principalmente, naquele momento, pareciam dispostos a fitarem qualquer ponto que não fosse um ao outro, levemente envergonhados por ter desaparecido aquela descontração que estiveram tão confortáveis momentos antes.

— Era a babá — reclamou levantando-se num salto e agarrando a alça da bolsa.

— Pensei que as crianças estivessem com o Lemar — Daiana franziu o cenho ainda sentada.

— Era para estarem — revirou os olhos, agitada. — Mas o imbecil do meu querido marido teve um imprevisto com o trabalho ou algo assim e a chamou em cima da hora — apesar das ofensas dirigidas ao nome do amado, era perceptível que a mulher não tinha uma real intenção de ofender e o marido sabia ainda melhor que aquela era uma forma carinhosa de tratamento entre o casal que, antes mesmo de serem um casal, foram melhores amigos e alguns hábitos não se perderam. — Pietro comeu alguma porcaria e agora está com dor de barriga — bufou arrastando novamente a cadeira para debaixo da mesa da mesma forma que havia encontrado quando chegaram. — Vou ter que levá-lo ao hospital — revirou a carteira e de lá tirou algumas notas de dinheiro que jogou sobre a mesa. — Vamos?

— Claro — Daiana, também agitada e preocupada com o estado de saúde do filho mais velho de sua amiga, que tinha apenas 13 anos de idade, se pôs em pé num segundo com a alça da bolsa sobre o ombro direito e, repetindo seu gesto, deixou sobre a mesa algumas notas em dinheiro antes de virar para os dois homens. — Nos desculpem por sairmos assim.

— É uma emergência, está tudo bem — assegurou o sr. Nakajima com um pequeno sorriso carinhoso que quase fazia sumir seus olhos escuros. — Lembro que eu vivia correndo assim com o meu filho quando ele era mais novo — de repente seu rosto sorridente foi se desmanchando lentamente, dando espaço a um semblante mais triste e melancólico.

— Sem problemas — Bucky limpou a garganta e com a mão esfregou o ombro do amigo ao seu lado para confortá-lo. — A gente se esbarra por aí — apesar de ter dito para as duas, seus olhos desta vez estavam fixos na morena que sentiu um leve frio no estômago, sem saber identificar se era de uma ansiedade boa ou ruim.

— A gente se vê — foi tudo o que disse, também fitando apenas a ele, antes de, com um movimento leve com a cabeça, se despedir totalmente e ambas as mulheres se afastaram.

James, apesar de estar consciente de que o sr. Nakajima dizia algo que em sua mente parecia distante demais para prestar alguma atenção, permaneceu a seguindo com os olhos desde a despedida com Leah no balcão até sumirem de sua vista pela porta principal.

Ela não se virou.

Poderia ser algo bom ou ruim, pois naquele momento julgava que não seria tão rápido em desviar para disfarçar que a encarava descaradamente, mas assim que sua presença já não lhe fazia companhia, em sua mente voltou a brilhar aquele grande anel de ouro do qual mal pôde desviar nas últimas horas. Ainda era difícil para ele aceitar que ela estava realmente casada, mas uma pequena parte sua estava contente por ter seguido em frente. Uma muito pequena.

Ela parece feliz, tentava se convencer.

E Bucky estava decidido a não estragar mais nada na vida de Daiana Stewart.

Fechou os olhos por alguns instantes, repreendendo-se pelo erro.

Daiana Walker, se corrigiu com um leve gosto amargo na boca, que não fora causado pela cerveja. Talvez, com algum esforço, pudessem voltar a ser apenas bons amigos. Já seria o suficiente para ele.

Oieee. Que saudadeees :3 Ainda se lembram dessa fic? 😅

Vocês nem imaginam o quanto eu custei a terminar de escrever esse capítulo. Tive (e ainda estou tendo) um enorme bloqueio criativo no qual estou trabalhando.

Por conta do motivo de cima, não irei afirmar que os próximos capítulos serão postados com frequência, mas garanto que a fic será finalizada, mesmo que demore.

Os comentário e favoritos me motivaram a finalizar esse cap. e postá-lo o quanto antes. Muito obrigada pela interação ♥

O reencontro finalmente aconteceu 🎉

Os dois sem saberem o que sentir... se era certo ou errado... meu coração 🥺 

O que vocês acham que os maridos da Dai e da Mel estão aprontando? 🤨

• Será que a Dai e o Bucky vão manter algum contato depois de hoje? 👀

A Dai secando os músculos do Bucky kkkkkkkkk eu nem posso julgar 😅

Em primeiro momento, escrevi esse cap. com eles se estranhando e sendo ríspidos um com o outro por estarem amargurados, mas apaguei quase seis páginas do word e reescrevi, pois na minha cabeça não fazia sentido, já que eles meio que se acertaram um pouco antes do Bucky ser congelado e particularmente fiquei boba com a interação deles indo de desconfortável para tímida e depois descontraída 🥺

• ♥ Espero que estejam gostando

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Mais uma história de amor, ou dor.